TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PROJETADO PARA A EMPRESA MOSER DEFUMADOS ME



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ JONATHAS DUARTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PROJETADO PARA A EMPRESA MOSER DEFUMADOS ME ITAJAÍ 2014

JONATHAS DUARTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PROJETADO PARA A EMPRESA MOSER DEFUMADOS ME Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Anacleto Laurino Pinto ITAJAÍ 2014

Agradecimentos, Agradeço a todos que contribuíram, de alguma forma, para a realização deste trabalho, em especial aos meus pais Cesar e Adriane, à minha mulher Ariadne e ao professor orientador Anacleto.

3 A bandeira são somente cores E os nossos valores você não sentiu Isso é Brasil, isso é Brasil (Mc garden).

EQUIPE TÉCNICA a) Nome do estagiário Jonathas Duarte b) Área de estágio Administração financeira c) Orientador de conteúdo Prof. Anacleto Laurino Pinto d) Supervisor de campo Amanda Moser e) Responsável pelo Estágio Prof. Eduardo Krieger da Silva.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO a) Razão Social Moser Defumados ME b) Endereço Rua: Jose Lopes, bairro Cordeiro, Itajaí, Santa Catarina. c) Setor de Desenvolvimento do Estágio Financeiro d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Amanda Moser Gerente-Administrativa f) Carimbo e visto da organização

RESUMO Nos dias de hoje se faz necessário ter dentro das organizações um processo de controle financeiro. Por conta disso, e a complexidade da expansão e competitividade dos mercados, verifica-se uma grande necessidade das empresas em buscarem ferramentas que auxiliem no planejamento e controle de seus recursos. O fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão que assume um papel fundamental na gestão financeira da empresa, através dele controlam-se as movimentações de caixa, podendo assim posteriormente projetar o caixa. Desta forma é possível prever estimativas da situação futura da empresa, possibilitando à empresa planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros. Este trabalho teve como objetivo elaborar o fluxo de caixa projetado apara a empresa Moser ME Defumados, possibilitando um controle eficaz das entradas e saídas de recursos financeiros da empresa e demonstrar a importância de um controle rígido sobre as finanças. Para o levantamento dos dados foram utilizados tabelas para controle das movimentações financeiras, correspondentes aos meses de junho a dezembro de 2013, os quais formam base para a projeção do fluxo de caixa referente ao período de julho a dezembro de 2014, sendo que as tabelas foram analisadas qualitativamente para um melhor entendimento. A tipologia de pesquisa utilizada foi a proposição de planos. No início da pesquisa a empresa não possuía nenhuma ferramenta de gestão, essas ferramentas são de suma importância para empresas de todos os portes e principalmente para o crescimento de empresas de pequeno porte, por conseguirem analisar o futuro da empresa e tomar decisões com antecedências. O resultado final da pesquisa apontou que a empresa em questão, terá no segundo semestre de 2014 uma vida financeira saudável, uma vez que haverá excedentes de caixa em todos os meses, podendo analisar o melhor investimento para os excedentes. Esta análise, além de auxiliar o gestor da empresa em suas futuras tomadas de decisão, permite visualizar os resultados dos processos da empresa como um todo. Palavras-chave: Gestão financeira; fluxo de caixa projetado; entradas e saídas de caixa; controle.

LISTAS DE TABELAS Tabela 1 Modelo de fluxo de caixa 32 Tabela 2 Modelo de mapa auxiliar de recebimento das vendas a prazo 33 Tabela 3 Modelo de mapa auxiliar de pagamentos das compras a prazo 34 Tabela 4 Combinações entre prazo de cobertura e período de informação 38 Tabela 5 Relatório dos eventos que provocam ingressos e desembolsos de caixa 49 Tabela 6 Projeção dos eventos que provocam ingressos e desembolsos de caixa 51 Tabela 7 Mapa auxiliar de entradas de caixa a prazo 53 Tabela 8 Mapa auxiliar de saída de caixa a prazo 54 Tabela 9 Fluxo de caixa projetado para o segundo semestre de 2014 57

8 LISTAS DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 Comparação entre os recebimentos à vista e recebimentos a prazo 61 GRÁFICO 2 Comparação sobre o total de entradas e pagamentos a prazo aos fornecedores 62 GRÁFICO 3 Demonstrativo em porcentagem dos pagamentos a fornecedores a prazo em relação ao total de entradas 63 GRÁFICO 4 Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais no segundo semestre de 2014 64 GRÁFICO 5 Aumento/diminuição líquido nas disponibilidades dos segundo semestre de 2014 65 GRÁFICO 6 Aplicações financeiras dos excedentes de caixa no segundo semestre de 2014 66

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 11 1.1 Objetivo geral... 12 1.2 Objetivos específicos... 12 1.3 Justificativa da realização do estudo... 13 1.4 Aspectos metodológicos... 14 1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados... 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 17 2.1 Empresa familiar... 17 2.2 Administração... 18 2.3 Funções da administração... 19 2.3.1 Planejar... 19 2.3.2 Organizar... 20 2.3.3 Dirigir... 20 2.3.4 Controlar... 21 2.4 Administração financeira... 22 2.5 Orçamento de caixa... 23 2.6 Fluxo de caixa projetado... 24 2.6.1 Objetivo do fluxo de caixa... 25 2.6.2 Finalidades do fluxo de caixa... 26 2.6.3 Descrição dos itens do fluxo de caixa... 27 2.6.4 Alterações nos saldos de caixa... 29 2.6.5 Transações que não afetam o caixa... 31 2.6.6 Causas de faltas de recursos... 31 2.6.7 Modelo de fluxo de caixa... 32 2.6.8 Mapas auxiliares... 33 2.6.9 Contas a receber... 35 2.6.10 Contas a pagar... 36 2.6.11 Análise e controle do fluxo de caixa... 36 2.6.12 Requisitos para implantação do fluxo de caixa... 37 2.6.13 Prazos para planejamento do fluxo de caixa... 38

10 2.6.14 Requisitos para uma administração de caixa eficiente... 40 2.7 Capital de giro... 40 2.7.1 Administração do capital de giro... 41 2.7.2 Análise da necessidade de capital de giro... 42 2.7.3 Fontes de financiamento... 43 2.8 Regime de competência e regime de caixa... 43 3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA... 45 3.1 Histórico... 45 3.2 Ramo de atividade... 46 3.3 Estrutura organizacional... 47 3.4 Visão... 48 3.5 Missão... 48 3.6 Mercados... 49 4 RESULTADOS DA PESQUISA... 50 4.1 Resultados obtidos... 50 4.2 Projeção dos resultados obtidos... 52 4.2.1 Mapas auxiliares... 53 4.2.1.1 Mapas auxiliares de entradas de caixa... 54 4.2.1.2 Mapas auxiliares de saída de caixa... 55 4.3 Fluxo de caixa projetado... 57 5 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO... 68 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 70 REFERÊNCIAS... 73 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS... 77

11 1 INTRODUÇÃO A origem dos produtos defumados está relacionada ao tempo em que o homem sentiu a necessidade de conservar a carne por longos períodos de tempo. Descobriu dessa forma dois métodos, a salga e a defumação. A região do Vale de Itajaí é uma das maiores produtoras de defumados do estado. O atual cenário econômico representa grande instabilidade para as organizações, em geral para as pequenas e médias empresas. Entretanto, conquistar novos clientes não é o suficiente. A empresa precisa ser organizada financeiramente para adquirir vantagem competitiva. De acordo com o Sebrae (2008), um dos principais motivos que levam as empresas à falência é a falta de controle de custos, além da ausência de outros controles internos relacionados à capacidade de gerenciamento. Por isso é importante que as organizações possuam um fluxo de caixa, uma ferramenta financeira que auxilia o administrador a controlar receitas e despesas e, consequentemente, tomar decisões mais precisas. Neste contexto, destaca-se o fluxo de caixa projetado, considerado um dos principais instrumentos de análise de uma empresa, proporciona ao administrador uma visão dos recursos financeiros da organização, visto que ao planejar suas finanças, a organização se torna mais preparada para possíveis crises no futuro, consegue taxas de juros menores em caso de necessidade de empréstimos e garante disponibilidade de caixa para investimentos rentáveis. A Moser Defumando ME é uma microempresa que atua no comércio atacadista de defumados e embutidos. Há 25 anos no mercado, é referência no setor na região de Itajaí e cidades vizinhas. Mesmo sendo uma empresa reconhecida pela qualidade dos produtos, e já estando há certo tempo no mercado, a Moser Defumados enfrenta problemas para administrar o seus recursos financeiros, já que não possuía, até o início do presente estudo, um controle adequado das entradas e saídas de caixa. A falta de um fluxo de caixa projetado na empresa promove dificuldade para que sejam honrados seus compromissos financeiros, além de impossibilitar a visualização dos excedentes de caixa, que podem ser investidos e gerar retorno para a empresa.

12 Visando contribuir com os gestores da empresa objeto de estudo, foi desenvolvido o fluxo de caixa projetado para o período de julho a dezembro de 2014, tendo como base os eventos que provocam entradas e saídas de caixa, correspondentes aos meses de junho a dezembro de 2013. 1.1 Objetivo geral Este estudo teve como objetivo geral elaborar o fluxo de caixa projetado para a empresa Moser Defumados ME. Segundo Roesch (2009, p. 96), objetivo geral define o propósito do trabalho. O objetivo geral é, portanto, o escopo principal do trabalho, que irá nortear todo o desenvolvimento do estudo. 1.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos determinam os caminhos a serem percorridos para se alcançar o objetivo geral. Segundo Roesch (2012, p.97), os objetivos específicos operacionalizam especificam o modo como se pretende atingir um objetivo geral. Assim, para os propósitos desse estudo foram definidos os seguintes objetivos específicos: analisar a atual rotina administrativa de caixa da empresa; organizar documentos para o controle das entradas e saídas de caixa; identificar eventos relacionados às entradas e saídas de caixa; identificar a política adotada em relação aos prazos de recebimento das vendas, bem como para pagamento de fornecedores; verificar a expectativa de comportamento da receita para o período

13 de projeção do fluxo de caixa; analisar o material coletado para a formação do fluxo de caixa; projetar o fluxo de caixa. 1.3 Justificativa da realização do estudo Com a alta competitividade, as empresas estão tornando-se cada dia mais conscientes em matéria de organização. Hoje, é indispensável que se gerencie com competência todos os recursos financeiros disponíveis na empresa. O fluxo de caixa é uma das ferramentas indispensáveis à boa gestão das organizações, de acordo com Maximiano (1995, p 85), todo problema exige uma decisão para ser resolvida, mas as decisões nem sempre nascem de problemas. Muitas decisões originam-se de oportunidades, objetivos e interesses. Neste contexto, definiu-se o problema de pesquisa deste trabalho: Qual a importância do fluxo de caixa projetado na gestão dos recursos financeiros da empresa? A inexistência de um fluxo de caixa na organização resultava em decisões tomadas aleatoriamente. Este estudo auxiliará a empresa a conhecer de forma detalhada as entradas e saídas dos recursos financeiros, contribuindo para melhorar o processo de decisão do empreendedor e aumentar a vantagem competitiva da organização. As operações financeiras devem ser acompanhadas cuidadosamente, pois qualquer deficiência no planejamento e controle destas operações pode causar grandes transtornos e prejuízos para a organização. O trabalho foi viável, uma vez que o acadêmico teve acesso aos dados necessários, o empresário teve interesse no desenvolvimento do trabalho e se comprometeu em fornecer as informações. Também foi viável em relação ao tempo de elaboração, visto que o acadêmico dispôs de tempo para cumprir as etapas do estudo.

14 O trabalho é original, pois nunca foi implantado um fluxo de caixa projetado na empresa objeto de estudo. Os custos do trabalho foram suportados pelo acadêmico, com auxílio do proprietário. A pesquisa também proporcionou ao acadêmico a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na universidade e contribuiu para o desenvolvimento da empresa. Para a universidade, o trabalho agregará valor, produzindo conhecimento para a área de Administração e aproximando a universidade das microempresas. 1.4 Aspectos metodológicos Neste item são abordados os aspectos metodológicos, a partir dos quais o trabalho de estágio foi desenvolvido, especificando como a pesquisa se caracterizou, como ocorrereu a coleta de dados e como foram analisados os mesmo. Segundo Roesch (2006), na tipologia do trabalho de estágio: a preocupação é eminentemente com projetos orientados para resolver problemas específicos nas organizações. Por esta razão, a caracterização da pesquisa com melhor adaptação para o fluxo de caixa à empresa foi a proposição de planos, que está diretamente associada aos procedimentos utilizados para se coletar e analisar as informações captadas. A escolha dos métodos e técnicas a serem utilizados está ligada ao problema estudado e dependerá de elementos como recursos financeiros, humanos e do próprio objeto de pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 1999). Na Proposição de Planos são apresentadas soluções para problemas já identificados pela organização, não se caracterizando pela pesquisa, mas sim pela aplicação ou adaptação destas soluções. O método adotado pelo acadêmico para a realização deste estudo foi qualitativo com aporte quantitativo. Segundo Richardson (1999), os estudo que empregam uma metodologia qualitativa onde se pode descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e

15 classificar processos dinâmicos vividos por grupos, sócios, e contribuir no processo de mudanças de determinado grupo. As pesquisas qualitativas de campo exploram particularmente as técnicas de observação e entrevista, devido à propriedade com que estes instrumentos penetram na complexidade de um problema (RICHARDSON, 1999). Após toda essa abordagem já citada, foi realizado um levantamento, no qual se demonstrou aos gestores da microempresa Moser Defumado ME, a situação financeira da mesma, para assim, poderem analisar e realizar previsões futuras. 1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados A análise de dados é a etapa final de um processo de investigação científica. Nesta etapa o pesquisador procura compreender o objetivo de estudo. Os dados utilizados nesta pesquisa tiveram fontes primárias e secundárias. Segundo Richardson (1999, p. 253), uma fonte primária é aquela que teve uma relação física direta com os fatos analisados, existindo um relato ou registro da experiência vivenciada. Define-se dados secundários como aqueles que, por alguns motivos, já foram obtidos com outros fins, servem como análise para comparar a interpretação do momento na organização (ROESCH, 1996, p.140). Para a coleta de dados, foram utilizados documentos da organização, por meio de fontes primárias e secundárias. Elas são as amostra de atividades, que são muito aplicadas ao trabalho e ao gerenciamento de operações, as observações são realizadas em intervalos regulares e dirigem-se aos indivíduos na situação de trabalho ou processo de trabalho. Os documentos foram coletados, analisados e lançados no fluxo de caixa que foi criado para a empresa, juntamente com a análise do administrador responsável. Os dados coletados foram tabulados em planilhas Word / Excel, mês a mês, observando-se o regime de competência em que eventos financeiros (entradas e saídas de caixa) ocorreram.

16 Após a tabulação, os dados foram atualizados monetariamente de acordo com as perspectivas do índice de inflação previsto para o período. Em relação aos montantes correspondentes às compras, vendas e tributos, além de terem sido atualizados monetariamente, foram acrescidos do percentual de crescimento previsto no faturamento para o segundo semestre de 2014, na visão do proprietário da empresa objeto de estudo. Após estes procedimentos, foram desenvolvidos mapas auxiliares de entradas e saídas de caixa com a intenção de identificar em que períodos os valores referentes às vendas e compras a prazo afetarão efetivamente o fluxo de caixa. Finalmente, com base nos dados projetados, devidamente atualizados monetariamente, e mapas auxiliares foi elaborado o fluxo de caixa para o período de julho a dezembro de 2014.

17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo são abordados os fundamentos científicos com o objetivo de proporcionar a validade teórica do estudo, através da revisão bibliográfica de vários autores que constituirão o conjunto de conhecimento envolvido no presente trabalho. Dessa forma, foram contemplados os seguintes temas: administração geral, administração financeira, tópicos pontuais relacionados ao fluxo de caixa, planejamento, projetos organizacionais, tipologias e metodologias para desenvolvimento do estudo. 2.1 Empresa familiar A imagem que a maioria das pessoas faz de uma empresa familiar é de um negócio pequeno e administrado apenas pelos parentes, muitas vezes fadado ao insucesso e sem possibilidade de crescimento profissional para os que não são membros da família. É uma imagem distorcida da realidade Segundo Bernhoeft (1989, p, 35), a empresa familiar é aquela que tem sua origem e história vinculada a uma família; ou ainda, aquela que mantém membro da família administrando os negócios. Dentro de uma empresa familiar é possível encontrar e observar várias características que não envolvem somente o vínculo familiar, mais sim, de que maneira ou estilo a empresa é administrada. Dentre as características que tornam uma empresa familiar, uma das mais relevantes refere-se à importância que desempenha confiança mútua entre os funcionários, a partir deste dado, a visão de empresa familiar necessita ser revista, pois se pode dizer que a confiança mútua independe dos vínculos familiares. Moreira Junior e Bortoli Neto (2007, p.04) afirmam que os problemas que dificultam a sobrevivência das empresas familiares são variados, mas normalmente estão relacionados a conflitos familiares, sucessão e profissionalização.

18 A profissionalização é fundamental para o desenvolvimento da empresa familiar. Podem-se manter os membros da família mais aptos para desenvolverem suas atividades na empresa, mas é importante contratar funcionários competentes também, para mesclar a força de trabalho. Esta medida mitiga os efeitos da pressão familiar. 2.2 Administração A história mostra que a administração recebeu grande influência de diversas áreas do conhecimento humano, entre elas, pode-se citar a expressiva contribuição da filosofia. Chiavenato (1997, p.50) relata em seu livro uma afirmação de Sócrates (470 A.C 399 A.C), que a administração é uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência. Cabe destacar outras contribuições importantes como a de Platão, com o seu ponto de vista sobre a democracia e administração dos negócios públicos; e a de Aristóteles, que estudou a organização do Estado e relata três tipos de administração pública: Monarquia, Aristocracia e Democracia. Outras áreas de conhecimento também influenciaram a ciência da administração e dessa forma a compreensão e o entendimento acerca do tema evoluiu com o passar dos anos. O órgão se define pela contribuição que prestam, é a administração que permite à respectiva organização presta sua cooperação. De acordo com Daft (2005, p. 05), administração é o alcance de metas organizacionais de maneira eficaz e eficiente por meio de planejamento, organização, liderança e controle dos recursos organizacionais. Atualmente os administradores ajustam todas as teorias na gestão das empresas, uma vez que todos os elementos são fundamentais para que a organização prospere e se destaque no mercado competitivo. A importância da Administração fica evidente em todos os níveis. Todos os componentes da organização devem compreender quais os objetivos buscados e

como isso será feito, realizando todas as tarefas com excelência, para que a empresa cresça e se desenvolva. 19 2.3 Funções da administração Apesar das constantes mudanças na ciência da Administração, suas funções básicas continuam as mesmas, que são: Planejar; Organizar; Dirigir; Controlar. A seguir descrevem-se cada uma utilizando os conceitos de Maximiano (2004); Stoner e Freeman (1999); Chiavenato (2000); Pires e Gaspar (1981); Kanaane (1995); Mintzberg (2001) e Oliveira (2002). 2.3.1 Planejar Planejar é ao mesmo tempo um processo, uma habilidade e uma atitude. Assim, com o contrário de eficiência é desperdício, o contrário de planejamento é improvisação. Conforme menciona Maximiano (2004), o processo de planejar é a ferramenta para administrar as relações com o futuro, é uma aplicação especifica do processo de tomar decisões, e de alguma forma, as decisões procuram influenciar o futuro. Planejar é articular, coordenar atividades e resultados. Para isto são necessários procedimentos formalizados, padronizados e sistematizados durante a formulação de um plano estratégico, dos objetivos e das metas a serem alcançadas. Por outro lado, a organização deve acompanhar de perto a evolução do ambiente externo e exercer controle sobre o seu ambiente interno (MINTZBERG, 2001). Ainda sobre o processo de planejamento, Oliveira (2002) afirma que o planejamento pressupõe a necessidade de um processo decisório, que ocorrerá antes, durante e depois da sua elaboração e implementação na empresa. Portanto, é o planejamento que serve de guia em todas as decisões a serem tomadas na empresa.

20 2.3.2 Organizar Para que sejam atingidos os objetivos da organização, cabe a função de organização a tarefa de determinar e enumerar as atividades necessárias para tal. Esta função envolve a designação de tais atividades a um administrador, a delegação de autoridade e a provisão para coordenação de relações de atividades na estrutura da organização. Chiavenato (2000) descreve que organizar é priorizar as atividades e os equipamentos conforme sua importância, com o objetivo de se alcançar a eficácia do planejado. Pires e Gaspar (1981) definem organizar como agrupar atividades formando uma estrutura, sendo esta a forma ou maneira pela qual as atividades se apresentam. Podem ser Formais ou Informais, conforme a existência ou não de propósitos deliberados de organizar. Entende-se por organização de uma empresa a ordenação e o agrupamento de atividades e recursos, objetivando-se alcançar os objetivos os resultados preestabelecidos. Tratar-se de um processo de definir e dividir o trabalho e os recursos necessários para realizar os objetivos, um modelo pelo qual se organiza um sistema, implicando na atribuição de responsabilidades e autoridades a pessoas e grupos. Em outras palavras, é um conjunto de pessoas que trabalham juntas numa divisão de tarefas para atingir um objetivo comum. 2.3.3 Dirigir A direção é considerada uma missão de comando que consiste em fazer funcionar o corpo social da empresa ou instituição através de ordens. Diz respeito a dar ordens para que sejam executadas e se atinjam os objetivos colimados pela entidade. Sendo assim, o comando pode ser visto como a função administrativa de operar, dirigir uma empresa ou setor, na medida em que realiza algo, pois o comando detém o poder, sendo que a cooperação dos subordinados deve ser obtida consoante clara definição das tarefas e das responsabilidades.

21 De acordo com Maximiano (2004), direção é a função administrativa que se refere às relações interpessoais dos administradores e seus subordinados. Para que o planejamento e a organização sejam eficazes, eles precisam ser dinamizados pela orientação a ser dada às pessoas por meio de uma adequada comunicação e habilidade de liderança e de motivação. Segundo Moura (1986), a liderança dentro de qualquer organização é importantíssima, uma vez que é através dela, do trabalho do líder, que a organização irá melhorar no mercado globalizado e altamente competitivo. O autor supracitado define líder como uma pessoa que possui capacidade de influenciar um grupo de pessoas de maneira não coercitiva, utilizando-se do poder de seu cargo de chefia na organização, medindo seus atos e decisões que poderão afetar toda a equipe de trabalho, que deve por ele ser valorizada. 2.3.4 Controlar Esta função tem como principal tarefa verificar se tudo está saindo de acordo com o planejado, deve medir o desempenho. Em caso de desvio corrigi-los e assegurar a execução dos planos. Segundo Chiavenato (2000), a tarefa de controlar é dizer se o que foi planejado está sendo executado, com o objetivo de não se desviar da atividade fim, antes prevista. A partir dessa definição observou-se que o controle tem início no ponto em que o planejamento termina. Na visão de Stoner e Freeman (1999), o controle gerencial é um esforço sistemático de ajustar padrões de desempenho com objetivos de planejamento, projetar sistemas de feedback de informação, comparar o desempenho presente com estes padrões preestabelecidos, determinar se existem desvios e medir sua importância em iniciar qualquer ação necessária para garantir que todos os recursos da empresa estejam sendo usados do modo mais eficaz e eficiente possível para o alcance dos projetos da empresa.

22 2.4 Administração financeira A área financeira de uma empresa é de suma importância, por ela passam os reflexos de todo o fluxo de atividades desempenhadas nas demais áreas. Por outro lado, os seus resultados acabam afetando todo o comportamento estratégico e operacional da organização. A área de finanças pode ser considera um espelho, por refletir o comportamento das outras áreas. Segundo Zdanowicz (1998), o administrado financeiro procura conciliar a manutenção da liquidez e do capital de giro da empresa, para que esta possa honrar com as suas obrigações assumidas perante terceiros na data do vencimento, bem como a maximização dos lucros sobre os investimentos realizados pelos proprietários. Para Braga (1989), á meta da administração financeira é a maximização da riqueza dos acionistas, que constitui algo mais amplo e profundo do que a maximização dos lucros. O autor destaca que existem alguns aspectos relacionados com esta maximização das riquezas. O primeiro aspecto é a perspectiva de longo prazo, que revela que a empresa realiza investimentos que podem prejudicar seus resultados no presente, mas que trarão benefícios de longo prazo. O segundo aspecto é o valor do dinheiro no tempo. Os investimentos requerem desembolsos, e algumas técnicas permitem transformar fluxos de caixa futuros em valores atuais. O investidor pode então verificar se o investimento valerá à pena e se o valor de mercado da empresa aumentará ou ao menos permanecerá o mesmo. Outro aspecto é o retorno do capital próprio, no qual se explica que a Administração Financeira deve atender às expectativas dos acionistas de serem remunerados com dividendos e valorização de suas ações. O quarto aspecto, denominado risco, relaciona risco e retorno (quanto maior o retorno esperado, maiores os riscos). Por último, os dividendos mostram que os acionistas esperam receber dividendos independentemente das variações nos lucros, portanto, deve-se adotar uma política de distribuição regular de dividendos.

23 O administrador financeiro enfatiza entradas e saídas de caixa, que formam o Fluxo de Caixa. Ele mantém a solvência da empresa, analisando e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as obrigações e adquirir os ativos necessários ao cumprimento dos objetivos da empresa (GITMAN, 2002, p. 12). A função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas à gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa, onde esta função é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses fundos. O fluxo de caixa, um importante instrumento de controle e planejamento financeiro, será abordado nos próximos tópicos. A meta da administração financeira coincide com o objetivo básico dos proprietários ou acionista, suas decisões são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa, sendo que todas as suas atividades envolvem recursos e orientam-se para a obtenção de lucros (BRAGA, 1989). 2.5 Orçamento de caixa O setor financeiro de uma empresa é um dos pontos mais importantes para a organização. Todas as entrada e saídas de numerários decorrentes de transações realizadas entes e durante o período orçamentário são reunidos no orçamento de caixa, evidenciando os superávits e déficits mensais (BRAGA, 1989, p.238). As principais características do orçamento de caixa, segundo Zdanowicz (1998), são: flexibilidade na aplicação, considerando as frequentes flutuações da economia, o orçamento de caixa não pode ser considerado uma peça estática dentro do orçamento da empresa. Onde deverá ser adaptado às novas situações econômico-financeiras da empresa para o período seguinte, em função do seu controle. Projeção para o futuro, a partir da situação liquidez e capital de giro da empresa, o orçamento de caixa consiste na projeção do nível desejado de caixa, em função do atual para o futuro.

24 Participação direta dos responsáveis, muitas são as informações e dados necessários para a elaboração do orçamento de caixa, onde serão fornecidos por vários departamentos da empresa. Sendo que as pessoas envolvidas neste processo devem estar cientes de sua responsabilidade na participação do orçamento (ZDAMOWICZ, 1998). 2.6 Fluxo de caixa projetado Denomina-se fluxo de caixa de uma empresa o conjunto de ingressos e desembolsos de numerário ao longo de um período determinado, consistindo na representação da situação da empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações em itens ativos, ou seja, é o instrumento de programação financeira que corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em certo período projetado (ZDAMOWICZ, 1998). Entende-se como fluxo de caixa o registro e controle sobre a movimentação do caixa de qualquer empresa, expressando as entradas e saídas de recursos financeiros ocorridos em determinados períodos de tempo (CAMPOS 1997). O fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro, planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros da sua empresa para um determinado período (ZDANOWICZ, 1998, p. 19). Por exemplo, um empréstimo, representa uma entrada de caixa quando o valor é recebido, e uma saída de caixa quando o dinheiro é devolvido com juros. Uma aplicação financeira, quando o dinheiro é aplicado, representa uma saída de caixa; quando o valor é retornado com juros, transforma-se em uma entrada de caixa. É fundamental que o administrador financeiro consiga administrar o fluxo de caixa de forma que sempre exista um saldo mínimo de caixa, para cobrir despesas imprevistas que possam surgir. Para Gitman (1997, p 88), é de grande importância as demonstrações desenvolvidas referentes ao fluxo de caixa, onde: O administrado financeiro pode elaborar e analisar demonstrações dos fluxos de caixa desenvolvidas a partir de demonstrações