REGINA H. G. MARTINS DISCIPLINA DE OTORRINOLARINGOLOGIA FACULDADE DE MEDICINA -BOTUCATU Unesp
CONDUTIVA NEUROSSENSORIAL Coclear- retrococlear- central
Doutor, eu não escuto direito Hipoacusia do tipo Condutiva Desde quando? Dias, meses? Apresenta dor? Apresenta supuração? Estava gripado no início dos sintomas? Respira bem pelo nariz? Se for criança as amamentações são feitas em que posição? É alérgica, tem bronquite, espirros, coriza? Nos últimos dias nadou no mar, piscina ou lagoa? Introduziu algum objeto no conduto auditivo, como cotonete, grampos, etc? A surdez é uni ou bilateral?
Hipoacusia do tiposensorioneural Desde quando? Desde a infância? O desenvolvimento da linguagem foi normal? Como é o rendimento escolar? Apresenta dor ou supuração? A surdez está relacionada com quadros gripais? Como foi a gestação e as condições do nascimento ( hipóxia, hiperbilirrubinemia, infecções neonatais como rubéola, sifilis, citomegalovirus, toxoplasmose, meningite, etc) Outros familiares com surdez? Pais são consangüíneos? Fez uso de medicamentos ototóxicos? Ficou exposto ao ruído intenso? Profissão com exposição ao ruído? O início da surdez coincide com gravidez? A surdez é progressiva? Apresenta alguma doença metabólica ou distúrbio endocrinológico como diabetes, hipotireoidismo, hipertensão, deslipidemia, etc A perda auditiva é unilateral? Apresenta sintomas renais, oculares, manchas hipercrômicas na pele, etc
Surdez condutiva Surdez sensorioneural
HIPOACUSIA DO TIPO CONDUTIVA Causas cerume, eczema, corpo estranho, traumatismo de conduto, otite externa, otite média aguda, crônica
Sintomas de obstrução e congestão nasal, febre baixa e inconstante, otalgia, hipoacusia, sensação de plenitude auricular, autofonia, otorréia serosa. Etiologia - vírus sincicial respiratório, influenza, parainfluenza, adenovírus
Secundária as infecções das fossas nasais, seios da face e rinofaringe ETIOLOGIA- Estreptococcus pneumoniae (35 %), Haemophilus influenza (30%- idade pré-escolar), Moraxella catarrhalis (15%). QUADRO CLÍNICO otalgia intensa, irritabilidade, febre, diminuição do apetite, surdez, otorréia
OTITE MÉDIA SEROSA Importante causa de surdez na infância
Cessação do aleitamento materno Introdução de papinhas manipuladas Ingresso à creche Início da deambulação Déficit imunológico Hipertrofia adenoamidaliana
OTITE MÉDIA CRÔNICA
APÓS EXAME DE OTOSCOPIA, COMO CONFIRMAR O GRAU DA PERDA AUDITIVA???? TESTES DE AVALIAÇÃO AUDITIVA - AUDIOMETRIA
Combater o fator causal, viral ou bacteriano Desobstruir as fossas nasais Fluidificar as secreções Antitérmicos e analgésicos Orientar aposição adequada de amamentação Remover tecido adenoideano Tubo de ventilação
HIPOACUSIA DO TIPO SENSORIONEURAL COCLEAR
Na maioria dos casos, a surdez neurossensorial é coclear
Repro: > 50% Resp.: > 3dB Estabilidade: > 80% Feniman, 1993
RETROCOCLEAR - CENTRAL
CONDUTIVA NEUROSSENSORIAL Coclear - Retrococlear - Central
CONSEQÜÊNCIAS DA SURDEZ SENSORIONEURAL Dependem do grau da perda auditiva Da época do aparecimento (idade adulta ou período pré-lingual) Se uni ou bilateral
CONSEQÜÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA Problemas perceptuais Problemas na aquisição e desenvolvimento da linguagem Problemas cognitivos Problemas sociais Problemas emocionais Problemas educacionais Problemas profissionais
A CRIANÇA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA PROFUNDA Apresenta grave comprometimento da linguagem É desconectada do meio ambiente É rejeitada pela sociedade É irritada e agressiva
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS A surdez incide em 1-2:1.000 nascimentos 2:100 neonatos de alto risco 50% de origem genética 25% são idiopáticas 25% de causas perinatais
SURDEZ NEUROSSENSORIAL Congênita Adquirida Genética 50% Não sindrômica Sindrômica 30% Cromossômica Não genética Infecciosa Tramática Tumoral Ototóxica Degenerativa... Michel Sheibe Mondini Alexander Pendred Alport Waardenburg Albinismo Usher Cornélio de Lange Goldenhar Crouzon... Trissomia 13-15-18-21 Infecciosa Ototóxica Hiperbilirrubinemia Hipóxia Prematuridade...
NEONATOS DE 0 28 DIAS História familiar de surdez hereditária Infecções intra-útero (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e herpes) Anomalias craniofaciais ou síndromes genéticas Peso ao nascimento < 1.500 g Hiperbilirrubinemia níveis de bilirrubina indireta > 20mg/100 ml de soro Uso de fármacos ototóxicos por mais de 5 dias Meningite bacteriana Apgar 0-4 no 1 o min; ou menor que 6 no 5 o min Estigmas genéticos, sinais e síndromes associadas Joint Committee on Infant Hearing, ASHA, 2001
29 DIAS A 2 ANOS Antecedente familiar de atraso de linguagem ou surdez Meningite bacteriana ou infecções associadas a perda auditiva neurossensorial Trauma craniano associado a perdas de consciência ou fratura do crânio Estigmas de síndromes associadas a perda auditiva Uso de fármacos ototóxicos (incluindo, mas não limitando, a agentes quimioterápticos ou aminoglicosídeos, associados ou não a diuréticos de alça) Joint Committee on Infant Hearing, ASHA, 2001
CRIANÇAS QUE NECESSITAM MONITORAMENTO ATÉ 3 ANOS História familiar de surdez Infecções intra-útero (citomegalovirus, rubéola, sífilis, herpes e toxoplasmose) Neurofibromatose tipo 2 ou doenças neurodegenerativas Joint Committee on Infant Hearing, ASHA, 2001
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ORL-FONIATRA FONOAUDIÓLOGO PEDIATRA NEUROLOGISTA GENETICISTA OFTALMOLOGISTA PSICÓLOGO PSICOPEDAGOGO
EXAME FÍSICO atentar para: Cabelos - implantação, cor, textura Pavilhões auriculares - deformidade e posição Olhos distância intercantal, formato, coloração, acuidade visual Nariz formato, dorso Lábios formato, postura, sialorréia, fissuras Mandíbula micro ou retrognatia Dentes - formato, oclusão, estado geral Língua formato, tamanho, mobilidade Palato fissura, formato, mobilidade Malformações em membros, manchas café c/ leite, hipertricose em dorso
TOMOGRAFIA NORMAL
TOMOGRAFIA NORMAL
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA NORMAL
Surdez genética
APLASIA DE MONDINI
SÍNDROME DE WAARDENBURG
Disostose mandibulofacial microtia atresia meatal atrofia do malar proeminência do zigoma hipoplasia mandibular fissura palpebral surdez
S.DOWN
OUTRAS SÍNDROMES S.USHER - surdez e retinite pigmentosa progressiva, caráter recessivo, hipoacusia bilateral S.PENDRED- autossômica recessiva, surdez acompanhada de distúrbio da glândula tireóide S. ALPORT surdez e doença renal progressivas e de graus variados. Mais freqüente entre os meninos. Herança autossômica dominante. Nefrite hemorrágica e surdez neurossensorial.
ENFERMIDADE DE CROUZON herança autossômica dominante disostose crânio facial sinostose prematura das suturas exoftalmia lábio superior curto e inferior alargado
Rubéola materna- 18% Meningite bacteriana- 9% Outras viroses- 9% Drogas ototóxicas- 6% Anóxia perinatal- 6% Icterícia Neonatal- 5% Outras causas - 4%
1 O trimestre da gestação; 18% dos casos de surdez na infância Profunda e bilateral Surdez, catarata, retardo mental e alt. cardíacas Histologia degeneração de todo labirinto membranoso Diagnóstico exames sorológicos Profilaxia vacinação
Causa mais comum de surdez não genética em crianças Retardo mental, surdez, encefalopatia, corioretinite, hepatoesplenomegalia, icterícia, microcefalia, baixa estatura, prematuridade Histologia - hidropsia da cóclea e do sáculo, colapso da membrana de Reissner, atrofia da estria vascular TC- calcificações dos gânglios da base Diagnóstico - exames sorológicos, TC
Treponema pallidum Lesões viscerais, em pele, mucosas, SNC e ossos Surdez súbita em jovens; zumbido, hipoacusia flutuante e progressiva, uni ou bilateral, com ou sem vertigem Histologia atrofia do órgão de Corti Sintomas vestibulares associados Diagnóstico exames sorológicos FTA-ABS
DENTES DE HUTCHINSON
8-10% das disacusias severas e profundas Ossificação dos canais cocleares Surdez bilateral, permanente e profunda Etiologia - H. influenzae, Streptococos pneumoniae Sintomas vestibulares associados
SARAMPO GRIPE VARICELA HERPES TOXOPLASMOSE AIDS
Incompatibilidade Rh (mãe Rh- e feto Rh+) Depósito de bilirrubina não conjugada nas vias neurais e no SNC Icterícia, RM, encefalopatia e surdez Surdez profunda bilateral em freqüências agudas Hipoacusia ocorre em 7% dos casos
Antibióticos - estreptomicina, neomicina, gentamicina, kanamicina, amicacina, netilmicina, vancomicina, polimixina B, cloranfenicol
Diréticos- ácido etacrínico, furosemida Outros- salicilatos, quinino, mostarda nitrogenada, quimioterápticos, antihipertensivos, anestésicos,etc.
Prematuridade Hipóxia Traumatismo Distúrbios metabólicos- diabetes hipotireoidismo Ruído (PAIR)
Respostas comportamentais aos instrumentos sonoros Audiometria tonal condicionada Pesquisa das emissões otoacústicas Pesquisa dos potenciais evocados auditivos do tronco encefálico Eletrococleografia
AUDIOMETRIA TONAL LIMIAR
CZ+ A2- A1- terra Estímulo-clicks filtrados; tempo de análise 10ms, filtros 100-3.000Hz, rítmo de 13-17 estímulos/seg, mascaramento 40dB, monoaural, intensidade de 85dB,
I nervo auditivo II- núcleo coclear III- complexo olivar IV- leminisco lateral V- colículo inferior PI 1,5-1,8ms PIII 3,7-4,0 ms PV- 5,6-6,08 LI-III- 2,2-2,6ms LIII-V- 1,8-2,3 LI-V- 4 4,5ms
PESQUISA DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS
Repro: > 50% Resp.: > 3dB Estabilidade: > 80% Feniman, 1993
MEDIDAS PREVENTIVAS Campanhas de prevenção vacinação contra rubéola e outras viroses, meningite, etc. Antibioticoterapia adequada e precoce nas meningites Aconselhamento genético Identificação de doenças infecto-contagiosas no pré-natal Cuidados com substâncias ototóxicas Menor exposição ao ruído.
Aparelho de amplificação sonora individual (AASI) Implante coclear
APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Implante coclear
A qualidade de vida da criança surda depende de: Diagnóstico precoce AASI e terapia fonoaudiológica, o mais precoce possível Conscientização e colaboração das pessoas que convivem com a criança