Debates GVsaúde. Perspectivas da Assistência para a População de Idosos Visão das Autogestões. Denise Eloi Maio/2014



Documentos relacionados
INICIATIVAS ESTRATÉGICAS PARA A CASSI DIRETORIA DE PLANOS DE SAÚDE E RELACIONAMENTO COM CLIENTES DIRETORIA DE SAÚDE E REDE DE ATENDIMENTO

A SAÚDE SUPLEMENTAR E A REGULAÇÃO

Regulação 15 anos depois O papel da ANS: fiscalizar ou contribuir na produção da saúde? O que mudou e o que poderia ter mudado?

ANS Longevidade - Custo ou Oportunidade. Modelos de Cuidados à Saúde do Idoso Rio de Janeiro/RJ 25/09/2014

José Cechin Bradesco, SP 29jun

Epidemia de Doenças Crônicas: Como enfrentar esse desafio? Rio de Janeiro, 27 de Setembro de 2010 Martha Oliveira Assessoria da Presidência- ANS

DESAFIOS e RUMOS. da Saúde Suplementar

Panorama dos gastos com cuidados em saúde

Painel da Saúde Suplementar no Brasil

Desafio da Gestão dos Planos de Saúde nas empresas. Prof. Marcos Mendes. é Realizada pelo Ministério da Saúde:

Reformas dos sistemas nacionais de saúde: experiência brasileira 5º Congresso Internacional dos Hospitais

Superintendência Médica Bradesco Saúde Dra. Maristela Duarte Rodrigues

Governança Corporativa na Saúde Suplementar

Nota de Acompanhamento do Caderno de Informações da Saúde Suplementar - NACISS

Ciclo de Encontros Executivos As Melhores Práticas em Gestão de Saúde CENÁRIOS E TENDÊNCIAS DO MERCADO DE SAÚDE NO BRASIL. Mozart de Oliveira Júnior

Assistência Suplementar à Saúde no Brasil Segmento Odontológico

Olhares sobre a Agenda Regulatória da ANS

A Dinâmica Competitiva das OPS e sua Interface com o Setor de Serviços e a Indústria

Regulaçã. ção o Atuarial dos Planos de Saúde. Rosana Neves Gerente Gerente de Regulação Atuarial de Produtos - GERAT

Nota de Acompanhamento do Caderno de Informações da Saúde Suplementar - NACISS

Redes de Atenção à Saúde coordenadas pela APS: resposta aos desafios da crise global dos sistemas de saúde

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

4º SEMINÁRIO AUTOGESTÃO COMO MODELO IDEAL PARA A SAÚDE CORPORATIVA A SUSTENTABILIDADE DA SAÚDE NAS -

Impacto do Envelhecimento sobre os gastos com saúde no setor de saúde Suplementar

Sustentabilidade do Setor de Saúde Suplementar. Leandro Fonseca Diretor Adjunto de Normas e Habilitação de Operadoras - DIOPE

A IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES SOBRE FATORES DE RISCO PARA A ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS - VIGITEL SAÚDE SUPLEMENTAR 2012

ANS. Eixos Temáticos da Regulamentação e Garantia de Acesso à Informação como o empregador pode participar. Bruno Sobral de Carvalho

CPI da OPME 6.Abr Dr. Eudes de Freitas Aquino Presidente da Unimed do Brasil

Elevação dos custos do setor saúde

18º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros. 2º Congresso Brasileiro de Saúde Suplementar

O PACTO PELA VIDA É UM DOS SUBCOMPONENTES DO PACTO PELA SAÚDE PORTARIA 399/06. É O MARCO JURÍDICO DA PRIORIZAÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO NO BRASIL

DIABETES MELLITUS NO BRASIL

Metodologia de Qualificação de Dados dos Planos Privados de Assistência à Saúde: uma experiência na ANS

UNIDAS. Angélica Villa Nova de Avellar Du Rocher Carvalho Gerente-Geral de Análise Técnica da Presidência Brasília, 28 de abril de 2014

Inovação em serviços de saúde: experiência da Unimed-BH. CISS Congresso Internacional de Serviços de Saúde

Estratégia Saúde Integrada

Envelhecimento com qualidade: Como as operadoras de planos de saúde estão se organizando. 10ª Jornada PRONEP Rio de Janeiro, setembro 2010

Envelhecimento populacional e a composição etária de beneficiários de planos de saúde

Assistência Suplementar à Saúde no Brasil Segmento Odontológico

Promoção da Saúde e Prevenção de Risco e Doenças no Ambiente de Trabalho. ANS maio/2014

Modelo Domiciliar de. Assistência ao Doente. Crônico

AÇÕES DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: A VISÃO DO ÓRGÃO REGULADOR

VIGILÂNCIA E PROMOÇÃO À SAÚDE

Políticas de saúde: o Programa de Saúde da Família na Baixada Fluminense *

Estratégia Saúde Integrada

Nota de Acompanhamento do Caderno de Informação da Saúde Suplementar

Relações entre consumidores e operadoras. Interesses individuais x coletivos. José Cechin Sul América, SP 18 setembro 2008

IV Seminário de Promoçã e Prevençã. ção à Saúde. ção o de Riscos e Doenças na Saúde Suplementar. I Seminário de Atençã. Suplementar.

F n i a n n a c n i c a i m a en e t n o Foco: Objetivo:

A VISÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/ MEDICINA LABORATORIAL NO FUTURO DAS ANÁLISES CLÍNICAS

PORTARIA Nº 1.944, DE 27 DE AGOSTO DE 2009

GUIA DE ARGUMENTOS DE VENDAS

Dados gerais sobre o atendimento oftalmológico no Brasil

Crescimento a partir da década de 60 Medicinas de grupo Décadas de 70 e 80 outras modalidades assistenciais. seguradoras (SUSEP)

PANORAMA DO CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO AVANÇOS E DIFICULDADES TROCANDO IDEIAS XVII 30/08/2013

Cobertura assistencial. Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde OPME

POLÍTICA NACIONAL DO CÂNCER FEMININO. Rio de Janeiro RJ 30 de junho de 2011

Painel 2 Experiências Setoriais: o Monitoramento nas Áreas da Educação e Saúde Afonso Teixeira dos Reis MS Data: 14 e 15 de abril de 2014.

Os Desafios Assistenciais na Saúde Suplementar Martha Oliveira Gerente Geral de Regulação Assistencial- ANS

Registro Eletrônico de Saúde Unimed. Números do Sistema

Nota de Acompanhamento do Caderno de Informação da Saúde Suplementar

ORGANIZAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA DO MUNICÍPIO DE CUIABÁ

Audiência Pública no Senado Federal

Programa de Atenção Integrada ao Idoso

Nota de Acompanhamento do Caderno de Informações da Saúde Suplementar. Sumário Executivo. Nesta edição: Planos médico-hospitalares Informações gerais

RH 2020: Valor e Inovação. Rediscutindo os modelos financeiros existentes. René Ballo. 7 de maio de 2015, São Paulo

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e das últimas décadas, uma significativa mudança na sua composição populacional. O povo brasileiro está

Nota de Acompanhamento do Caderno de Informação da Saúde Suplementar

conceitos em saúde suplementar José Cechin EPM/SP 26 setembro 2008

Incentivo à qualidade como estratégia da Unimed-BH. Helton Freitas Diretor-presidente

INTRODUÇÃO (WHO, 2007)

MENSURANDO OS CUSTOS EM SAÚDE CENÁRIO ATUAL E PERSPECTIVAS NO ÂMBITO PÚBLICO E SUPLEMENTAR. Tania Moreira Grillo Pedrosa

Sistema Público de Saúde em Curitiba

Selo Hospital Amigo do Idoso. Centro de Referência do Idoso

Empresa de Consultoria especializada em Gestão do Negócio Saúde

Desafios do setor de saúde suplementar no Brasil Maílson da Nóbrega

Estado do Rio Grande do Sul Secretaria da Saúde Complexo Regulador Estadual Central de Regulação das Urgências/SAMU. Nota Técnica nº 10

Pelos (Des) caminhos da medicina assistencial brasileira

SIMPÓSIO UNIMED ES, MG, RJ

Setor de Saúde no Brasil

Título: Autores: Unidade Acadêmica: INTRODUÇÃO

REDE HOSPITALAR DE SANTAS CASAS E FILANTRÓPICOS BRASILEIROS

Acreditação de Operadoras de Planos de Saúde. Experiência Bradesco Saúde

Linha de Cuidado da Obesidade. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

Nota de Acompanhamento do Caderno de Informação da Saúde Suplementar

AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE AS REDES DE ATENCAO À SAÚDE

8º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviço de Saúde. José Cechin SP, 24.mai.2013

PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO DA SAÚDE SUPLEMENTAR APRESENTAÇÃO DA METODOLOGIA DO IDSS - ÍNDICE DO DESEMPENHO DA SAÚDE SUPLEMENTAR

VERTICALIZAÇÃO OU UNIÃO ESTRATÉGICA

A Importância Estratégica da Protecção Social Complementar. Palestrante: Ivan Sant Ana Ernandes

José Cechin Allianz 15 out 2009

CONCEITOS E MÉTODOS PARA GESTÃO DE SAÚDE POPULACIONAL

Modelos Assistenciais em Saúde

Federação Nacional de Saúde Suplementar SENADO FEDERAL COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS

6º Seminário SINDHOSP e Grupo Fleury

Aumento dos custos no sistema de saúde. Saúde Suplementar - Lei nº 9.656/98

Avaliação Atuarial de Banco de Dados

Transcrição:

Debates GVsaúde Perspectivas da Assistência para a População de Idosos Visão das Autogestões Denise Eloi Maio/2014

Sistema de Saúde Suplementar 1.274 operadoras de planos de saúde com beneficiários Mais de 70,5 milhões de brasileiros com cobertura: - 50,2 milhões, planos de assistência médica - 20,7 milhões, odontológicos exclusivos - R$ 95,3 bilhões, receita de contraprestações 7,4 milhões de internações 244 milhões de consultas médicas 50 milhões de consultas médicas em pronto-socorro 583 milhões de exames complementares Fonte: ANS/2013

Cenário Maior longevidade x Menor fecundidade Custos assistenciais ascendentes Modelo Assistencial ultrapassado Marco regulatório provisório Modelo de pagamento equivocado (fee-for-service) Incorporação acrítica de novas tecnologias Judicialização da saúde Modelo de custeio pouco efetivo (mutualismo x pacto intergeracional)

Recursos x Saúde Região Norte: Concentra o maior déficit de médicos no país em comparação com a quantidade de equipamentos de saúde Nº de equipamentos de saúde por médico 13,4% 17,3% de 3,0 a 4 4,1 a 5 5,1 a 6 6,1 a 7 Médicos Leitos hospitalares 44,5% Estabelecimentos Médicos 72,3% Equipamentos de Saúde Maio 2008 259.898 496.597 176.495 753.936 Maio 2013 294.798 582.461 254.998 1.299.191 Fonte: Data-SUS, compilado pelo Jornal Estado de S. Paulo, 14/07/2013

VCMH Variação dos Custos Médico- Hospitalares Fonte :IESS

Impacto no financiamento

Sinistralidade do Setor Fonte: IESS Notas de Acompanhamento do Caderno de Informações da Saúde Suplementar Dez/12

Maior concentração de custos R$12.000,00 Custo Médio por Internação Fonte: ANS R$10.000,00 R$8.000,00 R$6.000,00 R$4.000,00 R$2.000,00 R$- 2007 2008 2009 2010 2011 Autogestão Cooperativa médica Filantropia Medicina de grupo Seguradora especializada em saúde Entre 2007 e 2011: Autogestão: 47,94% Cooperativas Médicas: 69,01% Filantropia: 7,85% Medicina de Grupo: 61,02% Seguradora em Saúde: 33,79% IGPM: 36,05% IPCA: 30,03%

Transição demográfica

Pirâmide Etária

POPULAÇÃO COM 60 ANOS OU MAIS O gráfico revela que 22,8% dos beneficiários assistidos pelas autogestões têm 60 anos ou mais. Em 2012, a população de beneficiários com idade acima de 60 anos era de 902.349 pessoas, número 9,5% maior do que no ano de 2011. Os dados seguem a tendência de envelhecimento divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre 2000 e 2050, a estimativa é que a população idosa brasileira passe de 7,8% para 23,6%.

Envelhecimento UNIDAS 22,8% dos beneficiários > 60 anos Cenário Brasil 2050 (IBGE) - 23,4% População > 60 anos 11,3% ANS 12,6% Brasil (IBGE) 16,1% Rio (IBGE) Internações 21% é a taxa de internação (aposentados) Custo Médio das Internações (aposentados) de R$ 14.636,13, R$ 2.397,72/dia Concentração O 1% dos beneficiários mais onerosos consomem 42% dos recursos assistenciais Fonte: Pesquisa Unidas 2012

Mudanças no perfil epidemiológico 1950 DOENÇAS INFECCIOSAS (Cólera, Tifo, Malária, Tuberculose, etc) = 46% dos óbitos nacionais Previsibilidade Recursos Consumidos 1991 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (Cardiovasculares, Neoplasias, Aparelho Circulatório, Diabetes, etc) = 83 % dos óbitos nacionais 2009 DOENÇAS CRÔNICAS DEGENERATIVAS (Parkinson, Alzheimer, ELA, etc) = 72% dos óbitos mundiais Fonte: Pedro R. Prata, Cadernos de Saúde Pública, UFMS, 2010

Envelhecimento da população Mudança no perfil de adoecimento Situação de saúde do século XXI - sistema de atenção à saúde da metade do século XX

Fatores determinantes da Saúde Estado de saúde depende de cada um 50% 10% 20% 20% Acesso aos serviços de saúde Importância 10% 20% 20% 50% Fonte: IFTF, Centers for Disease Control and Prevention Genética Ambiente Comportamento 15 15

Sistema fragmentado x Sistema integrado de serviços de saúde SISTEMA FRAGMENTADO SISTEMA INTEGRADO ORGANIZADO POR COMPONENTES ISOLADOS ORGANIZADO SEM UMA BASE POPULACIONAL ORIENTADO PARA A ATENÇÃO A CONDIÇÕES AGUDAS ORGANIZADO POR NÍVEIS HIERÁRQUICOS ORGANIZADO POR UM CONTÍNUO DE ATENÇÃO ORGANIZADO COM UMA BASE POPULACIONAL ORIENTADO PARA A ATENÇÃO A CONDIÇÕES CRÔNICAS ORGANIZADO NUMA REDE HORIZONTAL Fonte: Mendes (2001)

ATENÇÃO PRIMÁRIA - AS EVIDÊNCIAS SOBRE A APS NOS SISTEMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE Os sistemas de atenção à saúde com forte orientação para a APS em relação aos sistemas de saúde com fraca orientação, são: MAIS EFETIVOS MAIS EFICIENTES MAIS EQUITATIVOS DE MAIOR QUALIDADE FONTE: Mendes (2009)

Redes de Atenção à Saúde do Idoso

Modelo de Atenção ao Idoso Um modelo de atenção à saúde do idoso - ações de educação, promoção da saúde, prevenção de doenças evitáveis, postergação de moléstia, cuidado o mais precocemente possível e reabilitação de agravos. Simutaneamente em todos os níveis de atenção - terciária, secundária e primária.

Modelo de Atenção ao Idoso Para que uma linha de cuidado ao idoso pretenda apresentar eficácia e eficiência, precisa incluir uma lógica de rede articulada, referenciada, com sistema de informação único. Modelo hierárquico, desde o idoso saudável e ativo até o momento final da vida em outras palavras, desde seu acolhimento e cadastramento no sistema até os cuidados paliativos na fase terminal.

Agenda do setor Mudança no modelo assistencial Foco no sinistro x Foco no mapeamento e gestão de risco sanitário Qualificação e gerenciamento do acesso para agravos de maior risco Mudança no modelo de custeio Mutualismo Pacto intergeracional x Risco Mudança no modelo de pagamento de prestação de serviços Pagamento por procedimento x Pagamento por resultado em saúde - valor ao beneficiário do sistema

Agenda do setor - Operadoras Investimento na profissionalização do setor Governança corporativa Modelo de gestão Planejamento estratégico Movimento pela qualidade Qualificação e acreditação Modelo assistencial operadores como promotores de saúde Incorporação de tecnologia mediante avaliação de custo-efetividade

OBRIGADA! Denise Rodrigues Eloi UNIDAS E-mail: denise@unidas.org.br