EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: a interatividade no contexto de ensino

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Transcrição:

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: a interatividade no contexto de ensino Autora: RENILZE DE BARROS ALBUQUERQUE DOS SANTOS FERREIRA Introdução Na modalidade da Educação a Distância (EAD) a interatividade aponta-se como elemento fundamental no processo de ensino e de aprendizagem. Neste artigo, apresentamos o relato de experiência vivenciada no Curso de Especialização em Educação a Distância do SENAC - Turma 4, na disciplina Metodologia para Elaboração de Projeto (Abril a Julho de 2009). Fundamentação Teórica Atualmente, o processo de ensino e de aprendizagem na Educação a Distância (EAD), lança mão de plataformas virtuais, que permitem a interatividade, e este tema aparece como destaque em dissertações e teses. Mas, o que é mesmo a interatividade? 1 O vernáculo interatividade tem sido alvo debates e discursos entre inúmeros autores. Exemplificamos, Silva (2006) defende o termo interatividade e Primo (1998), interação. Primo (1998) defende a expressão interação, a postura de diálogo entre dois entes, mediada por computadores. E, Silva (2006) interatividade, aponta-a como um tipo singular da interação (p. 100), na mesma relação humana através ou com a máquina digital e virtual, voltada ao diálogo. Então, qual palavra interação ou interatividade? Segundo Silva (2006) a expressão interação advém da física e, significa permuta. Já a palavra interatividade, segundo Marchado (1997) surgiu após o advento do rádio, a partir dos anos 80, com a revolução digital e virtual, quando foram intensificados os debates sobre a interação, nos âmbitos filosóficos, sociológicos, psicológicos e educacionais.

Portanto, a expressão interação direciona-se a trocas. No entanto, a interatividade vê-se a ação humana numa relação do homem-homem e homem-máquina (MORAES, 1998), diante dos recursos virtuais, convergida ao diálogo, à elocução, à fala, ao batepapo, à conversa, à linguagem, ao escutar, ao ouvir, a sensibilidade através do discurso. Para Machado (apud SILVA, 2006) a interatividade fundamenta-se em três pilares, tais como: participação-intervenção (ação do indivíduo intervindo), bidirecionalidadehibridação (intervenção de mão dupla, de ir e vir), permutabilidade-potencialidade (intervenção que ocorre alteração de ambas as partes). As terminologias interação e interatividade são utilizadas no contexto do mundo hodierno, como elemento imprescindível nas relações sociais. Todavia, conceberemos a expressão interatividade por ser específica da relação humana com os recursos tecnológicos virtuais; porque a EAD, atualmente, se inserir diante das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs); e, ser tópicos contemplando para qualificação de cursos à distância, citado nos Referenciais de Qualidade para Cursos a Distância (BRASIL, 2003). 2 Para Machado (1997, p. 1), a interatividade direciona a emissão e a recepção de mensagens, podendo ser: verbal, audiovisual, multimídia, hipermídia. A verbal concebe-se a elocução da fala; o audiovisual, o vídeo; a multimídia, o uso simultâneo de vários recursos de comunicação, integrando texto, som e imagens fixas e animadas; a hipermídia, com links. O discurso da interatividade, segundo Lemos (2000), aponta para o sentido técnicosocial. Na EAD pode ocorrer em diversas formas, o técnico diante das potencialidades das plataformas virtuais, contemplada na participação do aluno e professor-tutor, através do conteúdo exposto e trabalhado, nas pode-se ser realizado em tempo real (conectados ao mesmo tempo) e não real (em tempos distintos). E, o social diante das experiências concretas pessoal, numa ação intensiva ao enviar e/ou receber mensagens e/ou informações, com feedbacks mútuos discutindo os conteúdos, esclarecendo dúvidas, negociando ações, realizando orientações.

A interatividade pode permitir: experimentação, participação, intervenção, etc., as quais se direcionam à: ação, reação, integração, etc. isto é, em muitos sentidos, ao que Silva (2006) aponta como sendo uma ação multisensorial. Logo, a interatividade pode vir ou carregada de ações, sentimentos e atitudes humanas positivas, de afetividade e atenção, que proporcionam um clima favorável para maior envolvimento pessoal, propícios para a construção do conhecimento. A relação ativa, através manuseando-o através da leitura, do dialogo, do debate, intervenções permite que seja construído-desconstruído-reconstruído (PIAGET, 1983) o conhecimento, até que se consolide e faça parte de seu discurso teórico e prático. Todavia, também, pode surgir atitudes negativas que afastam a relação humana e dificulta o processo de aprendizagem. Inclusive, nem todos os cursos se efetivam com intensidade numa preocupação direta com a construção do conhecimento do aluno, e dão ênfase à interatividade, com o fim em si mesmo. Diante destas realidades, como se efetivou o discurso da interatividade no Curso de Licenciatura de Física da Universidade Federal Rural de Pernambuco, na modalidade a distância, no processo metodológico, na disciplina Didática do Ensino Fundamental e Médio, oferecida em outubro e novembro de 2009? 3 Resultados O discurso da interatividade vivenciado na disciplina Metodologia para Elaboração de Projetos, oferecido pelo SENAC, direcionou para a construção e reconstrução do conhecimento dos alunos, conforme apresenta Piaget (1983). A referida disciplina, dividida em três momentos: teoria, prática e apresentação. Estes programados para dois meses e meio, estendidos para três, considerando flexibilidade para as apresentações dos trabalhos. A teoria trabalhou-se os conteúdos: projeto; projeto de pesquisa; projeto de ação; analise de projetos. A prática exigiu-e a elaboração de um projeto de ação (a turma fora dividida para três tutores, considerando as áreas específicas dos projetos dos alunos, tais como: humanas; saúde; exatas). Na prática, os contatos foram mais intensos e

individualizados. E, as apresentações, cada aluno defendeu seu projeto, diante de uma banca avaliativa. A metodologia disponibilizada na disciplina propiciou a participação e intervenção, instigadas pela comunicação do: discurso, diálogo, emissão e recepção de mensagens. Estes, para: discutir o conteúdo trabalhado, responder dúvidas sobre as atividades propostas, orientar as atividades para que estas sejam realizadas e refeitas, uma relação de permutabilidade conforme Machado (apud, SILVA, 2006). Podemos afirmar que a interatividade vivenciada nesta disciplina, se efetivou numa comunicação mútua intensiva, de forma bidirecional conforme Machado (apud, SILVA, 2006), numa relação humana e técnica. A técnica considerando-se a atuação na interface da plataforma virtual moodle e dos conteúdos trabalhados de modo síncronos e assíncronos. Na plataforma, através dos recursos: chat, fórum, textos, mensagens, e e- mails, e conteúdos, disponibilizado pelo próprio SENAC. E, a humana, realizada virtual e presencialmente, em inúmeros contatos entre alunos e tutora-professora; alunos entre si. O contato virtual dos alunos com a tutora-professora se consubstanciou, diariamente, pela plataforma do curso e e-mails, de modo individual e coletivo e, visou acompanhar cada aluno no processo de construção do conhecimento e atividades práticas ( préprojeto e projeto de ação ). O contato coletivo, ao mandar mensagens: alertando as datas dos módulos de trabalho (inicial e final); ao sugerir atividades e fontes de pesquisas; ao comunicar congressos, concursos, etc. O contato individual, orientando cada aluno: nos trabalhos; diante de dificuldades específicas; na confecção do préprojeto e projeto de ação; na elaboração dos slides para apresentar o projeto. O presencial, no momento da defesa do projeto, no próprio SENAC, no trabalho de Conclusão de Curso (TCC). 4 Os alunos, no curso, tinham obrigação de acessar o ambiente, estudar os textos propostos e produzir conteúdos, registrar seus posicionamentos nos fóruns semanais e ressaltar os pontos chaves dos textos trabalhados; atuar nos chats debatendo os pontos polêmicos e difíceis de compreensão; e, elaborar o pré-projeto e, por fim o projeto.

A interatividade da tutora-professora na referida disciplina ocorreu não só com os alunos, mas também em contatos constantes, com a coordenação pedagógica e outros tutores-professores. Com a coordenação pedagógica, síncrona e assíncrona, presencial e a distância, para receber orientações; apresentar relatórios; informar o andamento dos projetos dos alunos. E, com os demais tutores, a fim de planejar o acompanhamento do TCC, visando dar coesão aos trabalhos. Conclusões A interatividade na disciplina Metodologia para Elaboração de Projetos, oferecida pelo SENAC, teve como foco os alunos, visando trabalhar o conteúdo programático, oferecer subsídios na elaboração do TCC, apoiar emocionalmente nestes momentos finais. Nesta perspectiva, procuramos proporcionar respostas reflexivas e fundamentadas, com um feedback que não ultrapasse 30 horas, com o propósito de estimular e ajudar o aluno, evitar más interpretações, e para promover um nível satisfatório de participação e apoio individualizado ao aluno. Este processo de interatividade se consubstanciou num nível de profundidade e de modo formal e informal. A formal ao trabalhar o conteúdo de ensino e na elaboração de trabalhos, e a informal no compartilhar diversos assuntos, inclusive pessoais, num nível de negociação flexível, nas possibilidades dos alunos, para realização dos trabalhos. 5 Podemos ver uma quebra de paradigmas da relação educacional tradicional, ao direcionar o contexto de ensino da modalidade a distância, diante do processo metodológico respaldado pela interatividade, ao considerar as múltiplas ações dos alunos, dos tutores-professores virtuais, e da coordenação pedagógica. Reconhecemos que a interatividade, neste curso, pode ser analisada como foi rica de comunicação, durante o tempo de duração da disciplina e após a mesma, e num processo profícuo e mútuo não só com os alunos, mas, com os demais agentes pedagógicos. Portanto, a dinâmica da interatividade neste curso do SENAC, teve um grande foco comunicativo, de debates dos conteúdos, esclarecimentos, trocas de informações,

compartilhamentos de problemas pessoais, etc.; num nível humano e humanizador, individualizado e coletivo, na forma subjetiva e prática, visando subsidiar a construção do conhecimento do alunos. Referências BRASIL. Referenciais de Qualidade para Cursos a Distância. (2003) Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância. Brasília, DF, Agosto de 2003. 31 f. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=content&task=view&id=62&itemid=1 91>. Acesso em: 10 nov. 2006. LEMOS, André. (2000) Anjos Interativos e retribalização do mundo: Sobre Interatividade e Interfaces Digitais. Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/lemos/interativo. pdf>. Acesso em: 03 dez. 2006. MACHADO, Arlindo (1997). Alcance e Limites da Cultura da Interatividade. Salvador. UFBA Disponível em: <http://www.interactividades.pt/ictm/am.html.>. Acesso em: 03 dez. 2006. 6 MORAES, Maira de. (s/d) Produtos Interativos para Consumidores Multimídia: Discutindo a Interatividade na Era dos Bits. 1998. Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/pretextos/maira.html>. Acesso em: 13 jan. 2007. PIAGET, J. (1983) Para onde vai a Educação? Rio de Janeiro: José Olympio. PRIMO, Alex Fernando Teixeira (1998). Interação Mútua e Interação reativa: uma proposta de estudo. 1998. GT de Teoria da Comunicação para apresentação do XXI Congresso da Intercom - Recife, 9 a 12 de setembro de 1998. Disponível em: < http://usr.psico.ufrgs.br/~aprimo/pb/intera.htm.>. Acesso em: 10 jan. 2007. SILVA, Marco (2006). Sala de Aula Interativa. 4. Ed. Rio de Janeiro: Quartet.