O Ensino de Geografia: alfabetização cartográfica Professor Amarildo Gomes Pereira Leitura cartográfica Atividade: Reconhecendo trajeto de casa á escola EMEF Profª Claudete da Silva Vecchi Professora: Sandra de A. S. Moura von Glehn Turma: 5º ano D
Plano de aula Objetivos: - Compreender a dinâmica dos espaços urbanos e seu significado para a vida cotidiana partindo da observação de paisagens do bairro da escola; - Representar o espaço em forma de desenho; - Reconhecer os referenciais espaciais de localização. Conteúdos: - Paisagens urbanas; - Localização espacial; -Relação com o lugar em que vive Material: - Papel sulfite, cartolina, lápis, lápis de cor, régua, canetinhas hidrográficas. Anos: 5º ano Avaliação: Analisar a socialização das observações dos alunos; comparando os elementos apontados na observação inicial e os apontados após a produção do mapa (trajeto); discussões em sala de aula.
Desenvolvimento do trabalho 1ª etapa: Conversei com os alunos sobre as coisas que podem ser vistas nas proximidades da escola. Perguntei se moravam perto da escola; se já haviam observado as construções em torno da casa deles e do caminho até a escola e que eu gostaria que a turma se atentasse para a próxima aula analisasse como era o caminho de casa até a escola. Solicitei aos alunos que observassem a paisagem do bairro da escola, nos caminhos que percorrerem, procurando identificar aspectos relevantes do local. Eles poderiam citar o que notassem nas características das ruas, praças, parques, pontos de comércio, serviços, indústria e moradias. Pedi que eles, no caminho de casa para a escola, também registrassem: O que eles viam; as placas de sinalização; se existiam mais casas ou prédios, igrejas, escolas, obras, e também, se havia campos e vegetação, enfim, a paisagem geral. 2ª etapa: Na aula seguinte, trouxe como exemplo, desenhos feitos por crianças da mesma faixa etária, representando trajetos. Também levei fotos de paisagens locais e fizemos uma análise dos elementos que compunham determinados espaços dentro da cidade. Pedi para que os alunos, individualmente,desenhassem então, o caminho de casa até a escola com o máximo de referências possível, conforme o que eles haviam observado. Inicialmente surgiram muitas dúvidas de como iriam começar, por onde, se tinha que ser grande ou pequeno o desenho, enfim, ficaram ansiosos e tinham pouca noção do tipo de trabalho a ser desenvolvido.
Orientei-os a rascunharem primeiro numa folha sulfite como eles se lembravam do trajeto que percorriam todos os dias e que fizessem isso do jeito que achassem melhor. 3ª etapa: Na aula seguinte, os alunos foram reproduzir o desenho do trajeto em tamanho maior, o que fez com que eu abordasse o conteúdo escalas. Achei pertinente entenderem, que além de estarmos representando em nossos desenhos medidas originalmente maiores, iríamos agora, ampliar as medidas dos rascunhos, ou seja, fazer o inverso. Vale lembrar que não fizemos nenhum desenho em escala, pois não era esse o foco da atividade, no entanto, houve a noção do conceito durante a atividade. Durante esta etapa, muitas dúvidas surgiram, como por exemplo: -como representar as casas, na vertical ou só os telhados; -como fazer quando as ruas se cruzavam; -teria que ter a calçada?carros? Enfim, surgiam as dúvidas, surgia o exercício á aprendizagem. Comentamos sobre a importância de saber observar as paisagens e o que ela pode revelar. Expliquei sobre os elementos que compõem o espaço urbano, destacando os processos de expansão e modificação da paisagem local com o decorrer do tempo. Conversamos sobre a dinâmica da cidade e seus setores de atividades, destacando que o modo como os espaços são construídos está relacionado com as demandas da vida no bairro e também a requisitos da cidade. Por fim, confeccionaram seus desenhos nas cartolinas, com lápis preto, coloriram e, alguns contornaram com canetinha hidrográfica. Achei bem interessante que a maioria usou a régua para traçar as ruas e dividir as quadras.
Seguem algumas fotos da elaboração dos trajetos das crianças. 1- Aluna de recurso que fez seu rascunho para posteriormente reproduzir na cartolina. 2 Rascunho de mais um aluno.
3- Outro rascunho 4 Percebendo as diferenças de medidas
5- Chegando ao produto final
Eles iam desenhando, observando as fotos e os desenhos de mapas que eu havia trazido anteriormente. Alguns colocaram os nomes das ruas, do bairro e dos estabelecimentos que lembravam. Outros se atentavam mais ao desenho em si. Percebi que alguns alunos simplesmente representaram a quadra em que moravam somente e não tiveram a visão do todo, ou seja, do trajeto em si.
Depoimentos dos alunos: Finalizada a atividade, solicitei aos alunos que fizessem no caderno, uma avaliação da atividade pontuando o que eles aprenderam e o que mais tiveram dificuldade na execução da atividade. Respostas encontradas: - Às vezes lembramos o que vimos, mas não sabemos desenhar. - No começo achei que seria mais difícil,mas depois que fiz o rascunho, foi mais fácil. - Foi bom este trabalho porque eu consegui pensar num caminho mais fácil para vir á escola. - Descobri como se representa um cruzamento. - Eu não gostei de desenhar, mas eu gostei de ver esse mapa pronto porque é gostoso perceber que entendo o que vejo. - Ver um trajeto pronto é como ler o caminho. - Gostei mais de desenhar os sinais, as placas,as faixas de pedestres. - Achei difícil, mas sei que é importante. - Representar a paisagem é complicado, principalmente os tamanhos das coisas. - O caminho que faço todos os dias tem um guia para quem não sabe onde fica minha casa. - È desse jeito que fizeram o mapa de Bauru? Do Brasil? Do mundo?.
Considerações do professor A atividade desenvolvida focando a representação e leitura cartográfica colaborou para que refletíssemos sobre as paisagens do bairro revelando um modo de ser de determinada região através das unidades residenciais de diferentes modelos arquitetônicos, espaços públicos de lazer, de saúde, casas de comércio e serviços (padarias, supermercados, lan-houses). Debatemos sobre a experiência de conhecer o próprio bairro, comparando os elementos apontados na observação inicial e os apontados após a produção do mapa. Meus alunos foram pensando, trocando informações entre eles sobre a paisagem, lugares próximos da escola, enfim, foram socializando suas dúvidas e informações. Apesar de a atividade ter sido individual, houve essa interação, pois muitos moram próximos uns dos outros, percorrem o mesmo caminho ou pelo menos, conhecem seu bairro, sua região. Achei interessante como os alunos conversaram entre si e como alguns, que disseram ser difícil, representaram seus desenhos. Creio que ao finalizar esta atividade, as crianças serão mais observadoras, atentas a detalhes e terão outro olhar do espaço em que estão inseridas.