A IMPORTÂNCIA DA PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE (PAS) COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO



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Transcrição:

JOSÉ CARLOS OLIVEIRA A IMPORTÂNCIA DA PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE (PAS) COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO SENAC BELO HORIZONTE 2012 JOSÉ CARLOS OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE (PAS) COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO Projeto de intervenção apresentado a Faculdade do SENAC, como requisito obrigatório para obtenção do título de Especialista em Gestão Microrregional de Saúde. ORIENTADOR: João Paulo Aché de Freitas Filho SENAC BELO HORIZONTE 2012 JOSÉ CARLOS OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE (PAS) COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Gestão Microrregional da Saúde SENAC MG, defendido e aprovado em de de 2012 pela seguinte banca examinadora: PRESIDENTE ORIENTADOR EXAMINADOR

RESUMO A importância social e econômica do setor de saúde pública no Brasil traz responsabilidades aos gestores, e manter um planejamento na gestão é um instrumento fundamental para a validação de qualquer processo de gestão. Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), muitos gestores têm despendido esforços para a discussão do planejamento, enquanto componente fundamental da gestão, e feito tentativas para institucionalizá-lo. No entanto, mesmo com os avanços, ainda existem aspectos que se colocam de forma prioritária e que constituem desafios para a institucionalização do planejamento no SUS. Nesse sentido, este estudo procura descrever sobre a Programação Anual de Saúde (PAS) e como esse planejamento é importante para a Saúde Pública, com o auxílio de documentos legais e materiais técnicos publicados pelo Ministério da Saúde. Este trabalho tem como intuito mostrar a importância do PAS, e como esse instrumento pode ajudar numa melhor gestão da Saúde Pública. O objetivo desse estudo é mostrar como o PAS pode auxiliar num planejamento eficaz para o município, em especial a Microrregião de Pouso Alegre MG, e como esse planejamento precisa ser levado em consideração pelos gestores. O presente trabalho diz respeito a um Projeto de Intervenção, o qual obedece a etapas como Discussão de Propostas, Treinamento, Implantação, Monitoramento e Avaliação de Resultados, com intuito de colocar em prática o tema proposto nesse projeto.

ABSTRACT The social and economic importance of the public health sector in Brazil brings responsibilities to managers, and maintain a management plan is an essential tool for the validation of any management process. Since the creation of the Unified Health System (SUS), many managers have made efforts to discuss the planning, management as a key component, and made attempts to institutionalize it. However, even with the advances, there are still issues that arise as a priority and that pose challenges to the institutionalization of planning in the SUS. Accordingly, this study describes about the Annual Health Program (SBP) and how this planning is important for health, with the assistance of legal documents and technical materials published by the Ministry of Health. This work has the intention to show the importance of PAS, and how this tool can help in better management of Public Health. The aim of this study is to show how PAS can help in effective planning for the city, especially Microregion Pouso Alegre - MG, and how this planning needs to be taken into consideration by managers. The present work concerns an Intervention Project, which follows the steps to talk for Proposals, Training, Implementation, Monitoring and Evaluation Results, with a view to putting into practice the theme proposed in this project.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 2 JUSTIFICATIVA... 3 OBJETIVOS... 3.1 Objetivo Geral... 3.2 Objetivos Específicos... 4 METODOLOGIA... 5 A GESTÃO NA SAÚDE PÚBLICA... 6 PLANEJAMENTO NO SUS... 6.1 O planejamento nos dias atuais... 7 PAS PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE... 8 PÚBLICO ALVO... 9 PLANO DE AÇÃO... 10 CRONOGRAMA... 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS... REFERÊNCIAS... 07 10 12 12 12 13 14 16 17 18 21 21 19 23 25

7 1 INTRODUÇÃO O tema proposto nesse estudo não pode ser tratado sem apresentar um argumento que justifique a importância do planejamento para os governos e para as organizações. E como cita Matus (1996) com um pensamento que resume sua relevância: "negar o planejamento é negar a possibilidade de escolher o futuro, é aceitá-lo seja ele qual for". Sob essa ótica, o planejamento assume um papel vital para o direcionamento de ações, com intuito de atingir um resultado escolhido e programado previamente. Por isso, pode-se dizer que o planejamento não se resume apenas a um conjunto de intenções ou à tomada de decisão em si, mas está ligado também a formalização de procedimento para a obtenção de resultado articulado, onde as decisões possam estar integradas umas às outras (MINTZBERG, 2004). Segundo Maximiano (2004) qualquer que seja o tipo de organização, ela adquiri recursos para produzir bens, ou seja, produtos ou serviços, com o objetivo de resolver problemas de seus clientes e dos próprios gestores. Sendo assim, para definir o desempenho das organizações, são usadas palavras, como eficácia e eficiência, onde a primeira é utilizada para indicar se a organização cumpre seus objetivos e a segunda indica se os recursos estão sendo utilizados de forma produtiva. Esse cenário não é diferente no setor público, em especial o setor da saúde, que também necessita de planejamento e cumprimentos de objetivos e metas. No contexto da saúde pública, sem a realização de um planejamento, as atividades acabam sendo executadas por inércia. Os serviços de saúde funcionam de forma desarticulada, onde muitos são orientados pela noção de qual seja seu papel e esta noção é produzida de acordo com a visão de mundo de cada gestor e colaborador, e também sob um entendimento particular sobre as diretrizes estabelecidas pela política setorial de cada Estado. Por isso, acaba sendo tratada de forma subjetiva, fragmentada e desordenada, como resultado de muitas visões e operações. No momento em que não há uma visão clara de onde se deseja chegar, cada indivíduo acaba conduzindo e realizando atividade com uma visão individual. Diante

8 de tantos caminhos e direções diversas, os avanços acabem se neutralizando pelos retrocessos de outros, sendo que, dificilmente percebe-se ganhos de qualidade, onde os recursos acabam sendo utilizados de forma menos eficiente. Nesse caso, a eficiência é muito importante, pois utiliza recursos disponíveis do melhor modo possível, evitando desperdícios, e buscando alcançar os melhores resultados possíveis através das ações pré-estabelecidas (FERREIRA, 2001). Com isso, é possível perceber que para considerar uma organização eficiente e eficaz requer um trabalho árduo e eficiente, onde o primeiro passo para atingir um bom resultado é o planejamento, ou seja, administrar o futuro de uma organização, onde envolve a escolha de decisões para atingir determinados objetivos ou resultados, com a chance de avaliar as alternativas existentes para selecionar um curso específico de ação (MAXIMIANO, 2004). Quando se analisa o planejamento no Sistema Único de Saúde, é possível perceber que existem iniciativas para ordená-lo e integrá-lo, a fim de consolidar o sistema no aspecto da unicidade, na busca pela a operação e integração das decisões, entre os gestores em suas esferas de governo, mas, infelizmente ainda encontram-se obstáculos que impedem esta unicidade e integração. O SUS já alcançou um progresso importante desde o seu surgimento na Constituição Federal da República de 1988, mas ainda existem muitas dificuldades e desafios no desenvolvimento desse sistema. Assim, para dar continuidade a esta evolução e enfrentar a crise é fundamental que haja um esforço planejado na execução dos serviços de saúde pública no Brasil. Mas vale lembrar, que há algumas décadas, a economia instável apagou da cultura brasileira o hábito de planejar, o que não deveria ter sido esquecido, em especial, pelos profissionais da saúde. Partindo dessa realidade, que também afetou o SUS, foram criadas algumas leis que tornaram a criação de planos e relatórios de gestão obrigatórios, que incluía esferas de gestão federal, municipal e estadual (BRASIL, 1990). Para auxiliar nesse processo de planejamento, os municípios e estados são apoiados pelo Ministério da Saúde (MS) a integrar-se ao Sistema de Planejamento do SUS, o PlanejaSUS, que é definido como uma atuação contínua, articulada, integrada e solidária das áreas de planejamento das três esferas de gestão do SUS. Entre as propostas deste sistema está o apoio na construção de três instrumentos

9 principais de planejamento: o Plano de Saúde (PS), a Programação Anual de Saúde (PAS) e o Relatório Anual de Gestão (RAG) (BRASIL, 2009a). No presente estudo, será realizada a pesquisa sobre a PAS, que é um planejamento das atividades dos gestores de saúde. Mas é preciso deixar claro que somente a elaboração desses documentos não consiste em um fator de mudança, pois é necessário realizar no final de cada período uma comparação entre o que foi planejado e o que foi executado ao longo desse período. O uso desse tipo de instrumentos de gestão permite que a organização aprenda com seus erros, aprimorando seus processos de planejamento continuamente.

10 2 JUSTIFICATIVA Um estudo pode ser justificado através de aspectos que explicitem a contribuição do mesmo em três principais critérios: originalidade, importância e viabilidade, onde esses três critérios devem ser satisfeitos simultaneamente. A originalidade de um tema, ou de uma pesquisa, advém de sua singularidade. O presente tema é singular no contexto apresentado, uma vez que envolve também um levantamento bibliográfico sobre a PAS, com ênfase na Microrregião de Pouso Alegre-MG, onde não há conhecimento de pesquisas semelhantes nesse dado contexto. É um tema de suma importância, pois está ligado a uma questão crucial que afeta um segmento substancial da sociedade, e tem ligação com uma questão teórica que merece atenção na literatura especializada. Vale salientar que o critério que julga esse tema importante, até certo ponto é subjetivo, estando diretamente associado aos valores daqueles que o julgam. O estudo bibliográfico é importante para o acadêmico que o realiza, pois o mesmo desenvolve e aprofunda seus conhecimentos no contexto estudado, e nesse caso o planejamento em saúde pública, envolvendo a criação e elaboração desse relatório exigido por lei, ou seja, onde o Estado e Municípios podem auxiliar na melhoria desse processo de controle do planejamento das secretarias de saúde. No caso da viabilidade desse estudo, ela pode ser confirmada ao se especificar questões como o papel do gestor e a importância da PAS, trazendo responsabilidade para o município, em cumprir uma lei e trazer resultados eficazes para a saúde pública e para todos que dela dependem. Por isso, a escolha desse tema, foi de suma importância, pois pode ser considerado um tema que pode trazer a tona um problema que pode ser resolvido de forma eficaz, assim como levar a uma conclusão cientificamente válida, utilizando-se dos recursos informativos, financeiros e temporais já disponíveis e, também, fazendo-se uso das competências existentes e outras que precisam ser adquiridas. Existem muitos outros propósitos numa pesquisa como esta, que validam esse estudo, como a consolidação de conhecimentos desenvolvidos na área de

11 planejamento em saúde pública, assim como a possibilidade de trazer novos conhecimentos, bem como a importância pessoal do tema para o mesmo, pela importância para a área na qual atua.

12 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Propor, a partir de revisão bibliográfica sobre a PAS, as possíveis medidas que podem ser implantadas na microrregião de Pouso Alegre MG, para o auxílio no planejamento da saúde pública. 3.2 Objetivos Específicos Pesquisar sobre o papel do gestor em saúde pública; Identificar a importância da PAS na gestão pública da saúde; Levantamento sobre o que é a PAS e como é implantado; Propor aos gestores dos municípios da microrregião de Pouso Alegre MG estratégias de implantação da PAS. Avaliar se a PAS foi corretamente implantada.

13 4 METODOLOGIA O projeto em questão será apresentado aos profissionais e gestores da saúde pública, que possa ser discutido e colocado em prática pela Microrregião de Pouso Alegre-MG. A sua implantação ocorrera no período de Abril de 2012 a Fevereiro de 2013 se dará da seguinte maneira: Mobilização dos gestores e equipes responsáveis pela área da saúde da Microrregião de Pouso Alegre- MG, chamando a atenção para a importância do PAS para o município, voltado às melhorias na saúde pública do município; Promover reunião com gestores e sua equipe de trabalho, apresentando a importância de se promover a PAS, e o que pode trazer benefícios para o município; Treinamento de profissionais ligados aos planejamentos da saúde pública, e a realização de oficinas, assim como o levantamento de necessidades da Microrregião de Pouso Alegre-MG, com base em dados do DATASUS; Incentivar a formação de uma equipe que seja especializada e esteja inteirada de todos os recursos e objetivos da PAS, voltados para as necessidades dos usuários da Microrregião de Pouso Alegre-MG, dando ênfase à importância do cumprimento de todos os itens que compõe a PAS.

14 5 A GESTÃO NA SAÚDE PÚBLICA A gestão é um tema antigo, quase tão antigo quanto a Saúde Pública, que sempre recorreu a várias especialidades e campos de conhecimento, como a medicina, microbiologia, zoologia, geologia, entre outras ciências, até mesmo no intuito de dar explicações para o processo saúde e doença. Dessa junção, surgiu a administração sanitária e também a epidemiologia. No entanto, foi nos primórdios da Saúde Pública que ocorreu a constituição de um campo de conhecimentos, que foi denominado administração sanitária e de práticas em saúde, que buscava práticas consideradas eficazes para debelar os problemas coletivos em saúde (GUALEJAC, 2007). Em seus primórdios, a administração sanitária, importou muitos conceitos e modos de operar do campo militar. Com o exemplo da gestão de conflitos armados e de guerras, a Saúde Pública importou a ideia de considerar a doença, os germes e as condições ambientais insalubres como inimigos que precisavam ser erradicados e controlados. Surgiu então o planejamento estratégico e tático e programas sanitários (GUALEJAC, 2007). Em suma, a gestão em saúde nada mais é que um desdobramento contemporâneo dessa tradição, sendo que, em meados do século XX houve uma ampliação do objeto e do campo de intervenção nessa área da saúde. Na mesma época, em alguns países como a Grã-Bretanha, Suécia e União Soviética e, mais tarde, em inúmeras outras nações da Europa, América e Oceania, foram construídos os Sistemas Nacionais e Públicos de Saúde, com cultura sanitária voltada para a organização de serviços e programas de saúde, abrindo espaço para uma nova realidade (GUALEJAC, 2007). O Estado passou então a ser responsabilizado pelo financiamento e gestão de uma rede de serviços constituída segundo o conceito de integração sanitária. Essa rede pública não executaria apenas ações de caráter preventivo e de relevância coletiva, mas assumiria também a atenção clínica, com uma assistência

15 individual em hospitais e outros serviços. A partir daí, foi concebido o conceito de hierarquização e regionalização dos serviços, inventando-se a modalidade de rede denominada de atenção primária (GUALEJAC, 2007). Sendo assim, os conhecimentos sobre a administração sanitária já estavam ultrapassados e se mostravam claramente insuficiente para dar conta da complexidade dessa nova política pública. Em função disso, em vários países, ao longo do século XX, ocorreu um esforço de investigação voltado para o desenvolvimento de novos arranjos organizacionais e novos modelos de gestão e atenção à saúde (GUALEJAC, 2007). Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS) passaram a estimular a produção de conhecimentos nessa área, assim como a difusão de experiências e tecnologias sobre organização, planejamento e gestão dos serviços de saúde. Nesse período novos estudos foram propostos, voltados para o desenvolvimento de estudos sobre sistemas locais de saúde, modelos de atenção, gestão de pessoal, atenção primária, planejamento e programação em saúde (GUALEJAC, 2007).

16 6 PLANEJAMENTO NO SUS Como já foi citada, a criação do SUS resultou do movimento de reforma sanitária, que desde o começo reivindicava que o Estado assumisse maiores compromissos com a saúde, o que acabou constituindo um avanço para o setor no país, pois foi reconhecimento que o acesso aos serviços e ações deveria ocorrer de forma universal e igualitária, numa rede hierarquizada (BRASIL, 2007). Promulgada a Constituição Federal que prevê este direito, percebeu-se um desequilíbrio entre a oferta de serviços e a demanda, pois não ocorreu de forma antecipada uma preparação da administração pública para assumir essas novas responsabilidades. A oferta ainda estava limitada à rede assistencial existente até então, preparada apenas para atendimento de um público restrito e norteada somente pelo viés curativo, em que se privilegiavam, exclusivamente, os serviços de atenção hospitalar (BRASIL, 2007). Ocorreu o mesmo com a demanda, que de um dia para outro, ampliou-se para o conjunto de toda a população residente no território nacional. Infelizmente, o direito previsto em lei ficou restrito, tornando-se quase impossível, diante da impossibilidade de garanti-lo, pois apresentava restrições administrativas e orçamentárias (BRASIL, 2007). A Constituição Federal de 1988 estabeleceu ainda instrumentos de planejamento da gestão, aos quais deveriam se submeter todos os órgãos da administração pública, na busca de processos programados que pudessem estabelecer os recursos financeiros necessários à execução das atividades em cada setor (despesas e investimentos), em consonância com a receita arrecadada, em cada ente federado (BRASIL, 2007). Sendo assim, para a maioria dos municípios brasileiros, os gestores precisam estar cientes que uma boa elaboração de planos e a programação a assistência à saúde são bases para sua autonomia político-administrativa. Todo esse cenário revela a complexidade de efetivação do planejamento em saúde, inserido num sistema universal como o SUS (VIEIRA, 2009).

17 6.1 O planejamento nos dias atuais Recentemente, o Ministério da Saúde realizou uma revisão em todos os instrumentos de gestão do SUS e criou o Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS), por meio da Portaria GM nº 3.332, promulgada em 28 de dezembro de 2006. Esta revisão das diretrizes do planejamento foi muito importante, pois ocorreu num momento em que reformas institucionais foram implementadas, por meio do Pacto pela Saúde, o que redefiniu também as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da população e da busca de uma equidade social (BRASIL, 2006a). O PlanejaSUS tem como objetivos: a) pactuar as diretrizes gerais para o processo de planejamento no âmbito do SUS; b) formular metodologias unificadas e modelos de instrumentos básicos do processo de planejamento; c) implementar e difundir a cultura de planejamento que integre e qualifique as ações do SUS entre as três esferas de governo e subsidie a tomada de decisão por parte de seus gestores; d) promover a integração do processo de planejamento e orçamento no âmbito do SUS; e) monitorar e avaliar o processo de planejamento, das ações implementadas e dos resultados alcançados (BRASIL, 2006b). Diante disso, os instrumentos básicos do PlanejaSUS, definidos a partir desta perspectiva são: a) Plano de Saúde (OS); b) Programação Anual de Saúde (PAS); c) Relatório Anual de Gestão (RAG). No caso do PAS, ele é um instrumento que operacionaliza as intenções do PS e o RAG, que apresenta os resultados alcançados com a execução da PAS (BRASIL, 2006b).

18 7 PAS PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE A PAS - Programação Anual de Saúde pode ser definida como um instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde, a cada ano de sua vigência. É um instrumento que apresenta o detalhamento das ações, indicadores e metas anuais a serem atingidas, responsáveis e eventuais parcerias, bem como a previsão de recursos financeiros que podem ser disponibilizados no ano, para a execução das proposições do Plano de Saúde. Sua elaboração tem como base legal as normas do Ministério da Saúde, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA do respectivo exercício (BRASIL, 2010). Além de tudo isso, a PAS é instrumento que serve como referência para a construção do RAG (Relatório Anual de Gestão), delimitando o seu objeto. PAS e RAG representam, assim, recortes anuais do Plano de Saúde, sendo que o primeiro apresenta um caráter propositivo e o segundo um caráter analítico/indicativo (BRASIL, 2010). A PAS possui objetivos como: A integração do processo geral de planejamento das três esferas de governo de forma ascendente; A consolidação do papel do gestor na coordenação da política de saúde; A viabilização da regulação, o controle e a avaliação do sistema de saúde; Definição da macro-alocação dos recursos do SUS para o financiamento do sistema e para a contribuição do desenvolvimento de processos e métodos de avaliação de resultados e controle das ações e serviços de saúde. A metodologia escolhida para a disponibilização das informações constantes neste documento tem como base as diretrizes do PlanejaSUS, que também tem referência no Conselho de Saúde Estadual. Sua estrutura deve conter os seguintes itens: Identificação da esfera de gestão correspondente; Ato do conselho de saúde respectivo que aprovou o Plano de Saúde; Os objetivos, as diretrizes e as metas do Plano de Saúde;

19 As ações e as metas que, no ano correspondente, deverão ser desenvolvidas para o alcance dos objetivos e das metas plurianuais que fazem parte do Plano de Saúde; Os recursos orçamentários previstos para esse fim, especificando sua origem (orçamento próprio, fundos de saúde, convênios etc.), sobretudo para os estados e os municípios; A área responsável pelas ações e/ou metas; As parcerias estabelecidas ou a serem buscadas (BRASIL, 2009b). Sua publicação também propõe que esse seja apresentado em formato de quadro, da forma indicada a seguir. O quadro deve conter, para cada uma das metas estabelecidas, as seguintes especificações (BRASIL, 2010): Ano: Identificação (esfera de gestão correspondente); Ato ou reunião do conselho de saúde respectivo que aprovou o Plano de Saúde Objetivo do Plano de Saúde; Diretrizes (do Plano de Saúde para o alcance do objetivo); Metas (relativas ao Plano de Saúde). AÇÕES ANUAIS METAS ANUAIS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS (R$1,00) ORIGEM DOS RECURSOS ÁREA RESPONSÁVEL PARCERIAS Quadro 1 Ações anuais (BRASIL, 2010). A elaboração da PAS é realizada por uma equipe de planejamento, sendo uma equipe de cada município e do estado, que deverá coordenar o processo, que é formulada nas distintas áreas técnicas, tendo por base as suas respectivas programações ou, na ausência destas, as necessidades próprias de cada uma. Enfim, essas programações específicas e/ou pactos são, assim, dados necessários para a Programação Anual de Saúde (BRASIL, 2009b).

20 Ainda de acordo com a Portaria GM/MS nº 2.751 de 11 de novembro de 2009, é disposto sobre a integração dos prazos e processos de formulação dos instrumentos do Sistema de Planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e Pacto pela Saúde, em seu anexo, onde é informado que a periodicidade da PAS é anual com a elaboração durante o ano, para execução no ano interior (BRASIL, 2009b). Segundo Vieira (2009) desde a criação do SUS, houve preocupação com a discussão do planejamento e tentativas de fazer entender como e um importante como componente de gestão. A definição desses tipos de instrumentos tais como os Planos de Saúde e as Programações Anuais de Saúde, obtidos por meio de planejamento e inspirados em abordagem teórico-metodológica do planejamento em saúde, vem para revelar o cuidado que se deu a esta questão. Enfim, mesmo com tantos avanços, existem muitos aspectos que se colocam de forma prioritária e ainda constituem desafios para a efetivação do planejamento em saúde, enquanto elemento da gestão no SUS. A superação dos obstáculos e a institucionalização do planejamento é um deles e se constitui como tema primordial para a consonância entre as ações de saúde nas três esferas de governo, alocando maior eficiência na busca por recursos para a saúde como um todo (VIEIRA, 2009).

21 8 PÚBLICO ALVO Gestores e equipe responsável pelo planejamento da saúde pública, em questão a PAS. 9 PLANO DE AÇÃO Mobilização dos gestores e equipes responsáveis pela área da saúde da Microrregião de Pouso Alegre-MG, chamando a atenção para a importância do PAS para o município, voltado à melhorias na saúde pública do município; Promover reunião com gestores e sua equipe de trabalho, apresentando a importância de se promover a PAS, e o que pode trazer benefícios para o município; Providenciar oficinas e cursos de aperfeiçoamento voltados para as propostas citadas nesse plano de ação; Incentivar a formação de uma equipe que seja especializada e esteja inteirada de todos os recursos e objetivos da PAS, voltados para as necessidades dos usuários da Microrregião de Pouso Alegre-MG, dando ênfase à importância do cumprimento de todos os itens que compõe a PAS.

22 10 CRONOGRAMA Cronograma de Execução Período: Abr/2012 a Fev2013 Mês Ação 04 05 06 07 08 09 09 10 11 12 01 02 01 Reunião com os gestores e equipe para a discussão de propostas voltadas para a elaboração da PAS, assim como a apresentação da proposta presente nesse estudo. Mostrar os benefícios para a implantação desse projeto. X X X X Treinamento de profissionais ligados aos planejamentos da saúde pública, e a realização de oficinas, assim como o levantamento de necessidades da Microrregião de Pouso Alegre-MG, com base em dados do DATASUS. X X X Promover a implantação do projeto proposto e a supervisão dos objetivos presentes no plano de ação. Realizar monitoramento das etapas propostas até o presente momento. X X X X Avaliação geral do Projeto de Intervenção e apresentação dos resultados, e sugerir possíveis melhorias. X X

23 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS O SUS surgiu, e com ele ocorreu uma sensível mudança nos serviços de saúde prestados à população brasileira. Programas como o Pacto pela Saúde, o Controle Social e o Sistema de Planejamento do SUS vêm contribuindo de forma significativa para essa evolução. Mas, infelizmente, ainda não é possível dizer que estão sendo efetivamente cumpridos os princípios doutrinários de Universalidade, Equidade e Integralidade desse sistema, o que pode ser comprovado pela comparação da qualidade na gestão da saúde entre diferentes municípios e estados. Sendo assim, é preciso aprimorar instrumentos de planejamento, tornando-os capazes de monitorar as ações e resultados da gestão na saúde, o que pode ser fundamental para identificar os erros e melhorar o que já vem sendo feito pelos gestores de saúde. Desde muito tempo, a cultura das organizações, como sistema de valores, ações e crenças compartilhadas, requer propósitos viáveis e investimento, principalmente na valorização do potencial humano. No caso da organização de saúde, o seu espaço de formação corresponde tanto ao ponto de partida, que dá suporte a gestão, até às ações administrativas, formando um esquema importante para uma gestão saudável. Por isso, é esperado que uma maior articulação entre meios e fins estabeleçam os limites das ações em saúde pública. Nesse cenário, a gestão pode significar transpor as barreiras das dificuldades e trabalhar com possibilidades de mudança, o que traz a tona um repensar num modelo burocrático pela articulação de planos, programas, projetos e atividades, procurando integrar a missão aos objetivos e esforços, que vão de encontro ao compromisso da melhoria da qualidade. Para que uma organização de saúde avance rumo a uma concepção inovadora, é preciso repensar formas de gestão que produzam sujeitos mais críticos, criativos, comprometidos, participativos e solidários. Sujeitos capazes de humanizar e humanizar-se. É preciso salientar que as decisões mais importantes na organização são as pessoas.

24 No entanto, uma gestão pública pensada dessa forma exige também um perfil mais abrangente do gestor, como profissionais especializados, seja, muitas vezes, em determinados níveis de decisão, como responsabilidade pelo ato de decidir a política a ser implementada, necessitando repensar a sua formação enquanto homens públicos, não neutros, comprometidos com as regras do jogo democrático. Tudo isso só poderá ser realizado través de um instrumental adequado, com a tarefa de administrar com um compromisso frente às regras do jogo democrático, onde a única garantia é ter setores organizados da sociedade pressionando seus representantes, com gestores preparados para enfrentar, com criatividade, os desafios da sociedade brasileira, em especial da saúde pública.

25 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei 8.142. Dispõe sobre a participação da Comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28/12/1990. BRASIL. Portaria GM nº 3.332 de 28 de dezembro de 2006. Aprova orientações gerais relativas aos instrumentos do Sistema de Planejamento do SUS. Diário Oficial da União, 2006a. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Planejamento do SUS. Uma construção coletiva. Organização e funcionamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2006b. BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil: Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/1992 a nº 53/2006. Brasília: Senado Federal/Subsecretaria de Edições Técnicas; 2007. BRASIL. Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde. Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS): uma construção coletiva trajetória e orientações de operacionalização. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.