Súmula 18 STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

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Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 18 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Revisão Criminal: Questões Polêmicas. Habeas Corpus: Conceito, Espécies, Condições da Ação, Questões Polêmicas. - REVISÃO CRIMINAL (cont.) QUESTÕES POLÊMICAS: Cabe revisão criminal da sentença que concede perdão judicial? Apesar dessa sentença apresentar grande carga condenatória, a Súmula 18 do STJ entende que ela possui natureza de decisão declaratória de extinção da punibilidade e, portanto, não cabe revisão criminal. Súmula 18 STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. Cabe revisão criminal na hipótese de abolitio criminis? Em regra, não há necessidade, pois até mesmo o juiz da VEP poderá reconhecer a extinção da punibilidade através de simples petição da parte. Porém, Tourinho traz a seguinte hipótese: a parte peticiona ao juiz da execução, que nega o pedido. Em seguida, a parte ingressa com agravo em execução, que também é denegado. Após o trânsito em julgado dessa decisão caberia revisão criminal. Cabe revisão criminal na hipótese de aplicação de medida de segurança? Para Ada Pellegrini e Paulo Rangel é possível a revisão criminal. Isso porque há o reconhecimento de autoria e materialidade, bem como a aplicação de uma sanção penal. Desta forma, haveria ofensa ao Princípio da Isonomia se não admitíssemos a revisão.

Cabe revisão criminal da decisão que homologa a transação penal? Apenas Paulo Rangel enfrenta o assunto, entendendo que não cabe revisão criminal, pois com a transação penal não há processo e muito menos condenação, sem contar que o ato que a homologa não é tecnicamente uma sentença, pois sentença é aquele ato que extingue a relação processual com análise de mérito, e aqui não há mérito. Segundo o autor, se houver alguma ilegalidade devemos utilizar a ação anulatória do CPC. Quem julga a revisão criminal das condenações dos Juizados? 1) Doutrina (já superada na jurisprudência) A competência para julgamento é do TJ, pois além de não existir nenhum dispositivo dando as Turmas Recursais competência para julgar a revisão criminal, trata-se de uma ação de desconstituição da coisa julgada, que deve ser apreciada pelo tribunal. 2) Jurisprudência Pacífica a competência para julgamento é das Turmas Recursais, que funcionam como 2º grau em sede de Juizado. Obs: Antes das alterações promovidas pela Lei 12.015/09 era comum a condenação por estupro e atentado violento ao pudor em concurso material. Apesar de alguma resistência no TJ/RJ, o STF reconhecia o concurso material. Com a alteração do CP, as duas figuras típicas foram reunidas em um único dispositivo, de forma que todo ato sexual não consentido estará previsto no art. 213 do CP: Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Em razão das alterações, surgiram discussões sobre a possibilidade ou não de reconhecermos concurso de crimes quando, em um único contexto, o agente submeter a vítima a conjunção carnal e a outro ato libidinoso. Existem várias decisões no STJ entendendo que o agente responderá por um único crime, tratandose de um tipo penal misto alternativo.

Desta forma, como ficariam aquelas condenações transitadas em julgado, onde foi reconhecido o concurso material? Apesar da complexidade da situação exigir revisão criminal, no RJ, o juiz da VEP vem promovendo essa alteração de ofício, afastando a condenação de um dos crimes e reduzindo a pena. Porém, existem decisões recentes no STJ reconhecendo crime continuado nessa situação, de forma que a Corte está afastando a tese de tipo penal misto alternativo (o tipo penal seria cumulativo). Se este entendimento prevalecer, as condenações transitadas em julgado em que foi reconhecido concurso material permanecerão inalteradas. - HABEAS CORPUS CONCEITO: É uma ação autônoma de impugnação que tem por objetivo proteger a liberdade individual contra qualquer espécie de ilegalidade. Sendo o HC uma ação, como juízes e tribunais poderiam concedê-lo de ofício (inércia da jurisdição)? Em nome da necessidade de proteção da liberdade individual, isso justificaria o exercício espontâneo da jurisdição. O HC não se presta a tutelar os interesses do Estado, restringindo-se à proteção dos interesses do réu. É possível obter provimento condenatório em sede de HC? Sim, conforme art. 653 do CPP, condenando a autoridade coatora a pagar as custas: Art. 653 CPP. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação.

ESPÉCIES DE HC: a) Habeas Corpus Preventivo - É utilizado quando a liberdade individual está prestes a ser violada. Sendo reconhecida a ordem, o juiz expedirá salvo conduto. Ex: O HC preventivo é muito utilizado na convocação de testemunhas em CPIs, onde apesar de ser tratado como testemunha, a pessoa que irá depor, na verdade, está sendo investigada, tendo o HC preventivo a função de evitar que o agente seja preso em flagrante quando se recursar a responder alguma pergunta. b) Habeas Corpus Liberatório É utilizado quando a liberdade individual já foi violada. Uma vez concedido, será expedido o alvará de soltura. CONDIÇÕES DA AÇÃO DE HC: 1) Possibilidade Jurídica do Pedido: Sempre que houver algum risco à liberdade individual. Como essa condição é muito genérica, normalmente ela é formulada de forma negativa, ou seja, haverá a impossibilidade do HC nas prisões disciplinares e na prisão civil. Não caberá o HC nessas hipóteses para uma análise do mérito dessas prisões, sem prejuízo do HC ser utilizado para verificar a legalidade das mesmas. Cabe HC nas condenações exclusivas a pena de multa? De acordo com a Súmula 693 do STF, não cabe HC, uma vez que a multa não converte mais em pena privativa de liberdade. Súmula 693 STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Na hipótese do agente ter cumprido integralmente a sua pena e estando em liberdade, ele poderia utilizar o HC para anular o processo? De acordo com a Súmula 695 do STF, não cabe HC, pois na hipótese não há qualquer risco a liberdade individual. A solução para ele seria a revisão criminal. Súmula 695 STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

Se na mesma hipótese o agente ainda estivesse cumprindo pena, sua defesa poderia optar entre o HC e a revisão criminal para anular o processo. 2) Legitimidade: De acordo com o CPP e a Constituição, qualquer pessoa pode propor o HC. Doentes mentais e menores podem propor HC? Podem, desde que estejam acompanhados de seus representantes legais. Pessoa Jurídica pode propor HC? Ela não pode impetrar HC para benefício próprio diante da impossibilidade de verificarmos risco à liberdade individual. Porém, ela possui legitimidade para fazê-lo em benefício de terceiro. Delegado por propor HC? Ele não pode na qualidade de delegado, mas como qualquer pessoa, ele pode. O particular pode ser considerado autoridade coatora para fins de HC? 1) Damásio Não cabe, pois na hipótese estaria ocorrendo um crime contra a liberdade individual sanável com a intervenção da polícia. 2) Paulo Rangel Se a Constituição pretendesse estabelecer alguma restrição teria tratado do tema como o fez com o mandado de segurança, o que não ocorreu. Ademais, tratando-se de uma garantia individual, a sua aplicação deve ser a mais ampla possível, sendo admissível o HC. Quem julga o HC quando o promotor for a autoridade coatora? 1) Doutrina A competência deveria ser do juiz singular, pois todo ato do promotor é submetido a análise judicial, sem contar que o tribunal só aprecia o comportamento do promotor quando ele comete algum crime

3) Interesse: e, na hipótese, ele não cometeu crime algum. 2) Regimento Interno TJ/RJ De acordo com o art. 8º, a competência para julgamento é da Câmara Criminal. Estará caracterizado sempre que houver risco à liberdade individual. Qualquer outro direito líquido e certo que não esteja relacionado à liberdade individual será protegido pelo Mandado de Segurança. QUESTÕES POLÊMICAS: Cabe HC para trancar inquérito policial? 1) Jurisprudência Pacífica É possível na hipótese de não haver justa causa para o inquérito. 2) Polastri Esse trancamento, na verdade, é uma espécie de pedido de arquivamento feito pela defesa sem a participação do MP. Desta forma, apenas em situações teratológicas, ele deve ser admitido, como na hipótese do agente estar sendo perseguido pela autoridade policial. Cabe liminar em HC? Não há previsão legal para essa liminar, tratando-se de criação jurisprudencial dos nossos tribunais, admitida desde que houver flagrante ilegalidade. Negada a liminar, cabe outro HC? De acordo com a Súmula 691 do STF não cabe outro HC, caso contrário, isso implicaria em supressão de instância, uma vez que o mérito do HC ainda não foi apreciado. Súmula 691 STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar. Porém, existem decisões do STF contrárias a sua própria súmula, admitindo um novo HC sempre que houver flagrante ilegalidade.