Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Militar Aula: Revisão Criminal e HC Professor (a): Marcelo Uzeda Monitor (a): Tathyana Lopes.

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1 Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Militar Aula: Revisão Criminal e HC Professor (a): Marcelo Uzeda Monitor (a): Tathyana Lopes Aula 18 A respeito dos embargos infringentes e de nulidade, o artigo 540 do CPPM prevê o prazo para oposição de 5 (cinco) dias, contados da intimação do acórdão, na esfera comum são 10(dez) dias para os embargos infringentes e de nulidade e são 2 (dois) dias para os embargos de declaração no CPP comum. Art 540. Os embargos serão oferecidos por petição dirigida ao presidente, dentro do prazo de cinco dias, contados da data da intimação do acórdão. Cumpre observar ainda os seguintes dispositivos e destacar que os embargos infringentes e de nulidade são restritos aos pontos de divergência. CPPM 539 Não caberão embargos de acórdão unânime ou quando proferido em grau de embargos, salvo os de declaração, nos termos do art Parágrafo único. Se for unânime a condenação, mas houver divergência quanto à classificação do crime ou à quantidade ou natureza da pena, os embargos só serão admissíveis na parte em que não houve unanimidade. 1. Revisão Criminal e Habeas Corpus: São ações autônomas de impugnação, e a revisão tem como pressuposto processo findo, decisão gravosa ao réu transitada em julgado. 1.1 Revisão criminal É uma espécie de rescisória que visa desconstituir a coisa julgada decorrente de sentença penal condenatória, é equivocadamente incluída no título dos recursos, assim como acontece na esfera comum. Havendo pendência de julgamento de qualquer recurso não há que se falar em revisão criminal. Página1 Art Caberá revisão dos processos findos em que tenha havido erro quanto aos fatos, sua apreciação, avaliação e enquadramento. Art A revisão poderá ser requerida pelo próprio condenado ou por seu procurador; ou, no caso de morte, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (CADI)

2 Súmula 393 Para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a recolher-se à prisão. A revisão criminal, independe de capacidade postulatória, o próprio condenado encaminha o pedido ao tribunal, que manda autuar e abre vista a defensoria para emenda ou aditamento e elaborar a defesa técnica. A ideia da revisão criminal é corrigir erro judiciário, condenação injusta, pena aplicada de forma inadequada, essa possibilidade deve ser ampla. O entendimento majoritário, o MP não tem legitimidade para revisão criminal. Há entendimento minoritário que aplica o 511 do CPPM que invoca também o texto constitucional. Entendimento equivocado porque a defensoria pública presta assistência jurídica integral e gratuita. Art O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo réu, seu procurador, ou defensor Hipóteses de cabimento: Conforme disposição do CPPM: Art A revisão dos processos findos será admitida: a) quando a sentença condenatória for contrária à evidência dos autos; b) quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; c) quando, após a sentença condenatória, se descobrirem novas provas que invalidem a condenação ou que determinem ou autorizem a diminuição da pena. Apesar da omissão no CPPM, também cabe nos casos de contrariedade ao texto legal aplica-se o art.621 do CPP comum, omissão involuntária, cabe a aplicação da analogia. CPPM Art Julgando procedente a revisão, poderá o Tribunal absolver o réu, alterar a classificação do crime, modificar a pena ou anular o processo. CPPM Art A revisão poderá ser requerida a qualquer tempo. Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se baseado em novas provas ou novo fundamento. Página2 A doutrina entende que haveria mais uma hipótese de revisão pela nulidade do processo. A revisão só pode ser reiterada com base em novas provas. Não há prazo para a revisão, ainda que cumprida a pena, ainda que com a morte do réu, pois visa garantir o status dignitatis 1.3 Competência:

3 CPPM Art A revisão será processada e julgada pelo Superior Tribunal Militar, nos processos findos na Justiça Militar. Em âmbito estadual a competência Tribunal de Justiça Militar ou do estado, se não houver. E segue o rito da apelação. Não há previsão legal de liminar, mas a doutrina excepcionalmente admite quando a decisão é teratológica, erro judiciário muito evidente. CPPM Art Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa cuja condenação tiver de ser revista, o presidente nomeará curador para a defesa. O próprio defensor pode assumiu esse múnus, para que seja levada a termo no caso de ausência ou não habilitação de parentes, CADI. 2. Habeas Corpus: É uma ação autônoma de impugnação, remédio constitucional voltado a tutelar a liberdade de locomoção. É tema de penal e direito constitucional, está previsto no CPPM: CPPM 466 Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. A mesma redação constitucional, o HC não exige capacidade postulatória qualquer pessoa pode impetrar o HC. 3. Análise de Súmulas: Súmula 693 Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Não há pena de multa no processo penal militar, a primeira parte não tem aplicação no processo penal militar. Se eventualmente não for cominada pena privativa de liberdade, não cabe HC, a S. 693 faz sentido na esfera comum, a pena de multa não pode ser convertida em prisão, ela é dívida de valor é executada na dívida ativa, não há risco na liberdade de locomoção Não sendo cominada pena privativa de liberdade, como suspensão, reforma, não cabe HC, se não houver cerceamento de liberdade. Pode-se aplicar a lógica da súmula 693 do STF. Página3 Súmula 694 Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública. São penas acessórias, a perda de posto ou patente, exclusão das forças armadas, há também pena de perda do cargo.

4 4. Punições disciplinares: Não cabe HC quanto ao mérito da punição penal disciplinar porque é questão interna corporis, porque seria indevida invasão na hierarquia e disciplina militares, excepcionalmente admite-se, no entanto, no que concerne a legalidade da punição, aspectos tais como a previsão da punição, a incompetência da autoridade que aplicou a penalidade, a violação do devido processo legal, prisão rigorosa sem chance de defesa por exemplo, tais questões podem ser questionadas. CPPM 466 Parágrafo único. Excetuam-se, todavia, os casos em que a ameaça ou a coação resultar: a) de punição aplicada de acordo com os Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas; b) de punição aplicada aos oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares, de acordo com os respectivos Regulamentos Disciplinares; c) da prisão administrativa, nos termos da legislação em vigor, de funcionário civil responsável para com a Fazenda Nacional, perante a administração militar; d) da aplicação de medidas que a Constituição do Brasil autoriza durante o estado de sítio; e) nos casos especiais previstos em disposição de caráter constitucional. CF Art º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. Quando se tratar de punição disciplinar militar o HC é impetrado na justiça federal comum, na punição disciplinar estadual são impetradas na justiça militar. CF Art º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. Página4 5. Hipóteses de abuso de poder: CPP Art Haverá ilegalidade ou abuso de poder: a) quando o cerceamento da liberdade for ordenado por quem não tinha competência para tal;

5 b) quando ordenado ou efetuado sem as formalidades legais; c) quando não houver justa causa para a coação ou constrangimento; d) quando a liberdade de ir e vir for cerceada fora dos casos previstos em lei; e) quando cessado o motivo que autorizava o cerceamento; f) quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; g) quando alguém estiver processado por fato que não constitua crime em tese; h) quando estiver extinta a punibilidade; i) quando o processo estiver evidentemente nulo. Página5

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