FAQ da PPP do MINEIRÃO 1) O que é uma Parceria Público-Privada? A PPP é uma espécie de concessão, realizada por meio de um contrato de gestão, precedido de reforma ou não, firmado entre o setor público (Poder Concedente) e um parceiro privado (Concessionária), com o objeto voltado para a prestação de determinado serviço público. 2) Por que o Governo escolheu o modelo de PPP para o Mineirão? A PPP é uma alternativa de investimento público que procura aumentar, dentre outros aspectos: o ganho de eficiência na gestão do objeto concedido; a qualidade do nível de prestação de serviço para a sociedade; a eficiência na alocação de riscos; a realização de gastos públicos de maneira responsável. Por meio de um estudo de value for money, a opção pela PPP se mostrou melhor do que todas as outras, do ponto de vista socioeconômico. 3) Como a Concessionária Minas Arena foi escolhida? A Minas Arena foi escolhida por meio de uma licitação, na modalidade de concorrência pública, no dia 21/12/2010. 4) Qual o prazo da PPP do Mineirão? O prazo da PPP do Mineirão é de 27 anos, sendo 02 anos para as obras e 25 para operação.
5) Como funciona a forma de pagamento da PPP do Mineirão? As contraprestações públicas da PPP do Mineirão são divididas em duas parcelas: A Limitada (Pa) e a Complementar (Pb). A Pa é uma parcela mensal que existe somente nos primeiros 120 meses de operação do estádio. Ela não é vinculada a desempenho e decresce de R$7,5 milhões (primeiro mês) a R$4,2 milhões (no último), sendo corrigida com base na TJLP. A Pb, que tem como teto mensal previsto em contrato o valor de R$3,7 milhões (a preços de agosto de 2010), é, em 60%, condicionada à avaliação do desempenho da Concessionária na prestação do serviço. Ademais, as receitas operacionais da Minas Arena -- como por exemplo as vendas dos camarotes, naming rights, bares, estacionamento, etc. -- também são deduzidas desta parcela. No caso de a Minas Arena atingir uma boa receita operacional mensal, portanto, o Estado diminui o pagamento público devido. 6) O que acontece se a Concessionária tiver prejuízo? O máximo valor de um pagamento público mensal à Minas Arena é de R$3,7 milhões (a preços de agosto de 2010). É bom lembrar que a Minas Arena faz jus a este valor somente se cumprir estritamente os indicadores de desempenho do contrato. Caso não os cumpra, o total da Pb é diminuído de acordo com as ocorrências identificadas. Caso a Minas Arena cumpra integralmente com os indicadores, mas tenha um resultado financeiro mensal negativo, o Governo não paga nada além dos R$3,7 milhões, ou seja, não existe uma garantia de lucro para a Concessionária. Por exemplo, se a Minas Arena tem um prejuízo de 2 milhões no mês, o Governo paga R$3,7 milhões (desde que cumpridos os indicadores de desempenho), e não R$5,7 milhões.
7) O que acontece se a Concessionária obtiver lucros? Caso a Concessionária apresente resultado positivo, cada centavo é submetido a um regime de compartilhamento com o Governo, deduzindo o valor da Pb e possibilitando a redução do valor máximo desembolsado pelo Estado para a PPP. Em outras palavras, uma boa performance operacional da Concessionária diminui o custo da PPP para o Governo. 8) Quais os eventos realizados no Mineirão cujas receitas são passíveis de compartilhamento com o Governo? Independentemente da natureza do evento, qualquer receita comercial da Minas Arena é apta a ser compartilhada com o Governo. 9) Qual o grau de liberdade da Concessionária na condução do negócio? A concessionária possui plena liberdade para realização de suas negociações comerciais, não cabendo ao Governo intervir em nenhuma delas. 10) Como os clubes de futebol podem lucrar com a PPP? Cada clube negocia diretamente com a Minas Arena para jogar no Mineirão, em bases contratuais que sejam interessantes para ambas as partes. Via de regra, quando um clube oferece uma contrapartida maior para a Minas Arena (por exemplo, uma fidelização), sua possibilidade de participação nas receitas tende a ser maior. Somente no ano de inauguração do Novo Mineirão, foram registradas a maior, a quarta maior e a décima maior bilheteria de jogos entre clubes da história do futebol brasileiro.
11) Como funcionam os eventos do Governo no Mineirão? Quando o Governo desejar utilizar o Mineirão para realização de um evento com repercussões de interesse público, lhe é resguardado o direito a quatro datas por ano. Nestas datas, o Governo (ou quem ele indicar) terá direito a 54.201 ingressos regulares, mais a utilização do estacionamento. A exploração dos bares, camarotes, assentos premium, etc. cabe, exclusivamente, à Minas Arena. 12) O que significa remuneração vinculada ao desempenho? Os pagamentos públicos são vinculados a mais de 176 índices, elaborados especialmente para o acompanhamento deste contrato, para garantir a excelência na prestação dos serviços. São indicadores que medem a conformidade às normas, disponibilidade de infraestrutura, qualidade do serviço e satisfação dos usuários, além da saúde financeira do empreendimento. Caso a Minas Arena não atinja os resultados esperados, o Governo poderá impor penalidades, reduzindo a contraprestação mensal devida e, eventualmente, aplicando sanções pecuniárias. 13) Existe um limite máximo de valor do pagamento que o governo faz mensalmente à concessionária? Sim. Os pagamentos da Pa são valores fixos, estabelecidos em contrato, corrigidos pela TJLP, nos primeiros 120 meses operacionais do equipamento. Já a título de Pb, o Poder Concedente jamais irá desembolsar valor mensal superior a R$ 3,7 milhões (a preços de agosto de 2010, corrigidos pelo IPCA).
14) Por quê o Governo paga a Minas Arena? O estádio é do Estado de Minas Gerais, sendo que somente a sua exploração comercial foi concedida -- e por tempo determinado. Portanto, todo o investimento da PPP na reforma do estádio, estimados em mais de R$650 milhões, foram feitos pela Minas Arena (em um estádio que não é dela). Assim sendo, os pagamentos públicos foram diluídos no longo prazo, como forma de, parcialmente, remunerar a Minas Arena por todo este investimento, custos e despesas operacionais incorridas. A contraprestação pública se fez necessária porque, em ambiente competitivo de licitação, ficou comprovado que a exploração comercial do estádio, por 27 anos, não seria suficiente para remunerar a Concessionária integralmente, diante de todos os desembolsos que ela teria que fazer para cumprir com o objeto da concessão (obra, operação, manutenção, etc). 15) Qual o valor do contrato da PPP? O valor do contrato é de R$ 677.353.021,85. 16) Como é calculado o valor do contrato da PPP? O valor do contrato é calculado com base na soma do teto do valor de Pa e de Pb, ao longo do prazo de vigência da PPP, trazida a valor presente pela SELIC da data da assinatura do contrato. 17) Como o pagamento mensal do Governo pode ser inferior ao limite máximo previsto no contrato? Os ganhos econômicos obtidos pela Concessionária são compartilhados com o Governo. Portanto, quando a Concessionária apresenta uma margem operacional positiva, o valor do pagamento mensal do Poder Concedente passa a ser inferior ao teto das contraprestações públicas, o que, necessariamente, diminuirá o valor global desembolsado pelo Governo nesta PPP.
Há que se considerar, também, que as disfunções operacionais capturadas pela mensuração de desempenho podem diminuir o valor das contraprestações. 18) Como a qualidade dos serviços prestados podem afetar o pagamento mensal do governo à concessionária? A parcela complementar (Pb) poderá sofrer impacto de até 60% de seu valor caso os serviços prestados pela Concessionária não atinjam o grau de excelência exigido pelo contrato. 19) Como é feita a avaliação dos serviços prestados pela concessionária? O edital de concessão da PPP do Mineirão prevê, em seu Anexo VI Sistema de Mensuração de Desempenho (SMD), um arcabouço de avaliação da performance da Concessinoária. A mensuração de desempenho financeiro, gerencial, operacional e legal da Concessionária é realizada por meio do Índice de Desempenho (ID). O Índice de Desempenho, por sua vez, é formado por quatro indicadores, que medem os principais tópicos da operação: Índice de Qualidade (IQ), Índice de Disponibilidade (IDI), Índice de Conformidade (IC) e o Índice Financeiro (IF). Por meio de uma licitação realizada junho de 2012, foi contratada uma entidade técnica de notória expertise para atuar como Verificador Independente (VI) do contrato. 20) Qual o papel do Verificador Independente? O Verificador Independente (VI) é responsável por fazer à aferição dos resultados dos 176 indicadores previstos no contrato de concessão, com vistas a estipular a remuneração que deverá ser paga pelo Governo. Portanto, é papel do VI avaliar o desempenho da Concessionária e gerar informações qualificadas para que o Poder Concedente tome a decisão a respeito do valor do pagamento devido à Concessionária.
O VI atua de forma neutra, trazendo transparência ao processo de aferição dos resultados, sem substituir o Poder Público na função de fiscalização. 21) Qual é a empresa responsável pela aferição do desempenho da Concessionária? O Governo de Minas Gerais realizou licitação, em meados de junho de 2012, para contratação do Verificador Independente, sagrando-se vencedora do certame a empresa Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda. 22) Qual é a duração e o valor deste contrato do Verificador Independente? O contrato tem duração de 04 anos a contar a partir de julho de 2012, no valor de R$6.677.777,00 (a preços de junho de 2012). 23) Como funciona o compartilhamento de riscos entre Governo e Concessionária? Lançando-se mão de uma prerrogativa própria das Parcerias Público-Privadas, foi desenvolvido um sofisticado arranjo de alocação objetiva de riscos do projeto. Desta forma, cada parte do contrato se responsabilizaria pelos riscos sobre os quais possui a maior capacidade para administrar. Por exemplo, caso a Concessionária tenha estimado de forma equivocada os custos dos insumos da obra para terminá-la no prazo estabelecido, as consequências financeiras da materialização deste risco teriam que ser suportadas por ela, exclusivamente. Caso a Concessionária encontre dificuldades para atrair grandes shows para o Mineirão, como forma de diversificar suas alternativas de receitas, o Estado não é obrigado a garantir nenhuma margem de lucro pelos problemas de demanda eventualmente enfrentados
24) Quais penalidades estão previstas no contrato para a Concessionária? No caso de inadimplemento das obrigações do Contrato pela Concessionária, o Governo poderá aplicar advertência formal, multas (que variam de R$ 10.000,00 a R$ 16.000.000,00), suspensão do direito de participação em licitações e declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública; 25) Existe possibilidade de o Governo pagar ao parceiro privado, no final dos 27 anos, um valor superior ao valor do contrato? O valor final do contrato de PPP do Mineirão é de R$ 677.353.021,85. Este valor considera o cenário de pagamentos máximos do Governo ao longo de toda a concessão. Mantidas as condições originais previstas no contrato, não há como o valor do contrato ser superior. 26) Existe possibilidade de o governo pagar ao parceiro privado, no final dos 27 anos, um valor inferior ao custo da obra? Sim. As receitas operacionais da Minas Arena, como por exemplo a venda dos camarotes, dos naming rights, da exploração dos bares, estacionamento, lojas etc., também são deduzidas da contraprestação. No caso de a Minas Arena atingir uma margem operacional mensal positiva, haverá uma diminuição indireta do custo da PPP para o Governo, podendo até assumir um valor inferior ao da obra. Do mesmo modo, a mensuração do desempenho da concessionária pode diminuir o valor da série de pagamentos públicos. 27) O que acontece se a concessionária falir? É assegurada por lei a possibilidade de assunção do controle da concessionária por seus financiadores para promover sua reestruturação financeira e assegurar a continuidade da prestação dos serviços.
Na hipótese de extinção precoce da concessão, a posse do Complexo do Mineirão retorna ao Poder Concedente, devendo ser calculadas as indenizações devidas entre as partes. O Governo poderá promover nova licitação do serviço concedido, atribuindo à vencedora o ônus do pagamento direto da indenização aos financiadores da antiga Concessionária. 28) O que acontece depois dos 27 anos de concessão? A Concessão Administrativa extingue-se após os 27 anos de concessão, não sendo devida nenhuma indenização à Concessionária. Todos os bens reversíveis, direitos e privilégios retornam ao Poder Concedente que é, a todo o momento, o único proprietário do estádio. 29) Quais os modelos nacionais e internacionais que inspiraram a modelagem do Mineirão? É possível citar modelos de espaços culturais e estádios concedidos à iniciativa privada pelo mundo, como a Commerzbank Arena, em Frankfurt; o Parc des Princes, em Paris; o Singapore Sports Hub, em Cingapura; o Beijing Olympic Stadium, em Pequim; o Parque O Higgins, em Santiago. 30) Como funciona a curva de aprendizagem do contrato? Por se tratar de um novo segmento de mercado que ainda se desenvolve no país, O Governo teve que criar condições de atratividade para o projeto. Neste sentido, foi prevista uma curva de incentivo, afastando a incidência dos indicadores de desempenho que, gradativamente, vai desaparecendo ao longo da execução do contrato até que, a partir do terceiro ano de operação (em um universo de vinte e cinco anos), a Concessionária não possui mais nenhum tipo de tolerância quanto aos seus impactos financeiros na contraprestação. Importante salientar que 75% dos indicadores já estão desimpedidos dos incentivos a partir do segundo ano.
31) Quem tem que arcar com as despesas do Mineirão? O contrato de PPP estabelece que os gastos de manutenção do novo Mineirão são de responsabilidade do parceiro privado. Graças ao modelo de PPP, o Estado deixa de arcar com as despesas de custeio que teria de pagar caso o Mineirão continuasse a ser administrado pela extinta ADEMG. 32) O Governo cobre o prejuízo da Minas Arena? Existe garantia de lucro para a Minas Arena? O Governo não cobre prejuízos da Minas Arena, tampouco garante o lucro da Concessionária. Quando a Minas Arena começou a operar o Mineirão, a concessionária tinha um saldo negativo correspondente ao valor que ela investiu na reforma. É apenas esse valor que o Estado tem que reembolsar (e mesmo assim, condicionado a desempenho). Se a Minas Arena tiver prejuízos frequentes e constantes na operação do estádio ela perde duas vezes porque, além de arcar com o próprio prejuízo, pode ser punida por não cumprir o Indicador de Financeiro (IF) e receber um valor menor do Estado. A partir de 2016, entra em vigor o IF. Por causa dele, os custos da concessionária somente poderão atingir 55% da receita. Assim, o IF da concessionária será 0 (zero) caso a concessionária registre prejuízo na operação do estádio. Com o IF equivalente a zero, o pagamento da parcela complementar será reduzido em 60%. Portanto, o modelo da PPP foi construído de forma tal que os pagamentos públicos fossem diminuídos em função dos ganhos econômicos da Concessionária e que, no caso de prejuízos financeiros, os pagamentos públicos diminuem mesmo assim, devido aos indicadores de desempenho.