Avaliação do desempenho de novilhos em Sistema Integração Lavoura-Pecuária



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Transcrição:

Avaliação do desempenho de novilhos em Sistema Integração Lavoura-Pecuária Rafael França Fonseca (1), Maria Celuta Machado Viana (2), José Joaquim Ferreira (2), Waldir Botelho (2), Geraldo Antônio Resende Macedo (2), Luiz Gustavo Ladeira (2) (1) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, rafaff@pop.com.br (2) Pesquisadores EPAMIG-Prudente de Morais, mcv@epamig.br Introdução O cenário agrícola brasileiro tem-se transformado com o intuito de utilizar os recursos naturais de forma sustentável. Na região de Cerrado, grande parte das pastagens apresenta algum nível de degradação, necessitando ser recuperadas. A pecuária essencialmente extensiva, com carga animal elevada e anos de produção agrícola com reposição insuficiente de nutrientes, acarreta o esgotamento do solo, constituindo um dos maiores obstáculos para o estabelecimento de uma agropecuária sustentável. A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) tem sido bastante empregada nos últimos anos para recuperar o potencial produtivo, tanto de áreas com lavouras, quanto de pastagens. Esta tecnologia caracteriza-se pela rotação de culturas para grãos, gramíneas ou leguminosas e pastagens (KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003). Tal prática tem permitido maior controle de plantas invasoras, interrupção no ciclo de pragas e aumento na fertilidade do solo em áreas de pastagens degradadas. Somando-se a isto, ocorreu um significativo aumento na produtividade das pastagens e a necessidade de mudanças nas práticas de manejo alimentar, como o ajuste da taxa de lotação (KNORR et al., 2005). O presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de novilhos em sistema ILP na região central de Minas Gerais.

2 Material e Métodos O experimento foi realizado na Fazenda Experimental de Santa Rita (FESR) da EPAMIG, Prudente de Morais, MG, (19 27 15 S e 44 09 11 W e 732 m de altitude), em uma área de ILP. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo, textura argilosa. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com três repetições. No ano agrícola 2006/2007, os seguintes tratamentos foram implantados: T1 - pastagem de braquiária consorciada com o sorgo forrageiro na implantação; T2 - pastagem de braquiária; T3 - milho consorciado com a braquiária e T4 - monocultivo do milho. Cada parcela correspondia a um piquete de 0,7 ha. A partir do segundo ano, no tratamento T1 permaneceu somente a braquiária. No T3, o milho foi plantado consorciado com o capimbraquiária, no sistema Plantio Direto (Sistema Santa-Fé). A semeadura do milho com a braquiária foi feita no dia 1/12/2007, usando-se semeadora mecanizada para plantio consorciado com três linhas de milho espaçadas em 70 cm e 9 linhas de capim espaçadas em 23 cm. O híbrido de milho utilizado foi o AG 1051 e a espécie forrageira foi a Brachiaria brizantha Stapf cv. Xaraés. A densidade de semeadura da braquiária foi de 12 kg/ha (VC = 42%). A adubação de plantio e de cobertura foi feita de acordo com a análise de solo e a exigência de cada cultura. Em cada piquete foi colocado um grupo de quatro novilhos (3/4 Zebu) escolhidos aleatoriamente. O sistema de pastejo foi o contínuo. Os animais foram pesados no começo e no final de cada ciclo de pastejo, com período aproximado de 28 dias, após jejum prévio de 16 horas. No T1 e T2, o pastejo iniciou-se no dia 18/12/2007 e prolongou-se até o dia 4/7/2008, perfazendo um total de 199 dias. No T3, o pastejo iniciou-se em 13/5/2008, e os animais foram retirados no dia 7/7/2008, totalizando 52 dias. No T1 e T2 os animais foram suplementados com sal mineral até 13/5/2008. A partir dessa data passou a ser ofertado o proteinado, até o final do período experimental (7/7/2008). No T3 somente sal mineral foi oferecido à vontade. A carga animal inicial nos piquetes foi determinada em quilograma de peso vivo por hectare (kg PV/ha), sendo de 2,19 UA (T1), 2,28 UA (T2) e 2,26 UA (T3). O ganho de peso médio diário foi determinado dividindo-se o ganho de peso

3 total/ha (GP total/ha) em cada ciclo, pelo número de dias do período e pelo número de animais em cada tratamento. Os dados foram submetidos à análise de variância e testes de média, adotando um nível de significância igual a 5% de probabilidade. As médias foram comparadas pelo teste Tukey. Resultados e Discussão O ganho de peso médio mensal não diferiu entre a pastagem de braquiária formada com sorgo (T1) e a pastagem de braquiária (T2), uma vez que no segundo ano esses tratamentos igualaram-se. As diferenças observadas foram devidas ao ciclo de pastejo (Tabela 1). O maior ganho de peso foi obtido no ciclo de pastejo realizado de março a abril, e o pior desempenho foi registrado para o ciclo de pastejo de junho a julho, em decorrência da redução na disponibilidade e qualidade da forragem observada durante o período seco. Embora os dados de ganho de peso médio diário (GMD), no período da seca, não tenham sido submetidos à análise estatística, na pastagem onde o milho foi consorciado com a braquiária (T3) ocorreu maior GMD (Tabela 2). Esse ganho pode ser justificado pela maior disponibilidade de forragem de qualidade após a colheita do milho, no sistema ILP. Apesar das perdas de peso ocorridas na pastagem de braquiária, ao final do período seco, pode-se constatar ganho de peso acumulado durante o período experimental (Gráfico 1). Conclusão O ganho de peso vivo por animal (GPV/animal) na pastagem de braquiária no período das águas foi maior no ciclo de março/abril. Na pastagem formada após a colheita do milho, o GPV/animal foi superior aos obtidos pelos animais mantidos na pastagem de braquiária, no mesmo período.

4 Agradecimento À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) pelo financiamento do projeto de pesquisa e bolsas de produtividade científica e PIBIC Institucional. Referências ASSMANN, A.L.; PELISSARI, A.; MORAES, A. de; ASSMANN, T.S.; OLIVEIRA, E.B. de; SANDINI, I. Produção de gado de corte e acúmulo de matéria seca em sistema de Integração Lavoura-Pecuária em presença e ausência de trevo branco e nitrogênio. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.33, n.1, p.37-44, fev. 2004. KLUTHCOUSKI, J.; AIDAR, H. Uso da Integração Lavoura-Pecuária na recuperação de pastagens degradadas. In: KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L.F.; AIDAR, H. (Ed.). Integração Lavoura-Pecuária. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2003. p.183-223. KNORR, M.; PATINO, H.O.; SILVEIRA, A.L.F. da; MÜHLBACH, P.R.F.; MALLMANN, G.M; MEDEIROS, F.S. Desempenho de novilhos suplementados com sais proteinados em pastagem nativa. Pesquisa Agropecuária. Brasileira, Brasília, v.40, n.8, ago. 2005.

5 Tabela 1 - Ganho de peso médio mensal durante o período experimental Ganho de peso (kg/ha) Dez.-Jan. Jan.-Fev. Fev.-Mar. Mar.-Abr. Abr.-Maio Maio-Jun. Jun.-Jul. 85,61 B 75,95 BC 38,17 C 151,4 A 73,04 BC 36,07C -23,04D NOTA: Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste Tukey (P<0,05). Tabela 2 - Desempenho dos novilhos nos diferentes tratamentos nos períodos das águas e da seca Variável Braquiária + sorgo (1) Período das águas Braquiária Milho + braquiária Braquiária + sorgo (2) Período da seca Braquiária Milho + braquiária PVI (kg) 177,33 180,50 _ 237,75 238,00 238,33 PVF (kg) 237,75 238,00 _ 237,92 218,00 262,89 GPV (kg/animal) 64,40 57,50 _ 0,17-20 24,89 GMD (kg/dia) 0,450 0,402 _ 0,0033-0,384 0,479 NOTA: PVI - Peso vivo inicial; PVF- Peso vivo final; GPV - Ganho de peso vivo; GMD - Ganho médio diário. (1)Águas - 18/12/2007 a 13/5/2008 (147 dias ). (2)Seca - 13/5/2008 a 4/7/2008 (52 dias ).

6 Gráfico 1 - Ganho de peso (kg/ha) acumulado no período NOTA: A - Na pastagem de braquiária e braquiária + sorgo; B - No sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP).