Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro
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1 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro Thiago Henrique Carvalho de Souza (1), Maria Celuta Machado Viana (2), Geraldo Antônio Resende Macêdo (2), Édio Luiz da Costa (2), Rafael França Fonseca (1) (1) Bolsistas PIBIC FAPEMIG/EPAMIG - Prudente de Morais, henriquethiago2004@yahoo.com.br; (2) Pesquisadores/Bolsistas BIP FAPEMIG/EPAMIG - Prudente de Morais, mcv@epamig.br Introdução A atividade canavieira destaca-se, no Brasil, por sua importância socioeconômica e pela alta competitividade internacional. A cana-de-açúcar plantada em regiões tradicionais não tem problemas com falta ou excesso de água, sendo que, somente em áreas de novos plantios, faz-se o uso da irrigação com o objetivo de aumentar a produtividade da lavoura. O decréscimo da área foliar em resposta ao déficit hídrico pode ser considerado uma primeira linha de defesa contra a seca (FARIAS et al., 2008). Outro indicativo da capacidade de a cana-de-açúcar adaptar-se e produzir sob condições de estresse, está relacionado com a manutenção de pigmentos fotossintéticos. A redução no índice relativo de clorofila, como consequência do déficit hídrico, foi relatada para cana-de-açúcar (VIANA et al., 2009). Segundo Santos (2005), em algumas variedades de cana-de-açúcar o dossel foliar entra em colapso e torna-se senescente logo no início de uma seca, mas é capaz de rápida regeneração, quando o estresse hídrico é interrompido. Assim, a irrigação complementar ou suplementar da cana-de-açúcar é, hoje, uma das alternativas tecnológicas em busca da verticalização da produção dessa cultura. No entanto, muitos produtores utilizam a irrigação sem um planejamento adequado, sem considerar as necessidades hídricas, o manejo apropriado da água na cultura e sem conhecer as peculiaridades fisiológicas do crescimento da cana irrigada (MACHADO, 1981). A determinação do índice relativo de clorofila sob condições irrigadas e de sequeiro pode ajudar a explicar o
2 EPAMIG. Resumos expandidos 2 comportamento da cana em relação ao crescimento e utilização da energia luminosa sob condição irrigada e de sequeiro. Este trabalho foi proposto com o objetivo de avaliar o índice relativo de clorofila e o teor de nitrogênio total de duas variedades de cana-de-açúcar, em ambiente irrigado e de sequeiro na região Central de Minas Gerais. Material e Métodos O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental de Santa Rita (FESR) da Unidade Regional EPAMIG Centro-Oeste (U.R. EPAMIG CO), em Prudente de Morais, MG ( S e W e 732 m de altitude), em um solo classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo, textura argilosa. O delineamento foi feito em blocos ao acaso, com seis repetições e duas variedades de ciclo tardio (RB e RB ) em dois ambientes (irrigado e sequeiro). O plantio foi feito de 29/11 a 11/12/2007. Cada parcela constou de 12 linhas de plantio espaçadas de 1,40 m, com 12 m de comprimento. A adubação de plantio foi de 150 kg/ha de P 2 O 5, 120 kg/ha de K 2 O, 40 kg/ha de FTE. Após 70 dias do plantio aplicaram-se 60 kg/ha de N, em cobertura. A irrigação foi feita por aspersão, utilizando sistema em malha com tubos enterrados. Aos 120 (2/4/2008), 180 (2/6/2008) e 240 (2/9/2008) dias após emergência (DAE) avaliou-se o teor relativo de clorofila na folha +3, em cinco plantas/parcela, utilizando o medidor portátil de clorofila (SPAD-502). Em cada folha foram feitas seis leituras e calculadas as médias. A mesma folha foi coletada para determinação do N total. Nas mesmas plantas mediu-se a altura da cana, do nível do solo até a lígula da folha +1. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão Em todas as épocas avaliadas foram observadas diferenças para altura de planta entre as variedades (Tabelas 1). A variedade RB apresentou crescimento superior à variedade RB , durante todo o ciclo da cultura. Até os 180 DAE, a cana apresentou maior crescimento no sistema de sequeiro
3 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 3 (Tabela 2). Este resultado pode ser explicado pela maior incidência de doenças no sistema irrigado. O índice relativo de clorofila, medido pelo clorofilômetro, foi significativo tanto para o ambiente de cultivo como para as variedades, em todas as épocas avaliadas (Tabelas 1 e 2). A variedade RB apresentou leitura de clorofila superior à variedade RB , tanto no ambiente irrigado, quanto no de sequeiro. Aos 120 e 240 dias, observou-se que a redução na disponibilidade hídrica no ambiente de sequeiro induziu um decréscimo significativo nos teores de clorofila medidos pelo clorofilômetro. Resultado semelhante foi obtido para variedades de cana-de-açúcar de ciclo médio (VIANA et al., 2009). A variedade RB apresentou teores mais elevados de N total aos 120 e 180 DAE. Aos 240 DAE não foi observada diferença entre as duas variedades (Tabela 1). O teor de N total no ambiente irrigado foi superior ao obtido no ambiente de sequeiro nas avaliações realizadas aos 120 e 240 DAE (Tabela 2). Conclusão A variedade RB tem maior potencial de adaptação tanto nas condições de sequeiro, quanto nas condições irrigadas, na região Central de Minas Gerais. Agradecimento À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pelo financiamento do Projeto de pesquisa e concessão das bolsas PIBIC e BIP. Referências FARIAS, C.H. de A. et al. Índices de crescimento da cana-de-açúcar irrigada e de sequeiro no Estado da Paraíba. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.12, n.4, p , jul./ago
4 EPAMIG. Resumos expandidos 4 MACHADO, E.C. Um modelo matemático-fisiológico para simular o acúmulo de matéria-seca na cultura da cana-de-açúcar (Saccharum spp.) f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SANTOS, M.A.L. dos. Irrigação suplementar da cana-de-açúcar (Saccharum spp.): um modelo de análise de decisão para o estado de Alagoas f. Tese (Doutorado em Agronomia Irrigação e Drenagem) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, VIANA, M.C.M. et al. Teores de clorofila em cana-de-açúcar sob condições irrigadas e de sequeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FISIOLOGIA VEGETAL, 12., 2009, Fortaleza. Fortaleza: Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal, CD-ROM. Tabela 1 - Altura de planta (m), Índice relativo de clorofila (SPAD) e teor total de nitrogênio (%) de variedades de cana-de-açúcar aos 120 e 180 e 240 dias após emergência (DAE) Variáveis Variedades de cana RB DAE RB CV (%) Teste F Altura de planta (m) ,0004** Índice de clorofila (SPAD) ,0000** Teor de N (%) ,0000** 180 DAE Altura de planta (m) ,0001** Índice de clorofila (SPAD) ,0000** Teor de N (%) ,0280* 240 DAE Altura de planta (m) ,0000** Índice de clorofila (SPAD) ,0292* Teor de N (%) NOTA: CV - Coeficiente de variação. **; *- Significativo a 1% e 5% de probabilidade, respectivamente.
5 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 5 Tabela 2 - Altura de planta (m), Índice relativo de clorofila (SPAD) e teor total de nitrogênio (%) de variedades de cana-de-açúcar no sistema irrigado e de sequeiro aos 120 e 180 e 240 dias após emergência (DAE) Variáveis Irrigado Sistema Sequeiro CV (%) Teste F 120 DAE Altura de planta (m) 0, ,09 0,000 ** Índice de clorofila (SPAD) 40,31 38,23 3,80 0,006 ** Teor de N (%) ,51 0,041 * 180 DAE Altura de planta (m) 1,46 1,68 4,05 0,000 ** Índice de clorofila (SPAD) 37,80 40,69 2,47 0,000 ** Teor de N (%) 2,16 2,12 2,92 0, DAE Altura de planta (m) 2,01 1,91 8,05 0,161 Índice de clorofila (SPAD) 36,47 27, ,000 ** Teor de N (%) 1,62 1,20 6,84 0,000 ** NOTA: CV - Coeficiente de variação. **; *- Significativo a 1% e 5% de probabilidade, respectivamente.
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