RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS

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Glória Neves Santarém
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1 Universidade Estadual Paulista Câmpus de Jaboticabal Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS Ricardo Andrade Reis Marcio dos Santos Pedreira Andreia Luciane Moreira 1

3 Área de pastagens cultivadas e total (cultivada+nativa) nas diferentes regiões do Brasil (1.000 ha). Regiões /1996 Cultivada Total Cultivada Total Cultivada Total Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste BRASIL Fonte: FIBGE (1996) 3

4 Fatores condicionantes da degradação das pastagens insucesso no estabelecimento, utilização e persistência de forrageiras introdução de novas forrageiras nos sistemas de produção sem os devidos estudos de adaptação, manejo e práticas de adubação 4

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8 (STODDART et al., 1975) Efeito da pressão de pastejo na composição botânica e proporção relativa de plantas palatáveis, não palatáveis e invasoras 8

9 Superpastejo: - Áreas descobertas - Invasoras - Erosão

10 Superpastejo: - Áreas descobertas - Invasoras - Erosão

11 Superpastejo: - Áreas descobertas - Invasoras - Erosão

12 Superpastejo: - Áreas descobertas - Invasoras - Erosão

13 Superpastejo: - Áreas descobertas - Invasoras - Erosão

14 Superpastejo: - Áreas descobertas - Invasoras - Erosão

15 Superpastejo: - Áreas descobertas - Invasoras - Erosão

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17 Fertilidade do solo Exigências de elementos das forrageiras e dos animais Elemento Planta(1) Animal Orgânicos CHO CHO Minerias Macroelementos N P K Ca Mg S N P K Ca Mg S Na Microelementos B Cl Cu Fe Mn Mo Zn (Co) (Ni) (Na) (Si) Cl Cu Fe Mn Mo Zn Co Ni I Se F Si (1) Entre parênteses: essenciais em determinadas condições (Co) ou essencialidade em discussão (demais) Fonte: MALAVOLTA et al.,

18 Ganho de peso (GP) de novilhos em pastagens de B. brizantha cv. Marandu, sob duas taxas de lotação (1,4 e 1,8 UA/ha) em três ciclos experimentais 83/85 85/87 87/89 1,4 1,8 1,4 1,8 1,4 1,8 Peso inicial (Kg) Peso final (Kg) GP (Kg/animal) GP (g/cab/dia) GP (Kg/ha) Fonte: Bianchi, citado por ZIMMER e CORREA (1993). 18

19 Efeitos da adubação anual com superfosfato simples (SS) e cloreto de potássio (KCl), sobre a taxa de lotação (TL) e ganho de peso vivo (GPV) em uma pastagem de capim-guiné consorciada com leguminosas ANO 1º 2º 3º 4º 5º 6º KCl TL (kg/ha/ano) (nov/ha) 0 0 0, , , SS (kg/ha/ano) GPV (kg/ha/ano) 0 0 0, , , , , , , , , , , , , , , Fonte: VILELA et al. (1982) 19

20 Formação da pastagem persistência das pastagens formação espécie forrageira a ser introduzida formar área uniforme qualidade da semente, taxa de semeadura e VC preparo do solo profundidade de semeadura rolo compactador 20

21 Indicativos de degradação das pastagens Processo de degradação de uma pastagem seqüência cumulativa: - Diminuição na produção e qualidade da forragem; - Diminuição na cobertura do solo e do recrutamento de plantas novas na pastagem; - Aparecimento de espécies invasoras, processos de competição e erosão pela ação da chuva; e, - Grande proporção de invasoras e colonização da área por espécies nativas e processos erosivos acelerados.. BARCELLOS (1990) 21

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26 Estágios de degradação de pastagens conforme parâmetros restritivos e nível de deterioração Estágio de Parâmetros restritivos Deterioração degradação Declínio na produtividade (%) Grau 1 Vigor e qualidade <25 Leve 2 1+ pequena pop. de plantas Moderado Invasoras Forte Formigas e cupins >75 Muito forte fraca cob. do solo >75 Muito forte erosão >75 Muito forte Adaptado de SPAIN e GUALDRÓN (1991) 26

27 Recuperação e Renovação de Pastagens Recuperação prática cultural e/ou agronômica visando o restabelecimento da cobertura do solo e do vigor das plantas forrageiras existentes na pastagem, como a adubações de manutenção, vedação de piquetes, controle de invasores, sobressemeadura da espécie existente ou outra espécie e até mesmo a simples alteração do manejo empregado. Renovação restabelecimento da planta forrageira em uma área onde não é possível praticar a recuperação da vegetação existente. 27

28 Principais causas de degradação de pastagens e as possíveis estratégias para recuperá-las Causas Estratégias* a. Perda da fertilidade do solo (N,P,S) - Germoplasma (b, c, d, e) b. Instabilidade leguminosa-gramínea - Uso de leguminosas (a, c, d) c. Plantas invasoras - Manejo do pastejo (b, c, d, e) d. Falta de cobertura, compactação do - Adubação de manutenção (a,b, c, d) solo e erosão e. Pragas - Tratamentos físico-mecânico do solo (b, c, d) - Rotação agricultura x pecuária (a,c,d,e) - Implantação de sistemas silvipastorís (a, b, c, d, e) Adaptado de SPAIN E GUALDRÓN (1991) * As letras minúsculas entre parênteses indicam as causas de degradação da pastagem que se corrige com determinada estratégia. 28

29 Densidade de plantas (< 25%), áreas sem cobertura e solo compactado tratamentos físico-mecânicos do solo + ressemeadura ARRUDA et al. (1987) B. decumbens tratamentos físico-mecânicos e fertilização na recuperação de pastagens aração, aração+gradagem, cultivador, queima, queima+gradagem e queima+cultivador não foram eficazes na recuperação da pastagem. fertilização fosfatada, foi imprescindível, ao retorno da produtividade e eliminação das invasoras. 29

30 CARVALHO (1999) recuperação de uma pastagem degradada de B. decumbens (gradagem, calcáreo na superfície, calcáreo incorporado, calcáreo na superfície + fertilização com macro e micronutrientes e calcáreo incorporado + fertilização) concluiu que para o sistema radicular e biomassa microbiana último tratamento foi o melhor, refletindo em maior massa e profundidade das raízes. (Figura 3) 30

31 Produção de MS (T/ha) T G CS CG CSF CGF Técnicas de reforma Figura Adaptado de CARVALHO, 1999 Produção da B. decumbens submetida a técnicas de reforma T=sem reforma; G=passagem da grade; CS=aplicação de calcáreo sem incorporação; CG=calcáreo incorporado com grade; CSF=CS+fertilizantes; CGF=CG+fertilizantes. 31

32 $ Custos: Recuperação ou renovação variam: situação de degradação necessidade de mecanização correção da fertilidade do solo Renovação sem uso de rotação ou consorciação de culturas variação de US$280,00 a US$360,00/ha. Recuperação com mecanização e sem uso de consorciação variação de US$60,00 a US$220,00 dependendo do estágio de degradação e fertilidade do solo. 32

33 Associação Agricultura X Pecuária Sistema que permite o uso mais racional de insumos, máquinas e mão de obra na propriedade, além de diversificar a produção e o fluxo de caixa dos produtores. (MACEDO, 1999) KICHEL et al. (1999) classifica a recuperação ou renovação das pastagens com o uso de agricultura em 2 sistemas: Consórcio com culturas anuais como arroz, milho, sorgo, etc. Na semeadura de culturas anuais solteiras, faz-se o plantio da cultura anual, soja, milho, arroz, etc., por um ou mais anos, retornando-se a pastagem, podendo ser da mesma espécie ou outra espécie forrageira mais adaptada e produtiva. 33

34 Vantagens restabelecimento da biomassa forrageira; aumento da capacidade de lotação da pastagem; recuperação mais eficiente da fertilidade do solo; melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo; controle de pragas, doenças e invasoras; aproveitamento do adubo residual; e, aumento da produtividade tornando-o sustentável em termos econômicos e agroecológicos. KICHEL et al. (1999) 34

35 Sistema Barreirão técnica de semeadura simultânea desenvolvida pela Embrapa KLUTHCOUSKI et al., 1991 Sistema Santa Fé técnica desenvolvido pela Embrapa com a finalidade de reformar pastagens degradadas. Consiste em 2 linhas básicas de ação: 1- Reformar a pastagem pelo cultivo de soja por um ano; 2-Renovar a pastagem pela gradagem e adubação corretiva superficial. 35

36 A decisão pela adoção de qualquer uma dessas técnicas vai depender Estágio e origem da degradação Tipo de solo Objetivos do produtor Disponibilidade de equipamentos Custos dessa recuperação 36

37 Considerações finais A persistência das plantas forrageiras sob pastagem depende em grande parte da sua adaptação ao meio e do manejo empregado. A degradação deve ser entendida como uma interação entre as falhas nos diversos momentos de utilização das áreas mantidas sob pastejo. O entendimento das causas do insucesso do seu uso deve ser utilizado para nortear as formas de recuperação ou renovação destas áreas de maneira mais econômica, observando-se a infra estrutura da propriedade. 44

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