Obtenção do fator P (que considera as práticas conservacionistas adotadas) da equação universal de perda de solo (EUPS) na Bacia PN1/IGAM
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1 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte Obtenção do fator P (que considera as práticas adotadas) da equação universal de perda de solo (EUPS) na Bacia PN1/IGAM Jackson Antônio de Souza (1), Ivair Gomes (2), Eliane Maria Vieira (2), Marley Lamounier Machado (2), Maria Lélia Rodriguez Simão (2) (1) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, jacksongeografia@gmail.com; (2) Pesquisadores EPAMIG - Belo Horizonte, ivair@epamig.br Introdução As práticas surgem da necessidade de evitar, ao máximo, o empobrecimento dos solos por problemas, como os de erosão e de manejo inadequado. O homem tem contribuído para esse empobrecimento quando atua sobre o solo de forma inconsequente, derrubando matas, promovendo queimadas desordenadamente, arando encostas íngremes na direção da maior declividade, superlotando os pastos com rebanhos e submetendo as terras cultivadas à monocultura, ano após ano, sem proteção contra o arraste pelas enxurradas ou restituição da fertilidade natural com adubos (LEPSCH, 2002). Como modelo empírico usado para predição de perdas de solos, a Equação Universal de Perdas de Solos (EUPS) constitui uma importante ferramenta, principalmente pela facilidade de manejo dos dados e do baixo custo. Este trabalho representa uma das etapas do projeto Delineamento de áreas com potencial erosivo para a Bacia do Rio Paranaíba (PN1 Igam) e tem como objetivo obter o fator que considera as práticas adotadas (P), da EUPS, na área da Bacia PN1 Igam. A EUPS estabelecida por Wischmeier e Smith (1978) é representada pela seguinte equação: A = R.K.(L.S).C.P, em que: A = perda de solo por unidade de área (t/ha/ano); R = fator erosividade da chuva (MJ/ha/mm/h/ano); K = fator erodibilidade do solo ((t/ha)/(mj/ha/mm/h));
2 EPAMIG. Resumos expandidos 2 L = fator que leva em conta a distância ao longo da qual ocorre o escoamento superficial (adimensional); S = fator que considera a declividade do terreno (adimensional); C = fator que leva em conta o uso do solo (adimensional); P = fator que considera as práticas adotadas (adimensional). As práticas (fator P da EUPS) são aquelas empregadas com o objetivo de minimizar os efeitos causados pelo manejo inadequado do solo, de forma que reduz os danos ambientais e os custos para o produtor. Como exemplo de práticas, podemos citar o terraceamento, os canais escoadouros, o plantio em níveis, o controle de voçorocas, a rotação de culturas etc. De acordo com o Igam (2009), a Bacia Hidrográfica do Rio Dourados (PN1) situa-se nas mesorregiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, onde estão municípios como Uberlândia, Patrocínio e Patos de Minas. Abrangendo um total de 18 sedes municipais, a Bacia possui uma população estimada de habitantes e uma área de drenagem de km². O clima é considerado semiúmido, com período seco, que dura entre quatro e cinco meses (de maio a setembro) por ano. Material e Métodos Foi feito um estudo para definir o uso e a ocupação do solo na área de estudo da PN1 Igam. As classes delimitadas foram agricultura, água, área urbana, café, cerrado, eucalipto, mata, pastagem e pínus. Cada cultura oferece uma capacidade de proteção ao solo. A cada uma das classes, com o auxílio de bibliografias, foi atribuído um valor para P com o uso de práticas, bem como um valor para P sem o uso dessas práticas, conforme apresentado na Tabela 1. Também, foram atribuídos valores para P com e sem uso de práticas, no mapa de uso e cobertura do solo elaborado para a bacia, por meio do SIG ArcGIS. Ainda utilizando recursos do SIG ArcGIS, foi tirada a média aritmética para toda a área de estudo do fator P com e sem o uso de práticas.
3 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 3 Resultados e Discussão O fator P foi associado ao mapa de uso e ocupação do solo, por meio do SIG ArcGIS. Os valores para o fator P com o uso de práticas variaram de 0 a 0,5 (Fig. 1). A média obtida para toda a área de estudo com o uso de práticas foi de 0,35. Os valores de P sem o uso de práticas variaram de 0 a 1 (Fig. 2), sendo a média obtida para toda a área de 0,71. Conclusão O valor do fator P, associado a cada classe de uso, foi atribuído tendo por base a generalização de cada classe, não definindo a classe de cultivo, pois o trabalho foi elaborado para uma escala regional, o que pode justificar a pequena variação dos valores. Agradecimento À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pela disponibilização dos recursos para subsidiar este trabalho e pela bolsa PIBIC. À EPAMIG, pelo grande aprendizado como bolsista PIBIC. Referências BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: ICONE, p. IGAM. Bacia hidrográfica do Rio Paranaíba. Disponível em: < Acesso em: out. de 2009.
4 EPAMIG. Resumos expandidos 4 LEPSCH, I.F. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, p. RESENDE, M.; ALMEIDA, J.R. de. Modelos de mediação de perda de solo: uma ferramenta para manejo e conservação do solo. Informe Agropecuário. Conservação do solo, Belo Horizonte, ano 11, n.128, p.38-54, ago WISCHMEIER, W.H.; SMITH, D.D. Predicting rainfall erosion losses: a guide to conservation planning. Washington: USDA, p. (USDA. Agriculture Handbook, 537). Tabela 1 - Valores de P para uso e ocupação dos solos da região em estudo (PN1-Igam) Uso e ocupação do solo P com práticas P sem práticas Agricultura 0,5 1,0 Água 0 0 Área urbana 0 0 Café 0,5 1,0 Cerrado 0,04 0,04 Eucalipto 0,04 0,04 Mata 0,01 0,01 Pastagem 0,5 1,0 Pínus 0,04 0,04 FONTE: Dados básicos: Bertoni e Lombardi Neto (1990) e Resende e Almeida (1985).
5 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 5 Figura 1 - Mapa fator P com o uso de práticas Figura 2 - Mapa fator P sem o uso de práticas
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