DESEMPENHO FORRAGEIRO DE CULTIVARES DE AVEIA E AZEVÉM COM DUAS DOSES DE ADUBAÇÃO NITROGENADA NAS CONDIÇÕES DE CLIMA E SOLO DE GIRUÁ, RS, 2012
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- Esther Galvão Sá
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1 DESEMPENHO FORRAGEIRO DE CULTIVARES DE AVEIA E AZEVÉM COM DUAS DOSES DE ADUBAÇÃO NITROGENADA NAS CONDIÇÕES DE CLIMA E SOLO DE GIRUÁ, RS, 2012 André L. Goral1; Marcos L. Lugoch1; Vinícius Dalcin1; Fábio L. V. Güths1; Vinicius J. Szareski2; Marcos Caraffa3 As gramíneas anuais de inverno representam a principal fonte de alimento volumoso para a bovinocultura de corte e leite no Rio Grande do Sul. Na região noroeste do estado, as aveias, branca e preta, e o azevém, são as principais espécies forrageiras cultivadas na estação fria e responsáveis por grande parte da produção leiteira regional. Nos últimos anos, tem surgido no mercado regional, novos cultivares, principalmente de azevém, com o intuito de proporcionar maior produção e longevidade da pastagem, em relação ao azevém Comum. Contudo, essas forrageiras necessitam de significativas doses de Nitrogênio (N) para seu crescimento e, normalmente são cultivados associados à aveia para garantir maior tempo de pastejo aos animais. Assim, o presente estudo objetivou avaliar o rendimento de massa seca (MS) e massa verde (MV) total, MS por cortes, número e intervalo entre cortes de cinco cultivares de azevém e três cultivares de aveia em relação a duas doses de N aplicadas após cada corte. O experimento foi implantado na localidade de Barra do Reginaldo, Município de Giruá RS, na propriedade do Sr Arno Goral, ano de O delineamento experimental consistiu na utilização de blocos ao acaso, com 4 repetições. As parcelas foram instaladas em 5 linhas de 5 metros (m) de comprimento, espaçadas em 0,17 m, sendo colhidos 4 m centrais das três linhas internas, totalizando área útil de 2,04 m2. Foi utilizado sistema de semeadura direta, após soja, com semeadura manual efetuada em 17 de abril, utilizando densidade de sementes correspondente a 40 Kg ha-1 para o cultivar de azevém Comum; 25 Kg ha-1 para os cultivares de azevém Eclipse, Barjumbo, BRS Ponteio e Baqueano; e, 78, 95 e 112 Kg ha-1, respectivamente para aveia Preta Comum, BRS 139 Neblina e FUNDACEP/FAPA 43. No sulco de cultivo foi aplicada adubação de 350 Kg ha-1 da fórmula , com auxílio de semeadora tracionada por trator, gerando expectativa de rendimento de Kg ha-1 de MS, em acordo com análise de solo. A primeira adubação nitrogenada de cobertura na dose de 20 e 30 Kg ha-1 de N, para seus respectivos tratamentos, na forma de uréia ( ) ocorreu na fase de afilhamento e, as demais, após cada corte, em condições adequadas de umidade do solo. O corte da forragem ocorreu com altura entre 25 e 30 cm, deixando-se resíduo de 7 cm, conforme proposto por Salarno e Tcacenco (1986, apud Fontaneli et al, 2009). Os rendimentos de MV e MS foram quantificados através da pesagem em balança eletrônica. Os resultados 1 Acadêmicos da Faculdade de Agronomia da SETREM ag @setrem.com.br Acadêmico da Faculdade de Agronomia do CESNORS viniszareski@hotmail.com 3 Eng. Agrônomo, M. Sc., Professor da Faculdade de Agronomia SETREM garrafa@setrem.com.br 2
2 relativos ao rendimento de MV e MS foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos significativos comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de significância. O procedimento foi laboratorial (LIMA, 2001), propiciando iguais condições de cultivo aos cultivares, manipulando-se a variável adubação nitrogenada. Quanto ao rendimento total de MV (Tabela 1) o melhor resultado (média Kg ha -1 ) foi obtido com o genótipo FUNDACEP/FAPA 43 com 30 Kg ha -1 de N após cada corte (29191 Kg ha -1 ), sem se diferir estatisticamente de outros seis tratamentos. O menor rendimento neste quesito ocorreu com o cultivar de azevém Eclipse com 20 Kg ha -1 de N em cobertura (17053 Kg ha -1 ). Constatouse também que, à exceção do tratamento aveia FUNDACEP/FAPA 43 com 20 Kg ha -1 de N, os seis melhores resultados em rendimento de MV ocorreram com a dose de 30 kg ha -1 de N após cada corte. O melhor resultado de rendimento total de MS (média 4755 Kg ha -1 ) foi obtido com o azevém Comum com 30 Kg ha -1 de N após cada corte (5447 Kg ha -1 ), sem diferir estatisticamente de outros nove tratamentos. O menor rendimento em MS ocorreu com o cultivar de azevém Eclipse com 20 Kg ha -1 de N após cada corte (3162 Kg ha -1 ). Em relação à distribuição cronológica entre cortes (Tabela 2) foi possível observar diferenças de precocidade entre os cultivares avaliados. Entre a emergência e o primeiro corte (média 54 dias), os quatro tratamentos envolvendo aveia preta (Preta Comum e BRS 139 Neblina com abas as doses de N) possibilitaram corte aos 40 dias após a emergência (DAE) resultado inferior à média menos um desvio padrão. Entre o primeiro e o segundo corte (média 21 dias) novamente a aveia Preta Comum e a BRS 139 Neblina, com ambas as doses de N, apresentaram resultado inferior, com 14 dias entre cortes. Quanto ao intervalo do segundo ao terceiro corte (média 20 dias) ocorreu resultado superior (27 e 25 dias) para a aveia FUNDACEP/FAPA 43 e a Preta Comum, ambas com as duas doses de N, respectivamente. Entre o terceiro e o quarto corte ocorreu intervalo superior nos genótipos BRS 139 Neblina com ambas as doses de N (29 dias), Preta Comum com 20 e 30 Kg ha -1 de N após cada corte e azevém Baqueano com a menor dose de N (27 dias). Considerando a produção de MS (Tabela 3), no primeiro corte (média 1301 Kg ha -1 ) o melhor rendimento foi do azevém Barjumbo com 20 Kg ha -1 de N (1685 Kg.ha -1 ), sem se diferenciar estatisticamente de outros dez tratamentos. No segundo corte (média 1196 Kg ha -1 ) o melhor rendimento foi da aveia FUNDACEP/FAPA 43 com 30 Kg ha -1 de N (1360 Kg ha -1 ), sem se diferenciar estatisticamente de outros nove tratamentos. No terceiro corte (média 1132 Kg ha -1 ) o melhor rendimento ocorreu com o azevém Eclipse com 30 Kg ha -1 de N (1342 Kg ha -1 ) não se diferenciando de outros doze tratamentos. No quarto corte (média 1125 Kg ha -1 ) o melhor resultado foi apresentado pelo azevém Comum com 30 Kg ha -1 de N (1513 Kg ha -1 ), não se diferenciando estatisticamente de outros oito tratamentos, ressaltando-se que o azevém Eclipse com 20 Kg ha -1 de N não possibilitou o quarto corte. Com base no estudo, pode-se concluir que a maior dose de N aplicada após cada corte, possibilitou aumento no rendimento de forragem verde e seca para a maioria dos materiais testados, no entanto, só gerou diferença significativa no genótipo Eclipse, o qual propiciou apenas três cortes enquanto os demais materiais propiciaram quatro. Assim, o acréscimo de 10 kg ha -1 de N nas condições testadas não mostrou ser uma prática vantajosa.
3 Referências Bibliográficas: ADDINSOFT. XLStat your data analysis solution. Lausanne: Addinsoft, FONTANELI, R. S. et al Forrageiras para integração lavoura pecuária floresta na região sul-brasileira. Passo Fundo: Embrapa Trigo, LIMA, M. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva, Tabela 1. Rendimento de massa verde (MV) e massa seca (MS) de genótipos de aveia e azevém em Giruá-RS, Rendimento Kg ha1 Tratamento MV MS Aveia Fapa-43 30N A AB Azevém Barjumbo 30N AB 5196 AB Azevém Comum 30N ABC 5447 A Aveia Fapa-43 20N ABC 5031 AB Azevém Baqueano 30N ABC 4969 AB Azevém Eclipse 30N ABC 5123 AB Azevém Ponteio 30N ABCD 5123 AB Azevém Barjumbo 20N ABCD 5263 AB Aveia Preta Comum 30N ABCD 4614 BC Azevém Comum 20N BCD 5037 AB Azevém Ponteio 20N CD 5006 AB Azevém Baqueano 20N CD 4694 BC Aveia BRS 139 Neblina 30N D 3995 C Aveia Preta Comum 20N D 4124 C Aveia BRS 139 Neblina 20N D 4136 C Azevém Eclipse 20N E 3162 D Média C.V. (%) 4 6,18 5,99 1 Médias seguidas da mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5 % de significância; 2 Dose de Nitrogênio (Kg ha -1 ) aplicado após cada corte; 3 Média geral de todos os tratamentos 4 CV= Coeficiente de variabilidade.
4 Tabela 2. Distribuição temporal do número e intervalo entre cortes de genótipos de aveia a azevém em Giruá-RS, Tratamento Dias emergência ao1º corte Dias 1º ao 2º corte Dias 2º ao 3º corte Dias 3º ao 4º corte Aveia Fapa-43 30N S 21 4 Azevém Barjumbo 30N Azevém Comum 30N Aveia Fapa-43 20N S 21 4 Azevém Baqueano 30N Azevém Eclipse 30N S Azevém Ponteio 30N Azevém Barjumbo 20N Aveia Preta Comum 30N 40 I 2 14 I 25 S 27 S 4 Azevém Comum 20N Azevém Ponteio 20N Azevém Baqueano 20N S 4 Aveia BRS 139 Neblina 30N 40 I 14 I S 4 Aveia Preta Comum 20N 40 I 14 I 25 S 27 S 4 Aveia BRS 139 Neblina 20N 40 I 14 I S 4 Nº cortes/ tratamento Azevém Eclipse 20N S 18-3 Média ,94 Desvio padrão Dose de Nitrogênio (Kg ha -1 ) aplicado após cada corte; 2 Inferior a média menos um desvio padrão; 3 Superior a média mais um desvio padrão; 4 Média geral dos valores da coluna.
5 Tabela 3. Rendimento de massa seca (MS) de genótipos de aveia e azevém, por corte, em Giruá-RS, Kg ha 1 de MS/Corte Tratamento 1º Corte 2º Corte 3º Corte 4º Corte Azevém Barjumbo 20N 2 A a 1 B 1140 bc B 1127 abcd B 1311 abcd Azevém Barjumbo 30N A 1581 ab B 1250 ab B 1189 abc B 1176 abcdef Azevém Comum 30N A 1501 abc A 1146 bc A 1287 a A 1513 a Aveia Fapa-43 30N 2 A 1452 abcd AB 1360 a B 1268 a C 1078 cdef Azevém Baqueano 30N A 1434 abcd AB 1281 ab AB 1134 abcd B 1121 bcdef Aveia Fapa-43 20N A 1434 abcd A 1305 ab A 1299 a B 993def Azevém Baqueano 20N A 1415 abcd AB 1140 bc B 852 cd AB 1287 abcde Azevém Ponteio 20N A 1391 abcd B 1164 abc AB 1201 ab AB 1250 abcde Azevém Ponteio 30N A 1342 abcde A 1121 bc A 1250 a A 1409 abc Azevém Eclipse 30N A 1317 abcde B 1158 abc A 1342 a AB 1305 abcd Azevém Comum 20N AB 1311 abcde B 1134 bc AB 1170 abc A 1422 ab Azevém Eclipse 20N A 1115 bcde A 1042 c A 1005 abcd B 0 g Aveia BRS 139 Neblina 20N AB 1103 bcde A 1256 ab C 827 d BC 950 ef Aveia Preta Comum 30N A 968 cde A 1219 abc A 1201 ab A 1225 abcdef Aveia Preta Comum 20N AB 938 de A 1219 abc AB 1078 abcd B 888 f Aveia BRS 139 Neblina 30N B 833 e A 1207 abc B 888 bcd AB 1066 def Média CV % 4 16,37 6,63 11,80 11,85 1 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5 % de significância; 2 Dose de Nitrogênio (Kg ha -1 ) aplicado após cada corte; 3 Média geral de todos os tratamentos por corte; 4 CV= Coeficiente de variabilidade.
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