Qualidade do leite para os laticínios

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Qualidade do leite para os laticínios Paulo Henrique Fonseca da Silva Doutor em Ciência dos Alimentos EPAMIG/ILCT

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Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento. Provérbios 3:13

Introdução Qualidade intrínseca Aptidão Oportunidades Agregar valor Competitividade Tomada de decisão Visão macro do setor Nova legislação

Indicadores de Qualidade

Indicadores de Qualidade Produtores Como produzir leite com qualidade e preservá-la? Indústria Qual é a qualidade necessária para cada produto?

Valor nutricional Qualidade do leite para os laticínios Qualidade Nutricional do Leite Dois copos de leite suprem significativa proporção das necessidades diárias de cálcio, magnésio, fósforo, vitaminas A, B2, B12 e D Um copo de leite ou 30g de queijo suprem 23% das necessidades diárias de cálcio

Qualidade Intrínseca do Leite Aptidão: processamento consumo 100.000 constituintes Constituinte Teor (g/kg) Variação (g/kg) Água 873 855-887 Extrato seco desengordurado 88 79-100 Gordura 39 24-55 Lactose 46 38-53 Proteínas 32,5 23-44 Substâncias minerais 6,5 5,3-8,0 Ácidos orgânicos 1,8 1,3-2,2 Outros 1,4 - Fonte: adaptado de Walstra e Jenness, 1984.

Qualidade do Leite Natural Qualitativa Leite de conjunto Quantitativa VARIABILIDADE Leite individual Mamite Fatores nutricionais Fatores climáticos

Qualidade do Leite Qualidade microbiológica Microrganismos contaminantes Produção de toxinas Psicrotróficos Tempo e temperatura (granelização)

Qualidade sanitária Controle da mastite Qualidade do Leite Contagem de células somáticas Patógenos ambientais Outros patógenos (tuberculose)

Contaminações Animal Água Ar Utensílios Pessoal Resíduos de antibióticos, pesticidas e produtos de higienização

PRESTENÇÃO = Qualidade é quando leite para os um laticínios mineirim tá falando mas você não tá ouvindo LIDILEITE = litro de leite TREM = quer dizer qualquer coisa que o mineirim quiser

Granelização Refrigeração, coleta e transporte a granel Granelização: agregar valor ao produto obtido de forma adequada Aspectos econômicos Aspectos logísticos Aspectos sociais Aspectos de legislação Aspectos microbiológicos Aspectos físico-químicos

Milhões de bactérias/ml Granelização Horas

Granelização Temp ºC Ordenha >2 h >4 h >6 h >8 h >10h 4ºC 2.000 2020 2040 2061 2081 2102 7ºC 2.000 2200 2420 2662 2928 3221 10ºC 2.000 4000 8000 16000 32000 64000 15ºC 2.000 6000 18000 54000 162000 486000

Granelização QUALIDADE EFEITOS MICROBIOLÓGICOS REFRIGERAÇÃO EFEITOS FÍSICO-QUÍMICOS TECNOLOGIA

Legislação Programa Nacional da Melhoria da Qualidade do Leite Instrução Normativa nº 51 / 02 Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal Decreto nº 30.691 de 29/03/1952

Nova Legislação Revisão do RIISPOA

Nova Legislação Revisão do RIISPOA TÍTULO VI - DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE Capítulo IV Padrão de Identidade e Qualidade do Leite e Produtos Lácteos Seção I Leite Seção II Classificação de Produtos Lácteos Seção III Creme de Leite Seção IV Manteiga Seção V Queijos Seção VI Leites Fermentados Seção VII Leites Desidratados Seção VIII Outros produtos lácteos

Nova Legislação IN 51

Rastreabilidade na industrialização do leite Identificação do produto Dados a serem rastreados Rastreabilidade Processsamento Ferramentas de rastreabilidade

Leite pasteurizado Contagem global Patógenos Estabilidade térmica

Leite UHT Contagem de psicrotróficos Contagem de esporulados Estabilidade térmica Balanceamento salino

Queijos Contagem de psicrotróficos Contagem de esporulados Inibidores Caseína / gordura

Leite em pó Teor de sólidos Estabilidade térmica Integridade da gordura

Considerações Finais Não perder qualidade Matéria-prima Qualidade intrínseca Produção Granelização Aptidão para transformação Processo Produto acabado Agregar valor Indicadores de qualidade adequada

Qualidade? Qualidade do leite para os laticínios É só se inspirar...

Muito obrigado! Paulo Henrique paulo.henrique@epamig.br epamig.br 32-3224 3224-31163116