IDEF é utilizado para criar uma descrição clara e detalhada de um processo ou um sistema.



Documentos relacionados
Modelando sistemas em UML - Casos de uso.

Guia para Modelagem de Casos de Uso Metodologia CELEPAR

KODAK PROFISSIONAL Câmera Digital DCS Pro SLR/c Guia do usuário - Seção de Otimização da Lente

3 Informações para Coordenação da Execução de Testes

Escalas ESCALAS COTAGEM

PLANEJAMENTO SIMPLIFICADO DE PROJETOS

FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Projeção ortográfica e perspectiva isométrica

GESTÃO POR PROCESSOS

UNIPAC Araguari FACAE - Faculdade de Ciências Administrativas e Exatas SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Melhorias de Processos segundo o PDCA Parte IV

Desenvolvimento Organizacional

Administração Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios

SOLUÇÕES N item a) O maior dos quatro retângulos tem lados de medida 30 4 = 26 cm e 20 7 = 13 cm. Logo, sua área é 26 x 13= 338 cm 2.

BIZAGI PROCESS MODELER - TUTORIAL INSTALAÇÃO E PRIMEIRO ACESSO

Fazer cópias. Cópias rápidas Exemplos de trabalhos típicos Ajuste a qualidade das cópias Fazer cópias.

Tutorial Autodesk Inventor Sheet Metal

Requisitos de Software

3. Numerar a coluna da direita conforme a da esquerda 1) Classe (2) :Aluno 2) Um dado objeto (3) oaluno:aluno 3) Objeto (1) Aluno

Atualizações de Software Guia do Usuário

Dispositivos Externos

Configurando o Network Address Translation: Introdução

13/09/2011. Atividades. Aula 5: REDE PERT/CPM PRINCÍPIOS DO PERT-CPM

Proporcionar a modelagem de sistemas utilizando todos os conceitos da orientação a objeto;

Parte 05 - Técnicas de programação (mapas de Veitch-Karnaugh)

Escrita de Relatórios

METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ETAPA 2. PROJETO de pesquisa

Cartões Multimédia Externos Manual do utilizador

Universidade Paulista

Modem e rede local Guia do usuário

Copyright The Energy Extension Inc. EMF Balancing Technique All Rights Reserved.

Podemos também definir o conteúdo dos menus da página inicial. Clique em Menus, Main Menu.

Documento de Requisitos do Sistema SISFOTO Sistema de gerenciamento de eventos fotográficos Versão 1.0

Bem-vindo ao tópico sobre Cadastro e documentos.

Trata-se do processo de gestão, organização e orientação da equipe do projeto;

Dicas de como contornar a crise (e até sair dela)

AVISO DE SERVIÇO DO PRODUTO. Software de programação PLC-5 para RSLogix 5, versão

Gerenciamento de projetos (Project Management).

Figura 1. Tela ilustrando o slide que seria anotado com a caneta.

BLOCO K Jan EFD ICMS/IPI Bloco K

4 Um processo para a elaboração de perguntas de questionários para a elicitação de requisitos de software

1 PARA CADASTRAR SEU CURRÍCULO

Conhecendo Seu Telefone

Jabra Link 850. Manual do Usuário.

APOSTILA DE INFORMÁTICA - PAINT

aumento de custos de armazenamento e acesso performance baixa incoerência de informações nas alterações de dados

PROVA DISCURSIVA. CESPE CEBRASPE TRT8 Aplicação: 2016

DEVF IT Solutions. Gerenciador de Log. Documento Visão. Versão 2.0. Projeto Integrador 2015/2 Engenharia de Software

ANEXO 3 GERENCIAMENTO DE MODIFICAÇÕES

FERRAMENTAS DA QUALIDADE BRAINSTORMING

Peso do asfalto ou pavimento de concreto; Vento empurrando os lados sobre a estrutura; Forças causadas por terremotos, entre outros.

Equivalente de produção. Equivalente de produção. Equivalente de produção. Para se fazer o cálculo, é necessário o seguinte raciocínio:

sumário CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 06 CONHECENDO CORELDRAW X régua, linhas-guia e grade...

Engenharia de Software

Objetivo: Levantamento de pontos da curva temporizada

Normas para a elaboração de um relatório. para a disciplina de projecto integrado. 3.º ano 2.º semestre. Abril de 2004

Regulamento paraa Certificação do Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional

Manual do Usuário SISCOLE - Sistema de Cadastro de Organismos e Laboratórios Estrangeiros

Tutorial. Georreferenciamento de Imagens. Autores: Rafael Bellucci Moretti, Vitor Pires Vencovsky

Gerenciamento de dispositivos móveis

Manual do Processo de Planejamento da UFSC. Departamento de Planejamento SEPLAN/UFSC

Dispositivos Externos Manual do Utilizador

Variáveis Frequências Gráficos Medidas de Posição Medidas de Dispersão Medidas Complementares Inferência

FLIP FLOPS. EXPERIMENTS MANUAL Manual de Experimentos Manual de Experimentos M-1113A

Modelo de Ética para Tomada de Decisão

Algoritmos e Programação : Conceitos e estruturas básicas. Hudson Victoria Diniz

Bem-vindo ao tópico sobre conceitos de determinação de preços.

CADASTRO. Quem pode se inscrever para fazer esses cursos? Qualquer professor em exercício da rede pública estadual ou municipal.

Orientações Para o Preenchimento do Formulário de Inscrição Preliminar dos Projetos

Exercícios de Revisão Redes de Computadores Edgard Jamhour. SSL, VPN PPTP e IPsec

Modelo de negócios CANVAS

Metodologias de alinhamento PETI. Prof. Marlon Marcon

LISTA DE EXERCÍCIOS POWER POINT

Processo de Desenvolvimento de Software

Olá! Você verá a seguir um importante treinamento que vai facilitar suas atividades diárias!

Introdução à Algoritmos. Aula 11

Circuitos Aritméticos

Projeto de Aplicações WEB WEB I

PROJETO DE PESQUISA FINALIDADE TEMA ESCOLHA DO PROFESSOR ORIENTADOR GUIA SEGURANÇA NA COLETA DE MATERIAIS ESPAÇO PARA FICHAMENTOS

O que é Microsoft Excel? Microsoft Excel. Inicialização do Excel. Ambiente de trabalho

Supressão de vistas em peças prismáticas e piramidais

Algoritmo e Pseudo-código

Os eixo x e y dividem a circunferência em quatro partes congruentes chamadas quadrantes, numeradas de 1 a 4 conforme figura abaixo:

ICEI Índice de Confiança do Empresário Industrial Julho/07 Interiorização da Sondagem

Equilíbrio de um corpo rígido

Usando o painel do operador

Xerox WorkCentre 5735/5740/5745/ 5755/5765/5775/5790 Como fazer uma cópia. Preparação. Digitalizar. Mais informações

Manual Processos Produção

Metodologia Científica ILUSTRAÇÕES DAS NORMAS DA ABNT ADAPTAÇÃO DA NORMA NBR 14724: REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO

Metodologias de Programação

Edgard Pedreira de Cerqueira Neto, PhD, PMP

Consultório On-line. Tudo o que você precisa em um só lugar.

CONFIGURAÇÃO PARA ACESSO AOS S EM DISPOSITIVOS MÓVEIS

APOSTILHA AULA 4 O CICLO DE VIDA DO PROJETO

Conjuntos mecânicos II

Sistema de Gerenciamento para a lanchonete Paulinho Lanches

MANUAL DO SISTEMA - CIDADÃO 1. PORTAL DA SALA DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO

Projetos CUSTOS. Prof. Anderson Valadares

Diagramas de Sequência

Transcrição:

IDEF0 Como fazer O QUE É IDEF é utilizado para criar uma descrição clara e detalhada de um processo ou um sistema. Nota: IEDF0 é um subconjunto da Técnica de Análise e Projeto estruturados (Structured Analysis and Design Technique - SADT), desenvolvido por Douglas Ross no final dos anos 60 e disponibilizado como de domínio público pela Softech Inc., a pedido do departamento de defesa dos Estados Unidos. IDEF0 é uma ferramenta de modelagem funcional, é a mais comumente utilizada dentre um grande conjunto de especificações de modelagem IDEF, o qual inclui IDEF1X (modelagem de informações) e IDEF2 (modelagem de sistemas dinâmicos). QUANDO UTILIZAR - Utilize quando precisar descrever formalmente um processo, para garantir um resultado detalhado, claro e preciso. - Utilize quando o processo for complexo, e outros métodos fossem resultar em um diagrama mais complexo. - Utilize quando houver tempo hábil para trabalhar em entender e produzir uma descrição completa e correta do processo. COMO ENTENDER Há inúmeros métodos para descrever processos, muitos dos quais são bastante informais, tais como os diagramas de blocos ou fluxogramas. Estes são suficientes em muitas circunstâncias mas são inadequados em outras, especialmente quando o processo é complexo ou uma abordagem mais rigorosa se faz necessária. Um problema que pode surgir quando se é mais rigoroso é que um entendimento geral pode ser perdido nos detalhes. O desafio portanto é encontrar um método que seja ao mesmo tempo preciso e claro em todos os níveis. O elemento básico do diagrama é muito simples, utilizando somente um retângulo para definir cada atividade ou processo, como ilustrado. As quatro setas ao redor do retângulo são: - Entradas, que a matéria-prima que é transformada durante a atividade/processo. - Controles, que influenciam ou direcionam como o processo funciona, tais como regras de segurança. - Mecanismos, o que é necessário para que a atividade ocorra, tais como pessoas, ferramentas ou máquinas e equipamentos. - Saída, que são o resultado da atividade e são transmitidas para outro processo ou utilizadas pelo cliente do processo.

A descrição do processo se inicia com um único retângulo monstrando os elementos básicos do processo como um todo. Este diagrama é chamado de 'A-0' ('A menos zero'), como ilustrado na figura a seguir.

O retângulo no diagrama A-0 é então decomposto (explodido ou dado um zoom) em outro diagrama entre 3 e 6 retângulos. Este é chamado 'diagrama A0'. Esta decomposição hierárquica é repetida para cada retângulo do diagrama e então para cada retângulo nos diagramas resultantes, assim por diante, até que o processo esteja totalmente descrito. Em qualquer diagrama, os retângulos são dispostos de cima para baixo e da esquerda para a direita, por ordem de precedência, onde o retângulo de maior precedência controla o retângulo de menor Os retângulos são numerados em ordem de precedência, com o número sendo usado para referenciar o retângulo em outros diagramas. Portanto o primeiro retângulo no diagrama A0 é decomposto no diagrama A1, e o terceiro retângulo naquele diagrama é decomposto como A13. Setas carregam múltiplos itens, e são unidas ou divididas para simplificar o diagrama. Nomes próximos às setas deverem descrever o que estas carregam; onde não há nomes, o conteúdo da seta pode ser deduzido. Setas que não se conectam com um retângulo na sua extremidade final são aquelas que vem ou vão para o retângulo pai, do qual o diagrama atual é decomposto. Estas setas são numeradas para indicar qual dos elementos básicos eles representam. Portanto, C1 representa o controle mais à esquerda e I2 é a segunda entrada no

retângulo pai. Parênteses (um túnel) em uma das extremidades da seta indicam que este seta não aparece no diagrama pai ou no diagrama filho. Há apenas cinco tipos de conexão que as setas podem fazer entre os retângulos, como indicado na tabela a seguir, a qual mostra como as atividades, alimentam, permitem ou restringem uma outra atividade. A mistura de tipos de conexões em um conjunto de diagramas indicará o tipo de sistema. Por exemplo, um processo com pouco retorno pode indicar falta de controle.

Tipo de conexão Tipo Descrição Conexão de entrada Saída para entrada de um processo de menor Conexão de controle Saída de um processo é utilizada como controle de um processo de menor Saída para mecanismo A saída de um processo é utilizada como mecanismo do processo de menor Retorno de controle A saída de um processo é utilizada como controle de um processo de maior Retorno de entrada A saída de um processo é utilizada como entrada de um processo de maior Um dos pontos fortes da técnica IDEF0 é que não somente os diagramas são definidos, mas o processo de como eles são produzidos também o é. Uma parte chave disto é que ele é desenhado por um expert em IDEF0 (o 'autor'), usando o ponto de vista de e com total cooperação do indivíduo chave dentro do sistema que está sendo diagramado. Isto, juntamente com a autoria formal e ciclos de revisão, ajudam a assegurar consistência e detalhes corretos nos diagramas finais. O modelo completo inclui texto com descrições adicionais de itens nos diagramas para permitir que estes sejam mantidos relativamente simples, enquanto se mantém informações detalhadas que podem ser usadas quando necessário. COMO FAZER 1. Identifique o sistema ou processo a ser descrito. Utilize um nome que indique claramente o que ele é. Adicione descrição (na forma de texto em separado) sobre o que está incluso ou excluído (escopo) do sistema/processo. 2. Identifique o propósito ou objetivo de descrever o processo. Quem vai utilizar, qual seu nível de conhecimento do assunto que será representado, etc. 3. Decida sobre qual ponto de vista descrever o processo. Por exemplo, um gerente de vendas pode ter uma visão mais abrangente do que um vendedor.

4. Identifique a estratégia de decomposição a ser utilizada. Este é o conjunto de regras a ser utilizado para decidir como decompor as atividades em sub-atividades. As estratégias possíveis são: -Decomposição funcional - que as atividades de acordo com "o que" é feito, ao invés de "como é feito". Este é a estratégia mais comum. -Decomposição por papéis - decompõem as atividades de acordo com "quem faz o que". Pode ser uma forma fácil e útil de iniciar, mas é possível que impeça melhorias no modelo se este estratégia for levada a diante. -Decomposição em sub-sistemas - divide os sistemas primeiro em subsistemas. É útil quando sub-sistemas são relativamente independentes uns dos outros. -Decomposição por ciclo de vida - dividi um sistema primeiramente pelas fases das atividades. Novamente, esta estratégia é útil quando as fases claramente definidas e relativamente independentes. 5. Antes de começar a desenhar diagramas, reúna informações sobre o sistema. Isto pode ser iniciado lendo documentos já existentes, ou observando o processo em ação, mas a forma mais eficiente é a realização de entrevistas com pessoas selecionadas. 6. A partir da informação obtida no passo 5, desenhe um conjunto de diagramas. Desenhe o diagrama A0 primeiro, então resuma-o num diagrama A-0. Esta é a única etapa onde a abordagem é feita de baixo para cima, isto é, do nível mais detalhado para um nível mais resumido. Ao desenhar um diagrama utilize a seguinte seqüência de ações: a. Use a estratégia de decomposição do passo 4 para identificar entre três e seis atividades que serão exibidas no diagrama. Pode ser útil tentar decomposições diferentes antes de optar por uma em definitivo. b. Ordene a atividades por ordem de Num par de atividades, a precedente é aquela que possui maior influência (controle) sobre a outra. Por exemplo: Produzir plano tem precedência sobre Construir o produto. c. Distribua os retângulos no diagrama por ordem de precedência, dispondo-os na diagonal, a partir do canto superior esquerdo para o canto inferior direito do diagrama. Quando posicionar os retângulos, tente prever onde as setas irão. Coloque o nome de cada atividade dentro do retângulo. d. Desenhe as setas para cada item de dados, iniciando pelas entradas e pelas saídas, depois adicione os controle e então os mecanismos utilizados para a realização da atividade. e. Adicione, opcionalmente, parênteses ao final de cada linha que não será mostrada no diagrama para ou filho. f.identifique cada diagrama com um nome. Também pode ser útil adicionar outros dados, tais como data de elaboração e status do diagrama (esboço, final). g. Revise o diagrama para verificar se está consistente, completo e claro. Valide-o contra os objetivos (passo 2), ponto de vista (passo 3), estratégia de decomposição (passo 4) e informação disponível (passo 5). Revise e repita os passos acima conforme o necessário. 7. Para cada diagrama é útil escrever um glossário, o qual descreve os itens do diagrama. O glossário pode conter qualquer texto que ajude o entendimento do diagrama ou do sistema como um todo. Ao usar o glossário deve-se tomar

cuidado para mantê-lo sem uma sobrecarga de informações, isto é, deve ser sucinto. 8. Decide se deve ou não rever os diagramas produzidos até aqui. É útil revisar cedo, quando os diagramas A-0 e A0 (e possivelmente o nível abaixo) são completados, e depois quando alterações significativas são feitas. Se você adiar a revisão para quando todas os diagramas estiverem completos, isto pode resultar num aumento significativo do esforço para ajustar os diagramas. 9. Para cada retângulo que ainda não foi decomposto em um outro diagrama, decida se vale a pela ou não decompô-lo, ou se a quantidade de detalhes já existentes neste nível já é suficiente. Considerações sobre se deve-se decompor ou não a atividade representada em um retângulo incluem: - O conjunto final de diagramas (ou modelo ) deve conter detalhes suficientes para satisfazer o objetivo proposto no passo 2. - Um bom ponto para parar é quando os retângulos estão dizendo como e não o que é feito, ou quando o ponto de vista muda. - Retângulos devem descrever atividades que são monolíticas e funções únicas, e não trivialidades ou duplicar outros retângulos já existentes. Para retângulos que serão decompostos, o processo acima deve ser repetido conforme necessário.