166 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL



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Transcrição:

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL Embargos Infringentes e de Nulidade em Agravo de Execução penal nº 0062003-35.2013.8.19.0000 Juízo de origem: Vara de Execuções Penais Embargante: Gabriel Luiz Menezes da Silva RG 26770276-9 Embargado: Ministério Público Presidente: Des. Luiz Zveiter Relatora: Des.ª Maria Sandra Kayat Direito EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE - DECISÃO DA 3ª CÂMARA CRIMINAL QUE, POR MAIORIA DE VOTOS, DEU PROVIMENTO AO RECURSO MINISTERIAL, PARA CASSAR A DECISÃO DA VEP, QUE DEFERIU A PRISÃO ALBERGUE DOMICILIAR AO APENADO, SUBMETENDO-O AO SISTEMA DE FISCALIZAÇÃO POR MONITORAMENTO ELETRÔNICO - A DIVERGÊNCIA FOI DA DESEMBARGADORA MÔNICA TOLLEDO DE OLIVEIRA QUE DESPROVIA O AGRAVO MINISTERIAL. PROGRESSÃO PARA O REGIME ABERTO, A SER CUMPRIDO EM PRISÃO ALBERGUE DOMICILIAR, COM MONITORAMENTO ELETRÔNICO, NA COMARCA DE SÃO GONÇALO POSSIBILIDADE MEDIDA QUE PROPORCIONA UMA CONSTANTE VIGILÂNCIA DO CONDENADO, QUE SE SUBMETE A DIVERSAS CONDIÇÕES PARA QUE O PODER ESTATAL TENHA O CONTROLE DE SUAS ATIVIDADES, IMPEDINDO A SUA FUGA E PARA ANALISAR SUAS FUTURAS PRETENSÕES, O QUE É PERMITIDO PELA LEI 12.258, DE 25 DE JUNHO DE 2010, EVITANDO-SE, CONSEQUENTEMENTE, EVENTUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL - APENADO QUE JÁ CUMPRIU 2/3 DA PENA EM 13/09/2014 (PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO PARA CONCESSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL ARTIGO 44, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 11343/06) TÉRMINO DA REPRIMENDA PREVISTO PARA 2016. O embargante foi beneficiado com a progressão para o regime aberto, a ser cumprido em prisão albergue domiciliar, na Comarca de São Gonçalo. A concessão de tal benesse se revela uma forma de melhor regular a execução penal, proporcionando uma constante vigilância do condenado, que se submete a diversas condições para que o poder estatal tenha o controle de suas atividades, impedindo a sua fuga e para analisar suas futuras pretensões, o que é permitido pela Lei 12.258, de 25 de junho de 2010, evitando-se, consequentemente, eventual constrangimento ilegal. No caso em tela, a prisão albergue domiciliar, com monitoramento eletrônico, viabilizará a reintegração do agravado ao meio social, que é a intenção da Lei de Execuções Penais. Por fim, as duas casas existentes em nosso Estado, em razão da distância, dificulta ou até mesmo impossibilita que o agravado cumpra sua pena no regime aberto. Acrescente-se, ainda, que, na maioria das vezes, o apenado 1

(residente em São Gonçalo) não consegue retornar ao Albergue, em razão da hipossuficiência financeira, incidindo, assim, em falta grave. Dessa forma, outro caminho não resta senão manter a decisão guerreada, submetendo o agravado ao uso de tornozeleira eletrônica, nos termos do artigo 146-B da Lei 7.210/1984, com a redação dada pela Lei 12.258/2010, para que ele possa se ressocializar. Por fim, de acordo com o cálculo de pena (doc. 45 ou fls. 65), o apenado cumpriu 2/3 da reprimenda em 13/09/2014. Ou seja, já preencheu, em tese, o requisito objetivo para a concessão do livramento condicional, conforme previsto no artigo 44, parágrafo único, da Lei 11.343/06. PROVIMENTO DOS EMBARGOS. ACORDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos dos Embargos Infringentes e de Nulidade em Agravo de Execução nº 0062003-35.2013.8.19.0000, em que figura como embargante Gabriel Luiz Menezes da Silva e embargado o Ministério Público, ACORDAM os Desembargadores que compõem a Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em sessão realizada em 16/12/2014, por unanimidade de votos, em PROVER os presentes embargos, na forma do voto da Desembargadora-Relatora. RELATÓRIO O Ministério Público interpôs agravo contra a decisão proferida pelo Juízo da Vara de Execuções Penais (doc. 66), que deferiu a progressão de regime para o aberto, na modalidade prisão albergue domiciliar, com monitoramento eletrônico, em favor do apenado Gabriel Luiz Menezes da Silva. (doc. 03) Em Julgamento realizado pela 3ª Câmara Criminal, por maioria de votos, foi provido o recurso ministerial, para cassar a decisão que concedeu a prisão domiciliar, retornando o apenado à casa de albergado. (doc. 106) Vencida a Desembargadora Mônica Tolledo de Oliveira que desprovia o recurso ministerial, mantendo íntegra a decisão do Juízo a quo. Doc. 117) Insatisfeita, foram opostos os presentes embargos infringentes e de nulidade, objetivando fazer prevalecer o voto vencido da lavra da 2

Exma. Desembargadora Mônica Tolledo de Oliveira que desprovia o recurso ministerial - doc. 136. Representado pela Defensoria Pública, fundamenta o ora embargante o seu pedido no artigo 609 do Código de Processo Penal, pugnando pela procedência do pedido, com a reforma do v. acórdão recorrido em favor do defendente, com sustentáculo no douto voto vencido. Nas suas razões, reporta-se ao inteiro teor do voto vencido, a reforma do acórdão recorrido, nos termos preconizados no voto divergente que mais se coaduna com a legislação pertinente, doutrina e jurisprudência, mantendo-se, assim, a decisão da Vara de Execuções Penais, que concedeu a prisão albergue domiciliar ao apenado, como monitoramento eletrônico. Pronunciou-se a douta representante da Procuradoria da Justiça pelo conhecimento do recurso e, no mérito, pelo seu não provimento (doc. 154). VOTO O recurso deve ser conhecido, eis que presentes os requisitos de admissibilidade. Pela leitura dos autos infere-se que, em 12/08/2013, foi deferido ao embargante o benefício de progressão para o regime aberto, a ser cumprido em prisão albergue domiciliar mediante monitoramento eletrônico, na Comarca de São Gonçalo. Conforme se vê das peças que instruem o presente feito, o embargante foi condenado a 5 anos e 10 meses de reclusão, em regime semiaberto, pela prática do crime previsto no artigo 33, c/c art. 40, IV e VI, ambos da Lei 11.343/06, dando início ao cumprimento da reprimenda corporal em 25/10/2010, obtendo a progressão do regime semiaberto para o aberto em 12/08/2013, obtendo também autorização para cumprir o restante da pena em liberdade, na modalidade prisão albergue domiciliar, através do sistema de monitoramento eletrônico, devendo o apenado cumprir as seguintes condições: 1- recolher-se das 20h até 6h nos dias úteis, bem como permanecer em sua residência, em tempo integral, nos dias de folga, aí incluídos sábados, domingos e feriados, caso não seja dia de trabalho; 2- não se ausentar da cidade onde reside sem autorização judicial ou transferir sua residência para outro Estado da federação sem prévia autorização do Juízo da execução; 3

3- comparecer no Juízo a quem couber por competência, na comarca de seu domicílio, mensalmente, para informar, justificar suas atividades e assinar o boletim de frequência; A meu ver, há de ser mantida a decisão proferida pelo Juízo da Vara de Execuções Penais. A Lei de Execuções Penais introduziu, através do artigo 146-B, inciso IV, a possibilidade de o apenado cumprir pena com o monitoramento eletrônico, em prisão domiciliar, a fim de possibilitar a sua ressocialização e viabilizar o contato com a família e com a sociedade. A prisão albergue domiciliar, com o monitoramento eletrônico, tem como finalidade a extinção das casas de albergado, que estão superlotadas e distantes da casa dos apenados. Tais albergues vêm se revelando inviáveis para o cumprimento da pena privativa de liberdade, em regime aberto, havendo quase sempre superlotação. Como bem salientou o Juiz de Direito da VEP, só existem vagas em Casa de Albergado neste Estado em razão do Juízo da execução ter passado a adotar a PAD com monitoração eletrônica como regra para o cumprimento da pena em regime aberto. Dentro desse quadro, a concessão de tal benesse se revela uma forma de melhor regular a execução penal, proporcionando uma constante vigilância do condenado, que se submete a diversas condições para que o poder estatal tenha o controle de suas atividades, impedindo a sua fuga e para analisar suas futuras pretensões, o que é permitido pela Lei 12.258, de 25 de junho de 2010, evitando-se, consequentemente, eventual constrangimento ilegal. No caso em tela, a prisão albergue domiciliar, com monitoramento eletrônico, melhor viabilizará a reintegração do embargante ao meio social, que é a intenção da Lei de Execuções Penais. Note-se, por oportuno, que o exame criminológico de fls. 47 atesta que No momento o interno, demonstra não apresentar indícios de psicopatologia nem fatores que o impeçam de obter o benefício a que tem direito.... O comportamento do apenado é excelente a partir de 10/12/2012, conforme transcrição da ficha disciplinar de fls. 48 (doc. 53). Por fim, as duas casas de albergado existentes em nosso Estado, em razão da distância, dificulta ou até mesmo impossibilita que o embargante cumpra sua pena no regime aberto. Acrescente-se, ainda, que, na maioria das vezes, o apenado não consegue retornar ao 4

Albergue, em razão da hipossuficiência financeira, incidindo, assim, em falta grave. Dessa forma, outro caminho não resta senão manter a decisão guerreada, submetendo o embargante ao uso de tornozeleira eletrônica, nos termos do artigo 146-B da Lei 7.210/1984, com a redação dada pela Lei 12.258/2010, para que ele possa se ressocializar. Por fim, de acordo com o cálculo de pena (doc. 45 ou fls. 65), o apenado cumpriu 2/3 da reprimenda em 13/09/2014. Ou seja, já preencheu, em tese, o requisito objetivo para a concessão do livramento condicional, de acordo com o artigo 44, parágrafo único, da Lei 11.343/06. Por tais razões, voto pelo provimento dos presentes embargos, com a consequente manutenção do voto vencido da lavra da Excelentíssima Desembargadora Mônica Tolledo de Oliveira. Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2014. DES. MARIA SANDRA KAYAT DIREITO Relatora 5