PROJETO DE ESTRADAS Pr P of o. D r D. An A d n e d r e so s n o n Man a zo n l zo i



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Transcrição:

PROJETO DE ESTRADAS Prof. Dr. Anderson Manzoli

SUPERELEVAÇÃO & SUPERLARGURA CONCEITOS: Criar condições que permitam aos usuários o desenvolvimento e a manutenção de velocidades de percurso próximas à velocidade de referência, em condições de conforto e segurança. 2

SUPERELEVAÇÃO & SUPERLARGURA CONCEITOS: Visando minimizar a impactação negativa desses fatores inerentes aos trechos curvos, são introduzidos os conceitos de superelevação e de superlargura que, devidamente considerados nos projetos das curvas horizontais, ensejam condições de operação mais homogêneas para os usuários ao longo das rodovias. 3

CONCEITOS: SUPERELEVAÇÃO Ao percorrer um trecho de rodovia em curva horizontal com certa velocidade, um veículo fica sujeito à ação de uma força centrífuga, que atua no sentido de dentro para fora da curva, tendendo a mantê-lo em trajetória retilínea, tangente à curva. Isto obriga o condutor do veículo a esterçar o volante no sentido da curva para manter o veículo na trajetória desejada. 4

CONCEITOS: SUPERELEVAÇÃO Imaginando-se uma pista de rolamento plana (sem abaulamentos ou inclinações transversais), essa manobra do condutor é capaz de manter o veículo na pista, na trajetória curva, graças ao atrito que se desenvolve entre os pneus e a superfície de rolamento. 5

CONCEITOS: SUPERELEVAÇÃO Os efeitos combinados da força de atrito e da força centrífuga se fazem sentir tanto sobre os passageiros dos veículos quanto sobre as cargas transportadas. Passageiros - é a sensação de desconforto. Sobre as cargas - a atuação das forças laterais pode causar danos a mercadorias frágeis e desarrumação dos carregamentos, podendo até mesmo comprometer a estabilidade dos veículos em movimento. 6

SUPERELEVAÇÃO CONCEITOS: A superelevação é medida pela inclinação transversal da pista em relação ao plano horizontal, sendo expressa em proporção (m/m) ou em percentagem (%). Tal inclinação deve ser bem escolhida, vez que uma inclinação elevada causaria o escorregamento ou tombamento dos veículos na via. Em vias urbanas, a superelevação é evitada, uma vez que induz o motorista a elevar sua velocidade, o que implicaria em redução da segurança das vias. 7

Curiosidade: SUPERELEVAÇÃO Curva Norte: inclinação plana de 43 - apelido de "Muro da Morte". A última corrida 1959. Monza: 38 porém de perfil hiperbólico - pouca superelevação na parte interna da curva, vai aumentando em direção à externa. Um F-1 poderia efetuar essas curvas na sua velocidade máxima, cerca de 350 km/h, sem qualquer problema de aderência. 8

CONCEITOS: SUPERELEVAÇÃO Para contrabalançar os efeitos dessas forças laterais, é utilizado o conceito de superelevação da pista de rolamento, que é a declividade transversal da pista nos trechos em curva, introduzida com a finalidade de reduzir ou eliminar os efeitos das forças laterais sobre os passageiros e sobre as cargas dos veículos em movimento. 9

SUPERELEVAÇÃO As três principais forças que atuam sobre o veículo em movimento: Força de atrito (Fa), que atua sobre as faces dos pneus em contato com a pista; Força centrífuga (Fc), que é horizontal e atua sobre o centro de gravidade do veículo, podendo ser decomposta segundo as componentes: Tangencial à pista, dada por : Ft = Fc. cos(α); Normal à pista, dada por : Fn = Fc. sen(α); Força peso do veículo (P), que é vertical e atua sobre o centro de gravidade de veículo, e que pode ser decomposta segundo as componentes: Tangencial à pista, dada por : Pt = P. sen(α); Normal à pista, dada por : Pn = P. cos(α). 10

Forças atuantes: A equação de equilíbrio de forças, no plano paralelo ao da pista de rolamento, pode ser representada por: Ft = Fa + Pt SUPERELEVAÇÃO ou seja, o efeito da força centrífuga é compensado pelo da força de atrito somado ao da componente tangencial do peso do veículo (este último é que se constitui no efeito principal resultante da introdução da superelevação!). 11

Forças atuantes: SUPERELEVAÇÃO Observe-se que, para uma dada velocidade de percurso e para um mesmo raio de curvatura, quanto maior for a superelevação menor será a participação da força de atrito no equilíbrio das forças laterais, diminuindo portanto a intensidade da resultante das forças laterais que atuam sobre os passageiros e sobre as cargas. A força centrífuga fica: 12

Forças atuantes: SUPERELEVAÇÃO Temos então: 13

Forças atuantes: SUPERELEVAÇÃO Dado que Fn resultará muito pequeno perante Pn para as inclinações transversais α normalmente empregadas (verifique isso, com valores usuais em projetos de rodovias!), despreza-se, para fins práticos, a força Fn, e se considera que: 14

Forças atuantes: SUPERELEVAÇÃO Logo: 15

O coeficiente de atrito f SUPERELEVAÇÃO Difere do conceito puro de coeficiente de atrito da física clássica, pois se trata de um coeficiente de atrito de deslizamento lateral, medido dinamicamente. O valor desse coeficiente de atrito transversal é variável, diminuindo à medida que aumenta a velocidade tangencial do veículo. São fixados pelas normas de projeto geométrico, tendo sido obtidos a partir de resultados de medições de campo realizadas em pesquisas bastante antigas, nas décadas de 30 a 50, e confirmadas por trabalhos mais recentes, de 1985, nos Estados Unidos (AASHTO, 1995, p.146; 154). 16

O coeficiente de atrito f SUPERELEVAÇÃO As normas do DNER fixam como valores de coeficientes de atrito transversal máximos admissíveis para fins de projeto, para diferentes velocidades diretrizes. 17

O coeficiente de atrito f SUPERELEVAÇÃO Esses valores são bastante inferiores aos limites verificados para determinadas condições de pneus e de pavimentos, e correspondem, na verdade, a coeficientes de atrito que foram medidos experimentalmente, com equipamentos apropriados, em velocidades tais que os motoristas, no limiar da sensação de desconforto, reagiam instintivamente, evitando transitar em velocidades maiores. Os valores máximos admissíveis do coeficiente de atrito transversal somente são empregados, em princípio, nas condições limites, ou seja, para as concordâncias horizontais com curvas de raios mínimos e com as superelevações máximas admitidas para o projeto. 18

O coeficiente de atrito f SUPERELEVAÇÃO A fórmula não deve ser utilizada diretamente na determinação da superelevação a ser adotada para o projeto de uma concordância horizontal. Para ilustrar esta afirmação, determinar a superelevação a ser adotada no projeto de uma concordância horizontal com raio de curva circular R = 35,00 m, considerando uma velocidade tangencial V=70 km/h (A curva horizontal poderia ser construída com a superelevação encontrada? O que estaria errado?). 19

SUPERELEVAÇÃO Valores mínimos e máximos de superelevação: Nos trechos em curva, a retirada das águas superficiais da pista é possibilitada pela existência de superelevações. Para curvas com raios muito grandes em relação à velocidade diretriz de projeto, os efeitos da força centrífuga resultariam desprezíveis, podendo-se projetar as seções transversais da pista nessas curvas para as condições de trecho em tangente, isto é, com abaulamentos, dispensando-se o uso de superelevações. 20

SUPERELEVAÇÃO Valores mínimos e máximos de superelevação: Os valores de raios de curva acima dos quais as Normas do DNER sugerem considerar as curvas como se fossem tangentes no dimensionamento das seções transversais: 21

SUPERELEVAÇÃO Valores mínimos e máximos de superelevação: A superelevação mínima admissível, mesmo quando as forças centrífugas envolvidas não a demandem, deverá ter valor igual ao do abaulamento, para fins de assegurar a devida drenagem superficial. O valor máximo admissível de superelevação a adotar para as concordâncias horizontais com raios pequenos, é estabelecido em função de outros critérios de ordem prática, levando-se em consideração aspectos técnicos e econômicos. A maior taxa de superelevação admitida para fins de projeto de rodovias no Brasil é de 12%, devendo seu emprego ser limitado a casos de melhorias de rodovias existentes ou de correção de problemas existentes que não permitam o aumento dos raios de curvatura. 22

SUPERELEVAÇÃO Valores mínimos e máximos de superelevação 23

SUPERELEVAÇÃO Raios mínimos das concordâncias horizontais: Uma vez estabelecida a superelevação máxima a ser observada nas concordâncias horizontais para determinada condição ou classe de projeto de uma rodovia, fica também definido o menor raio de curva que pode ser utilizado, de forma a não haver necessidade de empregar superelevações maiores que a máxima fixada. 24

SUPERELEVAÇÃO Raios mínimos das concordâncias horizontais: 25

SUPERELEVAÇÃO Superelevações a adotar nas concordâncias: A superelevação máxima estabelecida para o projeto de uma rodovia somente deve ser utilizada nas concordâncias projetadas com o raio mínimo, que é uma condição extrema do projeto, a ser evitada sempre que possível e razoável. Quando se empregam raios de curva maiores que o mínimo, as forças centrífugas envolvidas diminuem à medida que aumenta o raio de curva, reduzindo, conseqüentemente, os valores de forças de atrito e/ou os de forças devidas à superelevação necessários para equilibrar as forças centrífugas. 26

SUPERELEVAÇÃO Superelevações a adotar nas concordâncias: Dado um raio de curva maior que o mínimo, há diferentes formas e critérios de balancear os valores de superelevação (e) e de coeficiente de atrito (f), de modo a que a soma de seus efeitos se iguale à força centrífuga atuante sobre o veículo. 27

SUPERELEVAÇÃO Superelevações a adotar nas concordâncias: 28

PARALELOGRAMO DOS VALORES ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO: Gráfico de e em função de G fica reduzido a um paralelogramo. SUPERELEVAÇÃO 29

SUPERELEVAÇÃO Critérios para escolha da Superelevação: São quatro os critérios mais usados para determinação da superelevação das curvas circulares. Variação do atrito: 30

Critério 1: SUPERELEVAÇÃO Oferece o máximo conforto possível aos veículos que trafegam na velocidade de projeto. Quanto menor o atrito, maior o conforto dos passageiros e a estabilidade do veículo por ser menor a tendência ao deslizamento. O maior conforto possível ocorre quando o ponto cai sobre a reta AB do paralelogramo (f=0). Utilizar este critério seria escolher a superelevação de maneira que o ponto caia sempre sobre as retas AB e BC. 31

Critério 2: SUPERELEVAÇÃO Consiste em escolher a superelevação de forma a dar o conforto máximo para o veículo que percorra a estrada na velocidade média de operação Vm, isto é, escolher a superelevação de forma que o ponto caia sobre a reta AE. A reta obtida nas condições V=Vm e f=0 tem equação: 32

Critério 3: SUPERELEVAÇÃO Escolher a superelevação da maneira que o ponto caia sempre sobre a diagonal maior do paralelogramo sobre a reta AC. Neste critério, a superelevação e o coeficiente de atrito variam sempre na mesma proporção. Oferece mais conforto que os critérios 1 e 2, para veículos que têm velocidade abaixo da média. Este critério tem sido adotado em projetos de estradas onde é significativo o tráfego de veículos pesados ou são esperados altos volumes de tráfego com freqüência. O critério foi adotado pelo DERSA do Estado de São Paulo no projeto das rodovias Imigrantes e dos Bandeirantes. 33

SUPERELEVAÇÃO Critério 4: O critério conhecido como método da AASHTO consiste em traçar a reta AE e concordá-la com a reta EC, no ponto C (G max ), através de uma parábola. A linha assim obtida nos dará a superelevação em função do grau. Este método dá maior conforto para os veículos que trafegam próximo da velocidade média de percurso Vm nas curvas horizontais de raios grandes ou de raios pequenos. Para curvas de raios médios, dá valores intermediários entre os critérios 2 e 3. O método da AASHTO é o critério mais utilizado em projetos de estradas. 34

SUPERELEVAÇÃO Critério 4: 35

SUPERELEVAÇÃO 36

SUPERELEVAÇÃO 37

AASHTO: SUPERELEVAÇÃO Método de balanceamento da superelevação e do atrito 38

SUPERELEVAÇÃO AASHTO: 39

SUPERELEVAÇÃO AASHTO: As figuras fornecem as curvas da AASHTO definidas para alguns valores de superelevação máxima (e máx ) e alguns valores de velocidade diretriz. 40

SUPERELEVAÇÃO AASHTO: 41

SUPERELEVAÇÃO AASHTO: 42

SUPERELEVAÇÃO AASHTO: 43

SUPERELEVAÇÃO AASHTO: 44

SUPERELEVAÇÃO DNER: Considerando apenas a velocidade diretriz, foram adotadas basicamente as mesmas hipóteses de referência para contrabalançar o efeito da força centrífuga, delimitando retas limites para as variações de superelevações e de coeficientes de atrito. Tangenciada por esses limites, foi adotada uma curva de variação para calcular diretamente os valores de superelevação ao invés de calcular primeiramente os valores de coeficiente de atrito. 45

Exemplo: SUPERELEVAÇÃO A superelevação a ser adotada numa concordância horizontal com raio de curva circular R=214,88m, no projeto de uma rodovia nova, em região de relevo ondulado, na Classe II do DNER, poderá ser calculada a partir dos seguintes elementos: Tabela a seguir 46

SUPERELEVAÇÃO 47

Exercício para entregar: SUPERELEVAÇÃO Numa rodovia de Classe I, temos e máx =10% e Vd=90km/h. Se a curva nesta rodovia tem raio de 900 metros, calcular o valor da superelevação a ser adotado nesta curva. 48

SUPERELEVAÇÃO Distribuição da superelevação: Processo de variação da seção transversal da estrada entre a seção normal, adotada nos trechos em tangente, e a seção superelevada adotada nos trechos circulares. 49

SUPERELEVAÇÃO Distribuição da superelevação: A variação da superelevação (desde 0 à e%) deve ser feita dentro da curva de transição, isto é, a medida que o raio da transição vai diminuindo a superelevação deverá ir aumentando até atingir o valor de e% no ponto SC do raio Rc, onde a transição concorda com a curva circular. Assim o comprimento (Lr) do trecho de variação da superelevação deverá ser o próprio comprimento (Ls) da transição. 50

SUPERELEVAÇÃO Distribuição da superelevação: Determinação do Lr mín do trecho de variação da superelevação Lr mín - função da máxima inclinação relativa (α) quando Lr mín calculado < Ls (comprimento de transição), adota-se Lr = Ls, isto é, a variação da superelevação é feita junto com a transição. Quando Lr mín > Ls, deve-se analisar a possibilidade de aumentar o Ls para o valor Ls = Lr Lr mín de forma a ter toda a variação da superelevação dentro da transição, quando isso não for possível ou quando a curva não tiver transição a variação da superelevação deve ser feita parte no trecho em tangente e parte no trecho circular. 51

SUPERELEVAÇÃO Distribuição da superelevação: 52

SUPERELEVAÇÃO 53

SUPERELEVAÇÃO Distribuição da superelevação: 54

SUPERELEVAÇÃO 55

SUPERELEVAÇÃO Distribuição da superelevação: 56

SUPERELEVAÇÃO Distribuição da superelevação: 57

SUPERELEVAÇÃO Distribuição da superelevação: 58

SUPERLARGURA CONCEITOS: É a largura adicional que se dá às plataformas nos trechos curvos a fim de melhorar as condições de segurança. 59

SUPERLARGURA CONCEITOS: Objetivo: Permitir melhor acomodação dentro da faixa de tráfego de um veículo que se desloca ao longo de uma curva horizontal. Justificativa: Duas situações adversas Tendência de invasão da faixa de tráfego adjacente Impressão de afunilamento da rodovia (deformação do traçado da curva) 60

SUPERLARGURA CONCEITOS: O veículo nas curvas, e conseqüentemente com velocidades baixas, faz com que suas rodas dianteiras descrevam uma trajetória de arcos de raio maior que a descrita pela roda traseira, comprovando que as larguras são maiores que as exigidas em trechos tangentes (retas). Somado ainda à projeção do chassi, agravado pelo balanço dianteiro. 61

SUPERLARGURA CONCEITOS: As superlarguras são calculadas considerando sempre veículos de maior porte, não tendo sentido o cálculo para veículos tipo VP, pois mesmo uma rodovia projetada para este tipo de veículo de projeto deverá permitir a passagem ocasional de um veículo de maior porte. 62

CONCEITOS: SUPERLARGURA O veículo básico para a determinação da superlargura a adotar numa concordância horizontal é o veículo tipo CO, pois os demais tipos de veículos, para os raios de curva convencionais e velocidades diretrizes normais, operarão satisfatoriamente com as superlarguras projetadas para atender ao veículo tipo CO. Em casos especiais, os cálculos poderão ser efetuados ou verificados para outros tipos de veículos. 63

SUPERLARGURA CONCEITOS: A trajetória de um veículo percorrendo uma curva circular descreve um gabarito (G C )dado pela largura do veículo (L V ) acrescida de uma largura adicional que se deve à disposição do veículo na curva, veículo esse que tem uma distância entre-eixos (E E ) entre os eixos traseiro e dianteiro; essa largura adicional pode ser obtida pelas seguintes relações geométricas: 64

SUPERLARGURA CONCEITOS: O veículo ocupa geometricamente um gabarito devido ao balanço dianteiro (G D ), que é um acréscimo de largura devido à disposição do veículo na curva, em função do seu balanço dianteiro (B D ), medido entre o eixo dianteiro e a frente do veículo; esse acréscimo também pode ser deduzido a partir da figura, pelas seguintes relações geométricas: 65

CONCEITOS: SUPERLARGURA Dependendo do veículo de projeto, pode-se considerar também um gabarito devido ao balanço traseiro (G T ), que é outro acréscimo de largura devido à disposição do veículo na curva, em função do balanço traseiro (B T ), medido entre o eixo traseiro e o limite traseiro do veículo; estabelece-se, para o veículo, um valor de gabarito lateral (G L ), que é a folga lateral livre que deve ser mantida para o veículo de projeto em movimento; o gabarito lateral é fixado em função da largura da faixa de trânsito, de acordo com os valores da tabela: 66

SUPERLARGURA CONCEITOS: Para compensar as dificuldades naturais de manobra em curva e as diferenças entre as características de operação dos motoristas, considerase para a pista (independentemente do número de faixas de trânsito) um acréscimo de largura adicional (F D ), denominado de folga dinâmica, dada pela fórmula atribuída a VOSHEL 67

CONCEITOS: SUPERLARGURA Com base nesses critérios, pode-se então determinar a largura total (L T ) com a qual deverá ser projetada a pista de uma rodovia em curva, que tenha N faixas de trânsito, para que os efeitos de ordem estática e dinâmica sobre os usuários, causados pela curvatura, sejam devidamente compensados. No caso de rodovia com pista simples e duas faixas de trânsito, uma para cada sentido de percurso, observa-se que o gabarito devido ao balanço dianteiro do veículo que percorre a faixa externa não exerce influência sobre o posicionamento dos veículos que se cruzam na curva, podendo ser desconsiderado no cálculo da superlargura. 68

CONCEITOS: SUPERLARGURA O mesmo se verifica para o caso de pista dupla, com duas ou mais faixas de trânsito por sentido: para cada pista, o gabarito devido ao balanço dianteiro do veículo que percorre a faixa externa da curva não afeta o posicionamento dos veículos nas demais faixas, podendo ser desconsiderado. Assim, a largura total (L T ) de uma pista em curva, com N faixas de trânsito, poderá ser calculada por: 69

SUPERLARGURA CONCEITOS: A superlargura (S R ) a adotar para a pista, numa concordância horizontal com raio de curva R, pode ser finalmente expressa por: 70

Considerações adicionais sobre a superlargura: Para um veículo CO: SUPERLARGURA Quando se considera um veículo articulado como veículo de projeto, substitui-se, nos cálculos pertinentes, o valor da distância entre-eixos (E E ) por uma distância entre-eixos equivalente (E Eq ), que pode ser calculada por: 71

SUPERLARGURA Considerações adicionais sobre a superlargura: Dimensões básicas dos veículos de projeto (m) Fonte: DNER 72

SUPERLARGURA Considerações adicionais sobre a superlargura: Os valores de superlargura a considerar nos projetos devem ser arredondados para múltiplos de 0,20 m e limitados inferiormente a 0,40 m. As normas do DNER consideram que superlarguras menores que esse limite não resultariam em efeitos práticos relevantes, podendo ser desconsideradas. A AASHTO adota um limite inferior de 0,60 m, e sugere a dispensa de superlargura35 para concordâncias com raios de curva superiores a 250 m, nos projetos com largura normal de faixa de 3,60 m (AASHTO, 1995, p. 214) 73

SUPERLARGURA Considerações adicionais sobre a superlargura: Para o caso de pistas com mais de duas faixas de trânsito por sentido, o DNER recomenda a redução proporcional dos valores de superlargura, levando em consideração as folgas já propiciadas pelas larguras normais das faixas e a improbabilidade de emparelhamento de 3 ou mais veículos com as dimensões do veículo de projeto nas curvas. O critério sugerido consiste em adotar, para pistas com 3 faixas, o valor de superlargura calculado para o caso básico (de pista com 2 faixas) multiplicado por 1,25; para pistas com 4 faixas, o multiplicador sugerido é de 1,50 (DNER, 1999, p.82). A AASHTO não sugere tais reduções. Em pistas de duas faixas que disponham de faixa auxiliar (3 a faixa, faixa de desaceleração ou de aceleração, faixa destinada a conversões ou a movimentos de entrelaçamento) essa faixa pode ser desconsiderada na determinação da superlargura, principalmente quando há acostamento externo. 74

SUPERLARGURA Considerações adicionais sobre a superlargura: Para pista com mais de duas faixas: Curvas circulares sem transição Curvas com transição Superlargura do lado interno da curva Metade para cada lado ou toda do lado interno da curva 75

SUPERLARGURA Exemplo: A superlargura a ser adotada para a concordância horizontal com raio de curva circular R=214,88m, no projeto de uma rodovia nova, em região de relevo ondulado, na Classe II do DNER, considerando o veículo tipo CO. 76

Fim! 77