ABORDAGEM PRECOCE COM EQUOTERAPIA NO TRATAMENTO COADJUVANTE DA ENCEFALOPATIA CRONICA NÃO PROGRESSIVA Os métodos terapêuticos que visam a reabilitação física e mental das pessoas com deficiências ou com necessidades educativas especiais estão cada vez mais apoiados em alcançar um desenvolvimento global desses pacientes. A Equoterapia, é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais Essa forma de terapia vem se destacando como um dos processos terapêuticos, no qual a estimulação proporcionada ocorre de forma lúdica naturalmente.
A Equoterapia atua de forma holística através da união de duas vertentes que conciliam-se pelas características que o cavalo apresenta, integrando na terapia seu movimento e a relação afetiva homem-cavalo: a cinesioterapia e a zooterapia. Além dos aspectos psíquicos trabalhados na Equoterapia através da zooterapia, o cavalo proporciona ainda, uma estimulação cinesioterapêutica, já que : A marcha natural do cavalo mostra ciclos de movimentação semelhantes à marcha do ser humano, evidenciando-se os movimentos tridimensionais, que são característicos de ambas
. Assim, na Equoterapia utilizam-se os movimentos do cavalo em marcha e a estimulação sensorial proporcionada pelo contato físico do cavaleiro com o dorso do animal, visando a melhora do ajuste tônico, do alinhamento corporal, do equilíbrio postural e da funcionalidade global do praticante. A práxis equoterápica necessita além de um cavalo treinado, com uma boa conformação e com passo simétrico, uma equipe multiprofissional capacitada, formada pelo maior número de profissionais possível: fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, educadores físicos, arte terapeutas e profissionais de equitação.
A Encefalopatia Crônica não progressiva (ECNP) se caracteriza pela presença de uma lesão cerebral de caráter não progressivo ocorrida no período pré peri ou pós natal, que pode interferir no desenvolvimento motor, mental ou em ambos. A etiologia pode ser variada sendo os acidentes vasculares cerebrais, mal formações congênitas e os processos infecciosos os mais freqüentes.
OBJETIVOS Avaliar a resposta terapêutica a um intervenção muito precoce, com a equoterapia em pacientes com encefalopatia crônica não progressiva. MATERIAL Foram selecionadas 12 crianças portadoras de encefalopatia crônica não progressiva na faixa etária entre 16 e 18 meses.todas tinham lesão cerebral definidas pelo exame de imagem, ressonância nuclear magnética de encefalo (RNM) e 6 eram portadoras de epilepsia.
METODOLOGIA As 12 crianças foram divididas em dois grupos de seis sendo que cada grupo tinha 3 crianças epilépticas com aproximadamente o mesmo grau de severidade. Os instrumentos de avaliação foram: Exame clinico neurológico, RNM, eletroencefalograma (EEG), escalas de avaliação do desenvolvimento (Heloisa Marinho, Gesell, Dunst). Seis das doze crianças - 4 do sexo feminino e 2 do sexo masculino foram atendidas durante o primeiro ano com duas sessões semanais de equoterapia com duração de 15 minutos e, durante o segundo ano com duas sessões de 20 minutos.elas mantiveram concomitantemente atendimento em estimulação essencial. Quatro tinham hemiparesia, uma tetraparesia, uma hipotonia generalizada. As outras seis crianças 4 do sexo feminino e 2 do sexo masculino foram atendidas com fisioterapia tradicional método Bobath e estimulação essencial. Elas também apresentavam as mesmas características físicas em relação a restrição motora. e alteração do tônus.
RESULTADOS: Cinco das seis crianças permaneceram fazendo equoterapia durante os dois anos de seguimento. Uma criança do sexo masculino parou o atendimento após o primeiro ano devido crises convulsivas recorrentes. Ao final do primeiro ano de atendimento 75% dos pacientes em atendimento com equoterapia levantavam-se sem auxilio e se mantinham em pé sem apoio, 50% já haviam conseguido marcha independente. Ao final do segundo ano de atendimento 4 dos 5 pacientes que permaneceram em equoterapia tinha marcha independente.um paciente ainda necessitava de apoio.
Dos pacientes mantidos em fisioterapia tradicional.a marcha independente foi alcançada por 50% dos pacientes após o segundo ano de atendimento. Apenas um paciente tinha marcha com apoio ao final do primeiro ano da avaliação.
Pode a EQUOTERAPIA ser um coadjuvante no tratamento de crianças inseridas no ESPECTRO AUTISTA??? OBJETIVOS O objetivo deste trabalho foi avaliar se utilizando o cavalo como um ser agente de estimulação afetiva, através do relacionamento homem-cavalo ( zooterapia) poderíamos promover uma reorganização psíquica.,proporcionando melhora na autoconfiança, na auto-estima, no enriquecimento da habilidade de brincar e de se relacionar com o mundo.
MATERIAL Foram selecionadas 12 crianças na faixa etária entre 3 e 5 anos, do sexo masculino, com diagnostico de TID (transtorno invasivo do desenvolvimento). Os critérios para inclusão foram atraso no desenvolvimento da linguagem, pobre interação social, ausência de lesão cerebral, de epilepsia, de deficiência auditiva e de alteração na investigação para erros inatos do metabolismo.
MÉTODOS Os instrumentos de avaliação foram : Exame neurológico evolutivo, realizado pelo mesmo neurologista em todos os pacientes.dois pacientes eram portadores da síndrome de Down. Exames laboratoriais para afastar alterações estruturais, metabólicas, distúrbio genético e metabólico. Avaliação da fonoaudióloga para definir o atraso da linguagem e afastar alterações orgânicas relacionadas a tônus muscular da face, respiração e movimentos de língua Avaliação psicológica para definir a dificuldade de interação social presença de estereotipias, dificuldade de demonstrar afetividade e atitudes repetitivas.
80% não tinham comunicação e apresentavam ecolalia 60% não atendia ordens, não sabia fazer uso do brinquedo, não participava das brincadeiras e tinha rigidez postura PACIENTES CONTROLES ATENDIDOS EM TERAPIAS CONVENCIONAIS NO INICIO DA AVALIAÇÃO 100% dos pacientes não tinham comunicação oral e não sabiam usar o brinquedo.
A ficha de acompanhamento foi preenchida pelo mediador após cada sessão Os pacientes foram atendidos em duas sessões semanais durante 16 semanas. Ambos os grupos permaneceram em atendimento de fono e psicoterapia como já faziam anteriormente.
A analise dos resultados após 4 meses de atendimento mostrou que houve melhora em todos os dados observados, nos pacientes praticantes de equoterapia. 100% em relação as ecolalia 80% na comunicação e no atendimento ao comando verbal. 75% em contato visual, expressão de carinho com a família, com o mediador e o cavalo 60% em relação a atitude de rigidez postural Entre 20 e 40% nas atitudes de interação social, interação com a família, no uso dos brinquedos e participação em brincadeiras Nos pacientes em terapia convencional após 4 meses a melhora observada foi de: 20 % em expressão de carinho, estereotipias e participação nas brincadeiras. Não houve alteração nos outros quesitos avaliados.
Diante dos resultados obtidos nas 16 sessões de equoterapia foi possivel concluir que: 1- Houve melhora significativa nos pacientes que apresentavam distúrbio nas áreas de socialização, comunicação, afetividade, abstração e. no contato visual. 2- A melhora ocorreu de forma mais rápida do que nos paciente que mantiveram apenas as terapias convencionais. 3- O uso da zooterapia em pacientes portadores de TID deve ser utilizado.