DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR J.I. MAJOR DAVID NETO EJ.I. FOJO ANO LETIVO 2015/2016 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 1
1- INTRODUÇÃO A avaliação é um elemento integrante e regulador da prática educativa em cada nível de educação, por isso implica princípios e procedimentos de avaliação adequados à especificidade de cada nível. A Educação Pré-Escolar tem especificidades às quais não se adequam as práticas e formas avaliativas utilizadas noutros níveis de ensino. A avaliação na Educação Pré-escolar prende-se diretamente com a qualidade do processo educativo e constitui uma das suas componentes. A sua importância na regulação da Educação Pré-escolar e na vida profissional de cada Educador de Infância, tem em vista a coerência e a adequação dos processos de ensino e de aprendizagem, de acordo com as Orientações Curriculares do Ministério da Educação (OCEPE) e as Metas de Aprendizagem (ME). A avaliação na Educação Pré-escolar assume uma dimensão marcadamente formativa, desenvolvendo-se num processo contínuo e interpretativo, que procura tornar a criança protagonista da sua aprendizagem, tomando consciência do que já conseguiu fazer, das dificuldades que vai tendo e como as vai ultrapassando. Nesta faixa etária, o papel do Educador de Infância e da avaliação, contribui para criar as condições necessárias ao desenvolvimento harmonioso das potencialidades de cada um dos seus alunos. Na Educação Pré-Escolar as áreas são curriculares, não disciplinares e articulam-se de forma transversal, quer no processo de desenvolvimento das aprendizagens das crianças quer no processo de planificação e avaliação da ação educativa. Existem parâmetros de avaliação para cada uma das áreas de conteúdo, mas a sua leitura tem que ser feita de uma forma globalizante e contextualizada. Deste modo a avaliação individual será centrada no desenvolvimento da criança e na aquisição de competências, numa perspetiva formativa e qualitativa e terá por base: i) a observação e a reflexão sobre os processos de aprendizagem; ii) os objetivos e as metas a atingir no final da educação pré-escolar. Os princípios, procedimentos e práticas organizativas e pedagógicas, relativos à avaliação na Educação Pré-Escolar estão legislados e servem de base à elaboração dos critérios gerais da referida avaliação. 2
2- PRINCÍPIOS A Avaliação assenta nos seguintes princípios: - Caráter holístico e contextualizado do processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança; - Coerência entre os processos de avaliação e os princípios subjacentes à organização e gestão das orientações curriculares definidos nas OCEPE (Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar); - Caráter marcadamente formativo da avaliação; - Valorização dos progressos das crianças. A Atitudes e comportamentos Assiduidade e Pontualidade Socialização/autonomia Interesse nas atividades/predisposição para aprender a aprender B Participação e empenho Aderir com entusiasmo e motivação às atividades individuais propostas; Participar com espírito de partilha e de grupo sempre que solicitado; Realizar e terminar todas as atividades iniciadas; Cooperar no planeamento de atividades em grande grupo, com espírito ítico, sugerindo e propondo soluções; Participar na auto-avaliação; Adquirir regras de conduta social, de forma a respeitar e ser respeitado. C- Competências Desenvolvimento harmonioso das aprendizagens/competências nas diferentes áreas curriculares/utilização das aprendizagens em novas situações; Coerência entre os processos de avaliação e os princípios subjacentes à organização e gestão do currículo definidos nas OCEPE. Utilização de instrumentos de observação e de registo diversificados; Valorização dos progressos das crianças. 3
Ainda nos 5/6 anos, pensando na continuidade educativa e tendo em linha de conta a transição para o 1º ciclo, foram estabelecidas competências globais a disponibilizar aos professores do 1º ano do Ensino Básico. A- Comportamento das crianças em grupo 1) É capaz de aceitar e respeitar as normas de convivência e de vida social; 2) Consegue estar atenta ao outro, intervindo apenas na sua vez; 3) Coopera e inter-ajuda; 4) Compreende, seguindo ordens e orientações; 5) Toma iniciativas sem perturbar o grupo; 6) É capaz de terminar tarefas. B Aquisições essenciais para a aprendizagem formal da leitura, escrita e matemática 1) Tem consciência da correspondência entre o código oral e escrito; 2) Tem consciência das diferentes funções da escrita; 3) Tem noções básicas de matemática; 4) Tem noções de espaço/tempo/quantidade; 5) Tem o hábito de elaborar registos de atividades. C Aquisições que se relacionam com atitudes 1- Manifesta curiosidade e desejo de aprender; 2- Interessa-se pela pesquisa e experimentação; 3- Participa sempre que é solicitada; 4- É autónoma e responsável; 5- É criativa na realização das atividades. 3 PROCESSO DE AVALIAÇÃO A avaliação em Educação Pré-Escolar, enquanto processo contínuo de registo dos progressos realizados pela criança, ao longo do tempo, utiliza procedimentos de natureza descritiva e narrativa, centrados sobre o modo como a criança aprende, como processa a informação, como constrói conhecimento ou resolve problemas, em articulação com as áreas 4
de conteúdo das OCEPE e as Metas de Aprendizagem para a Educação Pré-Escolar. Tendo em conta as orientações normativas estão previstos os seguintes procedimentos: a) Avaliação Diagnóstica no início do ano letivo, tendo por base a análise dos dados das observações feitas/evidências recolhidas com esta avaliação as educadoras pretendem conhecer o que cada criança e o grupo já sabem e são capazes de fazer, as necessidades e interesses e os seus contextos familiares que servirão de base para a tomada de decisões da ação educativa. b) Avaliação formativa esta avaliação permite a adoção de estratégias de diferenciação pedagógica, contribuindo para a elaboração, adequação e reformulação das planificações anuais e ainda para facilitar a integração da criança no contexto educativo. c) Preenchimento da ficha individual de avaliação por áreas (plataforma INOVAR) no fim de cada período, tendo por base a análise dos dados das observações feitas/evidências recolhidas; d) Preenchimento de ficha Síntese de Avaliação de Grupo no fim de cada período, tendo por base a análise dos dados de observação feitos/evidências recolhidas do grupo. e) Avaliação realizada com as crianças a participação das crianças na avaliação promove o seu envolvimento na construção do processo educativo, constituindo também uma base de avaliação para as educadoras. A construção de instrumentos de recolha de evidências, que fundamentam o preenchimento das fichas, é da responsabilidade de cada educador. Atendimento individual aos encarregados de educação, no fim de cada período letivo, para partilha dos dados constantes da ficha individual. Durante o percurso da criança no Jardim de Infância, as fichas individuais de avaliação ficam arquivadas no seu processo individual. Da ficha individual de avaliação, é entregue aos encarregados de educação no final de cada período. 5
CONDIÇÕES As que dizem respeito ao comportamento do aluno no grupo ELEMENTOS GERAIS PARA AVALIAÇÃO Integrar-se no quotidiano dogrupo; Aceitar e seguir as regras de convivência e de vida social; Colaborar na organização do grupo; INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Registos de observação: Atitudes; Participação nas atividades letivas; Cumprimento de tarefas Saber escutar e esperar pela sua vez de falar; Listas de verificação: Compreender e seguir orientações, tomando também as suas próprias iniciativas sem perturbar o grupo; Dossier do aluno; Autoavaliação: Terminar as suas atividades. Grelhas; Quadros; Mapas; Murais, Diálogos As que implicam determinadas aquisições indispensáveis para a aprendizagem formal da leitura, escrita e matemática Evoluir no domínio da compreensão e da comunicação oral; Tomar consciência das diferentes funções da escrita; Tomar consciência da correspondência entre o código oral e escrito e que cada um destes códigos têm normas próprias; Realizar aprendizagens básicas ao nível da matemática; Adquirir as noções de espaço, tempo e lateralidade. Trabalhos: Individuais e de grupo Fichas de diagnóstico Registos de Avaliação As que se relacionam com as atitudes. A curiosidade e o desejo de aprender; A criação de atitudes face ao Jardim de Infância e à transição ao 1º Ciclo. 6
Critérios de avaliação Responsabilidade e Solidariedade Empenho Autonomia Indicadores de Comportamento É assíduo; É pontual; É organizado; Cumpre as tarefas propostas; Respeita os outros; Ajuda na realização das atividades. É atento; Participa nas atividades propostas; É persistente. É autodisciplinado; É autoconfiante; Procura soluções; Manifesta iniciativa; Dinamiza atividades; Atitude critica Tem espirito de observação; Dá opinião fundamentada. Conhecimento Comunicação Memoriza/ reproduz a informação; Utiliza vocabulário adequado ás situações; Relaciona informação; Aplica conhecimentos. Utiliza vocabulário específico, adequado às situações; Evidencia clareza de ideias; Participa numa conversa curta; Evidencia capacidade de expressão; Demonstra domínio dos gestos motores, constituintes das atividades de psicomotricidade; Reproduz canções, lengas-lengas, trava-línguas, etc Interpretação Estruturação Observa, pesquisa, seleciona, interpreta, compara e questiona; Aplica estratégias adequadas á resolução de problemas; Domina procedimentos; Articula coerentemente as ideias; Identifica a Música como fenómeno cultural; Lê, interpreta e decide nas situações de jogo 7
Avaliação dos alunos de Regime Educativo Especial Os alunos do Regime Educativo Especial serão também avaliados com base nestes critérios mas com as especificidades individuais contempladas no Programa Educativo Individual de cada aluno, bem como no Currículo Especifico Individual, no caso dos alunos que beneficiam da alínea e) do Decreto Lei 3/2008. a) - Avaliação dos alunos com Necessidades Educativas de Carácter Prolongado Os alunos com NEEcp serão avaliados nos termos dos respetivos Programas Educativos Individuais, tendo por base os critérios específicos da Educação pré-escolar. No final do ano letivo, é elaborado um Relatório por aluno, que afere a pertinência e a eficácia das medidas educativas tomadas e prescreve, se for caso disso, novas medidas a adotar. Este documento propõe também medidas de apoio que deverão ser implementadas pela escola no ano letivo posterior. 4 - NOMENCLATURA DOS NÍVEIS DE AVALIAÇÃO A fim de dar uma noção mais precisa sobre a aquisição das competências gerais, por Jardim de Infância, serão elaborados gráficos estatísticos, de modo a obter-se uma noção global das aquisições atingidas. A simbologia a adotar para as crianças de 5e 6 anos será: - Adquirido (A) - Em Aquisição (EA) - Não Adquirido (NA) Para as crianças de 3 e 4 anos será: - Adquirido (A) - Em Aquisição (EA) 5-INTERVENIENTES A avaliação é da responsabilidade da educadora titular de grupo, competindo-lhe definir uma metodologia de avaliação de acordo com as conceções e opções pedagógicas, capaz de integrar de forma articulada os conteúdos das diferentes áreas das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Para além da educadora intervêm no processo de avaliação: 8
a) A(s) criança(s) a avaliação realizada com as crianças é uma atividade educativa, que as implica na sua própria aprendizagem, fazendo-as refletir sobre as suas dificuldades e como as superar; b) A equipa a partilha com todos os elementos da equipa (outros docentes, auxiliares, outros técnicos ou agentes educativos) com responsabilidades na educação da criança permite ao educador um maior conhecimento sobre ela; c) Os encarregados de educação a troca de opiniões com a família permite não só um melhor conhecimento da criança e de outros contextos que influenciam a sua educação, como também, promove uma atuação concertada entre o JI e a família; d) Os Órgãos de Gestão os dados de avaliação realizados pelo departamento Curricular da EPE, deverão estar na base das orientações e decisões, bem como, na mobilização e coordenação dos recursos educativos existentes. 6-CALENDARIZAÇÃO Apesar de a avaliação ser um processo contínuo importa definir alguns procedimentos: a) Avaliação Diagnóstica Será realizada no início do ano letivo sob a forma de caraterização do grupo, de identificação de interesses e necessidades e tem como objetivo a elaboração e adequações das planificações e a adoção de estratégias de diferenciação pedagógica. Na caraterização do grupo, no que concerne à avaliação de desenvolvimento por níveis etários, devem ser referidos os seguintes aspetos: 3 anos: adaptação; autonomia; socialização e interesse pelas atividades; 4 anos autonomia; interação entre as crianças e com os adultos; cumprimento de regras; interesse e participação nas atividades; curiosidade e desejo de aprender; motricidade global e fina; jogo simbólico e linguagem oral; 5/6 anos - autonomia/iniciativa; cooperação/partilha; cumprimento de regras e tarefas; interesse e desempenho nas atividades; esquema corporal; motricidade global e fina; expressões dramática/plástica e musical; linguagem oral e abordagem à escrita; conceitos lógico- matemáticos; interesse pelo meio físico e social. Poderá realizar-se em qualquer momento como forma de regular o processo educativo. 9
b) Avaliação formativa Desenvolve-se num processo contínuo e interpretativo, sendo feito o registo escrito no final de cada período letivo, com vista a verificar o desenvolvimento de cada criança a nível de atitudes e valores, aptidões e capacidades, conhecimentos e competências. Trimestralmente, as educadoras comunicarão, por escrito, aos pais /encarregados de educação das crianças a avaliação das mesmas. No final de cada período dever-se-á assegurar: a) a avaliação do plano anual de atividades. b) a avaliação das aprendizagens das crianças; c) a avaliação do PEI (quando exista); d) a entrega aos encarregados de educação de uma avaliação descritiva das aprendizagens das crianças. e) No final de cada período, e em reunião de departamento da Educação Pré-Escolar, será feita uma síntese avaliativa das aprendizagens e desenvolvimento dos grupos, por áreas de conteúdo. Documentos de referência e consulta: a) Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar; (Despacho nº5220/97, de 4 de agosto) b) Metas de Aprendizagem: www.metasaprendizagem.dgidc.min-edu.pt c) Manual DQP - Desenvolvendo a Qualidade em Parcerias d) Perfil específico de desempenho profissional do educador de infância (Decreto-Lei n.º 241/2001, de 30 de agosto) e) Gestão do Currículo na Educação Pré-Escolar Contributos para a sua operacionalização (Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007, de 10 de outubro). f) Avaliação na Educação Pré-escolar Procedimentos e práticas organizativas e pedagógicas na avaliação na Educação Pré-escolar (Direção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular 10
1 2