Câmara Municipal São Carlos



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Transcrição:

RELATÓRIO DE JULGAMENTO DOS RECURSOS REFERÊNCIA: Edital na modalidade Tomada de Preços n 07/2016 Recursos Interpostos pelas Empresas VICTOR HUGO TORQUATO - ME, e MK MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA - ME. Processo:0787/2016 Trata-se o presente, da análise e julgamento do recurso interposto pela Empresa VICTOR HUGO TORQUATO - ME contra as Empresas: MK MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA - ME, INTERA COMERCIAL LTDA. ME e AWG EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS EM INFORMÁTICA LTDA. - ME; e da Empresa MK MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA - ME contra a decisão da Comissão Permanente de Licitações desta Casa de Leis. DA EMPRESA VICTOR HUGO TORQUATO - ME: Em resumo, alega a recorrente VICTOR HUGO TORQUATO- ME que as empresas MK MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA - ME, INTERA COMERCIAL LTDA. - ME e AWG EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS EM INFORMÁTICA LTDA. - ME, "apresentaram apenas as Certidões negativa, apenas referente aos débitos MOBILIÁRIOS, como se constata gravado nas CNDs apresentadas dentro dos respectivos envelopes" (transcrito do recurso). Alega ainda que, no seu entendimento as citadas empresas deixaram de cumprir o estabelecido na cláusula 5.1.2, letra "c" do edital que diz: "c) Certidão Negativa de Débitos MliDÍcipais... ", citando ainda a Lei Orgânica do Município de e de Rio Claro para embasar sua reclamação, solicitando portando a desclassificação das empresas ora em comento. DA EMPRESA MK MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA- ME: Em resumo, alega a recorrente MK MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA- ME que em relação à decisão da de tê-la desclassificado em função de seu Contrato Social na cláusula ga dizer que "o uso da f"uma será feito pelos administradores EM CONJUNTO DE DOIS QUAISQUER ou procuradores por eles constituídos" (negrito nosso), esclarecem que na interpretação deles "por se tratar de um documento apenas como formato de declaração, não nos obriga a ser assinado por 2 pessoas da mesma empresa" (transcrito do recurso), alegando ainda que no dia da abertura o outro sócio estava presente.

ANALISE: Após analise do referidos recursos, vemos que: O Edital no item- DOS DOCUMENTOS PARA HABILITAÇÃO- Envelope D 0 01: em seu subitem 5.1 trás a baila o seguinte texto: "5.1 - A documentação deverá ser apresentada em envelope lacrado e deverá ser apresentada em via original ou cópia autenticada por Tabelião ou por Membro da Comissão de Licitação da Câmara Municipal de. Fazem parte desta documentação os seguintes documentos:" "5.1.1 - Habilitação Jurídica 5.1.2- Habilitação Fiscal e Trabalhista: c) Certidão Negativa de Débitos Municipais, e caso exista fllial no Município de São Carlos a Certidão Negativa desta também deverá ser apresentada." Após as devidas analises tanto no Edital bem como nos recursos interpostos, a luz da Lei n. 0 8.666/93, vemos que a impessoalidade é a emanação da isonomia, da vinculação à lei e ao ato convocatório e da moralidade. Indica vedação a distinções fundadas em caracteres pessoais dos interessados. Ao menos, os caracteres pessoais devem refletir diferenças efetivas e concretas (que sejam relevantes para os fms de licitação). Exclui o subjetivismo do agente administrativo. A decisão será impessoal quando derivar racionalmente de fatores alheios à vontade psicológica do julgador. A impessoalidade conduz a que a decisão independa da identidade do julgador. Após esse breve prefácio, passamos a julgar os recursos: O Art. 41 da Lei n. 0 8.666/93 em seu caput nos dita que: "Art. 41 -A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada." Socorremo-nos então ao nobre jurista Marçal Justin Filho, em Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 11 a Ed., Editora Dialética, pags. 401 e 402, que nos ensina: "'O instrumento convocatório cristaliza a competência discricionária da Administração, que se vincula a seus termos. Conjugando a regra do Art. 41 com aquela do Art. 4, pode-se afirmar a estrita vinculação da Administração ao edital, seja quanto a regras de fundo quanto àquelas de procedimento. Sob certo ângulo, o edital é o fundamento de validade dos atos praticados no curso da licitação, na acepção de que a Q desconformidade entre o edital e os atos administrativos no curso da licitação se V 4Y\P~

resolve pela invalidade destes últimos. Ao descumprir normas constantes do edital, a Administração Pública frustra a própria razão de ser da licitação. Viola os princípios norteadores da atividade administrativa, tais como a legalidade, a moralidade, a isonomia. O descumprimento a qualquer regra do edital deverá ser reprimido, inclusive através dos instrumentos de controle interno da Administração Pública. Nem mesmo o vício do edital justifica pretensão de ignorar a disciplina por ele vinculada." (itálico nosso) Portanto, como visto acima é obrigação da Administração se pautar pelas regras contidas no edital de licitação e nas normas estabelecidas pela Lei n. 0 8.666/93, bem como todos os Proponentes na elaboração e confecção dos documentos necessários às fases da licitação, devendo se salientar que no entendimento dessa as empresas MK MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA - ME, INTERA COMERCIAL LTDA. - ME e AWG EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS EM INFORMÁTICA LTDA. - ME, não descumpriram a norma editalícia constante da Cláusula 5.1.2, letra "c" quando apresentaram as Certidões Negativas de Débitos Municipais, referentes a débitos mobiliários, até porque a Lei Federal n. 0 8.666/93 em seu art. 29, inciso III diz: "Art. 29 - A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em: III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicl1io ou sede do licitante, ou outra equivalente, naforma da lei;" (itálico nosso) Não se lê nas entrelinhas do artigo mencionado, muito menos na vasta jurispru.dência existente a menção de certidão mobiliária ou imobiliária, diz-se tão somente prova de regularidade com a Fazenda Municipal, e que no entendimento dessa Comissão as certidões apresentadas pelas empresas atendem plenamente tanto a Cláusula 5.1.2, letra "c" do Edital, bem como o inciso III, do art. 29 da Lei Federal n. 0 8.666/93. O impugnante comete um erro crasso ao tentar induzir a Comissão a valer-se do seu entendimento citando no seu recurso as Leis Orgânicas dos Municípios de São Carlos e de Rio Claro, citando as mesmas como fontes para exigência de certidão negativa de débitos imobiliários, pois então vejamos: A Constituição Federal de 1988, em seu art. 22, inciso XXVII, diz: "Art. 22- Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 1, ~ 111 " ' \P 43( (B

"Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XXI- ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações." "Art. 173 - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. I 1 - A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;" Vejamos então a questão da hierarquia da fonte jurisdicional: Quando se fala em hierarquia entre as fontes deve-se ter em conta a perspectiva de supremacia existente entre elas; há hierarquia quando, pela essência da norma, denota-se predisposição de superioridade e, via contrária, de subordinação, no plano da eficácia, de uma diante de outra. A valorização hierárquica das fontes positivas tem natureza política e decorre de uma necessidade lógica de se dar sustentação ao sistema normativo, a partir de um plano axiológico. Para bem a compreender, imaginariamente, pode-se criar uma estrutura piramidal, onde, de cima para baixo, se colocam normas com maior caráter subordinante, a fim de imprimir, no campo da eficácia, a orientação consequente da hegemonia e preeminência ideológica A hierarquia pode ser analisada a partir de duas perspectivas: a horizontal, cuja análise leva em conta o espaço e o federalismo; e, a vertical, cuja análise está envolta a predisposição da qualidade da norma. Vejamos: No sistema normativo nacional, temos normas válidas em todo o território nacional e normas válidas apenas em determinadas partes deste território. Aquelas são as normas federais, classificadas como centrais (leia-se Lei Federal n. 0 8.666/93), ao passo que essas são as normas estaduais, do distrito federal ou dos municípios ~ ~~

(leia-se Lei Orgânica Municipal), classificadas como parctrus, CUJa validade se restringe a esses âmbitos. As leis federais, estaduais ou muntctpais ocupam cada uma, um determinado espaço, referente ao seu campo de atuação dentro do ordenamento jurídico, sendo cediço que há uma reserva de competência a cada uma delas. A própria Constituição da República define a reserva de competência nos seus artigos 22, 23, 24, 25, 30, inc. I e 11, e 32 1. 0 Dessa forma, como de regra não concorrem no mesmo plano, na mesma área de atuação, não se poderia falar, por conseguinte, em sobreposição hierárquica de uma perante outra. Se houver a invasão de uma lei na competência de outra, essa será nula, em razão da competência ser reservada. Portanto como visto acima não há que se falar em Lei Orgânica do Município quando se trata de licitação, pois a luz do ordenamento jurídico a Lei Federal n. 0 8.666/93, com a competência a ela dada pela Constituição Federal, se sobrepõe a Lei Municipal, sendo ela, a Lei Federal, a norteadora e balizadora para o nosso julgamento. Em referência ao recurso da Empresa MK Móveis para Escritório Ltda. - ME, o recorrente não traz nada de novo a esta Comissão, faz somente ilações que não se materializam se confrontadas com o seu contrato social, que é límpido e cristalino ao dizer na sua Cláusula ga - "O uso da firma será feito pelos administradores EM CONJUNTO DE DOIS QUAISQUER ou procuradores por eles constituídos e exclusivamente para negócios da sociedade...", ora, a participação da empresa em uma licitação pública trata-se de um negócio da sociedade, portando não há o que se renovar quanto a decisão tomada anteriormente. DECISÃO: Decidimos, então, pelos fatos acima descritos e devidamente analisados, pelo não acatamento ao recurso da Empresa VICTOR HUGO TORQUATO- ME, tendo em vista que não assiste razão na sua pretensão em inabilitar as empresas MK MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA- ME, INTERA COMERCIAL LTDA. -ME e AWG EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS EM INFORMÁTICA LTDA.- ME, com base na cláusula 5.1.2, letra "c" do edital. Decidimos ainda, INABILITAR a Empresa MK MÓVEIS PARA ESCRITóRIO LTDA ME, com base na cláusula ga do contrato social da mesma, por deixar de conter duas assinaturas nas declarações constantes do envelope n. 0 01 -DOCUMENTOS PARA HABILITAÇÃO., 04 de maio de 20 16.

~ LAURA l'daiüa ~~GA BUENO Presidente da ~[::n EMÍLIO CARLOS RENH~- Secretári MARIA ~~fieppe Membro r"-1 'L!o4 VERONICA ~CABEÇA AGNOLON Membro