Como a TI deve se antecipar às demandas dos demais departamentos?



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Transcrição:

Como a TI deve se antecipar às demandas dos demais departamentos? A TI consegue propor ferramentas que melhorem os processos dos negócios? CIOs contam que o nível de acerto é maior quando há uma atuação próxima aos demais departamentos. Pergunte a um CIO quais são os benefícios que a equipe dele colheu após longo processo de alinhamento da TI com o negócio. A lista pode ser longa, mas certamente estará lá maior facilidade em se antecipar às demandas das diversas áreas da companhia. Se desvencilhar do estigma de mera tiradora de pedidos para atuar como área estratégica abre uma boa trilha para o exercício da proatividade. Em linhas gerais, o alinhamento aproxima o departamento dos demais setores e amplia os horizontes. Como consequência, a TI obtém mais subsídios para buscar ferramentas, sistemas ou melhorias de processos mais indicadas para cada um deles. Como a realidade nunca é tão simples, a forma e a frequência com que o CIO e seu time procuram soluções para os departamentos, assim como a receptividade das sugestões, variam de empresa para empresa. Dependem de vários fatores, como, por exemplo, orçamento limitado, natureza do negócio, tradição e cultura da corporação. De nada adianta o empenho em se antecipar se, cultural e tradicionalmente, a empresa toma decisões de forma conservadora, exemplifica Ronei Silva, sóciodiretor da TGT Consult. É importante a TI ter uma área focada em inovação. Por sua vez, o CIO precisa estar atento não apenas às prateleiras dos fornecedores, mas também ao conhecimento adquirido pelos profissionais em seu uso pessoal de tecnologia. Hoje, se respira TI. Todos têm acesso a redes sociais, baixam software, usam aplicativos móveis. Muitos estão familiarizados com recursos que nem mesmo a empresa dispõe. Assim, são fonte de novidades, diz Silva. Mas, em ambientes propícios à proatividade, as iniciativas da TI podem não ter acolhida similar em todos os departamentos. Marketing, por exemplo, vive hoje o que muitos analistas chamam de era dourada de tecnologia, com o surgimento de centenas de ferramentas que cobrem diferentes aspectos da disciplina. Mas não são raros os casos nos quais diretores de TI e de marketing atuam em total desalinhamento e não botam muita fé em uma parceria. Este fato é comprovado por pesquisas como a desenvolvida pelo CMO Council e pela Accenture junto a mais de 600 chefes de marketing e de TI. O líder da área de tecnologia da Accenture no Brasil, Ricardo Chisman, observa que, por trás deste descompasso, há o fato de as duas áreas não terem se falado durante muito tempo. Agora que a evolução tecnológica entrelaça ainda mais as duas disciplinas, torna-se premente a clarificação das competências de cada uma para facilitar a proatividade em ambas as frentes. É arriscado permitir que o marketing decida sobre segurança de informação, da mesma forma que a TI não deve tomar decisões sobre estratégia de marketing digital, avalia o especialista. Respeitado isto, fica claro que há muito mais

complementariedade do que competição. É nisto que o CIO tem de focar na hora de buscar novas ferramentas. Imprescindível, mas nem sempre Na L Oréal, multinacional francesa do setor de cosmética, o CIO, Sérgio Hart, enxerga com clareza as competências e em quais aspectos as duas áreas se complementam. Ele não vê nenhum problema quando o marketing ou outro departamento prescinde da TI para implementar determinadas ferramentas, sobretudo relacionadas a internet e redes sociais. Ninguém precisa da TI para abrir uma página no Facebook e divulgar um produto. Qualquer área pode hospedar um hotsite em servidor externo sem nossa participação, exemplifica. O que podemos fazer é, por meio de eventos e workshops, traçar panoramas sobre o que empresas semelhantes à nossa estão fazendo. O que a L Oréal faz em outras partes do mundo também funciona como sinalizador, desafiando-os o tempo inteiro, diz. No entanto, é obvio que a participação da TI se torna imprescindível nas iniciativas que envolvem acesso a recursos internos, como infraestrutura, sistemas e cadastros de consumidores. Na L Oréal, as discussões da área com os clientes internos, visando ao levantamento de demandas e à posterior busca de soluções, ocorrem desde o processo orçamentário, estendendo-se para reuniões trimestrais com os comitês executivos de cada divisão de negócio. No entanto, fica mais interessante quando a TI se antecipa, ou seja, encontra uma solução mesmo que não haja demanda. Na empresa, um exemplo é o uso de mensagem de texto (SMS) para receber pedidos de empresas clientes de pequeno e médio portes. Foi uma descoberta de como usar de forma inovadora um recurso já existente, com grandes incrementos na área de vendas, diz o CIO. O processo de identificação de novidades por lá começa com a prospecção de tecnologias com potencial de melhorar qualquer aspecto do negócio. Quando se identifica algo, prepara-se a simulação focada na L Oréal, muitas vezes com a presença do fornecedor. Somente depois de o cliente interno comprar a ideia a equipe é chamada a desenvolver o piloto, o que leva de três a seis meses e nem sempre vinga. Todos os departamentos são abertos a este processo, embora as demandas sejam bem diferenciadas, diz o gestor. Forte dinamismo Sandro Tavares, gerente-corporativo de TI da Tigre, fabricante de tubos e conexões, participa de reuniões mensais com o marketing para discutir estratégias e identificar demandas que podem ser antecipadas. Essa sistemática é importante, porque a dinâmica do marketing é muito forte, diz o CIO. Ele destaca que esforços similares de aproximação envolvem outras áreas e fazem parte da missão que assumiu ao ser nomeado, de incrementar a TI, afastando-a da imagem de mera tiradora de pedidos. Hoje, tenho profissionais participando das discussões, o que nos dá visibilidade das estratégias de cada área para o ano seguinte. Isto facilita a busca por soluções, avalia.

Tavares elege revistas especializadas e internet como fontes na sua busca por ferramentas e tendências. Forte adepto do networking, participa de um grupo de CIOs que se reúne periodicamente para troca de experiências e discussões de boas práticas. Ele também introduziu mudanças no relacionamento com fornecedores. Não nos contentamos mais em recebê-los apenas para conhecer os seus produtos. Pedimos que estudem a nossa empresa e o nosso segmento para que demonstrem soluções que agreguem diferencial ao nosso negócio, especificamente. O uso do ambiente web é uma das áreas em que a TI da Tigre tem exercido a proatividade. Uma das últimas sugestões da área, já acatada e gerando benefícios, é uma ferramenta que permite aos gestores acompanhamento orçamentário a qualquer hora e a partir de qualquer lugar. Antes, a comparação entre o que foi orçado e o que foi gasto era feita apenas no fim do mês. A busca proativa por novidades tecnológicas tem uma motivação extra na Yara Brasil Fertilizantes: cada profissional tem meta de gerar por ano um número determinado de inovações e melhorias de processos. É uma meta individual usada no cálculo da sua remuneração variável, diz Luis Antonio Janssen, CIO da companhia. Ele incentiva na equipe um ambiente de permanente troca de informações. Novidades podem surgir até na hora do cafezinho. O formalismo fica para depois, revela. A TI também se vale da figura do usuário-chave pessoas com alto conhecimento tanto de TI quanto dos sistemas de gestão da empresa para pensar novas ferramentas e processos. Subordinados à respectiva área de negócio, eles mantêm um forte vínculo com a TI, captando e repassando as necessidades pontuais do departamento por meio de uma ferramenta de gestão de demanda. Confirmada a necessidade, um analista nosso reúne-se com o key user e discute os passos seguintes, diz Janssen, explicando que ideias para projetos de maior porte são tratadas em outra esfera. Na Yara, as sugestões para melhorias tecnológicas em áreas como marketing e as que dão suporte ao negócio partem em geral da TI. O executivo comemora o alto nível de parceria que mantém com os departamentos, que permite a descoberta de soluções como o uso de aparelho celular com câmera de alta resolução para captar condições de vegetação e enviar informações para banco de dados, para posteriores decisões sobre fertilização de solo. Hoje, esta tarefa é realizada com tecnologia infravermelha acoplada em tratores. A meta é que por volta de 2012 tenhamos engenheiros usando celular para enviar dados em tempo real para nossa base. A ideia é nossa, mas discutimos sua viabilidade inclusive com o marketing. Já na América Latina Logística (ALL), especializada em operação de trens, o time de TI mostra-se mais proativo no atendimento à área de operações, diretamente ligada ao negócio principal da companhia. É onde conseguimos expressar toda a nossa criatividade na investigação e proposta de soluções que envolvem desde segurança no transporte até redução do tempo empregado em tarefas específicas, diz o gerente de tecnologia da empresa, César Leandro Prato. Um exemplo é o recurso que previne cochilos dos maquinistas. Sempre ouvíamos o pessoal da operação mencionar descumprimentos de procedimentos operacionais por conta destes cochilos. Assim, tomamos a iniciativa de sugerir e implementar no computador de bordo das locomotivas sistema de alerta aleatório que aparece na tela de tempos em tempos e testa o reflexo do maquinista, explica o gerente.

O trabalho da equipe de Prato para encontrar ferramentas e inovações é facilitado pelo fato de o mercado fornecedor de TI para o setor ferroviário ser restrito. É fácil acompanhar as novidades, tanto junto aos fornecedores quanto em meio às demais corporações do segmento, aqui ou no exterior. Para decidir sobre quais ferramentas serão adquiridas ou desenvolvidas, o CIO considera essencial a participação dos seus analistas nas chamadas missas operacionais (reuniões diárias) e em encontros semanais para tratar de assuntos diversos. Atualmente, a TI da ALL tem acompanhado de perto a evolução de tecnologias de comunicação sem fio para acesso à internet. Queremos viabilizar o acesso sem fio por meio de WiMax, para sanar as dificuldades de comunicação comuns em ferrovias que cobrem áreas extensas, diz Prato. Hoje, as locomotivas têm quatro rádios, cada um cumprindo uma tarefa em uma faixa de frequência diferente. Com o WiMax, a ALL espera, além de convergir todos os canais, beneficiar-se da alta velocidade e da capacidade de banda para oferecer serviços sofisticados, como câmeras nas locomotivas e telefonia IP (VoIP). O executivo também começa a refletir sobre como tirar proveito do conhecimento tecnológico que profissionais das diversas áreas adquirem por conta própria, quando exploram recursos de iphone, ipad, redes sociais e nuvem pública, por exemplo. Ele considera inevitável que essa onda tecnológica influencie muitas inovações na empresa. Um iphone, já usado por muitos profissionais na via privada, custa muito menos e tem os mesmos recursos que o Palm usado por nossos profissionais para enviar dados sobre defeitos nas linha, exemplifica. Segundo Prato, por cultura e tradição, a TI da ALL não consegue ser proativa no atendimento de várias áreas, inclusive marketing e finanças. Dificilmente estaremos à frente nestas áreas, no sentido da busca e sugestão de novas ferramentas. A demanda sempre parte deles, admite, explicando que, devido às características do negócio, que trabalha com grandes clientes e volumes, o marketing praticado pela ALL é mais interno e direto. É arriscado permitir que o marketing decida sobre segurança de informação, da mesma forma que a TI não deve tomar decisões sobre estratégia de marketing digital Chisman, da Accenture Mudança cultural Na UPS, empresa que trabalha com a distribuição de grandes volumes de encomendas, desde grandes containeres a pequenos envelopes, o gerente de TI, Bruno Ehlers, entendeu que de nada adianta sugerir soluções milagrosas se sua equipe não conhece a cultura, não apenas da empresa como um todo, mas de cada departamento. Muitas vezes você propõe a melhor ferramenta de inteligência, mas aí nota que aquele profissional ou divisão não abrem mão de suas tabelas Excel e constata que, além do conhecimento técnico, é preciso que se implementem mudanças culturais, diz. O CIO explica que, em função do gigantismo da UPS, muita coisa tem de seguir uma estratégica corporativa global, sem muito espaço para sugestões. A meta para avançar no uso de radiofrequência, por exemplo, em estudo na empresa, depende de adequação à política global da UPS nesta área, além de ajustamento à política de uso desta tecnologia nos diversos clientes da multinacional.

Nas brechas em que a TI local pode exercer a proatividade, a equipe conta com o auxílio de questionário eletrônico que é preenchido por quem recebe atendimento de informática na empresa. Ele considera excelente fonte para subsidiar a busca de novas ferramentas, porque há espaço para comentários e reclamações. Outra fonte de subsídios para novas ideias é a observação da movimentação do transportes, das mercadorias e das pessoas, dentro e fora da empresa. Nas áreas consideradas por Ehlers mais agressivas na busca por novidades, como marketing, o desafio não é ter as sugestões que partem da TI aceitas, mas sim estabelecer restrições para ferramentas sugeridas pelos próprios profissionais de marketing. Muitas vezes, a TI vira uma espécie de estraga prazeres, quando exige, por exemplo, o cumprimento de requisitos de segurança que acabam dificultando a implementação da ideia original, confessa. De outra parte, ninguém esconde a alegria quando a TI surge com ferramentas que eliminam ou diminuem atividades maçantes, como digitação. A era dourada da tecnologia de marketing A efervescência do mercado de tecnologia voltada para marketing fortalece o seu entrelaçamento com a TI. O alinhamento entre ambas e a clarificação das competências de cada uma são importantes para que diretores de tecnologia e de marketing busquem novas ferramentas e soluções tecnológicas. Confira onde essas inovações podem ser buscadas: Tecnologia Interna Monitoramento de mídia social Inteligência competitiva Gerenciamento de campanha Dashboards de marketing SEO / auditoria Gestão de ativos digitais Business intelligence Análise de web (web analytics) CRM Tecnologia de Produto Realidade aumentada Comunidades de usuários Recursos sociais Localização RFID Produtos digitais Internet das coisas Conteúdo gerado por usuário Tecnologia Externa E-mail marketing

Landing pages Anúncios interativos Web site Dados ligados (Linked data) Anúncios de pesquisa Marketing móvel Segmentação comportamental Fonte: Chiefmartec.com por Information Week. Disponível em: http://informationweek.com.br/2913/para-sair-na-frente/