PLANOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PAS



Documentos relacionados
NOTA TÉCNICA N. 028/2013 Brasília, 21 de agosto de Desenvolvimento Social. O Planejamento da Assistência Social no Plano Plurianual.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Prof. Eline Alcoforado Maranhão de Sá

MATERIAL DE APOIO PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETO PARA CELEBRAÇÃO DE CARTA ACORDO

PACTO DE APRIMORAMENTO DA GESTÃO ESTADUAL SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Helena A Wada Watanabe 2012

Acordo de Acionistas. do Grupo CPFL Energia. Atual Denominação Social da Draft II Participações S.A.

POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE PARA A REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO SUS

Reunião ampliada - COSEMS. Oficina de Planejamento. Assessoria de Planejamento e Gestão

TERMO DE REFERÊNCIA. 1. Justificativa

PACTO DE APRIMORAMENTO DO SUAS

Projeto Movimento ODM Brasil 2015 Título do Projeto

Gestão Pública Democrática

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA ESTRUTURA CONCEITUAL DE PROJETOS DE EXTENSÃO

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO CONSULTOR NACIONAL OPAS/OMS

PARECER TÉCNICO. Referente: Programa Criança Feliz.

PERFIL DA POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL EM PONTA GROSSA

ANEXO II FORMULÁRIO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE PROGRAMA - PROGRAMA DE EXTENSÃO*

RELATÓRIO DA REDE DE ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS

O QUE ORIENTA O PROGRAMA

As Ações Estratégicas da Gestão do Trabalho travadas no âmbito da Gestão do SUAS

Integração de Políticas Públicas e seus desafios

Fórum Empresarial de Apoio à Cidade de São Paulo. Propostas para 2011

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

DOCUMENTOS PARA INSCRIÇÃO DE PROGRAMAS DE ENTIDADES NÃO GOVERNAMENTAIS (Modelo de Requerimento)

Cronograma - Seguindo o plano de metas da USP para 2015

CENTRO DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DEPARTAMENTO DE GOVERNANÇA, SISTEMAS E INOVAÇÃO

ÍNDICE. Desenvolvimentos das atividades do Curso, Seminário e Simpósio e de formação...24 a 27

REUNIÃO DE GESTÃO INTEGRADA: PLANEJAMENTO de março de 2019

UM MODELO ESTRATÉGICO DE REFORMA DA GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL: DA AGENDA À FORMAÇÃO DA COALIZÃO. Fernando Luiz Abrucio

Apoio ao Transporte Escolar para a Educação Básica - Caminho da Escola. Concessão de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID

Indicadores e o ciclo de políticas públicas

Garantir o direito de aprender, para todos e para cada um.

EIXO 4 PLANEJAMENTO E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Oficina de Planejamento Participativo

Plano Decenal da Assistência Social: Desafios para os Entes Federados

Redesenho do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil PETI

TERMO DE REFERÊNCIA CONSULTORIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO DA INICIATIVA DIÁLOGO EMPRESAS E POVOS INDIGENAS

SEMINÁRIO Planejamento Estratégico Elaborado por: Jesus Borges (Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional) Fabrício Sobrosa Affeldt (Coordenador de

FORMULÁRIO DE PROJETO DE EXTENSÃO. REGISTRO SOB Nº: Uso exclusivo da PROEX

Mini Curso Orientações para a elaboração dos Planos Decenais Municipais

CENTRO DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

O Curso de Avaliação Econômica de Projetos Sociais

Programa Territórios da Cidadania Norte - RJ

Movimento Nossa São Paulo Outra Cidade 1º Encontro Educação para uma outra São Paulo Temática: Educação Profissional

Apoio Técnico da Vigilância Socioassistencial. 04:Principais instrumentos e fontes de informação

RESOLUÇÃO Nº 32, DE 31 DE OUTUBRO DE 2013.

PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA ESTADUAL PROAGE

Seminário Internacional Trabalho Social em Habitação: Desafios do Direito à Cidade. Mesa 2: AGENTES PÚBLICOS, NORMATIVOS E DIREÇÃO DO TRABALHO SOCIAL

Leiriane Araújo Mestre em Política Pública e Sociedade Assistente Social da Secretaria de Assistência Social de Maracanaú-CE Professora do Curso de

Gestão escolar democrática:

1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE AMBIENTAL

Limites e possibilidades de uma política pública de avaliação da educação profissional e tecnológica na perspectiva emancipatória

Aprimoramento do Programa diante dos avanços da cobertura e da qualificação da

Construindo a Sustentabilidade: Lições na gestão do Programa Piloto e desafios para o futuro

ARRANJO PRODUTIVO LOCAL - APL

Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos

ENFERMAGEM PROMOÇÃO DA SAÚDE. Aula 6. Profª. Tatiane da Silva Campos

RESOLUÇÃO Nº 8, DE 16 DE MARÇO DE 2012.

TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS RESOLUÇÃO Nº 109, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL - PRSA

Territórios de atuação do PGI no Pará

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR

Agenda Territorial de Desenvolvimento Integrado de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos

Desmatamento anual na Amazônia Legal ( )

EDITAL N 034/2016 Referente ao Aviso N 046/2016, publicado no D.O.E. de 15/04/2016.

DISCIPLINA: POLÍTICAS PÚBLICAS

REUNIÃO NÚCLEO DE PLANEJAMENTO E MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO

Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Piracaia PIRAPREV CNPJ: / Política de Responsabilidade Social

Secretaria Nacional de Assistência Social. Fundo Nacional de Assistência Social

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Ações da Secretaria Nacional de

S enado Federal S ubsecretaria de I nfor mações DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Sustentabilidade no Setor Público, A3P e Planos de Logística Sustentável

Investimento Social no Entorno do Cenpes. Edson Cunha - Geólogo (UERJ) Msc. em Sensoriamento Remoto (INPE)

PLANO PLURIANUAL

Fiscalização Profissional

COMUNICADO nº 040/2017

Avanços e conquistas da reunião com a reitoria no dia 25/05/15

Projetos para os municípios Motivação

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULO AFONSO SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

MATRIZ 4: ESTRATÉGIA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL

SECRETARIA EXECUTIVA FIT- FUNCAP

Oficina de Cidadania, Controle Social e Participação Social Encontro Regional do Congemas

Indicadores do Planejamento Estratégico. Brasília/DF

Findeter financiamento para a reconstrução e a mitigação de mudanças climáticas

Política de Gestão Estratégica de Riscos e Controles Internos CELESC

Contrata Consultor na modalidade Produto

OPAS/OMS Representação do Brasil Programa de Cooperação Internacional em Saúde - TC 41 Resumo Executivo de Projeto (Modelo I)

Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial. Encontro Avaliação 01/12/2010

ABORDAGENS METODOLÓGICAS NA ELABORAÇÃO DE PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO

Acompanhamento da execução total do ambiente de Gestão e Programas Sociais, administrativos, físico e financeira dos serviços sócio assistenciais

TERMO DE REFERENCIA PARA CONTRATAÇÃO CONSULTOR NACIONAL OPAS/OMS

PROGRAMA DE EXTENSÃO ACADEMICA

II SEMINÁRIO ESTADUAL sobre Política Municipal de Habitação - PLANO CATARINENSE DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - PCHIS

GLOSSÁRIO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

OCA: Transparência e Gestão Orçamentária Metodologia de apuração do OCA pela Prefeitura de Belo Horizonte

(Publicada no D.O.U de 26/02/2013)

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE ARARAQUARA

Transcrição:

Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL Especialização em Gestão Social de Políticas Públicas PLANOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PAS Janice Merigo Docente UNISUL Assistente Social FECAM social@fecam.org.br

INSTRUMENTOS DE GESTÃO Ferramentas de planejamento técnico e financeiro da Política e do SUAS, nas três esferas de governo, tendo como parâmetro o diagnóstico social e os eixos de proteção social básica e especial, sendo eles: Plano de Assistência Social Orçamento Monitoramento Avaliação Gestão da informação Relatório anual de gestão

A incorporação de tais instrumentos em uma área (Assistência Social) que historicamente pautou suas ações em iniciativas descontínuas e conjunturais não é simples. Os novos procedimentos deve sofrer um processo de assimilição por todos os atores gestores, técnicos, dirigentes de entidades, ONGs e outros para que as alterações estruturais e as medidas legais ganhem significação e concretude.

Plano de Assistência Social - PAS É um instrumento de planejamento estratégico que organiza, regula e norteia a execução da Política Nacional de Assistência Social PNAS/2004, na perspectiva do SUAS. O responsável pela elaboração é o órgão gestor Secretaria de Assistência Social, que submete à aprovação do Conselho de Assistência Social em cada esfera, reafirmando o princípio democrático e participativo.

O Plano de Assistência Social PAS é um elemento estratégico para a implantação de um sistema, se não se quer cair na improvisação, na ação caótica emergencial e pontual sem comando, direção,continuidade e sistematização. Garante racionalidade às práticas sociais, interrelacionando procedimentos, estabelecendo metas, compatibilizando recursos, tempo, métodos, técnicas a fim de obter eficácia e efetividade nas ações que se pretende desenvolver.

O Plano de Assistência Social deve caracterizar o planejamento, concretiza-se em um espaço de tempo delimitados, como produto de opções e prioridades a serem definidas no âmbito da Política de Assistência Social para 4 anos. A elaboração do Plano de Assistência Social representa a possibilidade de conduzir um vasto leque de negociações e interlocuções intra e intergovernamentais, em face das diferentes definições, prioridades e propostas dos setores sociais envolvidos na sua formulação.

O PAS tem caráter estratégico, num processo que envolve mediações políticas e aproximações sucessivas á realidade que se quer transformar, identificando necessidades sociais da população alvo, bem como os meios adequados para sua superação.

O Plano é um instrumento de um processo, não um fim em si mesmo. A elaboração do plano ganhará relevância política se for capaz de: * Fomentar o debate sobre as ações da assistência social; Produzir dados consistentes sobre as necessidades sociais; Colocar em questão o alcance das ações nessa área; Conduzir os gestores da assistência social a inseri-la na agenda pública local.

No contexto de implantação do SUAS, que busca superar a prática assistencialista e clientelista, o Plano é: * Instrumento fundamental para uma política planejada; Parâmetro básico para a democratização do processo decisório; Mecanismo para viabilizar a inserção da assistência social ao sistema de planejamento global do município.

O Plano não é apenas uma ferramenta técnica, mas um instrumento essencialmente político. Assume uma dupla dimensão: teórico-política e técnico-operacional. Na medida em que processa conhecimento sobre a realidade social, possibilita a mobilização de forças políticas que poderão atribuir reconhecimento e ligitimidade fundamentais à direção social assumida.

No contexto de formulação do PAS, a participação e o fortalecimento dos Conselhos de Assistência Social são requisitos indispensáveis, até porque cabe a eles a aprovação do Plano e o acompanhamento sistemático de sua execução e aplicação financeira. No processo de discussão e deliberação do PAS, os Conselhos podem colaborar, ainda, com propostas e sugestões com objetivo de aperfeiçoá-lo

Toda e qualquer proposta para elaboração do plano deve considerar a diversidade regional. Desta forma, os elementos estruturantes subsídios que serão apresentados devem ser entendidos como diretrizes gerais que podem (e devem) ser adaptados ás características e às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais de cada município.

ELEMENTOS ESTRUTURANTES CapacitaSUAS (2008) 1. Conhecimento da realidade (diagnóstico) 2. Mapeamento da rede prestadora de serviço 3. Objetivos 4. Diretrizes e prioridades 5. Metas e previsão de custos 6. Financiamento 7. Monitoramento e avaliação

ELEMENTOS ESTRUTURANTES Secretaria de Estado Minas Gerais(2006) 1. Diagnóstico 2. Justificativa 3. Objetivos 4. Público-alvo 5. Metas 6. Parceiros 7. Recursos 8. Monitoramento e avaliação

DIAGNÓSTICO (conhecimento da realidade) Análise da realidade social; Identificação do contexto que se pretende intervir; Vulnerabilidades e riscos apresentados pelos usuários; Índices e indicadores sociais como IBGE, PNAD, IDH, Censo escolar/mec, assim como o acesso ao GEO-SUAS; Estudo aprofundado dos beneficiários do programa bolsa família, BPC e PETI; População atual (zona urbana e rural); Questão fundiária; Análise econômica local e regional; Abordagem físico-geográfica...

JUSTIFICATIVA Explicar porque intervir na realidade apresentada no diagnóstico. Na justificativa tornam-se necessárias a análise das instituições e dos atores envolvidos.

MAPEAMENTO DA REDE/PARCEIROS Relacionar o conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios oferecidos pela assistência social e pelas demais políticas públicas, que possuem interface com a Assistência Social. Apresentar as parcerias, ou seja, com quem se pretende executar as ações.

OBJETIVOS Definição de onde se quer chegar. Existe dois níveis de expressão dos objetivos: geral e específicos (utilização de verbos) Geral: apresenta o resultado ou a mudança esperada na situação geral da população a quem se destina as ações do PAS. Específicos: são o detalhamento do objetivo geral. Ex: capacitar os representantes das instituições da rede socioassistencial.

PÚBLICO-ALVO Definir os cidadãos e/ou grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco que serão beneficiados com a execução das ações do PAS. Beneficiários diretos e indiretos rios diretos e indiretos Ex: pessoas com deficiência e famílias das pessoas com deficiência.

METAS É a quantificação dos objetivos. Ex: Capacitar os representantes das instituições da rede socioassistencial. Meta: 3 trabalhadores da área por instituição, totalizando as 20 instituições do município. Meta: capacitar 60 representantes de instituições

DIRETRIZES Deixar claro quais são as prioridades das ações da Assistência Social no município. Exemplos: Reordenamento da rede socioassistencial local em relação ao SUAS; Reordenamento do órgão gestor e do conselho; Redução do número de moradores de rua, entre outros

RECURSOS Recursos financeiros a serem aplicados no ano de 2010 1. Serviços de Proteção Social Básica 2. Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade 3. Serviços de Proteção Social de Alta Complexidade 4. Programas 5. Benefícios eventuais Sugere-se em forma de quadro para cada ano, prevendo recursos municipal, estadual e federal.

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Para tanto, precisa definir alguns aspectos, como: Qual a periodicidade envolvida e quais instrumentos e modo de verificação serão utilizados para acompanhar a execução das ações, como por exemplo: 1) Visitas periódicas junto aos beneficiários; 2) Reuniões junto aos executores; 3) Supervisão das executoras e com que regularidade; 4) Acompanhamento das metas físicas e de execução orçamentária e financeira dos recursos por ação; 5) Aplicação de questionários qualitativos para os executores e/ou para beneficiários; 6) Definição das diferentes fontes de informação para gerar os dados do monitoramento e da avaliação, hierarquizando e atendendo a necessidade do usuário da mesma.

Plano de Ação O Plano de Assistência Social, deverá ser desdobrado anualmente em um Plano de Ação. O Plano de Ação é preenchido no sistema SUASweb, bem como o Demonstrativo Sintético de Execução Físico Financeiro.