Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL Especialização em Gestão Social de Políticas Públicas PLANOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PAS Janice Merigo Docente UNISUL Assistente Social FECAM social@fecam.org.br
INSTRUMENTOS DE GESTÃO Ferramentas de planejamento técnico e financeiro da Política e do SUAS, nas três esferas de governo, tendo como parâmetro o diagnóstico social e os eixos de proteção social básica e especial, sendo eles: Plano de Assistência Social Orçamento Monitoramento Avaliação Gestão da informação Relatório anual de gestão
A incorporação de tais instrumentos em uma área (Assistência Social) que historicamente pautou suas ações em iniciativas descontínuas e conjunturais não é simples. Os novos procedimentos deve sofrer um processo de assimilição por todos os atores gestores, técnicos, dirigentes de entidades, ONGs e outros para que as alterações estruturais e as medidas legais ganhem significação e concretude.
Plano de Assistência Social - PAS É um instrumento de planejamento estratégico que organiza, regula e norteia a execução da Política Nacional de Assistência Social PNAS/2004, na perspectiva do SUAS. O responsável pela elaboração é o órgão gestor Secretaria de Assistência Social, que submete à aprovação do Conselho de Assistência Social em cada esfera, reafirmando o princípio democrático e participativo.
O Plano de Assistência Social PAS é um elemento estratégico para a implantação de um sistema, se não se quer cair na improvisação, na ação caótica emergencial e pontual sem comando, direção,continuidade e sistematização. Garante racionalidade às práticas sociais, interrelacionando procedimentos, estabelecendo metas, compatibilizando recursos, tempo, métodos, técnicas a fim de obter eficácia e efetividade nas ações que se pretende desenvolver.
O Plano de Assistência Social deve caracterizar o planejamento, concretiza-se em um espaço de tempo delimitados, como produto de opções e prioridades a serem definidas no âmbito da Política de Assistência Social para 4 anos. A elaboração do Plano de Assistência Social representa a possibilidade de conduzir um vasto leque de negociações e interlocuções intra e intergovernamentais, em face das diferentes definições, prioridades e propostas dos setores sociais envolvidos na sua formulação.
O PAS tem caráter estratégico, num processo que envolve mediações políticas e aproximações sucessivas á realidade que se quer transformar, identificando necessidades sociais da população alvo, bem como os meios adequados para sua superação.
O Plano é um instrumento de um processo, não um fim em si mesmo. A elaboração do plano ganhará relevância política se for capaz de: * Fomentar o debate sobre as ações da assistência social; Produzir dados consistentes sobre as necessidades sociais; Colocar em questão o alcance das ações nessa área; Conduzir os gestores da assistência social a inseri-la na agenda pública local.
No contexto de implantação do SUAS, que busca superar a prática assistencialista e clientelista, o Plano é: * Instrumento fundamental para uma política planejada; Parâmetro básico para a democratização do processo decisório; Mecanismo para viabilizar a inserção da assistência social ao sistema de planejamento global do município.
O Plano não é apenas uma ferramenta técnica, mas um instrumento essencialmente político. Assume uma dupla dimensão: teórico-política e técnico-operacional. Na medida em que processa conhecimento sobre a realidade social, possibilita a mobilização de forças políticas que poderão atribuir reconhecimento e ligitimidade fundamentais à direção social assumida.
No contexto de formulação do PAS, a participação e o fortalecimento dos Conselhos de Assistência Social são requisitos indispensáveis, até porque cabe a eles a aprovação do Plano e o acompanhamento sistemático de sua execução e aplicação financeira. No processo de discussão e deliberação do PAS, os Conselhos podem colaborar, ainda, com propostas e sugestões com objetivo de aperfeiçoá-lo
Toda e qualquer proposta para elaboração do plano deve considerar a diversidade regional. Desta forma, os elementos estruturantes subsídios que serão apresentados devem ser entendidos como diretrizes gerais que podem (e devem) ser adaptados ás características e às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais de cada município.
ELEMENTOS ESTRUTURANTES CapacitaSUAS (2008) 1. Conhecimento da realidade (diagnóstico) 2. Mapeamento da rede prestadora de serviço 3. Objetivos 4. Diretrizes e prioridades 5. Metas e previsão de custos 6. Financiamento 7. Monitoramento e avaliação
ELEMENTOS ESTRUTURANTES Secretaria de Estado Minas Gerais(2006) 1. Diagnóstico 2. Justificativa 3. Objetivos 4. Público-alvo 5. Metas 6. Parceiros 7. Recursos 8. Monitoramento e avaliação
DIAGNÓSTICO (conhecimento da realidade) Análise da realidade social; Identificação do contexto que se pretende intervir; Vulnerabilidades e riscos apresentados pelos usuários; Índices e indicadores sociais como IBGE, PNAD, IDH, Censo escolar/mec, assim como o acesso ao GEO-SUAS; Estudo aprofundado dos beneficiários do programa bolsa família, BPC e PETI; População atual (zona urbana e rural); Questão fundiária; Análise econômica local e regional; Abordagem físico-geográfica...
JUSTIFICATIVA Explicar porque intervir na realidade apresentada no diagnóstico. Na justificativa tornam-se necessárias a análise das instituições e dos atores envolvidos.
MAPEAMENTO DA REDE/PARCEIROS Relacionar o conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios oferecidos pela assistência social e pelas demais políticas públicas, que possuem interface com a Assistência Social. Apresentar as parcerias, ou seja, com quem se pretende executar as ações.
OBJETIVOS Definição de onde se quer chegar. Existe dois níveis de expressão dos objetivos: geral e específicos (utilização de verbos) Geral: apresenta o resultado ou a mudança esperada na situação geral da população a quem se destina as ações do PAS. Específicos: são o detalhamento do objetivo geral. Ex: capacitar os representantes das instituições da rede socioassistencial.
PÚBLICO-ALVO Definir os cidadãos e/ou grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco que serão beneficiados com a execução das ações do PAS. Beneficiários diretos e indiretos rios diretos e indiretos Ex: pessoas com deficiência e famílias das pessoas com deficiência.
METAS É a quantificação dos objetivos. Ex: Capacitar os representantes das instituições da rede socioassistencial. Meta: 3 trabalhadores da área por instituição, totalizando as 20 instituições do município. Meta: capacitar 60 representantes de instituições
DIRETRIZES Deixar claro quais são as prioridades das ações da Assistência Social no município. Exemplos: Reordenamento da rede socioassistencial local em relação ao SUAS; Reordenamento do órgão gestor e do conselho; Redução do número de moradores de rua, entre outros
RECURSOS Recursos financeiros a serem aplicados no ano de 2010 1. Serviços de Proteção Social Básica 2. Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade 3. Serviços de Proteção Social de Alta Complexidade 4. Programas 5. Benefícios eventuais Sugere-se em forma de quadro para cada ano, prevendo recursos municipal, estadual e federal.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Para tanto, precisa definir alguns aspectos, como: Qual a periodicidade envolvida e quais instrumentos e modo de verificação serão utilizados para acompanhar a execução das ações, como por exemplo: 1) Visitas periódicas junto aos beneficiários; 2) Reuniões junto aos executores; 3) Supervisão das executoras e com que regularidade; 4) Acompanhamento das metas físicas e de execução orçamentária e financeira dos recursos por ação; 5) Aplicação de questionários qualitativos para os executores e/ou para beneficiários; 6) Definição das diferentes fontes de informação para gerar os dados do monitoramento e da avaliação, hierarquizando e atendendo a necessidade do usuário da mesma.
Plano de Ação O Plano de Assistência Social, deverá ser desdobrado anualmente em um Plano de Ação. O Plano de Ação é preenchido no sistema SUASweb, bem como o Demonstrativo Sintético de Execução Físico Financeiro.