INALDO MENDES DE MATTOS JUNIOR. MÚSICA NA CRECHE: Possibilidades de musicalização para bebês.

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE MÚSICA LICENCIATURA MUSICALIZAÇÃO I JOAO FORTUNATO SOARES DE QUADROS JUNIOR INALDO MENDES DE MATTOS JUNIOR MÚSICA NA CRECHE São Luís 2013

INALDO MENDES DE MATTOS JUNIOR MÚSICA NA CRECHE: Possibilidades de musicalização para bebês. Fichamento apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Musicalização I, no Curso de Música Licenciatura, na Universidade Federal do Maranhão. Prof. Dr. João Junior São Luís 2013

SOARES, Cíntia Vieira da Silva. Música na creche: possibilidades de musicalização de bebês. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 20, 79-88, set. 2008. Esquema do texto por tópicos Introdução O bebê e a música A instituição para educação infantil Atividades musicais na creche A pesquisa O centro municipal de educação infantil J.G. As vivências musicais Considerações Finais (autora) Sobre a Autora e seu Artigo Dentre poucas informações curriculares sobre a autora cito estas: Cíntia Vieira Soares, graduada em música, mestre em Educação (ambas pela UFG Universidade Federal de Goiás) e diretora da escola Música e Bebê em Goiânia-GO. A Cíntia Soares havia construído algumas experiências significativas de musicalização com bebês na instituição particular Escola Música e Bebê. Daí surgiu a pergunta: como seria a interação do bebê em creche pública? Esse artigo surgiu de uma pesquisa de mestrado sobre o trabalho musical com bebês. Introdução Pesquisas concluem que vivências musicais com criança dão a elas satisfação, alegria e potencializa o desenvolvimento físico, motor, afetivo, social e cognitivo. A influência positivista da música, para o desenvolvimento do ser humano, é mais impactante para bebês do que para os outros estágios. É importante criar condições de percepção, criação e expressão musical para o bebê respeitando sua forma de interação musical. Isso é fundamental no trabalho de musicalização infantil. Os bebês tem intimidade com a música. Eles balançam seu corpo, balbuciam, ficam hipnotizados com os sons agudos, reagem com alegria e curiosidade, exploram instrumentos etc.

Pais que acompanham seus bebês nas atividades de musicalização relatam que... a música influencia significativamente os bebês e os beneficia em seu desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social. (80) O Bebê e a música O bebê cultiva o ambiente sonoro desde feto e ouve sons interiores e exteriores. No sexto mês de gestação o bebê já ouve comparavelmente como o adulto. O bebê reage como ouvinte em potencial aos sons. O bebê consegue se lembrar dos sons ouvidos quando era feto e demonstra preferências musicais por esses mesmos sons. Porque os bebês tem preferência musical. Bebês de pais músicos se revelam depois como potencialidades musicais por desde muito cedo estarem imersos em um ambiente musical. Porque, para o bebê, a música se torna um elo afetivo com os pais. Depois de nascidos os bebês reagem com movimentos corporais e com produção sonora aos sons que ouvem. Os bebês ouvem, discriminam sons e preferem a voz humana, principalmente a materna. A voz humana exerce importante influência na vida do bebê através do mamanês, da canção de ninar etc. Mamanês são... as modificações adaptativas da fala que os adultos utilizam para se dirigem aos bebês. Por meio [...] [deles] os bebês captam ritmo, modulações melódicas, intensidade [etc]... (81) A canção de ninar tem a sua importância por estar repleta de elementos musicais, para acalmar os bebês e por estabelecer uma interação forte entra mãe e filho. As primeiras produções sonoras dos bebês de comunicação com o mundo são: gritos, choros, balbucios etc. O bebê manifesta o seu estado de humor pelos proto-ritmos. Eles são elementos sonoros diferentes que, antecedem a fala, são formados por balbucios, grunhidos etc. Eles dão forma ao ritmo primário do bebê e base para o surgimento da palavra. Balbucios e explorações vocais constituem a primeira etapa evolutiva da linguagem dos bebês e servem de base para a aprendizagem musical.

Os balbucios podem ser musicais e não musicais e se manifesta nessa mesma ordem. O musical aparece entre o 2º e 8º mês e antecede a fala. Geralmente é uma resposta á uma música que o bebê ouve. Formado por poucas sílabas, ritmo simples e pausas para respirar. A exploração sonora do bebê, através dos balbucios musicais, depende do contexto sonoro-musical em que está inserido. Os bebês respondem de variadas maneiras aos estímulos musicais: acompanham o som com os olhos, balança o corpo etc. Bebês de alguns meses de idade podem identificar variações em melódicas conhecidas. O bebê, ouve, percebe, reage, identifica e associa em contato com a música. O Bebê imerso em um ambiente sonoro, através de sua ação revela suas capacidades e possibilidades de aprendizagem. Através da aquisição dessas informações surgiram os programas de vivências musicais para bebês. O objetivo era ampliar o contato musical do bebê afim de aprofundar elementos específicos da música. Até esse ponto do texto, a autora relata experiências de sua vivência na instituição privada somadas a pesquisas realizadas por outros autores. Então ela se faz a pergunta de como se dariam esses eventos no âmbito das creches públicas. Sua resposta compreende o contexto atual dessas instituições, seus percursos e conquistas legais. A instituição para a educação infantil No início, a creche era para crianças pobres. Tinha uma característica assistencialista. Essas crianças eram tidas como carentes, deficientes etc. Com a constituição de 1988 as creches assume uma nova reputação. Torna-se deve do estado e direito da criança. A LBD da Educação Nacional de 1996 estabelece educação infantil a faixa etária entre 0 e 6 anos, oferecida em creches (0-3 anos) e pré-escolas (3-6 anos). Também municipaliza a educação infantil. A LBT garante caráter pedagógico e especificidade do trabalho adaptados às crianças menores. Em 1998 o CNE aprova os Referenciais Curriculares Infantil. Nacional para a Educação

As bases foram lançadas, cabe aos professores da educação infantil alcançar a qualidade. Isso consiste numa proposta educacional que respeite a criança como criança e principalmente tornar real o que os documentos oficializam. As instituições têm dificuldades para colocar a linguagem musical no contexto educativo. Essa inclusão se restringem as datas comemorativas, à formação de hábitos e à memorização de conteúdos. Isso fragmenta o trabalho e priva a criança da construção musical. Na prática não existe atividades musicais em instituições públicas. Essas atividades é privilégio das instituições particulares e vem por ocasião de projetos de extensão de universidades ao espaço público. Apesar do não cumprimento prático e social dos referências para a educação infantil música, vive-se um tempo de retomada de discursões sobre o assunto e até efetivações de leis que garantem inclusão social de crianças no direito à educação musical. As atividades musicais na creche A pesquisa A autora faz uma abordagem qualitativa em sua investigação e participa com muita observação das atividades musicais que propõem a grupo observado. O instrumento de observação é a filmagem em vídeo. O centro musical de educação infantil J.G. Nessa instituição, organiza-se em grupos, de acordo com a faixa etária. Para cada agrupamento há no mínimo uma professora licenciada e uma agente educativa. As atividades são brincadeiras próprias para a idade do bebê procurando estimular seu desenvolvimento. Em relação á presença da música, identificou-se a restrição ao fundo musical de atividades sem relação com o sentido de musicalização infantil. A instituição recebeu bem a proposta e colocou-se disponível a cooperar com o trabalho. A autora escolheu os dois primeiros agrupamentos (0 a 1 ano e 11 meses) e procurou não alterar a rotina com a qual os bebês estavam acostumados, seguindo assim o horário programado pela instituição. As vivências musicais Vivenciar música com bebês significa [...] possibilitar, de forma lúdica, o seu contato com a música por meio do canto, da dança, tocando instrumentos e até mesmo ouvindoa. (85)

Essas vivências proporcionam ao bebê os elementos necessários ao seu desenvolvimento. As vivências musicais envolveram 34 bebês. Foram feitos 10 encontros, semanais, de 45 minutos cada um. A princípio os bebês foram reunidos por idade aproximada e separados em locais específicos, cada subgrupo com 7 bebês no máximo. Depois todos foram reorganizados em dois grandes grupos de 17 bebês. As atividades foram realizadas de manhã, no entanto houve dificuldades com a sonolência e choros das crianças por sentirem a falta da mãe. Depois as atividades foram transferidas para a tarde e aí melhorou. Em todos os encontros realizaram-se atividades especificamente musicais de forma lúdica: brincadeiras musicais, canto, dança, exploração de instrumentos e apreciação musical. Trabalhou-se com vários materiais apropriados à idade dos bebês: bolas coloridas, brinquedos sonoros, fantoches, chocalhos, guizos, tambores, pandeiros etc. Assim os bebês manuseavam, sugavam, jogavam no chão etc. Tudo essas ações constitui-se importantes para o desenvolvimento deles. O repertório utilizado inclui diversos estilos musicais, principalmente a música popular brasileira e música do cotidiano escolar dos bebês. O repertório objetivou o contato com diferentes culturas musicais., ritmos variados e diferentes sonoridades. A metodologia constituiu-se de um momento de cumprimento, músicas cantadas, danças, exploração dos instrumentos musicais e apreciação musical. Quanto as professoras e agentes educativas, no começo mostraram-se receosas e distantes, mas depois mostraram interesse nas atividades realizadas. Considerações Finais Os bebês mostraram-se muito curiosos em relação aos sons no começo. Só depois começaram a se mostrarem mais ativos nas atividades musicais. E então balançaram mais o corpo, bem como exploraram, manipularam e descobriram sons, sempre brincando. As brincadeiras musicais propiciaram as descobertas motoras e de movimentos. Os bebês mostraram-se concentrados nas atividades de apreciação musical e exploração de instrumentos musicais. Nas atividades os bebês demonstraram alegria e prazer tendo ações criativas e inovadoras.

A relação entre bebês e a pesquisadora foi gradualmente melhorando e no final os bebês já demonstravam confiança e afeto por ela. O espaço físico foi adaptado à realização das atividades musicais, visto que não se tinha um espaço apropriado. A diferença entre as atividades realizadas na instituição particular e no espaço público é que no privado as crianças estavam acompanhadas de seus pais, enquanto no público estavam acompanhadas pelas agentes educativas. Isso dificultou algumas atividades devido a impossibilidade de uma agente por bebê. Embora a ausência dos pais nas aulas de musicalização infantil, verificou-se que é possível a realização de atividades musicais com os bebês. Considera-se que a atividade musical com bebês contribui para o seu desenvolvimento bem como para a aproximação com culturas musicais diferentes tonando-se mais sensível à arte musical. Inaldo M.M. Junior é discente do 2º período, 2013-2, do curso de Música Licenciatura na Universidade Federal do Maranhão.