Joinville/SC Nr21. R$ 11 EDIÇÃO ESPECIAL

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Transcrição:

Joinville/SC Nr21. R$ 11 EDIÇÃO ESPECIAL ENCONTRO ECONÔMICO BRASIL ALEMANHA.2015

2 ACIJ

3 ACIJ REVISTA 21 3

AO LEITOR REVERÊNCIA À HISTÓRIA Uma sociedade que olha para o futuro tem fundamentos sólidos baseados na história que foi construindo ao longo do tempo e sabe reverenciar seu passado. Joinville nasceu da obstinação dos imigrantes europeus alemães e suíços, em sua maioria que aqui aportaram em meados do século 19, no auge do processo de colonização da Região Sul do Brasil, que havia se iniciado por volta de 1824, pelo Rio Grande do Sul. Comerciantes, agricultores, artesãos, os primeiros join vilenses tinham enorme pendor para o trabalho e um senso de empreendedorismo que, aos poucos, garantiram o desenvolvimento de toda a região. Em parte, essa longa história é reconhecida com a realização do 33 o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, neste mês de setembro. O evento, que geralmente tem lugar em capitais dos dois países, alternando-se a cada ano entre Brasil e Alemanha, traz a Joinville uma centena e meia de empresários europeus em busca de oportunidades de negócios e afinamento de alianças. Brasil e Alemanha são parceiros estratégicos. Na América Latina, é o nosso parceiro comercial mais importante, e o país que mais recebe nossos investimentos na região, sublinha Dirk Brengelmann, embaixador da Alemanha no Brasil, em entrevista à Revista 21. Ao completar 21 edições, a publicação da Acij que leva no título a referência ao novo século dedica este número emblemático a abordar temas relativos ao país irmão e às ligações de Joinville com a nação que tanto marcou suas origens. Duas reportagens são publicadas com versões em alemão. Entre outras ações inspiradas pelo evento, neste mês, o Arquivo Histórico realiza a exposição As Colônias Alemãs no Norte de Santa Catarina, trabalho fotográfico de Peninha Machado a partir dos detalhes captados em uma gravura de 1898, que ilustra a viagem do pesquisador alemão Franz Giesebrecht para divulgar a colonização no Norte catarinense, e o Shopping Mueller prepara atrações exclusivas voltadas à cultura germânica. NESTA EDIÇÃO 8 Embaixador vê potencial para fortalecer cooperação. 18 Núcleos setoriais têm origem em entidade alemã. 24 Missão empresarial na Europa desperta empreendedor. 30 Objetos de desejo com toque germânico. 34 Angela Merkel abre caminho para investidores. 42 Quem eram e de onde vieram os primeiros joinvilenses. 46 Encontro intensifica laços comerciais. 60 O perfil do cônsul honorário Rodrigo Bornholdt. 62 Intercâmbio acadêmico e corporativo para qualificar profissionais. 68 Três visões sobre o exemplo que vem da Alemanha. 70 Jornalista pesquisa o legado dos colonizadores. 76 Como negociar melhor com os parceiros. 60 OLHARES SOBRE BERLIM ARQUIVO PESSOAL 4 ACIJ

PENINHA MACHADO Número 21. Setembro e outubro de 2015 Em alusão ao novo século, pleno de desafios, a Revista 21, publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij), aponta, ao mesmo tempo, para o momento atual e para o futuro, para o contemporâneo e para o que está por vir. Tem por objetivo levar informação de qualidade ao leitor sobre os grandes temas de interesse da classe empresarial, sempre com visão local. Litogravura em exposição no Arquivo Histórico de Joinville (Ausstellung einer Lithografie im Historischen Archiv von Joinville) EHRERBIETUNG AN DIE GESCHICHTE* Eine Gesellschaft, die in die Zukunft blickt, hat solide Fundamente in der Geschichte verankert, die im Laufe der Jahre begründet wurden, und weiss ihre Vergangenheit zu würdigen. Joinville entstand durch die Hartnäckigkeit der europäischen Einwanderer deutsche und schweizer, in ihrer Mehrheit die hier in der Mitte des 19 Jahrhunderts gelandet sind, auf dem Höhepunkt der Kolonisierung der südlichen Regionen Brasiliens, die um 1824 in Rio Grande do Sul begann. Händler, Landwirte, Handwerker, die ersten Joinvilenses hatten grosse Neigung zur Arbeit und einen Unternehmersinn, die langsam die Entwicklung der Gegend sicherte. Teilweise wird diese lange Geschichte durch das 33. Wirtschaftstreffen Brasilien-Deutschland im September, anerkannt. Die Veranstaltung, die üblicherweise in einer der Hauptstädte beider Länder stattfindet, im jährlichen Wechsel zwischen Brasilien und Deutschland, bringt nach Joinville über 150 europäische Unternehmer auf der Suche nach Geschäftsmöglichkeiten und Abstimmungen von Bündnissen. Brasilien und Deutschland sind strategische Partner. In Lateinamerika ist es unser wichtigster Handelspartner und das Land, dass die meisten unserer Investitionen in der Region erhält, unterstreicht Dirk Brengelmann, deutscher Botschafter in Brasilien, in einem Interview der Revista 21. Mit der 21. Ausgabe widmet die von der Acij herausgegebene Publikation, die im Titel die Würdigung des neuen Jahrhunderts trägt, diese emblematische Nummer, mit Themen in Bezug auf das Bruderland und der Beziehungen von Joinville mit der Nation, die seinen Ursprung so stark geprägt hat. Zwei der Reportagen werden in deutscher Version herausgegeben. * Versão do editorial em alemão/ Version des Leitartikel Conselho editorial Ana Carolina Bruske (Diretora financeira) Débora Palermo Mello (Acij) Diogo Haron (Acij) Carolina Winter (Winter Comunicação) Simone Gehrke (EDM Logos) Jornalista responsável Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS) Produção/Edição Mercado de Comunicação /Guilherme Diefenthaeler/(reg. prof. 6207/RS) Reportagem Ana Ribas Diefenthaeler, Letícia Caroline, Mayara Pabst, Marcela Güther, Karoline Lopes Projeto gráfico, diagramação, ilustrações e infográficos Fábio Abreu Imagem da capa Arquivo pessoal de Adhemar Trinks Fotografia Peninha Machado, assessorias de imprensa Impressão Hellograf Indústria Gráfica (47) 4063-9769 Tiragem 4 mil exemplares Publicidade revista21@acij.com.br Av. Aluisio Pires Condeixa, 2550 3461-3333 acij.com.br twitter.com/acij facebook.com/acijjoinville 5 ACIJ REVISTA 21 5

A FOTO DA CAPA A loja de ferramentas e armarinhos foi a mesma que, no início do século 20, causou impacto entre os moradores daquela Joinville ainda tão pequena. Além de ser a primeira empresa local a ter telefone e registradora, a Trinks & Irmãos importou o primeiro automóvel Oldsmobile. E isso era apenas consequência de um espírito empreendedor e visionário que aportou por aqui com o pioneiro da família Trinks, Eduard, que veio da Europa e enfrentou 50 dias no mar para buscar uma vida melhor, em 1854. Trouxe a esposa Pauline e seis filhos entre eles, Helena, que fundaria, em 1916, o Hospital Dona Helena. Outro filho, Georg, sucederia o pai nos negócios. ARQUIVO PESSOAL ADHEMAR TRINKS Se você tem uma imagem que retrate algum período da história de Joinville, entre em contato com a redação pelo revista21@mercadodecomunicacao.com.br. A foto poderá ser publicada na capa em uma das próximas edições. A REVISTA EM FRASES Em uma década, esperamos inaugurar um leque de oportunidades e investimentos diferenciados, principalmente em biotecnologia, saúde, novos materiais e economia verde. A Alemanha é vanguarda nessas áreas Udo Döhler, prefeito de Joinville DIVULGAÇÃO O time de engenheiros da empresa trabalha integrado aos engenheiros da KaVo Alemanha. Aproveitamos o melhor de cada time para criar produtos que atendam perfeitamente os mercados Giancarlo Schneider, presidente da KaVo do Brasil O propósito dos alemães era priorizar o associativismo e promover o desenvolvimento das médias e pequenas empresas Henrique Loyola, ex-presidente da Acij, um dos principais responsáveis pela implantação do convênio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera A influência alemã foi determinante para criar as diretrizes e o modelo de negócios da empresa. Entre os sócios, só se falava alemão e as primeiras relações de importação tiveram início na década de 60 justamente com o país europeu Harry Weege, fundador e presidente da Incasa A herança deixada pelos imigrantes continua presente em todos os segmentos do país, quer na indústria, no comércio, assim como nas manifestações culturais Dirk Brengelmann, embaixador da Alemanha no Brasil 6 ACIJ

7 ACIJ REVISTA 21 7

ABRE ASPAS 8 ACIJ

FOT: DIVULGAÇÃO DIRK BRENGELMANN Alemanha e Brasil são parceiros estratégicos Por Guilherme Diefenthaeler Com formação em economia, administração de empresas e história, o embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann, atua no serviço diplomático desde 1986. Passou por diferentes posições em países como Haiti, Inglaterra e Estados Unidos, tendo atuado na Secretaria Geral para Assuntos Políticos e Política de Segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, entre 2010 e 2013. Antes de ser designado para a função atual, em agosto do ano passado, foi encarregado para a política internacional de cibernética do Ministério das Relações Externas alemão. Em entrevista exclusiva à Revista 21, o embaixador revela a expectativa de que o Encontro Econômico Brasil-Alemanha possa proporcionar novos e importantes impulsos para a contínua ampliação das já prolíficas relações entre os dois países, que considera parceiros estratégicos. Ele traz dois exemplos de segmentos que devem merecer especial atenção: energias renováveis e infraestrutura. Vejo aí grandes potenciais para uma cooperação mais fortalecida entre as empresas brasileiras e as alemãs, sublinha Brengelmann, que também fala sobre política internacional, os abalos recentes da Zona do Euro, a atratividade do país ao turismo de europeus e a herança dos imigrantes germânicos no Sul do Brasil. 9 ACIJ REVISTA 21 9

Qual a expectativa da Embaixada para a realização do 33º Encontro Brasil-Alemanha? Brasil e Alemanha são parceiros estratégicos. As relações econômicas são caracterizadas pela constância e pela confiabilidade. Na América Latina, o Brasil é o nosso parceiro comercial mais importante e o país que mais recebe investimentos da Alemanha na região. O Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que ocorre todos os anos, evidencia esses aspectos e já se tornou tradição entre nossos países. Na área de política energética, por exemplo, percorremos o mesmo caminho em direção a um abastecimento energético sustentável com base nas energias renováveis. Empresas alemãs têm oportunidades ideais para cooperar graças às suas experiências na expansão de energias renováveis no Brasil. Também no campo da infraestrutura, vejo grandes potenciais para uma cooperação mais fortalecida entre brasileiros e alemães. O Encontro Econômico deste ano proporcionará novos e importantes impulsos para a contínua ampliação de nossas relações econômicas. Justamente nesta difícil situação econômica do Brasil, é preciso aproveitar o ensejo para discutir possibilidades sobre como a economia brasileira pode retomar o fôlego. Para tal, são de importância decisiva o contato direto dos empresários brasileiros com os alemães e a conversa entre nossos governos. De que maneira esse evento contribui para aprimorar as relações econômicas entre os dois países? Muitas companhias alemãs atuam há longo tempo no Brasil e fizeram seus primeiros investimentos há mais de 100 anos. As mais de 1.400 empresas alemãs que operam aqui se empenham em prol do Brasil e administram cerca de 10% a 12% do PIB industrial. O Encontro Econômico Brasil-Alemanha servirá para sondar, no contato direto, as ideias e os modelos comerciais. Já se comprovou que o Encontro oferece um ótimo fórum para continuar ampliando as excelentes relações econômicas bilaterais existentes. A alta qualidade e a moderna tecnologia dos produtos alemães desfrutam, no Brasil, de grande reconhecimento. O Encontro contribui significativamente para que sejam mantidas as excelentes relações. Justamente em Santa Catarina e em Joinville, a cidade-sede do evento, é possível perceber claramente o bom desenvolvimento das relações econômicas bilaterais. A BMW construiu recentemente uma fábrica completamente nova e produz, lá, para o mercado sul-americano. Durante o Encontro em Joinville, eu mesmo terei a oportunidade de inaugurar uma empresa alemã de médio porte. INVESTIMENTOS VÃO CONTINUAR Como o sr. avalia a importância do mercado brasileiro para as empresas alemãs, no atual contexto econômico da Europa e, também, do nosso país? Apesar da difícil situação econômica do Brasil neste momento, estou convencido de que as empresas alemãs continuarão a investir no Brasil. O Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, oferece um grande mercado interno, com matérias-primas de todo o tipo, e ocupa, nas mais diversas áreas, lugar de destaque na economia mundial. Graças aos amplos programas sociais, a ascensão social de muitas pessoas, nos últimos anos, despertou sua necessidade de consumir bens da melhor qualidade. Em função dos investimentos planejados e das medidas necessárias de infraestrutura, o Brasil também é um interessante mercado na área de energias renováveis. É importante que as diretrizes sejam estabelecidas corretamente, de modo que haja novos investimentos. O que o empresário brasileiro ganha ao escolher a Alemanha como parceira de negócios? E o que precisa saber, sobre a natureza e peculiaridades do mercado alemão, para ter êxito nessa empreitada? Inicialmente, a Alemanha oferece condições estáveis. Isso é certamente um importante fator para todos os empresários na hora de escolher um local. Além disso, a Alemanha dispõe de infraestrutura bem consolidada e de pessoal qualificado. Essas são importantes condições para que uma empresa possa atuar com sucesso. A Alemanha ainda oferece a empresas brasileiras a oportunidade de entrar em todo o mercado europeu. O que for produzido na Alemanha ou importado tem acesso aos mercados de todos os 28 Estados-Membros da União Europeia sem barreiras comerciais. As empresas brasileiras esperam uma maior independência do mercado interno, satisfação da demanda de parceiros estrangeiros e expansão de plataformas de exportação quando se trata de investimentos externos na Alemanha. A União Europeia, com seus inúmeros acordos de livre comércio, assegura, às mercadorias produzidas aqui, acesso a outras regiões do mundo com redução de impostos. Depois de um longo processo de negociações, no ano passado, a alemã BMW inaugurou sua fábrica brasileira em Araquari, cidade vizinha a Joinville. Esse movimento tende a atrair outras empresas alemãs? De que modo? 10 ACIJ

Em geral, o Sul do Brasil é uma região onde empresas alemãs investem cada vez mais, além de São Paulo. Sob o ponto de vista dos empresários, as condições são provavelmente melhores do que em outras regiões brasileiras. Alegra-nos, claro, quando uma empresa alemã decide abrir filial no Brasil, independentemente da situação geográfica. Também prestam valiosa contribuição as raízes alemãs de alguns brasileiros, que se evidenciam em diversos lugares, como Santa Catarina, e, por conseguinte, seus conhecimentos da língua alemã. Falando sobre política internacional, em julho, a imprensa noticiou a aprovação, na Alemanha, do plano para resgatar a Grécia. De que modo a atual situação econômica daquele país pode afetar o equilíbrio da Zona do Euro? A Grécia é, comparativamente ao tamanho da Zona do Euro, uma economia relativamente pequena, com apenas 1,77% do PIB total. No entanto, um colapso do sistema bancário grego traria consequências negativas para a Zona do Euro como um todo, bem como efeitos potencialmente graves para uma série de Estados-Membros. Mesmo assim, o perigo direto de contaminação para a Zona do Euro por meio do sistema bancário foi reduzido no decorrer dos programas econômicos de adaptação estabelecidos pela União Europeia. O quadro institucional da Zona do Euro passou por uma melhoria considerável nos últimos anos, ficando, assim, mais resistente. Quais são as principais linhas da política internacional da Alemanha e como o Brasil e a América do Sul se situam nesse cenário? Como disse, a Alemanha e o Brasil são parceiros estratégicos que pretendem contribuir em conjunto para a configuração confiável e sustentável do mundo no século 21. Isso foi ressaltado no âmbito das primeiras Consultas Intergovernamentais, em agosto deste ano, ponto que motivou a viagem da chanceler Angela Merkel a Brasília, acompanhada por sete ministros e cinco vice-ministros. A Alemanha está engajada internacionalmente de diversas formas, especialmente nas áreas-chaves da democracia e do princípio do Estado de Direito, respeito aos direitos humanos e de cidadania, da igualdade entre homens e mulheres, bem-estar e desenvolvimento sustentável, proteção do clima e preservação da biodiversidade, respeito aos padrões de trabalho, social e do meio ambiente. Em todos esses assuntos, o Brasil e a Alemanha são parceiros importantes e confiáveis mesmo porque sua cooperação se baseia em valores e objetivos comuns. DESTINO TURÍSTICO ATRAI EUROPEUS Um grande número de turistas europeus tem como destino turístico regular o Nordeste brasileiro, como também o Rio de Janeiro, entre outras regiões. O noticiário frequente sobre crise econômica afeta de alguma forma esse fluxo? Não acredito nisso. Pelo contrário. Graças à Copa do Mundo, o Brasil chamou a atenção do público internacional de forma muito positiva, também como atração turística, e os alemães continuam sendo um dos povos que mais gostam de viajar. Espero que os Jogos Olímpicos contribuam para atrair mais turistas alemães. Além disso, a atual taxa de câmbio deveria ser um ponto favorável para os turistas europeus, já que as férias ficaram mais baratas para eles. A vinda dos primeiros colonizadores alemães para Santa Catarina data de 1829. Que herança o sr. avalia que os imigrantes deixaram em nosso Estado, na formação social, na cultura, na economia, na política? Os imigrantes alemães diversificaram as atividades econômicas e influenciaram decisivamente a fisionomia econômica, social, administrativa e intelectual, não apenas da região de Blumenau e Vale do Itajaí, mas de todo Estado catarinense. Como artesãos, oleiros, carpinteiros, pequenos trabalhadores da indústria doméstica, eles foram responsáveis pelo surgimento das indústrias familiares, embrionárias de grandes empreendimentos que se projetaram nos diversos segmentos, especialmente no ramo têxtil. Aqui também criaram escolas para instruir seus filhos. A prática do associativismo e a sociabilidade era uma constante entre esses imigrantes e seus descendentes. As associações de atiradores, as sociedades de canto, os clubes de ginastas, as sociedades de auxílio aos enfermos, as sociedades culturais, os clubes de bolão, entre outras, são manifestações vivas até os dias atuais. Muitos personagens fizeram história. Destacamos o médico Fritz Müller, os geógrafos e cartógrafos Emil Odebrecht e José Deeke, entomólogos como Friedenreich, químicos como Eberhardt; os irmãos Hermann e Bruno Hering, como iniciadores da indústria têxtil em Santa Catarina; o empresário Carl Hoepcke, assim como tantos outros que mereceriam aqui ser lembrados. A herança deixada pelos imigrantes continua presente em todos os segmentos do país, quer na indústria, no comércio, assim como nas manifestações culturais (teatro-canto, artes, arquitetura) e nos hábitos e costumes de famílias em muitas regiões. 11 ACIJ REVISTA 21 11

VERSÃO DA ENTREVISTA EM ALEMÃO/ VERSION DES INTERVIEWS MIT DEM BOTSCHAFTER DIRK BRENGELMANN Deutschland und Brasilien sind strategische Partner Der deutsche Botschafter in Brasilien, Dirk Brengelmann, mit Ausbildung in Volkswirtschaft, Betriebswirtschaft und Geschichte, ist seit 1986 im diplomatischen Dienst tätig. Innhaber verschiedener Positionen in Haiti, England und Nordamerika, war er ebenfalls im Generalsekretariat für politische Themen und politische Sicherheit der Nordatlantikvertrags-Organisation (NATO) in Brüssel, zwischen 2010 und 2013, tätig. Vor seiner Berufung in die aktuelle Position, im August des Vorjahres, war er für die internationale Kybernetik-Politik im Auswärtigen Amt zuständig. In einem Exklusivinterview für die Revista 21 lies der Botschafter seine Erwartungen in das Wirtschaftstreffen Brasilien-Deutschland verlauten, es könne neue und wichtige Impulse zur ständigen Erweiterung der fruchtbaren Beziehungen zwischen beiden Ländern vermitteln, welche er als strategische Partner sieht. Zwei Bereiche die eine besondere Aufmerksamkeit verdienen nennt er als Beispiel: die Bereiche der Erneuerbaren Energien und der Infrastuktur. Hier sehe ich grosse Potentiale einer verstärkten Kooperation zwischen brasilianischen und deutschen Unternehmen unterstreicht Brengelmann, und spricht auch über die internationale Politik, die jüngsten Störungen in der Euro-Zone, die Tourismusaktivitäten des Landes in Bezug auf Europäer und die Erbschaft derdeutschen Einwanderer im Süden Brasiliens. Welche Erwartungen hat die Deutsche Botschaft in das Zustandekommen des 33º Treffen Brasilien-Deutschland? DEU und BRA sind strategische Partner. Die DEU-BRA Wirtschaftsbeziehungen sind durch Konstanz und Verlässlichkeit geprägt. Brasilien ist in Lateinamerika unser wichtigster Handelspartner und das Land mit den meisten deutschen Investitionen in der Region. Die jedes Jahr stattfindenden Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage verdeutlichen dies und haben mittlerweile eine lange Tradition zwischen unseren Ländern. Im Bereich der Energiepolitik gehen wir einen gemeinsamen Weg, hin zu einer nachhaltigen Energieversorgung auf Grundlage von Erneuerbaren Energien. Deutsche Unternehmen haben dank ihrer Erfahrungen beim Erneuerbare Energien-Ausbau optimale Chancen mit Brasilien zu kooperieren. Auch im Infrastrukturbereich sehe ich große Potenziale für eine verstärkte Zusammenarbeit zwischen deutschen und brasilianischen Unternehmen. Die diesjährigen Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage werden erneut wichtige Impulse für den weiteren Ausbau unserer Wirtschaftsbeziehungen geben. Gerade in der wirtschaftlich schwierigen Lage Brasiliens gilt es die Wirtschaftstage zum Anlass zu nehmen, um Möglichkeiten zu diskutieren, wie die brasilianische Wirtschaft wieder auf Fahrt gebracht werden kann. Dafür sind der direkte Kontakt zwischen den Unternehmen und das Gespräch zwischen den Regierungen von entscheidender Bedeutung. In welcher Weise trägt dieses Treffen zur Verbesserung der wirtschaftlichen Beziehungen bei? Viele DEU Unternehmen sind schon lange in BRA tätig und haben ihre ersten Investitionen bereits vor über 100 Jahren getätigt. Schon jetzt engagieren sich über 1.400 deutsche Unternehmen in Brasilien, die rund 10-12% des industriellen BIP erwirtschaften. Die Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage dienen dazu, im direkten Kontakt Geschäftsideen und Geschäftsmodelle zu sondieren. Es hat sich gezeigt, dass die Wirtschaftstage ein sehr gutes Forum bieten, um die bereits jetzt bestehenden, sehr guten bilateralen Wirtschaftsbeziehungen weiter auszubauen. Die hohe Qualität und die moderne Technologie der deutschen Produkte genießen in Brasilien hohe Anerkennung. Die Wirtschaftstage tragen einen erheblichen Anteil dazu bei, dass die exzellenten Beziehungen auch in Zukunft erhalten bleiben. Gerade in Santa Catarina und in Joinville, also in dem Bundesstaat und der Stadt, wo die diesjährigen Wirtschaftstage stattfinden, kann man die gute Entwicklung der bilateralen Wirtschaftsbeziehungen besonders gut nachvollziehen. BMW hat vor kurzem ein komplett neues Werk errichtet und produziert dort für den südamerikanischen Markt. Ich selbst habe während der Wirtschaftstage die Gelegenheit in Joinville einen neuen Produktionsstandort eines deutschen Mittelständlers einzuweihen. Wie schätzen Sie die Wichtigkeit des brasilianischen Marktes für deutsche Unternehmen im aktuellen europäischen wirtschaftlichen Kontext ein, sowie in unserem Land? Trotz der aktuell schwierigen wirtschaftlichen Lage Brasiliens, bin ich fest davon überzeugt, dass deutsche Unternehmen auch in Zukunft in Brasilien investieren werden. Brasilien bietet mit ca. 200 Mio. Einwohnern einen großen Binnenmarkt, Rohstoffe aller Art und ist in verschiedenen Branchen im wirtschaftlichen Spitzenfeld angesiedelt. Der soziale Aufstieg vieler Menschen in den vergangenen Jahren hat auch dank umfangreicher Sozialprogramme - Bedürfnisse nach höherwertigen Konsumgütern geweckt, die befriedigt werden wollen. BRA ist auch wegen geplanter Investitionen im Bereich Erneuerbare Energien und wegen notwendiger Infrastrukturmaßnahmen ein interessanter Markt. Wichtig ist es, dass die Weichen jetzt richtig gestellt werden, so dass Investitionen wieder getätigt werden. Was hat der brasilianische Unternehmer 12 ACIJ

13 ACIJ REVISTA 21 13

davon indem er Deutschland zum Geschäftspartner auswählt? Und was muss er wissen über den deutschen Markt in Hinblick auf Beschaffenheit und Eigenschaften um erfolgreich zu sein? Deutschland bietet zunächst einmal stabile Rahmenbedingungen. Dies ist sicherlich für alle Unternehmer ein gewichtiger Faktor bei der Wahl des Standorts. Daneben findet sich in Deutschland eine sehr gut ausgebaute Infrastruktur und qualifiziertes Personal. Alles wichtige Bedingungen, damit ein Unternehmen erfolgreich agieren kann. DEU bietet außerdem für brasilianische Unternehmen den Einstieg in den gesamten europäischen Markt. Einmal hier produziert oder importiert stehen die Märkte aller 28 EU-MS ohne weitere Handelsbarrieren offen. BRA Unternehmen versprechen sich von einer Auslandsinvestition in DEU größere Unabhängigkeit vom Inlandsmarkt, Befriedigung der Nachfrage ausländischer Partner und den Aufbau von Exportplattformen. Die EU mit ihrer Vielzahl von bestehenden Freihandelsabkommen bietet für hier produzierte Waren zudem abgabenbegünstigten Zugang zu anderen Weltregionen. Nach einem langem Verhandlungszeitraum hat im vergangenem Jahr die deutsche BMW ihr Werk in Araquari, Nachbarstadt von Joinville, eingeweiht. Wird dieser Umstand weitere deutsche Unternehmen anziehen? In welcher Weise? Insgesamt ist der Süden Brasiliens sicherlich ein Standort, wo deutsche Unternehmen neben der Region Sao Paulo vermehrt investieren. Die Bedingungen dort sind offensichtlich aus Sicht der Unternehmen besser als in anderen Teilen des Landes. Wir freuen uns natürlich über jede deutsche Firma, die sich entscheidet, in Brasilien einen Standort zu eröffnen, unabhängig von der geografischen Lage. Die deutschen Wurzeln einiger Brasilianer, welche sich bspw. in Santa Catarina an verschiedenen Stellen immer wieder zeigen und die damit oftmals verbundenen deutschen Sprachkenntnisse tragen sicher auch ihren Teil dazu bei. Im Juli brachten die Medien die Nachricht der Zustimmung Deutschlands zum Rettungspaket für Griechenland. In welcher Weise kann die derzeitige wirtschaftliche Lage jenes Landes das Gleichgewicht in der Euro-Zone beeinträchtigen? Griechenland ist im Verhältnis zur Euro-Zone eine verhältnismässig kleine Wirtschaft, mit lediglich 1,77% des Gesamt-BIP. Ein Zusammenbruch des griechischen Bankwesens hätte allerdings negative Auswirkungen für die Euro-Zone als Ganzes, sowie schwerwiegende Folgen für viele der Mitgliedsstaaten. Eine unmittelbar Beeinträchtigung durch das Bankwesen wurde jedoch, im Zuge verschiedener Anpassungswirtschaftsprogrammen durch die Europäische Union, reduziert. Die institutionelle Struktur der Euro-Zone hat in den letzten Jahren eine grosse Verbesserung erfahren, sie wurde wiederstandfähiger. Welche sind die wichtigsten Ausrichtungen der internationalen Politik Deutschlands und wie ist Brasilien und Südamerika in diesem Szenarium eingebettet? Deutschland und Brasilien sind strategische Partner, die gemeinsam zur verantwortungsvollen und nachhaltigen Gestaltung der Welt im 21.Jahrhundert beitragen wollen. Dies wurde erst zuletzt im Rahmen der ersten Deutsch-Brasilianischen Regierungskonsultationen im August unterstrichen, in deren Rahmen Bundeskanzlerin Merkel in Begleitung von 7 Ministern und 5 Staatssekretären nach Brasilia reiste. Deutschland ist auf internationaler Ebene vielfach engagiert, insbesondere in den Kernbereichen Demokratie und Rechtsstaatlichkeit, die Achtung von Menschen- und Bürgerrechten, der Gleichstellung von Männern und Frauen, Wohlstand und nachhaltige Entwicklung, Klimaschutz und Erhalt der Biodiversität und die Achtung der Arbeits-, Sozial- und Umweltstandards. Bei all diesen Themen sind Brasilien und Deutschland einander wichtige und verlässliche Partner, nicht zuletzt, weil ihre Zusammenarbeit auf gemeinsamen Werten und Zielen basiert. Eine grosse Anzahl europäischer Touristen haben als touristisches Ziel den Nordosten Brasiliens, wie auch Rio de Janeiro und andere Gegenden. Beeinträchtigt die häufige Berichterstattung über die wirtschaftliche Krise diesen Touristenstrom in irgendeiner Weise? Nein, das glaube ich nicht. Im Gegenteil. Die Fußballweltmeisterschaft hat Brasilien positiv in den Fokus der Weltöffentlichkeit auch als touristische Attraktion gerückt und die Deutschen sind noch immer eine der reisefreudigsten Nationen weltweit. Ich erwarte, dass auch die Olympischen Spiele dazu beitragen werden, mehr deutsche Touristen in das Land zu locken. Außerdem dürfte der für europäische Touristen vorteilhafte Wechselkurs sein Übriges tun, da der Urlaub in Brasilien etwas günstiger wird. Ich rechne daher nicht mit sinkenden Zahlen und hoffe, dass insbesondere die Olympischen Spiele viele Besucher ins Land bringen. Die Ankunft der ersten deutschen Einwanderer in Santa Catarina geht auf 1829 zurück. Welche Erbschaft glauben Sie, haben diese Einwanderer in unserem Bundesstaat hinterlassen, in der sozialen Zusammensetzung, der Kultur, der Wirtschaft, der Politik? Die deutschen Einwanderer haben die Wirtschaftsaktivitäten vermehrt und die wirtschaftliche, soziale, administrative und intelektuelle Ausprägung grundlegend beinflusst, nicht nur in der Region Blumenau und Vale do Itajaí, sondern im gesamten Bundesstaat. Als Handwerker, Töpfer, Schreiner, Arbeiter in kleinen häuslichen Industrien waren sie dafür verantwortlich, dass die Familienbetriebe erschienen, als Grundsteine für die grossen Unternehmen die sich in den verschiedenen Wirtschaftsbereichen hervorgehoben haben, insbesondere in der Textilindustrie. Hier haben sie auch Schulen gegründet in denen sie ihre Kinder ausgebildet haben. Das Vereinswesen und die Geselligkeit war ständig anwesend unter den Einwanderern und dessen Nachkommen. Die Schiessvereine, Singvereine, Sportvereine, Vereine zur Krankenpflege, die Kulturvereine, die Skatvereine unter anderen, sind bis heute lebendige Zeugen. Viele Namen haben Geschichte gemacht. Wir wollen den Arzt Fritz Müller hervorheben, die Geographen und Kartographen Emil Odebrecht und José Deeke, Ethnologen wie Friedenreich, Chemiker wie Eberhardt; die Gebrüder Hermann und Bruno Hering als Gründer der Textilindustrie in Santa Catarina; den Geschäftsmann Carl Hoepcke sowie viele andere die an dieser Stelle erwähnt werden sollten. Die von den Einwanderern hinterlassene Erbschaft ist nach wie vor in allen Bereichen gegenwärtig, sowohl in der Industrie, im Handel als auch in den kulturellen Manifestationen (Theater-Gesang, Kunst, Architektur) und in den Sitten und Bräuchen der Familien in vielen Gegenden. 14 ACIJ

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O QUE A ASSOCIAÇÃO FAZ E PENSA NÚCLEOS SETORIAIS Como tudo começou Em 2014, o Brasil atingiu o maior índice de empreendedorismo de todos os tempos. De acordo com pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos são donos de empresa ou estão envolvidos com a abertura de um negócio próprio. O estudo também revelou que, a cada 100 pessoas que iniciam um empreendimento, 71 são motivadas por uma oportunidade, e não pela necessidade. Grande parte desse cenário de fortalecimento econômico é resultado de um movimento criado na década de 1990 pelas associações empresariais de Joinville (Acij), Brusque (Acibr) e Blumenau (Acib), junto à Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK), na Alemanha. No ano de 1991, a então Associação Comercial Industrial de Joinville inovou sua atuação no município com a implantação do modelo de núcleos setoriais, resultado da parceria com a HWK. Com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das empresas de menor porte por meio de reuniões, as articulações para trazer o projeto para Santa Catarina principiaram um ano antes, na gestão do empresário Henrique Loyola à frente da entidade. Tudo começou em dezembro de 1990, quando fui convidado para um almoço e disseram que, por unanimidade, a classe empresarial me queria como presidente da Acij. Não tive como negar, relembra Loyola. Sabendo que seria o próximo a dirigir a associação, ele embarcou para a Alemanha, no início do ano seguinte, com o propósito de participar da feira Heimtextil, como representante da Companhia Fabril Lepper. Durante a estada, abriu espaço na agenda para conhecer as entidades do país que, anos antes, haviam proposto um trabalho em conjunto com as associações comerciais de Joinville, Blumenau e Brusque. Quando cheguei, fui absolutamente convencido de que estávamos perdendo tempo aqui. A estrutura deles era impressionante. O propósito dos alemães era priorizar o associativismo e promover o desenvolvimento das médias e pequenas empresas, revela. Certo de que o projeto beneficiaria o município, difundindo, estimulando e motivando os empresários a se engajar nas ações da Acij, Loyola voltou ao Brasil disposto a garantir que o MAX SCHWOELK Time de presidentes dos núcleos da Acij na gestão 2015/2016: iniciativa empreendedora 18 ACIJ

convênio fosse assinado: Na época, a tendência do cenário econômico era de que o emprego na indústria se tornaria cada vez mais escasso, devido à crescente automação da produção. Com as ações da HWK, as pequenas empresas representavam mais de 60% do PIB da Alemanha, estabilizando a economia local. Além da Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, a cooperação entre Brasil e Alemanha contou com a participação da Sociedade de Cooperação Técnica (GTZ), de Eschborn, localidade contígua a Munique; da Fundação para o Desenvolvimento e Qualificação (Sequa), organização da Confederação das Câmaras de Artes e Ofícios (ZDH); e do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ), em Bonn. Segundo Diogo Haron, diretor executivo da Acij, que participou de missão empresarial na Alemanha, o pioneirismo da entidade favoreceu o desenvolvimento de mais de 1.500 novos negócios em quase 25 anos, elevando o número de empresas associadas de 345 para 2 mil, ao longo desse período. Ao crescer mais de 270% após a implantação dos núcleos, o associativismo provou que o concorrente pode ser parceiro e que a união de componentes de um mesmo grupo oferece benefícios econômicos visíveis. Essa metodologia, organizada e adaptada da HWK para a Acij, vem sendo disseminada em todo o país, sempre em favor do incremento dos negócios entre os associados, afirma Haron. Loyola presidia a Acij quando o modelo dos núcleos foi adotado O pai da criança Regressando a Joinville, José Henrique Loyola procurou o então presidente da Acij, Raul Schmidt, e sugeriu a assinatura do convênio proposto pela HWK. A convite da entidade alemã, Schmidt viajou com os representantes das associações comerciais de Blumenau e Brusque. Eles aceitaram a proposta, mas só concordaram depois que eu fui lá e conheci o projeto. Por isso, cá entre nós, eu me considero o pai da criança, comenta Loyola, orgulhoso. A principal distinção entre o modelo brasileiro e o alemão é a fragmentação das entidades: Lá, é como se todas as associações comerciais da cidade fossem uma instituição só. Não há diferença entre grandes e pequenos empresários. Todos são representados igualmente e fazem parte de um grupo só. Outra mudança foi a implantação dos núcleos setoriais, que não existiam na Alemanha. Eles têm oficinas. É a demanda dos empresários que determina os cursos oferecidos. Adaptamos essa ideia para Joinville por intermédio dos núcleos, explica. A implantação do convênio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera foi a maior realização de Loyola no comando da Acij. A participação dele foi muito ativa, porque é um entusiasta na área da formação profissional. Foi com ele que esse projeto deu os primeiros passos e depois foi crescendo, agregando parceiros, aponta Fidelis Martins, ex-diretor executivo da associação, no livro Henrique Loyola Colecionador de Desafios, publicado em 2012. DIVULGAÇÃO O sistema de núcleos setoriais é uma das bases da entidade, ampliando a abrangência e importância da Acij. De concorrentes, os empresários passaram a se reconhecer como parceiros, que têm empresas semelhantes com problemas em comum. Hoje, são 26 núcleos, sendo quatro grupos do Gestão Compartilhada (territoriais), 11 setoriais, cinco multissetoriais e seis temáticos. O mais antigo, que ultrapassa os 20 anos, é o Núcleo de Usinagem e Ferramentaria, que busca promover o desenvolvimento sustentável das empresas, com foco na modernização dos serviços, ampliação do acesso a mercados, tecnologia e melhoria na gestão. Segundo o presidente Edison Dalinghaus, o núcleo busca contribuir para o aumento da competitividade, para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais e para a articulação de ações que possam impactar o ambiente de negócios. 19 ACIJ REVISTA 21 19

DIVULGAÇÃO Atividade da Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, a maior das 56 existentes na Alemanha Entidade fomenta o empreendedorismo A Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK) é a maior das 56 câmaras existentes na Alemanha, com mais de 50 mil associados. A instituição representa os interesses dos filiados perante a sociedade e o governo, participa da construção de projetos de lei e de políticas que tratam de pequenas empresas, além de atuar na elaboração de estudos, pesquisas e estatísticas. O trabalho da HWK é focado na criação de condições para que os empreendimentos se desenvolvam e lucrem. Para isso, a câmara mantém sete centros de treinamentos, três academias para formação e especialização de profissionais e 10 escolas de formação de mestres. Entre os serviços promovidos, destacam-se assessoria técnica, administrativa, comercial e tributária para empresas associadas; financiamento e apoio para empresas recém-instaladas; apoio na criação de novas empresas; promoção de feiras; serviços de incubação; incentivo às exportações; condomínios empresariais; serviços de garantia de crédito e companhia de seguros. No Brasil, o convênio com a HWK não resultou apenas no modelo de núcleos, replicado em vários Estados. A Fundação Empreender também foi criada nesse momento, visando auxiliar o desenvolvimento técnico e estrutural dos negócios de Joinville e região. A fundação é uma rede que busca estimular o empreendedorismo com base no fortalecimento das associações empresariais e de seus associados, aponta José Henrique Loyola. Após algumas reuniões para a implantação da parceria, ficou decidido que os programas de capacitação seriam desenvolvidos pela Fundação Empreender em diversos segmentos, com base no trabalho coletivo. Assim, foi construída uma sólida rede de contatos, consultoria gerencial, planejamentos organizacionais e até mesmo estágios e intercâmbios em países parceiros. Hoje, a organização é um dos braços da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). A partir dessa iniciativa, surgiram novos produtos e serviços, com destaque para as missões empresariais. 20 ACIJ

Impacto positivo nos negócios Um exemplo da influência positiva do convênio da Acij com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK) é o empresário Nivaldo Rupp, conhecido em Joinville pela fabricação de escadas helicoidais. Em 1993, durante uma missão empresarial, ele visitou fabricantes na Europa e logo percebeu que suas técnicas eram muito rudimentares. No pacote da parceria, estava inclusa a vinda de um mestre para cá e a ida de duas pessoas para lá. Aproveitei para conhecer os métodos alemães e aprendi a fazer as escadas em formato de caracol, analisa. Ele lembra que os equipamentos disponíveis no Brasil estavam longe do padrão ideal, mas, mesmo assim, seu processo melhorou após a viagem: O maquinário deles era muito superior. Aqui, o trabalho é quase todo manual. A missão foi promovida pelo núcleo de marceneiros da Acij e reuniu os integrantes do grupo. Hoje, Nivaldo é proprietário da Marcenaria NR, fundada em 1978, que administra com a esposa. A empresa fica ao lado da casa onde mora. O nível de qualidade dos nossos produtos é o mesmo de empresas onde trabalhei e dos principais centros do mundo, orgulha-se. Com o avanço das suas técnicas, Nivaldo ganhou clientes em outras cidades de Santa Catarina, no Paraná e interior de São Paulo. Apesar de fabricar todos os tipos de móveis, as escadas são o carro-chefe. Durante o tempo em que ficou na Alemanha, especializou-se na construção de corrimões curvos, retorcidos e sem emendas. De acordo com o diretor executivo da Acij, Diogo Haron, outros setores também se beneficiaram com o convênio, como as áreas de panificação, chocolate, escolas, automecânicas e meio ambiente. Eles foram impactados pelo modelo de gestão e de trabalho presente na Alemanha. Se hoje temos no município panificadoras de alto padrão, por exemplo, é por causa dos laboratórios e oficinas que os responsáveis pelos negócios fizeram lá, aponta. 21 ACIJ REVISTA 21 21

FOTOS: MAX SCHWOELK BRASIL EFICIENTE Nova agenda para o país Paulo Rabello de Castro falou sobre O Mito do Governo Grátis: Nova Agenda para o Brasil, em palestra na Acij. Rabello é um dos coordenadores do Movimento Brasil Eficiente (MBE). Doutor em economia pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, também é presidente do Instituto Atlântico, diretor-presidente da SR Rating e fundador da RC Consultores, empresa de previsão econômica e análises de mercado. Com a presença dos secretários de Fazenda do Estado, Antonio Gavazoni, e do município, Nelson Corona, o economista defendeu a redução de alíquotas como forma de ampliar receita. A sociedade dá uma resposta muito rápida nesses casos. O governo grátis é o estágio mais avançado do populismo, quando as pessoas passam a crer ser possível obter vantagens sem custos para ninguém, alertou. Economista Paulo Rabello: Governo grátis é populismo Na visão de Paulo Rabello, o ministro Joaquim Levy não representa o interesse do empresário, devido a seu perfil gastador. Outro agravante, diz, é o serviço da dívida interna, que está em R$ 417 bilhões: Não há superávit primário que possa fazer frente a essa maluquice. Temos um sistema tributário maluco e essa tragédia da despesa financeira. O MBE foi articulado na Acij, na gestão de Carlos Rodolfo Schneider. MISSÕES EMPRESARIAIS A Fundação Empreender, iniciativa desenvolvida pelas associações empresariais de Brusque, Joinville e Blumenau, realiza periodicamente missões para diversos países. A Alemanha é um dos destinos recorrentes. Os participantes visitam feiras e têm acesso a novas tecnologias, serviços, clientes e fornecedores. Além de ampliar o networking e conhecer a cultura empresarial do outro país. Christian Dihlmann, coordenador do programa, sublinha que as missões promovem uma atualização de mercado: Em pouco tempo, ocorre uma imersão que provoca um choque de ideias, seja pela diferença entre culturas ou tecnologias. Os interessados em planejar uma nova viagem podem entrar em contato com a Fundação Empreender, localizada na sede da Acij. Gestores da Tractebel apresentaram projeto na Acij PROJETO Usina de US$ 700 mi na região A Tractebel, maior geradora privada de energia do país, escolheu Garuva para a implantação da usina termelétrica de gás natural UTE Norte Catarinense. O anúncio foi feito durante a reunião do conselho da Acij. De acordo com Guilherme Ferrari, diretor técnico da UTE, o investimento total será de US$ 700 milhões. Somos uma empresa de alta capacidade gerencial, com demanda de vultosos investimentos, e o nosso sucesso depende do sucesso do Brasil. Temos políticas muito claras de mudanças climáticas e gestão sustentável, garantiu Ferrari. Com capacidade de 600 MW, a UTE Norte Catarinense pode gerar energia elétrica equivalente ao consumo de uma população de 1,8 milhão de pessoas. O prazo de instalação é de 32 meses e devem ser gerados até 800 postos de trabalho. 22 ACIJ

POR QUE ACIJ BOAS-VINDAS Café com novos associados DIVULGAÇÃO A Acij soma um quadro de associados próximo a 2 mil empresas. Desse total, 60% são de micro e pequeno porte. Em momentos de economia retraída, a busca por alternativas, novas parcerias e ampliação da rede de relacionamento é uma estratégia eficaz para manter e gerar novos negócios. Para estimular o associativismo e a integração, todo mês, a associação promove um café da manhã de negócios, convidando os novos associados. O último evento ocorreu no dia 21 de agosto e contou com a presença de Diogo Haron, diretor executivo da casa. É um encontro informal, que tem por objetivo aproximar os associados, gerar negócios e apresentar os nossos serviços a quem acaba de chegar. Sejam todos muito bem-vindos, declarou Haron. Para saber como se associar, ligue (47) 3461-3372 ou comercial@acij.com.br. Encontro reuniu associados mais recentes MAIS PARCEIROS JULHO E AGOSTO/2015 A & H MEYER 47 3278-4028 ALCIDES L. N. JR. ASS E CONS. AMBIENTAL 47 9964-5654 ALMEIDA PRODUÇÕES MUSICAIS 47 8402-7588 ARQUIVAR GESTÃO DE DOCUMENTOS 47 3425-7015 ATSUL SOLUÇÕES 41 3151-4433 AUTO MECÂNICA BIVARI 47 3473-0836 AUTO QUALITY OFICINA 47 3145-3409 BRJ ADVOGADOS 47 3422-9219 CARBONI DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS LTDA 47 3130-7050 CHAVEIRO ROCHA 47 3278-9000 CLINICA CENTRAL DE OFTALMOLOGIA 47 3025-6669 D414N3 BORBA SIST EM INFORM. E REPRES.LT 47 9260-5087 ECOVILLE BRASIL 47 3417-9719 ELETRO PEÇAS POLZIN 47 3026-5665 EMPÓRIO MUNDO 47 3439-4294 ENTERTRAINING ESCOLA DE NEGÓCIOS 47 3346-6306 ERICO MAURICIO DE SOUZA PEIXOTO 47 9772-7046 INSTITUTO VIVA SER 47 3023-0088 ISOTEC 81 3535-1196 LIBRA ENGENHARIA AMBIENTAL 47 3801-1788 LUCIANO SCHAUCOSKI 47 9916-8561 MAICON ROMEL CARVALHO 47 9961-4180 MARMONT 47 9925-7373 MERCADO L.E 47 3025-2143 NAVITAS TECNOLOGIA 47 3437-6635 PAULÃO AR CONDICIONADO 47 3455-1053 PHILIPE AFONSO HERENIO KERKHOFF 47 9706-2185 PITER CAR 47 3026-6362 PURPURATA 47 3028-7007 QUIMIDROL 47 3027-8700 RD VILLE CONSTRUTORA E INCORPORADORA 47 4101-7980 RESENDES CONSULTORIA QUALIDADE 47 8899-4848 RESTAURANTE SABORES DA VOVÓ 47 3435-4971 RESULT 47 9196-0760 RH JOINVILLE 47 3028-5280 RIBEIRO PLÁSTICOS LTDA 47 3465-0163 ROVIMA AR CONDICIONADO 47 3027-1251 SC LOGÍSTICA INTERNACIONAL 47 3025-2994 SIGNIA DIGITAL 47 3028-7479 SIME ELETRICA 47 3025-4839 SINTESE PESQUISAS 47 3433-6027 SOMAG ASSESSORIA EMPRESARIAL 47 3207-0444 SUAVE TENTAÇÃO 47 3804-1753 SULAMITA KAISER IMÓVEIS 47 3028-0000 TECJATO 47 2101-0250 VINICIUS ANICETO MAIA DA SILVA 47 9914-7165 VIP FARMA 47 3472-2620 ZEPPELIN E PADARIA 47 3028-1811 Associe-se. Entre em contato pelo 3461-3370 e conheça as vantagens de ser um associado 23 ACIJ REVISTA 21 23

VISÃO ACIJ Por onde se anda na Alemanha, você vê inovação: no transporte, nas construções, no comércio etc. Sonho em dar a outras pessoas esta oportunidade de participar de uma missão empresarial." Edison Dalinghaus Presidente do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria EDISON DALINGHAUS Sete dias que marcaram uma trajetória profissional Na atividade empresarial, alguns momentos são especialmente marcantes para a trajetória que se deseja seguir. No meu caso, sem qualquer dúvida, destacaria a oportunidade de ter participado da Feira Euromold, na Alemanha, na missão técnica organizada pela Fundação Empreender. Esse episódio me transformou em alguém bem mais empreendedor. De forma simples e prática, vivenciando o que se faz lá, percebi que, no fundo, não é muito diferente daqui. A capacidade de transmitir tudo de pai para filho que os alemães têm faz parte da educação. Na empresa Hofmann Werkzeugbau Siegfried, maior ferramentaria da Alemanha, por exemplo, existe uma escola própria para formar os novos contratados. No centro de treinamento, vi alunos de 12 anos podendo experimentar a atividade que seria a sua nova profissão, orientados por um professor com mais de 60 anos. Na escola Bildungs-Center Sudturingem, também um centro de formação, fiquei mais surpreso com a estrutura. É muito boa, forma profissionais de alta qualidade, e tem alojamento próprio para dar aos alunos condições de se dedicar somente aos estudos, em horário integral. O professor mais antigo passava dos 70 anos e continuava a trabalhar, mesmo aposentado. Na Fachhochschule Schmalkalden, o DNA do plástico é decifrado no laboratório. Os mais avançados equipamentos já fabricados estão disponíveis aos alunos no laboratório, onde há uma câmara na qual são criadas células humanas para analisar rejeição ou aceitação do plástico no organismo humano. Tudo isso em um prédio muito antigo que me lembrou minha escola São Vicente, em Itapiranga, que meu avô ajudou a construir. Como descendente de alemães, senti como se visitasse a minha primeira escola. Por onde se anda na Alemanha, você vê inovação no transporte, nas construções, no comércio etc. Sem perceber, no mesmo espaço você vê um veículo estacionado com o cabo elétrico abastecendo e um prédio construído há 855 anos, onde reis e imperadores alemães eram eleitos. A Escola de Frankfurt é um centro cultural de reputação nacional e internacional, na cidade alemã onde fiquei para participar da Euromold. Sonho em dar a outras pessoas esta oportunidade que tive de participar de uma missão empresarial tão marcante. Mais do que uma viagem, fiz novos amigos que me tornaram presidente do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da Acij. Quase tudo que aprendi, veio da escola, ela me moldou. Sempre esteve nos meus planos ir para a Alemanha. Trinta anos depois, consegui realizá-los e agora vou transmitir para as minhas filhas tudo o que sei. 24 ACIJ

O modelo alemão é certamente um grande exemplo para nós. Empresas brasileiras olham para este país como um mercado promissor. Nossa aproximação vai trazer ganhos enormes." Carla Regina Pinheiro Sócia-diretora da empresa Unique Consultoria Aduaneira Ltda e presidente do Núcleo de Negócios Internacionais da Acij CARLA REGINA PINHEIRO Podemos aprender muito com a potência alemã A Alemanha é um país muito importante para Brasil e, particularmente em Santa Catarina, exerce grande influência, devido à cultura trazida pelos imigrantes. O Estado é reconhecido internacionalmente por promover festas típicas, sendo a mais famosa a Oktoberfest. Do ponto de vista econômico, a Alemanha está entre os maiores negociadores com o Brasil. Conforme divulgado na balança comercial brasileira de julho de 2015, num comparativo entre 2014 e 2015, o país é o terceiro maior exportador do Brasil e o sexto maior importador. Há anos que o mercado alemão serve de referência para os empresários e facilmente se observa que as relações comerciais e econômicas entre os países estão estabelecidas com uma grande perspectiva de crescimento. Hoje, centenas de empresas alemãs estão instaladas aqui pela grande viabilidade de negócios com os brasileiros, e certamente com a intenção de relacionamento com a América Latina, considerando que o Brasil está logisticamente bem instalado. Eles têm um interesse elevado em nós. Da mesma forma, empresas brasileiras olham para a Alemanha como mercado promissor. São desenvolvidos e reconhecidos pela fabricação de produtos de alta tecnologia. Os manufaturados lideram a pauta de exportação alemã, o que chega representar aproximadamente 85% do total. As empresas brasileiras já estão exportando produtos com maior valor agregado, mas ainda é um movimento tímido, e o modelo alemão representa um exemplo para nosso país. Existem vários pontos que podemos destacar na Alemanha. Poucos países têm à disposição redes tão grandes de energia, telecomunicações, estradas, linhas férreas e rotas áreas. O plano de aumento de consumo estabelecido para superar a crise em 2009 é outro parâmetro de sucesso, observando-se que foi implementado um programa de reformas que incluiu uma redução tributária. A Alemanha se posiciona entre os três principais países com melhor desempenho universitário, competindo diretamente com os Estados Unidos e o Reino Unido. Essa sistemática da educação atrai estudantes estrangeiros e muitos deles fazem planos para permanecer no país e seguir carreira profissional. O fortalecimento do relacionamento entre Brasil e Alemanha é um caminho para o aumento das negociações. Também cabe ressaltar que a nossa aproximação dessas economias trará enorme ganho para os empresários e para o governo brasileiro. Ainda temos muito para aprender com essa potência mundial reconhecida como uma das mais relevantes do mundo. 25 ACIJ REVISTA 21 25