02 a 05 de junho de 2009 Expo Center Norte - SP Eventos Oficiais: 0
A Saúde Rompendo Paradigmas para o Crescimento Sustentável Profissionalização na Gestão da Saúde Suplementar Governança Corporativa no Setor de Saúde José Luiz Bichuetti São Paulo, 03/06/09 1
Objetivos desta palestra Apresentar e debater a evolução da governança corporativa no Brasil, em particular no setor de saúde estágio, motivadores, entraves, vantagens, desvantagens... 2
1 Governança Corporativa - Fundamentos 2 Governança Corporativa no Brasil 3 Governança Corporativa na Saúde 3
O que significa profissionalização numa organização? Onde se encaixa a Governança Corporativa nessa profissionalização? 4
Governança Corporativa - forma pela qual as organizações devem ser dirigidas, com ética, integridade e transparência É o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas/mantenedores, Conselho, Diretoria e demais órgãos de gestão, de controle e de apoio à alta administração As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar a credibilidade da sociedade, melhorar seu desempenho e cumprimento de seu papel na comunidade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade Fonte: IBGC Código das melhores práticas de Governança Corporativa 5
Princípios da Governança Corporativa Transparência mais do que obrigação, é desejo de informar para gerar um clima de confiança na empresa Eqüidade (Fairness) não só entre sócios de capital, mas também com todas as partes interessadas Prestação de Contas (Accountability) quem recebe um mandato tem o dever de prestar contas de seus atos Responsabilidade corporativa visão de longo prazo, considerações de ordem social e ambiental e preocupação com externalidades. 6
Evolução da Governança numa Organização 7
Pilares e Relações na Alta Administração Transparência, Eqüidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa G es tã o Auditoria Independente Comercial Acionistas Conselho de Administração Presidente do Conselho CEO Finanças Conselho Fiscal Operações F u n c i o n á r i o s G o v er n a n ç a Planejamento, Organização, Direção, Operação e Controle 8
O Conselho (ou Acionistas/Mantenedores, na falta de um Conselho) provê direcionamento e supervisão; a Diretoria opera e é responsável pelos resultados Conselho Acionistas Mantenedores CEO/Diretoria Executiva Direcionamento Supervisão e controle Execução Resultados 9
Governança Corporativa não é um modismo; ela evolui nas empresas, e nas instituições sem fins lucrativos Melhora o desempenho, credibilidade e valor patrimonial Facilita aporte de recursos de investidores, mantenedores, doadores Assegura a eles e a outras partes interessadas, acesso a informações de melhor qualidade e transparência, e proteção de seus interesses Facilita maior disposição por parte de fornecedores Facilita a atração e negociação com potenciais aliados Torna a organização mais atrativa ao capital humano Protege contra abusos de poder (do controlador sobre minoritários, do Conselho sobre a diretoria, da diretoria sobre acionistas e terceiros) 10
Desvantagens da adoção de boas práticas de Governança Corporativa 11
1 Governança Corporativa - Fundamentos 2 Governança Corporativa no Brasil 3 Governança Corporativa na Saúde 12
O IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, é o baluarte das melhores práticas de governança no Brasil (www.ibgc.org.br) MISSÃO Ser a principal referência nacional em governança corporativa. Conhecer, desenvolver e fomentar os melhores conceitos e práticas no Brasil, contribuindo para o melhor desempenho das organizações e, conseqüentemente, para uma sociedade mais justa, responsável e transparente OBJETIVO Desenvolver empresas com boas práticas de governança corporativa, socialmente responsáveis e viáveis do ponto de vista econômico, financeiro, social e ambiental CÓDIGO BRASILEIRO DAS MELHORES PRÁTICAS Objetivo: Indicar caminhos para a governança de todos os tipos de organizações (sociedades por ações, abertas ou fechadas, limitadas, sociedades civis) visando a melhoria do desempenho, e facilitar acesso ao capital 13
Há grande evolução mas diversos fatores ainda inibem a adoção de boas práticas de governança no Brasil Controle acionário da maioria das empresas é familiar ou exercido por um grupo regido por acordo de acionistas Controle acionário não é pulverizado Participação dos controladores na diretoria executiva ou no Conselho de Administração, exercendo interferência direta nas ações da diretoria Falta de atenção ou consideração por parte de controladores majoritários, em detrimento de minoritários 14
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O modelo de governança vem evoluindo mundialmente no setor de saúde Governança Tradicional Conselho Filantrópico Ênfase protecionista Diretores: perfil social, conservador Conselho voltado a tradições e ativos Grande número de membros no Conselho Vários Comitês Conselheiros ligados à comunidade Limitada participação de membros da administração e do corpo clínico na definição da estratégia Conselheiros não remunerados Estruturas organizacionais complexas Conselho profissional Ênfase estratégica Perfil de gestores estratégicos Comprometido com Missão e Visão Menor número de membros Poucos Comitês Tendência Número crescente de conselheiros independentes Crescente número de membros da administração e do corpo clínico na definição da estratégia Alguns conselheiros já remunerados Estruturas organizacionais simplificadas 16
O foco de atenção da alta administração tem também evoluído mundialmente no setor de saúde Estratégia Qualidade e custo dos serviços Finanças Governança e eficiência de gestão Auditoria e obediência legal e fiscal Com maior participação de membros da administração e do corpo clínico 17
Controle de hospitais no Brasil Os hospitais são, tradicionalmente, de natureza societária comunitária, familiar ou assemelhada, e com crescente verticalização por parte de planos de saúde, ou de propriedade do governo Alguns vem evoluindo em seu modelo de governança mas muitos enfrentam ainda diversos fatores que inibem a adoção de práticas de boa Governança Corporativa 1 quotista ou majoritário (dono) maioria médicos 2 ou mais quotistas (gestão compartilhada) Mantenedores sem fins lucrativos Controle por operadoras de planos de saúde verticalização Fundo de investimentos Públicos federal, estadual e municipal 18
Hospital Conflito? Medico 19
As instituições de saúde no Brasil enfrentam fatores que inibem a evolução da boa Governança Dificuldades na evolução de técnico (médico) para gestor Conflitos entre objetivos dos sócios/mantenedores e da instituição Interesses particulares antes do interesse da instituição Desejo de poder dos controladores/mantenedores ou dos gestores Controladores com pouca confiança sobre profissionais externos Gestão autocrática Visão operacional e imediatista. Carência de visão estratégica Representatividade das partes interessadas no Conselho Interferência do Conselho na gestão Pouco diálogo entre as áreas médica e administrativa, levando a competitividade entre elas, refletindo nos cuidados aos pacientes 20
No Brasil se avalia a qualidade e a reputação de um hospital pelo seu corpo clínico e recursos tecnológicos Qualidade do corpo clínico Especialidades Capacidade de diagnóstico Equipamentos e tecnologia Centros cirúrgicos Amplitude dos serviços UTI Corpo de enfermagem Staff/serviços de apoio Nível de infecção hospitalar Atenção ao paciente Nutrição Capacidade Padrão de hotelaria Voluntariado organizado Localização/acesso Nos EU e Europa, a estrutura de governança e adoção de melhores 21 práticas já fazem parte da avaliação da qualidade do hospital
A compatibilização dos interesses das partes interessadas é o principal desafio na governança de um hospital Mídia Comunidade Fornecedores Prest. Serviços Instituições Financeiras Investidores Mantenedores Governo/ANS Corpo Clínico HOSPITAL Pacientes e Familiares Defesa do Consumidor: IDEC/Procon Tecnologia Concorrentes Atuais e Novos Colaboradores Outros... Fontes Pagadoras CRM/CFM Ministério Público, Poder Judiciário 22
O principal resultado da boa governança é a convergência dos interesses dessas partes, refletindo na qualidade dos serviços aos pacientes 23
Em resumo... 24
O mercado está se tornando mais seletivo. A adoção das melhores práticas de governança assegura melhores e mais duradouras vantagens competitivas. A não adoção poderá limitar as oportunidades de desenvolvimento e de captação de recursos. Inclusive no setor de saúde. 25
Para pensar!!! A alta administração de minha organização entende os princípios da boa governança corporativa? E nossos executivos, em todos os seus níveis? Estamos aplicando esses princípios, na sua totalidade ou parcialmente? Estamos evoluindo na sua aplicação? Estamos correndo riscos por não adotar princípios de boa governança e/ou não atender a expectativas de nossas principais partes interessadas? 26
Obrigado e...boa /governança! a! José Luiz Bichuetti Bichuetti bichuetti@globo.com 27