1. INTRODUÇÃO. 92 O conceito de enfrentamento e a sua relevância na prática da Psiconcologia



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Transcrição:

Encontro: Revista de Psicologia Vol. 13, Nº. 19, Ano 2010 O CONCEITO DE ENFRENTAMENTO E A SUA RELEVÂNCIA NA PRÁTICA DA PSICONCOLOGIA Carolina de Mello Nascimento Seiffert Nunes Faculdade Anhanguera Campinas unidade 3 carolina.nascimento@aedu.br RESUMO O conceito de coping ou comportamento de enfrentamento tem sido objeto de estudo das diferentes áreas do conhecimento, como a sociologia, biologia e psicologia. Os estudos da Psicologia sobre o tema têm sido importante no sentido de compreender a adaptação do indivíduo nas diferentes fases do desenvolvimento e nas situações consideradas estressantes, como por exemplo, uma doença grave. Este artigo tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre o conceito de coping/enfrentamento para a Psicologia e a relação deste conceito com a Psiconcologia. Esta é a área entre a Psicologia e a Oncologia que segue princípios da Medicina Psicossomática, da Psicologia Comportamental e da Psicologia da Saúde para promover assistência ao paciente oncológico, aos familiares e aos profissionais de saúde envolvidos nas diferentes etapas do tratamento da doença e em sua reabilitação. Palavras-Chave: comportamento de enfrentamento; Psiconcologia; estresse. ABSTRACT The concept of coping behavior has been studied in different areas of knowledge, for example sociology, biology and psychology. Studies of Psychology about this theme have been important to understand adaptation of individuals in different phases of development and situations of stress, as severe diseases. This article presents a bibliography review about the concept of coping behavior to Psychology and the relation of this concept with Psychoncology. This is an area between Psychology and Oncology that follows principles of Psychosomatic Medicine, Behavior Analysis and Health Psychology in order to promote assistance for oncology patients, their families and health professionals involved in different steps in treatment of disease and rehabilitation. Keywords: coping behavior; Psychoncology; stress. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@aesapar.com Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original Recebido em: 30/10/2009 Avaliado em: 28/3/2011 Publicação: 18 de outubro de 2011 91

92 O conceito de enfrentamento e a sua relevância na prática da Psiconcologia 1. INTRODUÇÃO O conceito de enfrentamento tem sido estudado por diferentes áreas do conhecimento. A Sociologia, por exemplo, o define como as formas pelas quais a ordem social se adapta às crises. A Biologia define o conceito baseando-se na idéia de adaptação do organismo a agentes nocivos. Já para a Psicologia, o termo tem sido importante no sentido de entender a adaptação do indivíduo a diferentes fases do desenvolvimento e a situações consideradas estressantes, como por exemplo, uma doença, a perda de alguém importante, perda de emprego, entre outras. O objetivo deste artigo é apresentar a definição do conceito de enfrentamento segundo diferentes autores e a importância deste conceito para a atuação de profissionais da psiconcologia. Na literatura psicológica, o termo enfrentamento recebe inúmeras definições. Lipowisk (1970) o definiu considerando a ação do indivíduo frente a situações de doenças graves. Desta forma, enfrentamento envolvia todas as atividades cognitivas e motoras que uma pessoa doente usa para preservar sua integridade física e psíquica. Mechanic (1976) afirma ser um processo durante o qual o indivíduo utiliza comportamentos que demonstram a capacidade para resolver problemas advindos das exigências da vida. Estes comportamentos representam as habilidades, as técnicas e conhecimentos adquiridos com a experiência. De acordo com White (1974/1985) comportamento de enfrentamento (termo traduzido do original em inglês coping) é a adaptação a condições muito difíceis, como por exemplo, situações de mudanças drásticas, de problemas que exigem uma variabilidade de comportamentos e provocam estados emocionais desconfortáveis. Weisman e Worden (1976, 1977) destacam que comportamentos de enfrentamento são as ações de uma pessoa diante de um problema percebido na tentativa de adquirir alívio, gratificação e tranqüilidade. Por fim, Lazarus e Folkman (1984), definem o termo como as ações e estratégias cognitivas e comportamentais utilizadas frente a situações estressantes, podendo ser demandas internas ou externas que ultrapassam o repertório do indivíduo ocasionando desequilíbrio emocional, pessoal e social. A maioria dos estudos sobre coping utiliza o modelo de enfrentamento e estresse proposto por estes autores. Analisando as diversas teorias sobre enfrentamento é possível identificar concordâncias nos seguintes quesitos: o enfrentamento está relacionado a uma variedade de respostas frente a situações difíceis; estas situações são caracterizadas com base na

Carolina de Mello Nascimento Seiffert Nunes 93 vivência do indivíduo e em reações emocionais presentes; o indivíduo se comporta de forma a controlar ou reduzir os efeitos físicos, sociais e emocionais conseqüentes de tal situação (GIMENES, 2000). As respostas de enfrentamento frente a situações estressantes deverão ocorrer, portanto, no sentido de extinguir ou alterar as condições de risco tendo como resultado a adaptação psicossocial do indivíduo e consequentemente uma melhora na qualidade de vida e um funcionamento psicológico equilibrado. Este resultado é obtido quando um novo significado é atribuído para a experiência através da neutralização do caráter problemático, do controle das reações emocionais conseqüentes e da retomada de papéis anteriormente exercidos e que foram abandonados devido à circunstância. 2. A NATUREZA DO ENFRENTAMENTO: ESTILO X PROCESSO Na literatura psicológica identificam-se dois períodos de pesquisa e definição do conceito de enfrentamento. O primeiro pertence aos pesquisadores do ego que definiram enfrentamento como o uso dos mecanismos de defesa para lidar com os conflitos (VALLIANT, 1994). O segundo grupo surgiu após a década de 60 enfatizando os comportamentos de enfrentamento e propondo a avaliação dos determinantes cognitivos e situacionais. Dessa forma, enfrentamento passou a ser definido como um processo que envolve a relação entre a pessoa e o ambiente. Os principais representantes deste grupo foram os pesquisadores Lazarus e Folkman (1984). De acordo com as duas correntes citadas acima os comportamentos de enfrentamento podem ser subdivididos considerando a abordagem teórica. A primeira corrente enfatiza o enfrentamento como uma característica da personalidade e representa principalmente os teóricos de referencial psicanalítico. A segunda considera o enfrentamento como um processo dinâmico, ou seja, um conjunto de esforços utilizados perante situações estressantes as quais mudam durante o tempo (GIMENES, 2000). Os trabalhos de alguns teóricos demonstram claramente como o enfrentamento é entendido dentro de uma concepção psicanalítica, ou seja, nesta abordagem é estabelecida uma hierarquia de estilos de respostas consideradas saudáveis e não saudáveis. O enfrentamento seria o estilo mais saudável, com comportamentos flexíveis e adaptados à realidade. Já os mecanismos de defesa seriam considerados uma falha do eu, uma regressão e talvez, uma forma de adaptação psicótica (ANTONIAZZI; DELL'AGLIO; BANDEIRA, 1998).

94 O conceito de enfrentamento e a sua relevância na prática da Psiconcologia Analisando o enfrentamento como estilo, é possível perceber que a relação enfrentamento - implicações adaptativas é uma relação causal. Dessa maneira, algumas respostas seriam eficientes e o indivíduo, um bom enfrentador, enquanto outras respostas seriam ineficientes e o indivíduo um mau enfrentador. A estratégia de enfrentamento ou o uso de mecanismos de defesa dependeria das características da personalidade (ANTONIAZZI; DELL'AGLIO; BANDEIRA, 1998). As críticas a esta conceituação foram propostas principalmente por Lazarus e Folkman (1984). Segundo os pesquisadores, a definição do termo enfrentamento como um estilo relacionado às características da personalidade traz implícita uma noção de hierarquia, portanto, não há uma avaliação das exigências e possibilidades envolvidas na situação. Atribuem-se valores positivos ou negativos aos processos internos e de defesa sem se ter conhecimento dos resultados adaptativos resultantes de diferentes formas de enfrentamento. Porém, a definição de enfrentamento como um processo dinâmico pressupõe que os comportamentos de enfrentamento se modificam durante o tempo a depender da fase ou da situação estressante. Portanto, não há uma hierarquia de respostas de enfrentamento sem a avaliação de recursos emocionais, sociais e materiais do indivíduo que estão disponíveis para lidar com a situação (GIMENES, 1996; LAZARUS, 1993). Além disso, o modelo de Lazarus e Folkman (1984) define quatro pontos principais sobre o processo: a situação estressora resulta da interação entre o indivíduo e ambiente; o objetivo das ações cognitivas e comportamentais é administrar a situação estressora, ou seja, vivenciá-la de forma a causar menor dano pessoal, emocional e social possível; a situação deve ser identificada, descrita, analisada e representada cognitivamente; deve haver uma mobilização de esforços cognitivos e comportamentais para minimizar os conflitos internos ou externos que surgiram como conquência do evento estressor. De acordo com Lazarus (1966), as estratégias de enfrentamento devem ser analisadas independente de seus resultados, ou seja, qualquer ação para combater ou administrar o estressor é uma estratégia de coping, independentemente de seu sucesso. Dessa maneira, estas estratégias não podem ser avaliadas como adaptativas ou mal adaptativas. O que deve ser avaliado é a natureza do estressor, a disponibilidade de recurso de enfrentamento e o resultado do esforço de enfrentamento. Segundo Compas (1987), todas as respostas de enfrentamento são importantes, mas a sua eficácia é caracterizada por mudança e flexibilidade. Portanto, novos estressores exigem uma avaliação e um novo conjunto de ações.

Carolina de Mello Nascimento Seiffert Nunes 95 3. AS RESPOSTAS DE ENFRENTAMENTO Na literatura, diferentes categorias de enfrentamento foram atribuídas às estratégias de enfrentamento. Segundo Lazarus (1984), estas se subdividem em dois grupos, segundo a sua função que exercem: o coping focalizado na emoção e o coping focalizado no problema. O primeiro refere-se ao esforço para reduzir as sensações físicas desagradáveis e resultantes de uma situação estressora. Por exemplo, na perda de uma pessoa querida ou uma doença grave, situação nas quais a pessoa pode sentir taquicardia, falta de ar, dores de cabeça. Já as estratégias de coping focalizadas no problema caracterizam-se pelo esforço em modificar a situação causadora do estresse. Neste caso, a ação de enfrentamento pode ser dirigida para uma fonte interna de estresse incluindo uma reestruturação cognitiva - ou para uma fonte externa, utilizando estratégias como a negociação para sanar um conflito interpessoal ou pedir ajuda de outras pessoas. De acordo com os mesmos autores, o uso das estratégias de coping acima citadas envolve uma avaliação do evento estressor e, em geral, são utilizadas concomitantemente durante os episódios estressantes. Por exemplo, uma mulher que recebeu um diagnóstico de câncer de mama e simultaneamente realiza exames médicos, resolve detalhes sobre a internação hospitalar e cirurgia e procura realizar algumas atividades para se distrair e não pensar nas conseqüências da cirurgia. Nesta situação algumas estratégias são utilizadas para a intervenção em relação ao câncer (problema) e outras para amenizar o estado emocional da paciente. Considerando a análise das respostas de enfrentamento segundo a função, Perrez e Reicherts (1992, citados por GIMENES, 2000) sugeriram outras três categorias: enfrentamento orientado para a situação, enfrentamento orientado para a representação (ações realizadas para alterar a representação cognitiva da situação que pode implicar em busca ou supressão de informações) e enfrentamento orientado para a avaliação, no qual se enfatiza as metas e avaliações. Martin (1995, citado por GIMENES, 2000) também propôs outra forma de classificação considerando o método utilizado pela pessoa para lidar com a situação. Dois grupos são sugeridos: aproximativo e evitativo. O primeiro engloba as estratégias de confrontação do problema e das emoções resultantes. O segundo grupo caracteriza-se pelas estratégias cognitivas e comportamentais com intuito de se esquivar dos problemas e das emoções negativas. Segundo Gimenes (2000), outra classificação possível para as respostas de coping seria considerar os processos utilizados. Assim, teríamos dois grupos: enfrentamento

96 O conceito de enfrentamento e a sua relevância na prática da Psiconcologia comportamental e enfrentamento cognitivo. O primeiro define ações praticadas para alterar a situação estressante, por exemplo, através da solução de problemas, ou seja, a busca de informações sobre o problema, a avaliação das alternativas e a decisão por uma conduta de ação a fim de eliminá-lo. Já as estratégias de enfrentamento cognitivas são aquelas em que a pessoa tenta lidar com os problemas através de processos cognitivos através das seguintes estratégias: a. minimização, quando a pessoa acredita não valer a pena se preocupar com o problema ou que este se resolverá em pouco tempo; b. a distração, ou seja, centrar a atenção nos aspectos positivos da situação ou em outros acontecimentos; c. comparação social ou comparação seletiva com intuito de certificar-se de que a dificuldade poderia ser pior; d. reestruturação ou uma nova interpretação da situação como não tão estressante; e. ênfase na eficiência, o reconhecendo êxitos anteriores; f. considerações sobre as conseqüências, refletindo sobre as conseqüências positivas e negativas da realização de uma conduta não desejada. É possível observar uma ampla classificação das estratégias de enfrentamento descritas na literatura e estas não se limitam apenas àquelas descritas até então. Cohen e Lazarus (1979, citados por COHEN, 1995) sugeriram uma classificação das estratégias de enfrentamento em cinco grupos gerais. O grupo da busca de informação, que engloba o conjunto de elementos sobre o evento estressante para a resolução do problema ou para a regulação das emoções dele decorrentes. O segundo são as ações diretas, ou seja, as providências tomadas para suportar ou combater o evento estressante. Já a terceira classificação proposta, inibição de ação, representa a contenção de ações ou atitudes que podem ser inadequadas. A próxima categoria, esforços intrapsíquicos envolve processos como esquiva ou intelectualização em relação a uma situação estressante particular que ocorrem principalmente com objetivo de regular as emoções. Por fim, o quinto grupo denominado voltar-se para os outros, isto é, buscar recursos externos (apoio emocional, físico, financeiro etc.) que ajudem no enfrentamento do problema. Todas as estratégias descritas acima exigem um repertório de respostas pessoais. Além disso, a seleção das estratégias a serem utilizadas depende, geralmente, da natureza do evento, dos recursos disponíveis e dos fatores pessoais. Por exemplo, para a compreensão de como os pacientes oncológicos selecionam suas estratégias de enfrentamentos torna-se necessário, em linhas gerais, entender os fatos relacionados à doença, tais como, tipo de estadiamento, tratamento de prognóstico da doença, assim como, fatores pessoais que caracterizam o paciente, como por exemplo, suas habilidades, seus recursos pessoais e emocionais disponíveis, suas crenças religiosas, seus valores, sua percepção assim como informações pessoais do paciente e da família. Além disso, é necessário considerar o contexto sociocultural no qual o paciente está inserido, isto é,

Carolina de Mello Nascimento Seiffert Nunes 97 analisar quais as atitudes da comunidade e, de modo geral, as atitudes e os comportamentos da equipe de saúde que trata o paciente (GIMENES; QUEIROZ; SHAYER, 1992). Neste sentido, os esforços cognitivos e comportamentais são considerados processos cognitivos que norteiam as ações e os sentimentos do indivíduo diante de eventos estressantes. Esses processos cognitivos envolvem a chamada avaliação cognitiva. 4. A FUNÇÃO DA AVALIAÇÃO COGNITIVA NO MODELO DE ESTRESSE E ENFRENTAMENTO Ao adotar-se o conceito de enfrentamento como um processo dinâmico é importante ressaltar a importância da mediação cognitiva, ou seja, a avaliação realizada pelo indivíduo de suas interações com o ambiente. De acordo com Lazarus (1966), o estresse seria considerado um fenômeno resultante da interação entre indivíduo e ambiente, portanto, não poderia ser definido apenas pelas reações fisiológicas e emocionais. As interações consideradas estressantes seriam determinadas pelo próprio indivíduo como prejudiciais as conseqüência seriam danos físicos, materiais, pessoais e emocionais permanentes, temporários e ameaçadores - mas que poderiam ser superadas através da mobilização de esforços cognitivos e comportamentais (LAZARUS, 1966; LAZARUS; FOLKMAN, 1984). Para tal superação o indivíduo necessitaria avaliar cognitivamente seus recursos sociais, materiais e pessoais. Segundo Gimenes (2000), o processo de avaliação cognitiva pode ser dividido didaticamente em três períodos: a avaliação primária que envolve o julgamento do evento, classificando-o como indiferente, satisfatório ou desestabilizador; a avaliação secundária caracterizada pela análise dos recursos pessoais existentes para enfrentar a situação (também se deve considerar a avaliação das conseqüências e a tomada de decisão); e por último, a reavaliação do caráter estressante dos eventos em interação com a pessoa ou dos recursos de enfrentamento que estão sendo utilizados. A definição do conjunto dos comportamentos de enfrentamento a serem utilizados frente a uma situação de estresse ocorre na avaliação secundária e na reavaliação. 5. COMPORTAMENTOS DE ENFRENTAMENTO E A PSICONCOLOGIA A utilização de repertório de enfrentamento pode ser observada em inúmeras situações que ameaçam a vida humana. Estas situações são denominadas por pesquisadores da área de Psicologia como vitimizadores. As doenças, os crimes, os desastres naturais e

98 O conceito de enfrentamento e a sua relevância na prática da Psiconcologia tecnológicos com conseqüências indesejáveis e negativas constituem parte desta classe de eventos. Estudos realizados no Brasil e em outros países demonstram que o câncer e suas modalidades de tratamento são eventos que promovem grande impacto emocional e um alto índice de estresse. Segundo Franks (1990), o câncer representa um conjunto de patologias cuja característica básica é o desenvolvimento de alterações em processo de divisão celular, promovendo um crescimento anormal e geralmente mais rápido de células. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que esta doença é um problema de saúde pública, pois corresponde a segunda principal causa de morte por doenças em todo o mundo, ou seja, seis milhões de óbitos por ano (INCA, 2000). É importante considerar que o câncer é um evento inesperado e exige dos pacientes e da família um repertório muitas vezes inexistente para um bom enfrentamento gerando, se tornando, portanto, uma situação de estresse. A vivência e a atribuição do significado à doença dependem de inúmeros fatores, como por exemplo, o momento de vida em que o paciente se encontra, experiências passadas, crenças culturais e informações obtidas através dos meios de comunicação. A necessidade de adaptação à nova situação e a busca de meios para enfrentar um diagnóstico e um tratamento envolve grande mobilização pessoal, social e emocional. Soma-se a isso, o fato do câncer ser uma doença com um forte estigma social. Trata-se de uma doença com prognóstico nem sempre favorável, responsável por um número significativo de óbitos e cujo tratamento pode exigir níveis de tolerância bastante elevados. Portanto, é natural as pessoas se sentirem deprimidas quando recebem um diagnóstico da doença. Além disso, a doença remete a sensações desagradáveis, como por exemplo, medo da morte, do tratamento, medo de ser abandonado pelos médicos e pela própria família, medo de perder o controle e outras sensações, como perda da identidade e perda de pessoas queridas. Em relação ao câncer de mama deve-se considerar também a perda, através da mutilação cirúrgica, de um órgão que revela a estética e a sexualidade feminina, como um fator agravante para o estresse ocasionado pelo diagnóstico (CARPENTER; BROCKOPP, 1994). Em relação ao tratamento da doença, os efeitos psicológicos são frequentemente resultantes: da cirurgia que pode ter um significado de mutilação (por exemplo, a retirada das mamas) gerando ansiedade e dificuldades para reintegração profissional e social; da quimioterapia, por seus efeitos colaterais como náuseas, vômitos, constipação intestinal, diarréias, alterações sobre a pele, unhas, queda de cabelo (trazem a desfiguração física, a

Carolina de Mello Nascimento Seiffert Nunes 99 mudança da auto-imagem corporal e preocupações com preconceitos sociais e interrupção das atividades profissionais); e da radioterapia, por preconceitos em relação à radiação, por falta de conhecimento do tratamento, medo em relação a queimaduras e ansiedade pelas marcas na pele, desconforto durante a aplicação. É neste contexto, juntamente com os progressos da medicina que se percebeu o quanto o diagnóstico e a submissão aos tratamentos do câncer são acompanhados de sofrimentos para o paciente e para a família. Além disso, o número cada vez maior de sobreviventes à doença faz repensar a função do médico como único responsável pela saúde e cuidado ao paciente, uma vez que apesar de ter encerrado o tratamento, as seqüelas físicas e psicológicas continuam (CARVALHO, 2002). Portanto, foi diante deste quadro que, na segunda metade da década de 80, surgiu a Psiconcologia como uma área do conhecimento. É também neste momento que a qualidade de vida do paciente oncológico ganha importância considerando a necessidade de garantir ao doente seu bem-estar físico, psicológico e social. Desse modo, a Psiconcologia é uma área entre a Psicologia e a Oncologia que segue princípios da Medicina Psicossomática, da Medicina Comportamental e da Psicologia da Saúde para prover assistência ao paciente oncológico, familiares e profissionais de saúde envolvidos nas diferentes etapas do tratamento da doença e em sua reabilitação. Além disso, a Psiconcologia tem estimulado a pesquisa e o estudo de variáveis psicológicas e sociais importantes para a compreensão da incidência, recuperação e tempo de sobrevida após o diagnóstico de câncer e também tem incentivado a organização de serviços oncológicos que ofereçam suporte físico e psicológico integral ao paciente (CARVALHO, 2002). Pode-se dizer, portanto, que a Psiconcologia está se constituindo, nos últimos dez anos, em ferramenta indispensável para promover as condições de qualidade de vida do paciente com câncer, facilitando o processo de enfrentamento de eventos estressantes e aversivos, relacionados ao processo de tratamento da doença, entre os quais estão os períodos prolongados de tratamento, terapêutica farmacológica agressiva e seus efeitos colaterais, a submissão a procedimento médico invasivo e potencialmente doloroso, as alterações de comportamento do paciente (incluindo desmotivação e depressão) e os riscos de recidiva. Para isso, os psicólogos que atuam na área necessitam compreender a doença como uma situação estressora e identificar quais as estratégias de enfrentamento teriam mais eficiência para garantir o bem estar de seu paciente. Frente esta análise o psicólogo

100 O conceito de enfrentamento e a sua relevância na prática da Psiconcologia deve auxiliar o paciente e a família no desenvolvimento de repertório para analisar e utilizar de maneira adequada as estratégicas de enfrentamento frente ao problema. Muitos pesquisadoress da área da Psiconcologia, como, por exemplo, o Rowland (1990), investigaram os comportamentos de enfrentamento em pacientes com câncer de mama com objetivo de: categorizar estes comportamentos de enfrentamento; identificar variáveis preditivas dos mesmos; qualificar o enfrentamento como efetivo ou não efetivo para adaptação psicossocial dos indivíduos; e avaliar a variabilidade e estabilidade do enfrentamento de acordo com a passagem do tempo e a situação. Os estudos de Pearlin e Schooler (1978), por exemplo, buscaram identificar quais os comportamentos de enfrentamento eram mais adaptativos em mulheres mastectomizadas. Os resultados apontaram os comportamentos de combate e racionalização como aqueles relacionados à melhor adaptação das mulheres. Já os comportamentos relacionados a uma adaptação negativa foram os de evitação e os de capitulação (aceitação passiva da doença). Nas pesquisas de Pearlin e Schooler (1978) os comportamentos de enfrentamento foram avaliados como um estilo, isto é, o autor qualificou os comportamentos e as mulheres envolvidas no estudo através de orientações pré-estabelecidas de comportamentos que poderiam ser efetivos ou ineficientes para lidar com o câncer e com a mastectomia. Porém, os achados destes pesquisadores pouco esclarece sobre os fatores pessoais e situacionais que controlam a emissão dos comportamentos destas mulheres. Além disso, o autor não faz uma relação funcional entre o contexto, as respostas de enfrentamento e suas conseqüências possíveis de serem modificadas de acordo com o tempo e a situação, princípios básicos para o entendimento dos comportamentos de enfrentamento como processo. Por outro lado, os estudos de Gimenes (2000) buscaram identificar possíveis variáveis relacionadas com a qualidade da adaptação psicossocial de mulheres com câncer de mama e mastectomizadas. Os dados foram coletados através de escalas e foram estabelecidos quatro conjuntos de variáveis preditivas (dados demográficos, quadro clínico, recursos ambientais e respostas de enfrentamento) e duas variáveis de parâmetro para avaliação de adaptação psicossocial: bem-estar psicológico e competência social. Resumidamente, os resultados obtidos mostraram que a variável enfrentamento foi a que mais influenciou na qualidade da adaptação. Tal estudo traduz a importância da investigação do enfrentamento e da sua função e flexibilidade em diferentes momentos do tratamento para uma melhor qualidade de adaptação dos pacientes. Dessa forma, é possível concluir que uma análise de todas as variáveis envolvidas no contexto da doença, desde o diagnóstico até o momento final do

Carolina de Mello Nascimento Seiffert Nunes 101 tratamento, buscando entender quem enfrenta, como enfrenta, ou seja, quais as estratégias de enfrentamento disponíveis durante o processo considerando sempre os aspectos pessoais e situacionais que estariam influenciando a emissão de comportamentos de enfrentamento em pacientes com câncer, torna-se imprescindível para que se possa planejar e realizar intervenções psicológicas. REFERÊNCIAS ANTONIAZZI, A.S.; DELL AGLIO, D.D.; BANDEIRA, D.R. A evolução do conceito de coping: Uma revisão teórica. Estudos de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, v.3, n.2, p.273-294, 1998. CARPENTER, J.S.; BROCKOPP, D.Y. Evaluation of self-esteem of women with cancer receiving chemotherapy. Oncology Nursing Forum, v.21, p.751 757, 1994. CARVALHO, M.M.M.J. O que é Psico-Oncologia? In: CARVALHO, M.M.M.J. (Coord.). Introdução à Psiconcologia. Campinas, SP: Ed. Livro Pleno Ltda., 2002. COHEN, F. Measurement of Coping. In: KASL, S.V.; COOPER, C.L. Research Methods in Stress and Health Psychology. (edit.) England: John Wiley & Sons, 1995. COMPAS, B.E. Coping with stress during childhood and adolescence. Psychological Bulletin, v.101, p.393-403, 1987. FRANKS, L.M. O que é câncer. In: FRANKS, L.M.; TEICH, N. (Orgs.). Introdução a Biologia Celular e Molecular do câncer. S. Paulo: Livraria Roca Ltda., 1990. p. 01-24. GIMENES, M.G.G. Retrospectiva e perspectiva da psico-oncologia no Brasil. Anais do III Encontro e I Congresso Brasileiro de Psico-Oncologia. Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia: São Paulo, SP., p. 01-02, 1996.. A mulher após a mastectomia. In: GIMENES, M.G.G. (org.); FAVARO, M.H. (co-org.). A Mulher e o Câncer. Campinas, SP: Ed. Livro Pleno, 2000. GIMENES, M.G.G.; QUEIROZ, E.; SHAYER, B.P.M. Reações emocionais diante do câncer: sugestões para intervenção. Arquivos Brasileiros de Medicina, v.66, 1992. INCA- Instituto Nacional do Câncer, 2000. Disponível em: <http://www.inca.org.br>. LAZARUS, R.S. Psychological stress and coping process. New York: Mcgraw-Hill, 1966.. Coping theory and research: Past, present and future. Psychosomatic Medicine, v.55, 1993. LAZARUS, R.S.; FOLKMAN, S. Stress, appraisal and coping. New York: Springer Publishing Company, 1984. LIPOWSKI, Z.J. Physical illness, the individual and the coping processes. Psychiatry Medicine, v.1, p.91-102, 1970. MECHANIC, D. Stress, illness and illness behavior. Journal of Human Stress, v.2, p.2-6, 1976. MEYEROWITZ, B.E. Psychosocial correlates of breast cancer and its treatment. Psychol. Bull., v.87, n.108, 1980. PEARLIN, L.I.; SCHOOLER, C. The structure of coping. Journal of Health and Social Behavior, v.19, p.2-21, 1978. ROWLAND, J.H. Intrapersonal resources: coping. In: HOLLAND, J.C.; ROWLAND, H. (Orgs.). Handbook of psychology: Psychological care of the patients with cancer. New York: Oxford University Press, 1990. p.44-57. VAILLANT, G.E. Ego mechanisms of defense and personality psychopathology. Journal of Abnormal Psychology, v.103, p.44-50, 1994.

102 O conceito de enfrentamento e a sua relevância na prática da Psiconcologia WEISMAN, A.D.; WORDEN, J.W. The existential plight of cancer: significance of the first 100 days. International Journal Psychiatry Medicine, v.7, p.1-15, [1976-1977]. WHITE, R.W. Strategies of adaptation: an attempt at systematic description. In: MONAT, A.; LAZARUS, R.S. (orgs.). Stress and coping: an anthology. New York: Columbia University Press. [1974/1985]. p. 121-143. Carolina de Mello Nascimento Seiffert Nunes Pós-graduação em Psicologia Clínica Comportamental e graduação em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (2005). Atua como Psicóloga clínica desde 2006 em consultório particular e Coordenadora Curso de Psicologia, da Faculdade Anhanguera Campinas - unidade 3, desde 2008. Também atua em escola particular (Colégio Objetivo) com crianças da Educação Infantil e Fundamental II.