Assunto: Denúncia formulada pelo Sr. José Fernandes Arend acerca de irregularidade ocorrida na Escola Técnica Federal de Santa Catarina.



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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Decisão 76/97 - Plenário - Ata 06/97 Processo nº TC 012.083/96-8. Interessado: identidade preservada por intermédio do art. 215 do RI/TCU. Entidade: Escola Técnica Federal de Santa Catarina. Relator: Auditor Lincoln Magalhães da Rocha. Representante do Ministério Público: não atuou. Unidade Técnica: SECEX/SC. Especificação do "quorum": Ministros presentes: Homero dos Santos (Presidente), Fernando Gonçalves, Adhemar Paladini Ghisi, Carlos Átila Álvares da Silva, Iram Saraiva, Humberto Guimarães Souto, Bento José Bugarin e o Ministro-Substituto José Antonio Barreto de Macedo. Assunto: Denúncia formulada pelo Sr. José Fernandes Arend acerca de irregularidade ocorrida na Escola Técnica Federal de Santa Catarina. Ementa: Denúncia contra a Escola Técnica Federal de Santa Catarina. Representação formulada pelo Procurador da República em Santa Catarina versando sobre o mesmo assunto. Pessoal. Justificação de turno único de seis horas de trabalho para servidor técnico administrativo com registro de freqüência de oito horas. Alegação de que o procedimento encontra-se regulamentado em norma interna. Conhecimento. Procedência. - somente servidores que trabalharam no período noturno poderão cumprir seis horas e carga horária de trinta horas semanais, sem redução dos vencimentos. Data DOU: 11/03/1997 Página DOU: 4757 Data da Sessão:

26/02/1997 Relatório do Ministro Relator: Grupo I - Classe VII - PLENÁRIO. -TC 012.083/96-8 (SIGILOSO). -Natureza: Denúncia. -Entidade: Escola Técnica Federal de Santa Catarina. -Ementa: Denúncia. Conhecimento. Procedência.Instituição de turno único, facultativo, de seis horas para servidores não enquadrados no Art. 3º do Decreto nº l.590/95, com o agravante do pagamento de remuneração como se a jornada cumprida fosse de oito horas. Determinação de providências. Fixação de prazo para a adoção de medidas. Comunicação. Juntada às Contas. Retirada da chancela de sigiloso. Tratam os autos de Denúncia oferecida a esta Corte sobre possível irregularidade ocorrida na Escola Técnica Federal de Santa Catarina, acompanhada de Representação formulada pelo Procurador da República em Santa Catarina, Dr. Roberto Luís Oppermann Thomé, versando sobre o mesmo assunto. 2. O objeto da peça acusatória refere-se à instituição, por parte da Diretora da ETF/SC, mediante a Portaria nº 217, de l5.04.96, de turno único de seis horas de trabalho para os servidores técnico-administrativos, com registro de freqüência de oito horas, contrariando o que dispõe o Decreto nº l.590/95. 3. Realizada a audiência prévia da Diretora da Escola pela Secretaria de Controle Externo de Santa Catarina, a referida dirigente informou que desde l990 algumas categorias já adotam o turno único de seis horas, com registro de freqüência de oito horas, e que a partir de l994, facultou-se a todos os setores da Escola a adoção da jornada reduzida, tendo a Portaria nº 217, de l5.04.96, apenas regulamentado o procedimento. 4. Na tentativa de legitimar tal prática, a Diretora da Escola ponderou que, para a adoção da jornada única de seis horas, foram avaliadas as conclusões do I Seminário de Análise das Reformas do Estado, o qual abrangeu a qualidade de vida do servidor técnico-administrativo, que, pelos baixos salários, não dispõe de condições de ausentar-se da Instituição no horário de almoço, permanecendo na Escola bem mais tempo do que aquele estabelecido em Lei. 5. Ao analisar as razões de justificativa apresentadas pela

Diretora, a SECEX/SC entende que, apesar do conteúdo humanitário contido nessas medidas, elas confirmam a violação à norma legal (art. l9 da Lei nº 8.112/90, com a redação dada pelo art. 22 da Lei nº 8.270/91, e art. 3º do Decreto nº l590/95), bem como deixa caracterizada a adoção de jornada de seis horas para servidores não enquadrados nos casos previstos no aludido decreto, com o agravante do pagamento de remuneração como se a jornada cumprida fosse de oito horas. 6. Concluindo, o Órgão Técnico sugeriu que: "a) seja determinado à Escola Técnica Federal de Santa Catarina a revisão da Portaria nº 217, de 15/04/96, para ajustá-la ao art. 19 da Lei nº 8.112/90, com a redação do art. 22 da Lei nº 8.270/91 e Decreto nº 1.590/95, fixando o prazo de 15 (quinze) dias para promover o exato cumprimento da lei, e dar conhecimento dessa providência ao Tribunal; b) alertar a Dirigente da Escola sobre a sua responsabilização, se propiciada remuneração dos servidores do órgão, com base na tabela de oito horas diárias, ao tempo em que cumprem jornada de trabalho de seis horas diariamente, sem a proporcional redução dos vencimentos; c) dar conhecimento ao Denunciante do teor da Decisão que vier a ser proferida; d) a juntada destes autos às contas do órgão relativas ao exercício de 1996, para exame em conjunto e em confronto." Voto do Ministro Relator: PROPOSTA DE DECISÃO A questão levantada pela presente denúncia refere-se basicamente à infringência às normas legais, notadamente ao Art. l9 da Lei nº 8.112/90, com as alterações da Lei nº 8270/91, e também ao Art. 3º do Decreto nº l.590/95, quando a Escola Técnica Federal de Santa Catarina instituiu, por intermédio do Art. 2º da Portaria nº 217, de 15/04/96, o turno único facultativo de seis horas diárias para os servidores técnico-administrativos, com registro de freqüência de oito horas. 2. Emergem daí duas flagrantes irregularidades. A primeira diz respeito à abrangência da medida, quando esta não restringe a jornada de trabalho de seis horas diárias aos servidores que trabalham no período noturno, conforme estabelece o Art. 3º do Decreto nº l.590/95, "in verbis":

"Art. 3º. Quando os serviços exigirem atividades contínuas de regime de turnos ou escalas de período igual ou superior a quatorze horas ininterruptas, é facultado ao dirigente máximo do órgão ou da entidade autorizar os servidores que trabalham no período noturno a cumprir jornada de trabalho de seis horas diárias e carga horária de trinta horas semanais, devendo-se, neste caso, dispensar o intervalo para refeições. 1º. Entende-se por período noturno aquele que ultrapassar as 21 horas. 2º. Os dirigentes máximos dos órgãos ou entidades farão publicar no Diário Oficial da União, a cada seis meses, a relação e a jornada de trabalho dos servidores aos quais se aplique o disposto neste artigo." A segunda trata do pagamento destas seis horas como se fossem oito horas, ou seja, o funcionário cumpre seis, porém recebe a remuneração relativa à carga horária de oito horas. 3. Diante deste contexto, acompanho o posicionamento firmado pela Unidade Técnica e proponho que o Tribunal adote a Decisão que ora submeto a este Egrégio Plenário. Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 1 - conhecer da presente denúncia, posto que preenchidos os requisitos de admissibilidade previstos no art. 213 do RI/TCU, para, no mérito, considerá-la procedente; 2 - determinar à Escola Técnica Federal de Santa Catarina a revisão da Portaria nº 217, de l5/04/96, no sentido de ajustá-la ao art. l9 da Lei nº 8.112/90, combinado com o art. 22 da Lei nº 8.270/91 e art. 3º do Decreto nº l.590/95; (Tornados insubsistentes pela Decisão A301/97 - Ata 19 - Plenário) 3 - fixar o prazo de l5 (quinze) dias para que a Escola Federal de Santa Catarina proceda ao cumprimento da exigência constante do item 2 precedente, informando a este Tribunal a providência adotada; (Tornados insubsistentes pela Decisão A301/97 - Ata 19 - Plenário) 4 - informar à dirigente da Escola Técnica Federal de Santa Catarina que poderá ser responsabilizada se, com base em tabela salarial correspondente a oito horas diárias, remunerar os

servidores da instituição que cumprem jornada de trabalho de seis horas diariamente, sem a devida redução dos vencimentos, bem como, alertá-la de que, consoante o Art. 3º do Decreto nº l.590, de l0 de agosto de l995, somente os servidores que trabalham no período noturno poderão cumprir horário de seis horas e carga horária de trinta horas semanais; (Retificado pela Decisão A301/97 - Ata 19 - Plenário) 5 - dar conhecimento às partes interessadas do inteiro teor do Relatório, Voto e da Decisão ora adotada; 6 - juntar estes autos às contas do órgão relativas ao exercício de l996, para exame em conjunto e em confronto; e 7 - retirar a chancela de sigiloso aposta aos autos. Indexação: Denúncia; Escola Técnica Federal de Santa Catarina; Jornada de Trabalho; Alteração; Instituição Federal de Ensino; Procurador da República; Representação; Técnico Administrativo das Instituições Federais de Ensino; Pessoal; Vencimentos; Remuneração;