OITAVA CÂMARA CRIMINAL RELATOR: DES. RONALDO ASSED MACHADO



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Transcrição:

OITAVA CÂMARA CRIMINAL RELATOR: DES. RONALDO ASSED MACHADO APELAÇÃO Nº 0169996-08.2011.2010.8.19.0001 APELANTE: JOSIMAR DOS SANTOS PESSOA APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO RELATÓRIO Trata-se de ação penal proposta em face de JOSIMAR DOS SANTOS PESSOA a quem o Ministério Pública imputa a conduta delituosa de receptação (artigo 180, parágrafo primeiro, do Código Penal), a seguir descrita : Em data não sabida, sendo certo que em outubro de 2010, nas dependências da oficina mecânica Josenil Recuperadora SA, situada à Rua Macedo Costa, n 31, loja B, Inhaúma, nesta cidade, o denunciado, livre e consciente, dolosamente, expôs à venda e vendeu, em proveito próprio e alheio, no exercício de atividade comercial, coisa que sabia ser produto do crime de roubo, consistente em um auto GM/Classic Life, cor cinza, placa LVD 2177, ano 2006. O bem retro mencionado foi roubado de André Di Letã Gregório, em 08 de agosto de 2010, por volta das 23h, conforme Registro de Ocorrência n 02578/2010, instaurado na 26ª Delegacia Policial (fls. 11/13). Os autos revelam que operação realizada em 29 de janeiro de 2011, a um dos acessos da Favela Fazendinha, policiais militares lograram êxito em encontrar na condução de Claudiano Pereira dos Santos o bem suso descrito, ora comprado do denunciado pelo valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). O denunciado é um dos sócios da oficina onde os fatos ocorreram e onde são comercializados veículos roubados, cujo lucro pela venda era auferido pelo acusado. Agindo assim, o denunciado, de forma consciente e voluntária, expôs à venda e vendeu automóvel roubado, estando assim incurso nas sanções do artigo 180, parágrafo 1º, do Código Penal. Depoimento da Testemunha Leonardo Costa da Rocha (militar do Exército), arrolada pelo Ministério Público:... que o depoente participou da força de ocupação do Complexo do Alemão e era auxiliado por WANDERLEI; que no dia dos fatos recebeu uma denúncia anônima de um carro que possivelmente era roubado; informando o modelo, cor e placa do veículo, que por telefone o depoente fez o levantamento do veículo e viu que o carro tinha restrição - por ser produto de roubo; que foram ao Ideal verificar e perceberam um carro estacionado no meio da rua, obstruindo o acesso; que o depoente, desembarcou e indagou a pessoas que estavam na calçada sobre quem seria o proprietário do carro, que uma pessoa de nome LEONARDO disse que o carro era dele e que já iria tirá-lo da rua; que assim que LEONARDO ligou o veículo o depoente exigiu a documentação; que LEONARDO apresentou um passaporte, mas, salvo engano não apresentou os documento do carro; que em seguida LEONARDO disse que o carro não era dele e sim de um tal de CLAUDIANO; que CLAUDIANO compareceu ao local e disse que trocou o carro com LEONARDO, por uma moto; que a moto não estava no local mas foram passada as características da motocicleta que motocicleta estava regular junto ao Detran; que CLAUDIANO disse que adquiriu o Veiculo na

oficina de JOSIMAR; que como era sábado a oficina estava fechada e por isso todos foram conduzidos à DP; que o depoente foi ao local da oficina no dia seguinte, um domingo, e ela estava fechada; que o depoente planejou uma ação conjunta com a DRFA; que acredita que na terça ou quarta -feira seguinte foram à oficina; que a DRFA fez a verificação dos carros que ali estavam é logo na consulta do primeiro veículo já notou-se ser produto de roubo, que um outro carro que estava na porta da oficina também constou como produto de roubo; que JOSIMAR estava no local e se apresentou como dono do estabelecimento; que havia também um veículo que estava na posse de JOSIMAR que tinha restrição no cadastro do DETRAN, não se recordando porque o número do chassi não estava grafado no vidro ou se o número do vidro era diverso daquele do chassi; que perguntaram a JOSIMAR sobre a venda do cora e não se recorda ao certo o que ele respondeu, mas acredita que ele tenha negado a venda. Dada:, a palavra à Defesa foi perguntado e respondido que o depoente não sabe dizer ao certo em que momento LEONARDO passou a dizer que não era o proprietário do veiculo, e sim CLAUDIANO; que LEONARDO e CLAUDIANO chegaram a dizei que eles alternavam o uso do veiculo GM Corsa e da moto conforme a necessidade de cada um; que o depoente não chegou a ver a moto, mas apenas os documentos da motocicleta, que a moto estaria da casa de CLAUDIANO; que o, depoente não se recorda, se foi até a casa checar, que o depoente inicialmente perguntou a Leonardo quem era o dono e ele respondeu que era ele e que já retiraria o carro da rua; que foi pedida a documentação e LEONARDO apresentou um passaporte sem apresentar a documentação do carro, que posteriormente' é que LEONARDO afirmou que o carro seria de CLAUDIANO e que ele moraria ali perto; que pediram para um menino chamar CLAUDIANO; que CLAUDIANO compareceu ao local; que foi só depois da Chegada de CLAUDIANO que o depoente informou que o carro era roubado; que o depoente, não sabe dizer por quanto tempo CLAUDIANO e LEONARDO fariam a alternância da posse do veículo; que não sabe dizer quando CLAUDIANO adquiriu o carro de JOSIMAR. Depoimento da Testemunha Wanderlei Barbosa dos Santos Junior (militar do Exército), arrolada pelo Ministério Público:... _que o depoente teve conhecimento dos fatos mas não conhece o réu JOSIMAR; que em janeiro de 2011 participava da força de Pacificação do Complexo do Alemão; que sua guarnição estava na localidade da Fazendinha, mais propriamente em um ponto conhecido como Casinha; que estavam fazendo uma triagem dos carros que estavam estacionados; que então fizeram um levantamento de um GM Corsa e verificou se ser produto de roubo; que quem se apresentou como proprietário do veiculo, era uma pessoa de nome LEONARDO; que então o depoimento foi prestado com a leitura do RO sendo solicitado que a consulta do documento ocorresse apenas como breves apontamentos e caso necessário; que o depoente prosseguiu mencionando que o Veiculo apresentava restrições, que LEONARDO afirmou não saber da origem ilícita do automóvel e disse que o carro seria de um tal de CLAUDIANO e que adquiriu o veículo em virtude de uma transação que fariam com uma Moto; que LEONARDO e o automóvel foram encaminhados à 22ª DP; que a partir daí o depoente não sabe mais o que ocorreu, que o veículo era um GM Corsa; que na Delegacia foi lavrado um procedimento atinente à receptação para apurar inclusive quem vendeu o automóvel; que CLAUDIANO e LEONARDO foram 2

conduzidos à DP; que o depoente viu a moto mencionada por CLAUDIANO que estava próxima ao carro; que a moto não tinha restrições; que CLAUDIANO disse ter adquirido o automóvel de uma oficina, que funcionava próxima ao Complexo do Alemão. Dada a palavra à Defesa foi perguntado e respondido que o depoente nada sabe sobre o réu JOSIMAR ou como prosseguiram as investigações... (f. 138/139) Depoimento de Testemunha Lilian Nunes Capelia Rodrigues:... que a depoente sem casada com WAGNER CAMARGORODRIGUES; que indagada se WAGNER possuía um ferro-velho respondeu que ele dizia ter urna recuperadora, e não sabe dizer se esse termo é sinônimo de ferro-velho; que não conhece JOSIMAR; que indagada se WAGNER possuía carro respondeu que ele estava doente desde 2006 e por isso não tinha automóvel; que nada sabe sobre os fatos versados na Denúncia e nunca ouviu falar no acusado, que só veio a tomar conhecimento dos fatos quando policiais foram a sua casa intimando-a a depor, já que, o documento que lhe foi entregue requisitava a presença de Wagner ou qualquer familiar à DP; que WAGNER já era falecido:... (f. 140) Interrogatório do denunciado JOSIMAR DOS SANTOS PESSOA:... Que não sabia que o carro era roubado; que tem o comércio há dezoito anos lá; que tem oito funcionários; que uns trabalham há dez anos e outros há quinze anos; que há dezoito anos tem essa oficina; que graças a Deus nunca teve nada de errado na sua oficina; Ao ser perguntado se trabalha com comércio de compra e venda de carros, respondeu: "Que sim; que faz um serviço no carro (não concluiu); que o chamam de Paraíba: 'Paraíba, vende esse carro pra mim!; que, ai, vende o carro, carro velho; que nem sabia que esse carro era roubado; Quando inquirido sobre quem havia deixado o carro com ele para vender, disse: 'Que quem deixou foi o cara do ferro-velho, o Wagner; que foi Wagner,que deixou lá para ele vender; que nem sabia; que se soubesse, jamais (não concluiu); que não compra nem peça em ferro-velho". Ao lhe perguntarem se havia outros carros roubados na oficina na mesma época, respondeu: Que não, que tinha era na rua distante, que eles botaram, disseram que tinha em sua oficina carro nenhum roubado; que só teve esse, que foi o Wagner do ferro-velho que mandou vender e ele vendeu; que já tinha vendido outros carros dele e nunca deu esse problema; que conhecia ele há mais de dez anos; que nem sabia que ele (Wagner) linha esse problema; que o carro não foi encontrado na oficina; que vendeu o carro para o rapaz; que nem sabia que o carro era roubado, que vendeu para o rapaz que mora lá na Fazendinha; que conhecia o rapaz e o rapaz o conhecia; que pegaram ele e descobri que o carro era roubado; que tinha vendido o carro para ele a um mês e pouco, que ele estava rodando com o carro a mais de um mês; que ele sabia que o acusado linha comércio lá há dezoito anos; que, graças a Deus, ele sabia onde era sua oficina; que, inclusive, ele ia lá quase todo dia na sua oficina. E quando indagado sobre o que disse aos policiais no momento em que os mesmos chegaram em sua oficina, referente à venda do carro, respondeu: Que falou que vendeu o carro pra ele, que não sabia que o carro era roubado; que falou para os policiais que comprou o carro do Wagner; que os policiais não foram com o acusado no ferro-velho; que a oficina é em Inhaúma; que o ferro-velho é em traja; que é perto; que falou com os policiais para irem no ferro-velho, que os levaria até o Wagner; que o Wagner tinha 3

falecido a umas duas ou três semanas; que o policial lhe deu a intimação e que levou na casa da mulher do Wagner; que em outro processo foi absolvido; que mostrou todo o documento do carro; que o cliente deixou o carro para consertar e sumiu; que ninguém presenciou a transação deles; que, inclusive, seus empregados não ficam perto dele quando está recebendo o carro; que o Wagner deixou os documentos do carro com o acusado; que não sabe o nome do comprador do carro; que o comprador é que levou os policiais lá; que vendeu o carro por oito mil reais; que não ficou com nada; que ficou só com um computador, que foi sua comissão; que, assim mesmo, devolveu o dinheiro do computador a ele, quinhentas pratas; que passou todo o valor para o Wagner". (f. 160) O juízo a quo proferiu sentença cujo conteúdo é o seguinte: É o relatório, decido. A denúncia atribui ao acusado JOSIMAR DOS SANTOS PESSOA a prática do crime previsto no artigo 180, 1º, do Código Penal. Não há questões processuais a serem dirimidas, estando à causa madura para julgamento. A materialidade delitiva ficou evidenciada pelos depoimentos dos Militares do Exército que apreenderam o veículo, bem como pelo documento do Sistema de Roubos e Furtos de Veículos do Estado do Rio de Janeiro (fl. 10) e pelo Registro de Ocorrência de nº 026-02578/2010 (fls. 11/13), que se refere ao roubo do veículo GM/Classic Life, cor cinza, ano 2006, placa LVD 2177. A autoria do delito também ficou suficientemente comprovada pelos depoimentos dos Militares do Exército, inquiridos em juízo, bem como pelos depoimentos tomados em sede policial e também pelo Auto de Reconhecimento de Pessoa à fl. 41, os quais evidenciam que o réu vendeu o automóvel produto de roubo. Os militares Leonardo Costa da Rocha e Vanderlei Barbosa dos Santos Júnior, nos depoimentos de fls. 136/137 e 138/139, informaram que participavam da força tarefa no Complexo de Alemão e no dia 29/01/2011, em patrulha de rotina, constataram que o veículo estacionado GM/Classic Life, cor cinza, ano 2006, placa LVD 2177 era produto de roubo. Relataram, também, que perguntaram no local quem seria o proprietário do referido veículo e que Leonardo Lopes da Costa se apresentou como tal. Disseram em seguida que Leonardo, ao tomar conhecimento da origem criminosa do veículo, informou que na verdade Claudiano Pereira dos Santos seria o real proprietário do automóvel. Declararam, ainda, que Claudiano compareceu ao local e informou que adquiriu o veículo de Josimar, em sua oficina mecânica. Em sede policial, Claudiano Pereira dos Santos disse que adquiriu o veículo GM/Classic Life do acusado, em sua oficina mecânica, no mês de outubro de 2010. Ressaltou também que o acusado atua no ramo de revenda de veículos e que na transação deu ao acusado um veículo Corsa Hatch, ano 97 e a quantia de R$ 600,00. (fls. 14/15 e 39/40. Além disso, não teve dúvidas em reconhecer o denunciado como aquele que lhe vendeu o veículo GM/Classic Life, cor cinza, ano 2006, placa LVD 2177 (fl. 41). Convém ainda destacar que Lilian Nunes Capélia Rodrigues, esposa do falecido Wagner Camargo Rodrigues, confirmando as declarações prestadas em sede policial (fl. 68), revela que Wagner estava doente desde 2006 e por isso não possuía automóvel, tendo falecido em 06/07/2010 (fls. 140). Destarte, restou inequivocamente demonstrada a autoria e a materialidade do crime de receptação. Destaque-se também que os elementos objetivos do tipo imputados ao acusado restaram configurados, notadamente, vender no exercício de atividade comercial coisa produto de crime, bem como o elemento subjetivo do tipo (dolo), pois acusado teve consciência e vontade de vender automóvel 4

produto de roubo. Em seu interrogatório, o acusado confirma que vendeu o referido automóvel, mas declara que não sabia que este era produto de crime. Além disso, declara que foi Wagner quem deixou o carro em seu estabelecimento para venda. Não obstante o réu dizer que desconhecia a origem criminosa do veículo, não há nos autos provas que corroborem com tal alegação. Primeiramente é necessário enfatizar que a viúva de Wagner disse que seu falecido marido não era proprietário do referido veículo. Além disso, Wagner faleceu no mês de julho de 2010 (fl. 70) e a alienação do automóvel ocorreu em outubro do mesmo ano. Por fim, não há qualquer prova que efetivamente indique que Wagner deixou o veículo na oficina do acusado para revenda. Verifica-se, assim, que as alegações trazidas pelo réu em seu interrogatório restaram isoladas diante da vasta prova acusatória. No que toca ao desconhecimento da origem criminosa do veículo, é importante destacar que o delito de receptação tem como pressuposto que a coisa seja produto de crime, sendo do Ministério Público o ônus desta prova, tudo de acordo com o que dispõe o artigo 156 do CPP. Assim, não basta a presença dos elementos objetivos do tipo, sendo necessária a prova de que o agente tinha conhecimento da origem ilícita, tratando-se do elemento subjetivo do tipo (dolo), vale dizer, a prévia ciência da proveniência criminosa do material apreendido. Esta prova é mais difícil de ser feita, vez que reflete uma intenção que pode ser deduzida, mas não observada. No presente caso, as circunstâncias do fato indicam que o acusado tinha plena ciência da origem criminosa do bem que alienou, pois tem vasta experiência no ramo de revenda de veículos e também pela forma que se deu a transação. Nesse sentido, segue a jurisprudência do Tribunal de Justiça, in verbi: 0346782-38.2010.8.19.0001 - APELACAO DES. M.SANDRA KAYAT DIREITO - Julgamento: 18/09/2012 - QUARTA CAMARA CRIMINAL EMENTA: APELAÇÃO RECEPTAÇÃO E RESISTÊNCIA ARTIGOS 180, CAPUT, E 329, NA FORMA DO ARTIGO 69, TODOS DO CÓDIGO PENAL CONDENAÇÃO E AUTORIA COMPROVADAS DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS APTOS A ENSEJAR SENTENÇA CONDENATÓRIA SÚMULA 70 DO TJRJ - PENAS-BASE DO APELANTE QUE NÃO MERECEM REPAROS, FIXADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL CORRETA FIXAÇÃO DO REGIME SEMIABERTO E IMPOSSÍVEL A SUBSTITUIÇÃO DA PENA CORPORAL POR RESTRITIVA DE DIREITOS, BEM COMO A CONCESSÃO DO SURSIS MAUS ANTECEDENTES E EMPREGO DE VIOLÊNCIA, MEDIANTE DISPAROS DE ARMA DE FOGO CONTRA OS POLICIAIS MILITARES MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. Apelante condenado como incurso nos artigos 180, caput, e 329, na forma do art. 69, todos do CP, a 01 ano e 03 meses de reclusão, e 15 dias-multa, e 03 meses de detenção, respectivamente, em regime semiaberto. Impossibilidade de absolvição, já que a prova do dolo passa pela análise de todos os dados relevantes do processo, principalmente por ser a receptação um crime cuja prática costuma ser especialmente dissimulada. A prova do conhecimento da origem ilícita do bem apreendido, de difícil consecução, por estar circunscrita a elementos subjetivos, é extraída das circunstâncias que cercam o fato, indícios que envolvem o delito, bem como da própria conduta do agente, e não é crível que alguém conduza um veículo automotor sem a a devida documentação, com a numeração do chassis adulterada e com placa de outro automóvel. Quanto à dosimetria da pena, não há qualquer reparo a ser feito na sentença, pois a fixação da pena-base acima do mínimo legal atende aos ditames legais, em razão dos maus antecedentes, tendo 5

realizado diversos disparos de arma de fogo contra policiais militares. Correta a fixação do regime semiaberto e impossível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como a concessão do sursis. DESPROVIMENTO DO APELO. Portanto, as provas produzidas pela defesa revelam-se contraditórias e frágeis diante da vasta prova acusatória tanto com relação a materialidade como com relação a autoria, assim, inexiste nos autos provas que corroborem a tese defensiva. Também não merece prosperar a alegação de inconstitucionalidade do 1º do artigo 180, do Código Penal. O dispositivo em alusão traz a forma qualificada do delito de receptação. Introduzido no ordenamento jurídico brasileiro pela Lei n. 9.426/96. O crime de receptação qualificada foi criado com o objetivo de punir mais severamente o comerciante ou o industrial que adquire, recebe, transporta, conduz, oculta, tem em depósito, desmonta ou monta, remonta, vende, expõe a venda, ou utiliza coisa oriunda de crime, justamente pela maior influência que estas pessoas têm sobre o mercado e pela facilidade na circulação de mercadorias que suas atividades proporcionam. Procurou-se prevenir e reprimir, portanto, o surgimento de empresários do crime. A forma qualificada exige, portanto, sujeito ativo especial, o que significa dizer que somente aquele que desenvolve atividade comercial ou industrial pode ser sujeito ativo do crime de receptação qualificada. É exatamente essa condição especial do sujeito ativo que justifica o aumento da pena na receptação qualificada, que no caso é de três a oito anos de reclusão e multa. O grande problema da aplicação do tipo penal do crime de receptação qualificada surgiu justamente porque o legislador, no momento da elaboração do tipo penal, utilizou-se da expressão deve saber, indicativa de dolo eventual, silenciando-se quanto ao cometimento do crime com dolo direto. Doutrinadores como Guilherme de Souza Nucci, Fernando Capez e Rogério Greco afirmam que a melhor interpretação para o dispositivo em análise é a seguinte: a expressão deve saber prevista no tipo penal do 1 do art. 180 do Código Penal, não deve ser interpretada de forma literal. Na verdade, expressão deve saber deve ser entendida não só como dolo eventual, mas também como dolo direto, englobando a expressão sabe. Sendo assim, tanto o comerciante ou industrial que adquire, vende, expõe a venda produto que sabe ser proveniente de conduta criminosa como aquele que devia saber responde pela figura qualificada e sua sanção. Nesse sentido é o posicionamento de Rogério Greco: Para nós, é certo que o termo sabe traduz o dolo direito, da mesma forma que, segundo nossa posição, o dolo eventual é indicado pela expressão deve saber. No entanto, a previsão expressa do dolo eventual no 1 do art. 180 do Código Penal não elimina a possibilidade do raciocínio correspondente ao dolo direito. Ao contrário, quando se menciona expressamente o dolo direito, é sinal de que foi intenção da lei penal afastar a sua modalidade eventual. Devemos, pois, no 1 do art. 180 do Código Penal, levar a efeito a chamada interpretação extensiva, a fim de nele compreender não somente o dolo eventual (minus), como também o dolo direto (plus). A preocupação da lei penal ao inserir, mesmo que com completa ausência de técnica, a expressão que deve saber ser produto de crime teve a finalidade de, ao contrário do que ocorre com a sua modalidade fundamental, permitir a punição do agente também, e não somente, a título de dolo eventual. (GRECO, 2008, p. 352) Necessário nessa questão observar a interpretação teleológica da norma penal, ou seja, é importante saber quais as razões que levaram o legislador a criar o tipo penal qualificado da receptação. Como visto a intenção primordial do legislador ordinário de 1996 foi reprimir a conduta daquele que, aproveitando-se de suas 6

atividades comerciais ou profissionais, incentivava a criminalidade vendendo, expondo a venda, tendo em depósito, adquirindo etc., objetos oriundos de infrações penais. O objetivo da norma, portanto, é o de prevenir e reprimir a conduta dos empresários do crime, que pela maior colaboração que podem oferecer para o aumento da criminalidade, causando prejuízos irremediáveis para a sociedade, merecem punição mais severa do que aqueles que não são comerciantes ou industriais e, portanto, causadores de menores prejuízos. Com efeito, a expressão deve saber, prevista no 1 do art. 180 do Código Penal, deve ser interpretada de forma ampla, abrangendo tanto o dolo eventual quanto o dolo direto. Inexistentes causas de exclusão de ilicitude. Culpável é o acusado, eis que imputável e estava ciente do seu agir, podendo e devendo dele ser exigido conduta de acordo com a norma contida no tipo por ele praticado, ausente, portanto, qualquer causa de exclusão da culpabilidade. Isso posto, JULGO PROCEDENTE a imputação formulada na denúncia e CONDENO o réu JOSIMAR DOS SANTOS PESSOA pela prática do crime previsto no artigo 180, 1º, do Código Penal. Passo a aplicar-lhe as penas, observado o que dispõe o artigo 68 do Código Penal, sob a égide do princípio da individualização da pena. PENA BASE A culpabilidade não excedeu o normal do tipo. Quanto às outras circunstâncias judiciais do art. 59 do CP, não há nos autos informações para fundamentar o aumento da pena. Por estas razões aplico as penas base em 3 (três) anos de reclusão e 10 (dez) dias-multa. PENA INTERMEDIÁRIA O réu é tecnicamente primário. Não se verifica a incidência de circunstâncias agravantes ou atenuantes. Por estas razões aplico as penas intermediária em 3 (três) anos de reclusão e 10 (dez) dias-multa. PENA DEFINITIVA Não há incidência de causas de diminuição e aumento de pena. Por estas razões aplico as penas definitivas em 3 (três) anos de reclusão e 10 (dez) dias-multa. Portanto, aplico-lhe a pena final de 3 (três) anos de reclusão e 10 (dez) dias-multa no valor unitário mínimo. Não estão presentes os requisitos estabelecidos no art. 44 e 77 do Código Penal, por isso, deixo de substituir a pena privativa de liberdade, já que as circunstâncias do crime indicam que a substituição não é suficiente para punir o apenado, uma vez que é processado por outro crime de receptação praticado no mesmo estabelecimento comercial, o que indica que a substituição da pena privativa da liberdade não terá a força de imprimir a retribuição necessária à conduta criminosa praticada. O regime de cumprimento da pena privativa de liberdade será o aberto, na forma do artigo 33 do Código Penal. Condeno-o, ainda, ao pagamento das custas processuais. Na forma do art. 387, parágrafo único, do CPP, já que o réu permaneceu solto durante toda a instrução também deve aguardar em liberdade o trânsito em julgado da sentença. O réu apela. Pede a absolvição por atipicidade da conduta porque, ao seu ver, não ficou demonstrado o elemento subjetivo necessário à configuração do delito descrito na denúncia. Acrescenta que o preceito secundário do 1 do artigo 180 do Código Penal é inconstitucional, por violar o principio da proporcionalidade, já que a pena mínima da receptação qualificada, cujo núcleo do tipo penal é "deve saber ser produto de crime" (ou seja, exige apenas um dolo eventual), é três vezes maior do que a prevista para o crime de receptação simples, cujo núcleo do tipo penal "sabe ser produto de crime", tratando-se, portanto, de conduta com maior reprovabilidade. Pelo que postula, caso a condenação seja mantida, a aplicação da pena aplicada no caput do artigo 180 do CP. Quer também a substituição da pena privativa de liberdade por 7

restritiva de direito já que atende aos requisitos previstos nos incisos I e II do artigo 44 do Código Penal. O Ministério Público apresentou contrarrazões ao recurso. Afirma que a sentença deve ser mantida. A d. Procuradoria de Justiça, por meio do parecer de f. 239 e seguintes, opina pelo desprovimento do recurso. É o relatório. À Douta revisão. Rio de Janeiro, 12 de agosto de 2013. Des. RONALDO ASSED MACHADO RELATOR 8