CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES
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- Gustavo Ramires Castanho
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1 CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES Espécies de Conduta a) A conduta pode ser dolosa ou culposa. b) A conduta pode ser comissiva ou omissiva. O tema dolo e culpa estão ligados à voluntariedade do crime. Essa voluntariedade que, no começo estava na culpabilidade, mudou para o fato típico. 1 - Conduta DOLOSA - DOLO - PREVISÃO LEGAL Art Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; - Conceito de dolo Dolo é a vontade consciente dirigida a praticar ou assumir o risco de praticar a conduta prevista em lei como crime (tipo penal incriminador) ou assumir o risco de praticá-la. Obs: a liberdade do movimento é matéria da culpabilidade. Para a conduta, basta que o movimento humano seja voluntário e consciente. Se foi livre ou não, isso é matéria da culpabilidade, não pertence ao dolo. - Elementos do dolo a) Elemento intelectivo: é a consciência. b) Elemento volitivo: vontade. 1
2 Liberdade não é elemento do dolo, sendo mais uma prova de que o fato de ser livre ou não ser livre não pertence ao dolo. Obs: Dolo não se confunde com desejo. No dolo, o agente quer o resultado delitivo como consequência de sua própria conduta. No desejo, quer-se o resultado delitivo como consequência de conduta alheia (ou exemplo alheio).ex: se eu te dou um tiro e quero te matar, isso é dolo. Mas se eu fico torcendo para você ser morto na rua por outra pessoa, isso é desejo. - Teorias do dolo: 1) Teoria da Vontade: Essa teoria diz que dolo é a vontade consciente de praticar a conduta prevista em lei como crime, de praticar a infração penal. 2) Teoria da Representação: Dolo é quando o agente, prevendo o resultado como possível, mesmo assim prossegue com conduta. Crítica: Quando ela diz que dolo existe sempre que alguém, prevendo o resultado morte como possível, continua agindo, ela está jogando no mesmo saco dolo eventual e culpa consciente. Essa teoria mistura dolo eventual com culpa consciente. Dá ao dolo o mesmo conceito de culpa consciente. 3) Teoria do consentimento ou assentimento: vai corrigir a teoria passada, repetindo a sua lição, mas acrescentando uma correção. Dolo é quando o agente, prevendo o resultado como possível, mesmo assim prossegue com a conduta (até agora não mudou nada para a teoria da representação), assumindo o risco de produzi-lo. Com essa parte final não corre o risco de abranger a culpa consciente. O Brasil adota a teoria da vontade para o dolo direto e a teoria do consentimento ou do assentimento para o dolo eventual. 2 - CONDUTA CULPOSA CRIME CULPOSO - PREVISÃO LEGAL 2
3 Art. 18, II, do CP: Art Diz-se o crime: Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. - Conceito de crime culposo: É a conduta voluntária que produz um resultado não querido ou aceito pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente), e que podia ser evitado se o agente atuasse com cuidado. O Código Penal Militar no art. 33, II, traz conceito mais completo de crime culposo: Art. 33. Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo. - Elementos do crime culposo: a) Conduta; b) Violação de um dever de cuidado objetivo: ocorre quando o agente viola um dever de cuidado imposto a todos, atua em desacordo com o que esperado pela sociedade e pela lei. Formas de violação do dever de cuidado objetivo (modalidades da culpa): - Imprudência: é a ação descuidada (afoiteza). Sempre por ação. Ex: atravessar pela placa Pare sem parar e acabar atropelando alguém; passar sinal vermelho etc. 3
4 - Negligência: é a falta de precaução, falta de cautela. Sempre por omissão. Ex: omissão de cautela e deixa arma ao alcance de crianças. - Imperícia: é a falta de aptidão técnica para o exercício de profissão, arte ou ofício. Tem diploma, mas o caso concreto demonstra que não possui perícia para tanto. Ex: atirador de elite que mata; médico que amputa a perna equivocadamente etc. A diferença prática entre as modalidades é muito tênue. Na verdade, tudo parte de uma negligência inicial, de modo que quem é imprudente agiu sem precaução; e quem é imperito também age sem precaução. c) Resultado: todo crime culposo produz resultado naturalístico. Assim, sempre será crime material, pois depende de resultado naturalístico para sua consumação. d) Nexo causal entre a conduta e o resultado: a conduta imprudente, negligente ou imperita tem de ser a causa do resultado. e) Previsibilidade: o resultado produzido deve estar abrangido pela previsibilidade do agente. É a possibilidade (potencialidade) de conhecer o perigo decorrente de sua conduta. Não se confunde com previsão, pois nesta a pessoa conhece o perigo. Assim, a espécie de crime culposo que tem previsão é a culpa consciente. A culpa consciente, mais do que previsibilidade, tem previsão, já que o agente efetivamente conhece o perigo. f) Tipicidade: para que o agente responda por crime culposo é necessário a previsão expressa em lei da forma culposa, sob pena de só poder ser praticado dolosamente. Art. 18, Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Assim, no silêncio, o crime é punido a título de dolo. Quando o legislador quiser punir a forma culposa, ele o fará expressamente. Ex: há homicídio e LC doloso, pois o CP (arts. 121, 3º e 129, 6º) traz expressamente a forma culposa. Furto não pode ser praticado culposamente, pois não tem forma culposa. 4
5 Crime culposo não ofende o princípio da legalidade, pois, apesar de ser um tipo abertos (exige um complemento valorativo a ser dado pelo juiz, segundo o caso concreto), contém um mínimo de determinação legal. 5
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