Licenciatura em Comunicação Empresarial

Documentos relacionados
Estratégias adotadas pelas empresas para motivar seus funcionários e suas conseqüências no ambiente produtivo

Administração de Pessoas

A Comunicação Estratégica. no âmbito da Mudança Organizacional

Ética no exercício da Profissão

Os cinco subsistemas de Gestão de Pessoas

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

BSC Balance Score Card

Instituto Piaget 2008

CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DO TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL E DOS ASSUNTOS SOCIAIS DA CPLP

3 Qualidade de Software

Uma globalização consciente

Trabalho realizado por: Diva Rafael 12ºA nº15

Exercícios Práticos para as Dificuldades de Aprendizagem

análisederisco empresarial

Gestão por Competências

Objectivos PLANEAR 2/90. O que se pretende comunicar ou expor. Queremos:

Motivação: Empresarial e Escolar

Barómetro Regional da Qualidade Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde

PROJECTO DE LEI N.º 609/XI/2.ª

POLÍTICA DE DIVERSIDADE DO GRUPO EDP

Orientações para desenvolver uma Política de DPC Provas requeridas para a acreditação Acrescentando valor: conjunto de boas práticas

PROGRAMA DE EMPREENDEDORISMO 10ª e 11ª Classes

Apresentação do Manual de Gestão de IDI

QiDEIA C O M U N I C A Ç Ã O

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

Anais da Jornada Científica Integração: Educação, Sociedade e Tecnologia

Consumidor e produtor devem estar

1. Tradicionalmente, a primeira missão do movimento associativo é a de defender os

Referenciais da Qualidade

Marketing Pessoal. aumentem de valor.

Manual da Qualidade. Rodrigo Barata Mediação de Seguros. Revisão n. 01 Data de Publicação: Elaborado por: RodrigoBarata Estado:

MISSÃO VISÃO VALORES OS NOSSOS

Palavras-chave: Ambiente de aprendizagem. Sala de aula. Percepção dos acadêmicos.

Aspectos Sócio-Profissionais da Informática

IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões. Lisboa, 15 de Abril de 2009

ANEXO III REGULAMENTO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Módulo 9 A Avaliação de Desempenho faz parte do subsistema de aplicação de recursos humanos.

C 188/6 Jornal Oficial da União Europeia

PROGRAMA DE EMPREENDEDORISMO 12ª Classe

EDITAL. Iniciativa OTIC Oficinas de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento

Observações. Referência Título / Campo de Aplicação Emissor Data de adoção

Como IDENTIFICAr AS oportunidades E CoNqUISTAr o ClIENTE

5 Considerações finais

POSIÇÃO DA UGT SOBRE A ACTUAÇÃO DO FMI EM PORTUGAL

INTERVENÇÃO DE S.EXA. O SECRETÁRIO DE ESTADO DO TURISMO, DR.BERNARDO TRINDADE, NA SESSÃO DE ABERTURA DO XXXIII CONGRESSO DA APAVT

01. Missão, Visão e Valores

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

A aula de leitura através do olhar do futuro professor de língua portuguesa

4. O Comunicador da Sustentabilidade

Comunicação Comercial : Legislação ou Auto-regulação?

Seminário Energia e Cidadania 23 de Abril de 2009 Auditório CIUL

Procedimentos de Gestão da Qualidade. NOME FUNÇÃO ASSINATURA DATA ELABORADO POR Dr. Ivo Fernandes Gerente da Qualidade 13/10/2009

Neste início de século observamos no mundo uma economia

NCE/12/00971 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

Gestão da inovação A avaliação e a medição das actividades de IDI

Norma Interpretativa 2 Uso de Técnicas de Valor Presente para mensurar o Valor de Uso

DIGITAL & IMPRESSO O BOLETIM DO EMPRESÁRIO DIGITAL & IMPRESSO

Organização. Trabalho realizado por: André Palma nº Daniel Jesus nº Fábio Bota nº Stephane Fernandes nº 28591

VIOLÊNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR: UMA ANÁLISE A PARTIR DA ESCOLA CAMPO

Anexo 2 - Avaliação de necessidades de formação em H.S.T.

Estudo Exploratório. I. Introdução. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Pesquisa de Mercado. Paula Rebouças

CRIF [PLANO ANUAL DE ATIVIDADES 2013]

7 Ações para afastar a crise Utilizando o marketing para melhorar suas vendas.

A NOVA ENERGIA CRIATIVA

Avaliação nos hospitais faz aumentar oferta de formação pós-graduada na área da saúde

diretamente na fatura energética, o que equivale a mais de 23GWh de energia.

Plano de Negócios e Pesquisas de Mercado: Ninguém Vive Sem

Observação das aulas Algumas indicações para observar as aulas

Prof. Paulo Barreto REVISÃO DE PROVA

Autores: Adelaide Campos Adelina Figueira Anabela Almeida Esmeralda Martins Maria José Rodrigues Maria de Lurdes Amaral

CÓDIGO CRÉDITOS PERÍODO PRÉ-REQUISITO TURMA ANO INTRODUÇÃO

GUIA DE BOAS PRÁTICAS

Gabinete de Apoio à Família

Montepio, Portugal. Tecnologia de recirculação de notas na optimização dos processos de autenticação e de escolha por qualidade

...estas abordagens contribuem para uma ação do nível operacional do design.

Gestão de pessoas: revisão de conceitos

3. ORIENTAÇÃO OPERACIONAL. 3.1 Organização e equipa

PROTOCOLO ENERGIA POSITIVA CONTRA A OBESIDADE

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

Excelências, Senhores Convidados, nacionais e estrangeiros, Senhores Congressistas, Carlos Colegas, Minhas Senhoras e meus Senhores,

O Poder das Exposições no século XXI

Educação para os Media e Cidadania

Há cada vez mais empresas cidadãs

PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO

Gestão do Risco e da Qualidade no Desenvolvimento de Software

Campanha de 3 s para Aumentar as Vendas do teu Produto e Serviço de TIC

Ame Aquilo Que Faz! Mude a Sua Vida. Transforme a sua paixão pela beleza numa história de sucesso!

5 Considerações finais

Papo com a Especialista

Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina - FACAPE Curso: Ciência da Computação Disciplina: Ambiente de Negócios e Marketing

8. AS EQUIPES VIRTUAIS PROMOVENDO VANTAGENS COMPETITIVAS NA BUNGE FERTILIZANTES S/A

USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRESENCIAL E A DISTÂNCIA

ADMINISTRAÇÃO I. Família Pai, mãe, filhos. Criar condições para a perpetuação da espécie

i9social Social Innovation Management Sobre

Transcrição:

Resumo Este artigo tem como objectivo principal fazer uma breve análise da comunicação do pessoal-mix de uma organização, as vantagens de uma boa comunicação entre os mais variados sectores de actividade dentro da mesma é fundamental para uma maior produtividade, melhor organização sectorial e por consequência para uma maior motivação entre colaboradores que no fim vai transparecer uma imagem melhor da organização para o cliente exterior. Palavra-chave:, Comunicação Interna Introdução O panorama da vida das empresas está constantemente a mudar, uma preocupação muito comum nos dias de hoje é a forma como interligar as pessoas dos mais variados sectores dentro de uma organização de modo a que estas se entendam reciprocamente sem grandes perdas de tempo e sem desvios de informação. Daí ter nascido o conceito de, o que é? Para Gronroos (1995) o devia ser entendido como uma estratégia de gestão cujo objectivo é assegurar que todos os funcionários aprendam e vivenciem o negocio desenvolvendo neles uma consciência da importância central dos clientes. Para este os funcionários são antes de mais os primeiros clientes de qualquer organização. A empresa tem antes de mais deve conseguir vender o seu produto aos seus colaboradores para que estes tenham a perspicácia para mais tarde conseguirem vender aquilo que eles próprios também acreditam ao publico exterior. Uma boa politica de comunicação interna passa a meu entender também pelo uso constante das tecnologias de informação que nos dias de hoje nos proporcionam fazer as mais diversas coisas, reuniões em vídeo conferencia, comunicados e muitas outras coisas via intranet e mais recentemente já é possível aceder aos programas de gestão das empresas a partir das nossas casas. 1

I. Para que a empresa possa fornecer uma qualidade coerente de serviços, todos os funcionários devem ser orientados para o cliente. Não basta ter um departamento trabalhando o marketing tradicional, enquanto o resto da empresa segue o seu próprio caminho. Assim, o marketing interno é um modelo de actuação na gestão de recursos humanos que segue os mesmos princípios do marketing tradicional. Considerado como um auxiliar no desenvolvimento da estratégia social da empresa, no sentido em que, dado o equilíbrio social que a empresa procura promover e dada a falta de metodologias para concretiza-lo, é o marketing interno o recurso utilizado para desenvolver uma estratégia social e fundamentar uma politica pessoal. O objectivo do é a optimização continua das respostas da organização às mutações da envolvente, o qual se manifesta através de uma gestão eficaz dos seus colaboradores. A gradual mudança do foco empresarial do cliente exterior para o cliente interior, tem sido resultado de uma série de mudanças sociais que têm vindo a afectar o modo como os recursos humanos são encarados dentro da empresa. Por um lado temos trabalhadores exigentes, e por outro, empresas preocupadas com a motivação dos seus trabalhadores, à medida que se apercebem da implicação que esta tem na imagem que é transmitida para exterior. Em primeiro lugar, o colaborador torna-se no novo cliente da empresa. Como no marketing tradicional se estuda o cliente, também isto ocorre no marketing interno, onde se estudam os defeitos e fraquezas dos colaboradores, de forma a transformá-los em vantagens e oportunidades para a empresa. Isto implica o estudo dos seus desejos, necessidades, preocupações, já que de isso depende o sucesso ou insucesso de toda a estratégia social. Os colaboradores passam a ter uma importância determinante, é a ele que tem que ser vendida a ideia, é com ele que se têm que negociar. Na estratégia de 2

marketing interno, os clientes devem ser motivados a estabelecer uma forte ligação com as marcas, produtos e serviços da empresa, que os adquiram e consumam e se fidelizem. Em segundo lugar, no marketing interno o produto vendido é a própria empresa com uma série de produtos acrescidos: melhores condições de trabalho, maior participação dos colaboradores, melhor clima laboral, maior integração e motivação, maior produtividade, etc. O produto oferecido ao cliente/colaborador interno é uma empresa aumentada, onde se definem objectivos, e estes, só são alcançados com a ajuda e o trabalho de equipa. Em terceiro lugar, para alcançar o grande objectivo de vender a empresa, precisamos de uma ferramenta muito forte, que neste caso, será o Plano de Comunicação Interna, onde as politicas, objectivos e acções de comunicação são definidas e transmitidas, a todos os níveis e, em retorno, as opiniões são medidas. Em quarto lugar, está a força de vendas. Os directores e quadros médios da empresa têm um papel fundamental na implementação do marketing interno. Só será possível integrar uma gestão de recursos humanos do ponto de vista do marketing se a empresa contar com uma direcção participativa. A questão principal é como desenvolver, entre os colaboradores, um interesse pelos clientes. Em quinto e último lugar, o objectivo final do marketing interno: o aumento da motivação e da produtividade global da empresa. A ideia do investimento interno, visa, paralelamente, melhorar a imagem externa da empresa no seu todo, contribuindo para satisfazer as necessidades de ambas as partes: clientes externos e internos. Como resultado, tal como numa postura de marketing são necessárias novas abordagens do mercado que permitam responder à sua evolução, competitividade e, fundamentalmente, às solicitações de clientes cada vez mais exigentes, deve-se, no plano interno, adoptar uma postura semelhante, uma 3

vez que é nos recursos humanos que reside o valor acrescentado mais relevante de qualquer organização face à sua concorrência. Neste sentido há que procurar implementar estratégias que satisfaçam as necessidades dos clientes internos e que lhes possibilitem a flexibilidade necessária para que possam responder, com eficácia, às exigências do mercado. II. Comunicação Interna Ao estabelecer-se um plano de comunicação interna numa empresa é necessário escolher quais os suportes comunicacionais a utilizar. Eles são vários, desde o jornal interno, à caixa de sugestões, passando pelo inquérito de opinião ou a entrevista, até à intranet ou teleconferência. A escolha dos suportes não pode ser aleatória e deve adequar-se às características da empresa e dos seus empregados. Isto também deve ocorrer ao nível das novas tecnologias. «As novas tecnologias não são uma panaceia, não podem estar fora da organização, da missão e do espírito da empresa. Se houver actos de gestão desadequados aos objectivos da empresa, as novas tecnologias vão ampliar os problemas que já existem» considera Vítor Almeida, que acrescenta: «são mais um suporte fundamental, mas não são nem superiores nem inferiores, são diferentes». Antes de criar uma política de comunicação, uma estratégia e um plano, é fundamental elaborar um diagnóstico situacional onde se possa obter informações pormenorizadas sobre as características dos empregados. «Não faz sentido uma empresa, onde o nível académico é baixo, utilizar suportes comunicacionais demasiadamente elaborados ou uma linguagem demasiadamente técnica», afirma Vítor Almeida. Como exemplo da desadequação dos suportes às características do público interno, o autor refere a hipotética situação em que «um director de Recursos Humanos utiliza o modo de comunicação escrita, com um plano baseado em circulares ou jornais internos constituídos por conteúdos técnicos e elaborados para um público interno com níveis académicos baixos». A importância do diagnóstico situacional é reforçada por Carlos Ferreira ao referir que «as organizações são hoje compostas por diferentes e complexos tipos de trabalhadores com sub- 4

culturas, valores, atitudes e comportamentos diferenciados, que necessariamente têm de ser levados em conta no plano de comunicação da empresa» e acrescenta que «não se comunica um plano salarial aos quadros da mesma forma que se comunica aos trabalhadores indiferenciados, mais preocupados com outro tipo de expectativas». Para além do desconhecimento dos públicos internos, Carlos Ferreira considera ainda as formas de liderança e o estilo de gestão como alguns dos entraves ao desenvolvimento de uma eficaz política de comunicação. A par com o diagnóstico situacional é importante existir uma cultura comunicacional dentro da empresa. «As pessoas têm de criar sinergias, têm de trabalhar em equipa. A coordenação da equipa, a formação e a gestão de expectativas, tudo tem de passar pela comunicação. Tem de existir uma cultura comunicacional dentro das empresas que permita elevados níveis de participação das pessoas», afirma Vítor Almeida. Por seu lado, Carlos Ferreira trata o tema da cultura comunicacional relacionando-o com os processos de mudanças organizacionais: «Na minha vida profissional assisti a processos de reestruturação, em que a comunicação foi desde o início assumida como um vector estratégico de mobilização, adesão e reorientação de comportamentos e atitudes tornando a organização do trabalho mais produtiva para a empresa, mas igualmente mais realizadora e geradora de satisfação individual e global». E deixa uma questão em aberto: «Para que serve um projecto de mudança numa empresa informatização, novas formas de organização do trabalho, novas políticas salariais se ela não gerar e consolidar novos instrumentos de comunicação interna, novos equilíbrios e consensos, novos valores e uma nova cultura comunicacional?» Ambos os entrevistados concordam com a importância que tem a comunicação interna na motivação e fidelização dos colaboradores. «Não pode haver consistência no produto vendido aos clientes externos, se internamente aqueles que participam na construção desse produto não estiverem motivados e acreditarem nos projectos», sublinha Carlos Ferreira. Por seu lado, Vítor Almeida conclui que «tem de existir a preocupação de fidelizar não só o cliente externo, mas também o cliente interno». 5

Bibliografia 2001. BATESON, J.; HOFFMAN, D. - Marketing de Serviços. 4ª ed., Porto Alegre, Ed. Bookman, BARNES, B.; MORRIS, D. - Revising quality awareness through internal marketing: na exploratory study among French and English medium-sized enterprises. Total Quality Managemet. Vol.11, nº 4, 5 e 6, 2000, pp. 473-483. BERRY, L. - Descobrindo a essência do serviço: os nove geradores de sucesso sustentável nos negócios. Rio de Janeiro, Qualitymark Ed., 2001. BERRY, L.; PARASURAMAN, A. - Serviços de marketing: competindo através da qualidade. São Paulo: Maltese-Norma, 1995. Vítor Almeida - A Comunicação Interna na Empresa 6