Seminário Energia e Cidadania 23 de Abril de 2009 Auditório CIUL
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- Ivan Cruz Guterres
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1 Seminário Energia e Cidadania 23 de Abril de 2009 Auditório CIUL Começo por agradecer a todos terem vindo a este seminário. Em especial à Senhora Secretária de Estado que muito nos honra com a sua presença e que desde logo aceitou o convite para intervir. Ao Professor Vítor Santos Presidente da ERSE, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, com quem tivemos o gosto de trabalhar em parceria na realização do Seminário. Na primeira parte teremos a sessão de abertura com a intervenção do Professor Vítor Santos e da Senhora Secretária de Estado dos Assuntos Europeus. Na segunda parte, sob moderação de Vasco Trigo, teremos intervenções de Maria da Graça Carvalho, conselheira no Bureau of European Policy Advisers da Comissão Europeia, Valter Sousa do departamento de formação da DECO, Ana Rita Antunes, da Quercus, coordenadora do projecto que irá ser apresentado, da EDP contaremos com a presença do seu Administrador José Cruz de Morais e da Union Fenosa, Carlos López Navaza,. A todos agradeço a disponibilidade e participação. Uma palavra também à Câmara Municipal de Lisboa que amavelmente disponibilizou o auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa, colaborando para a realização do seminário, nesta conjugação de esforços entre entidades que muito me apraz registar. O tema da energia e alterações climáticas, com as suas muitas vertentes de discussão é um tema de tal forma importante na vida de todos os dias dos cidadãos que, de entre os vários temas europeus aos quais a União Europeia e Portugal conferem prioridade na comunicação este é sem dúvida um dos de maior destaque.
2 Trata-se de uma questão em debate permanente em sede internacional, mas também a nível nacional, regional e local. É uma preocupação fundamental dos governos e das organizações, tendo em conta as consequências económicas e sociais que o uso excessivo de combustíveis fósseis e os seus os efeitos nas mudanças climáticas trazem para a sociedade e para o bem-estar dos cidadãos. Sendo a energia fundamental para a actividade, as questões como o uso de energias não renováveis: carvão, petróleo, gás e urânio, o aumento dos custos de energia, a eficiência energética, a segurança de abastecimento, a poluição, são questões da maior importância actualmente e determinantes para o futuro. Nesse sentido, as discussões que tem sido feitas, a premência em repensar o modo como produzimos, consumimos, as medidas que têm sido tomadas, em particular no que se refere às metas ambiciosas assumidas pela União Europeia, até 2020 ( ), tornam mais premente a necessidade de todos os actores, governos, Administração central e local, empresas, cidadãos, assumirem responsabilidades. No plano individual, o estilo de vida predominante tem sido essencialmente centrado no consumo e especialmente num consumo de energia desproporcional. Através das mais variadas formas de publicidade a mensagem dominante que é passada é a de que adquirir e consumir é o caminho para uma melhor qualidade de vida e para uma vida feliz. Porém é essencial que os cidadãos se envolvam neste desígnio comum, o qual deverá conduzir a mudanças comportamentais, de estilo de vida individuais e de organização da própria sociedade.
3 No inquérito Eurobarómetro nº 300, sobre a Atitudes dos Europeus face às Alterações Climáticas, realizado na UE 27 e em todos os Estados membros, foram feitas em Portugal 1001 entrevistas directas, entre Março e Abril de Gostaria de partilhar alguns números. Perante a pergunta feita aos entrevistados que pessoalmente não efectuaram acções com o objectivo de ajudar a combater as mudanças climáticas, quais as razões que os impedem de fazê-lo, as respostas foram: - 40% (42% na UE) pensa que são os governos, as empresas e indústrias que devem mudar os seus comportamentos, não os cidadãos; - 29% (34% na UE) gostaria mas não sabe o que fazer; - 21% (26%) pensa que mudar o seu comportamento não terá impacto real nas alterações climáticas; - 12% (15%) pensa ser demasiado caro fazer acções para as combater; - 4% (9%) não está preocupado com as alterações climáticas. A UE tem assumido um papel de liderança no debate e nas medidas e compromissos tomados. As metas sustentáveis a que se propôs são um desafio para todos, governos, organizações, cidadãos no sentido do compromisso e da responsabilidade. Acredito que as organizações da sociedade civil e as empresas têm um papel da maior importância no estímulo e encorajamento dos cidadãos a adoptarem estilos de vida mais sustentáveis, mais eco-suficientes: - isto é a viver melhor com menos consciencializando-os para o facto de que o bem-estar não depende do excessivo consumo de bens.
4 Certo é que existe uma efectiva preocupação e muitas acções têm sido feitas no sentido de informar sobre as questões energéticas e o combate ao desperdício energético, nas escolas, nas famílias, nas organizações, promovendo a cidadania e a consciencialização individual e social. Mas muito mais haverá a fazer para a mudança de comportamentos e de atitudes. A informação e a formação dos cidadãos são essenciais para a descoberta de que é possível intervir na realidade que nos cerca e identificar no dia a dia o contributo de cada um no projecto conjunto. Nas próximas Eleições Europeias, em Junho, competirá aos cidadãos participar e fazer a sua escolha. Para isso é essencial a informação e o conhecimento de resultados concretos da União em matérias que influenciam o seu dia a dia. O seminário de hoje, conclui o ciclo que o Centro dedicou à energia, propondo-se analisar os desafios que as metas energéticas colocam aos cidadãos e organizações da sociedade. Qual o papel que os cidadãos podem e devem ter quanto às suas opções de consumo, quanto às suas escolhas e padrão de comportamentos individuais e sociais, a fim de contribuírem para um futuro energético sustentável? Qual o contributo que as Organizações não Governamentais podem ter neste âmbito? A concretização deste seminário é possível através da realização em parceria com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. A ERSE tem levado a cabo o Plano de Promoção da Eficiência no Consumo, procurando de uma forma consistente sensibilizar os portugueses para uma alteração comportamental enquanto utilizadores mais racionais da energia.
5 Seguiremos por isso com muito interesse nesta sessão de abertura a intervenção do Professor Vitor Santos sobre o papel da ERSE e as iniciativas que têm incentivado medidas para a descarbonização da sociedade e para a promoção da eficiência energética. Teremos depois a encerrar a sessão a Senhora Secretária de Estado que na sua intervenção irá falar-nos sobre a importância de um esforço colectivo para se alcançar um paradigma energético sustentável. A concluir gostaria de salientar que O CIEJD na sua missão de informar e promover o debate sobre temas prioritários da agenda europeia, tem realizado várias acções sobre o tema energia e alterações climáticas. Realizou em Novembro de 2008 um seminário sobre Os caminhos de sustentabilidade para as cidades. Consagrou o nº 22 da sua revista Europa: Novas Fronteiras ao tema Política Energética Europeia, que contou com a colaboração de especialistas, decisores e de académicos. Elaborou um dossier electrónico sobre o tema Energia e Alterações Climáticas, disponível no portal do Centro. É um dossier que comporta diversos recursos - conteúdos formativos em português, questões frequentes, vídeos, ferramentas úteis, apoios financeiros e notícias relevantes, ligação com outros sítios. Foi criado também um espaço dedicado às escolas com conteúdos pedagógicos para todos os níveis de ensino básico e secundário e ensino profissional, que os professores poderão usar como complemento formativo nas suas aulas. Contribuir para uma maior e melhor informação dos cidadãos sobre a actualidade europeia, é a missão do Centro. Com este debate desejamos dar mais um contributo, para o envolvimento dos cidadãos em matérias que mais afectam o seu quotidiano.
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