UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA PÓLO GUARAI AS PRÁTICAS DE LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Mara Luiza Silva 1 Resumo Este artigo relata o desenvolvimento de uma pesquisa-ação sobre as práticas de Leitura na Educação Infantil e sua importância no cotidiano das crianças de 02 a 05 anos, mediante pesquisa bibliográfica e a execução de um projeto de intervenção na Creche Municipal Criança Feliz, na cidade de Fortaleza do Tabocão-To. O trabalho teve embasamento teórico nos autores Baldi, Bamberger, Filho, Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil e na LDB. O projeto fez-se necessário mediante a observação e constatação de dificuldade que os alunos do Ensino Fundamental têm com a leitura e interpretação de textos e por não ter o hábito de leitura. O mesmo pretendeu discutir as Práticas de Leitura na Educação Infantil, compreender seu papel no desenvolvimento da criança, e a importância da intervenção pedagógica realizada pelo professor. No desenvolvimento do mesmo foram realizadas ações envolvendo as crianças e professores, com o intuito de desenvolver práticas e hábitos de leituras. Após conclusão do projeto percebeu-se que os professores adquiriram o hábito de contar histórias para seus alunos e a prática de leitura está inserida em suas práticas pedagógicas. Palavras- chave: práticas de leitura, Educação Infantil, práticas pedagógicas. 1. Introdução Esse artigo tem por objetivo apresentar um projeto de intervenção desenvolvido no ano de 2011 na Creche Municipal Criança Feliz. A Creche está situada à Rua Flor de Maio, no setor 1 Graduada em Pedagogia pela FAG; Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil na cidade de Fortaleza do Tabocão - TO. Especializando em Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal do Tocantins Pólo de Guaraí TO.
Centenário da cidade de Fortaleza do Tabocão-To, a mesma conta com 23 funcionários e 188 alunos matriculados. Todos os professores têm curso superior em Pedagogia. A equipe pedagógica e administrativa procura sempre trabalhar no coletivo e de maneira democrática com os professores, alunos e funcionários visando sempre a melhoraria da qualidade do ensino aprendizagem. Com base nos registros de avaliação, nos conselhos de classe e nos gráficos de avaliação, notou-se que as dificuldades de aprendizagem dos alunos estavam na leitura e na interpretação de textos e problemas matemáticos. Atribuiu-se a esses fatores a falta de hábito e prática de leitura desde a infância nas práticas pedagógicas dos professores de Educação Infantil. O contato com os livros devem ser iniciado com as crianças desde cedo pelos professores, ou seja, pela escola. De acordo com o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (RECNEI): As instituições e profissionais de Educação Infantil deverão organizar de forma a promover as seguintes capacidades nas crianças: participar de variadas situações de comunicação oral, para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral, contando suas vivências; familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação em situações nas quais ela se faz necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos, escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor. (RECNEI, 1998, p. 131). Nesse sentido as práticas de leitura na Educação Infantil têm um grande significado no desenvolvimento intelectual, psicológico e afetivo. Pois a leitura de histórias desperta na criança a sensibilidade, a inteligência, aumenta o vocabulário, a criticidade e a criatividade. Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (RECNEI): A leitura de história é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu.. (RECNEI, 1998, p. 143). O projeto de intervenção As Práticas de Leitura na Educação Infantil foi elaborado e baseado nos estudos e fatos acima mencionados. O mesmo foi desenvolvido durante o 1º semestre de 2011 onde foram realizadas 07 ações as quais envolveram coordenadora, professores, alunos e pais. A primeira ação do projeto Práticas de Leitura na Educação Infantil foi uma reunião realizada com os professores da Educação Infantil, 1º ano, coordenadora e diretora, no dia 25 de março de 2011, no dia pedagógico, onde foi apresentado o Projeto de Intervenção, 2
discutindo-se os objetivos gerais e específicos, metodologia e as ações previstas. A reunião contou com 12 participantes. A segunda ação foi a criação e organização dos cantinhos de leitura e hábitos de ouvir histórias e o manuseio de livros na sala de aula que foi acontecendo ao longo dos meses de abril, maio, junho e julho.a terceira ação foi à visita dos professores e alunos para conhecer a biblioteca, pois a mesma é um ambiente riquíssimo, onde todos visitam, não somente para pegar livros, mas também como local de leitura. A quarta ação foi à criação de fichas por nome Controle de livros lidos na biblioteca pelos professores, para que os mesmos colocassem o nome da professora, nome do livro, dia da entrega do livro, o nome da devolução e assinatura do bibliotecário. Essa ficha foi entregue aos professores após a apresentação do projeto. A quinta ação foi realizada no dia 03 de junho onde se apresentou o dia D da leitura e meio ambiente com toda a escola, houve a participação dos alunos do maternal, alunos do jardim II e o 1º ano A, B e C. Além das ações trabalhadas pelos professores e alunos houve observações feitas pela coordenadora na sala para ver o desenvolvimento do projeto. A sexta ação foi reuniões com os pais para falar do projeto e do ensino aprendizagem, realizada no dia 19 de abril de 2011 com as turmas do 1º ano A, B e C, no dia 29 de junho com as turmas do jardim II e III e no dia 1º de julho novamente com as turmas do 1º ano A, B e C. A sétima e última ação foi à culminância do projeto com apresentação de história, entrega do troféu e confraternização com todas as turmas. Na realização das ações foram utilizadas atas, dataswoh, ficha de leitura, relatórios, máquina fotográfica, casinha de fantoches, livros de histórias, máscaras de animais e troféu. Ao realizar cada uma das ações propostas no projeto de intervenção esperava-se que através da prática e do hábito de leitura, formam-se bons leitores, bons ouvintes, e que melhore a prática de interpretar textos. E que leitura seja utilizada de forma prazerosa, como lazer, hobby e não apenas para cumprir com as exigências do professor e da escola. 2. Desenvolvimento A definição e estudo sobre o tema surgiu da observação que surgiram durante as reuniões pedagógicas e nos conselhos de classe, nos registros de avaliações e nos gráficos de desempenho escolar divulgados pela secretaria. Notou-se que as dificuldades de aprendizagem dos alunos eram nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. 3
Sendo assim, ao propor um projeto de intervenção, apoiamo-nos nas concepções de alguns teóricos como: Baldi (2009), Bamberger (1995), Filho (2009), Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (1998) e na LDB (1996), que afirmam que a prática de leitura pode certamente ajudar no aprendizado, no raciocínio, na criatividade e ainda amplia a capacidade das crianças de utilizar a fala de forma cada vez mais competente em diferentes contextos, na medida em que elas vivenciam experiências diversificadas e ricas envolvendo os diversos usos possíveis da linguagem oral. Bamberger, (1995 p.24) afirma também que Na idade pré-escolar e nos primeiros anos de escola, contar histórias em voz alta e falar sobre livros de gravuras é importantíssimo para o desenvolvimento do vocabulário, e mais importante para a motivação da leitura. O Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (1998) destaca que: Considerando-se que o contato com o maior número possível de situações comunicativas e expressivas resulta no desenvolvimento das capacidades linguísticas das crianças, uma das tarefas da educação infantil é ampliar, integrar e ser continente da fala das crianças em contextos comunicativos para que ela se torne competente como falante. (RECNEI, 1998, p. 135). Pensar na leitura como algo prazeroso e cotidiano na vida da criança deve ser um dos objetivos a ser colocado na prática pedagógica do professor de educação infantil, pois se quisermos formar leitores competentes desde pequenos, é preciso desenvolver esse hábito desde cedo. Ouvir histórias diariamente possibilita formar esse leitor competente. E isso vai acontecendo à medida que a criança vai se envolvendo com a prática de leitura. Para tanto, o professor precisa e deve estar envolvido com o ato de contar histórias, com a literatura. Conforme o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (1998): Ter acesso à boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura. A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo, apreciem o momento de sentar para ouvir histórias exige que o professor, como leitor, preocupe-se em lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativo à escuta atenta, mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a história é lida. (RECNEI, 1998, p. 143). Não se consegue ensinar aquilo que não gosta. E a leitura faz parte disso, ler é uma questão de hábito, se o professor não tem é preciso adquirir. Filho (2009) afirma que: 4
Pensar nas crianças e na sua relação com os livros de literatura é pensar no futuro, e pensar no futuro é ter responsabilidade de construir um mundo com menos espaço para a opressão das diferenças. (FILHO, 2099, p. 143). Para que a criança tenha bons hábitos de leitura é fundamental que a mesma seja estimulada tanto pela escola como pela família. Isso pode ser observado na LDB 9.394/96 no artigo 2. É dever da família e do estado com a Educação da criança. O Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (1998) esclarece que: Deixar as crianças levarem um livro para casa, para ser lido junto com seus familiares, é um fato que deve ser considerado. As crianças, desde muito pequenas, podem construir uma relação prazerosa com a leitura. Compartilhar essas descobertas com seus familiares é um fator positivo nas aprendizagens das crianças, dando um sentido mais amplo para a leitura. (RECNEI, 1998, p. 135). A metodologia adotada para efetivação deste projeto de intervenção foi pesquisas bibliográficas, observação em sala de aula, análise de atas, ficha de leitura e relatório. As ações desenvolvidas foram descritas da seguinte forma: AÇÃO 1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO A primeira ação do projeto foi realizada com professores, coordenadores e diretora, no dia 25 de março de 2011, sendo um dia pedagógico. Primeiramente foi apresentado o projeto Práticas de Leituras na educação Infantil para que todos saibam da importância de sua implementação. O projeto foi embasado teoricamente na visão de Bamberger. Foi trabalhado com leitura partes do texto do autor. Por se tratar de um texto abrangente que nos traz uma visão clara do processo de leitura e a importância de se trabalhar na idade pré-escolar. Estudou-se também o Referencial Curricular de educação Infantil, dando uma atenção especial às páginas 131 a 143, que trata de como deverão organizar as práticas de leitura e as capacidades na criança. A partir desse estudo chegou-se à conclusão que se trabalhar desde cedo à leitura, o gosto e hábito desde a educação infantil, poderá melhorar a qualidade do ensino aprendizagem, o raciocínio e formar leitores críticos. AÇÃO 2.CRIAÇÃO DOS CANTINHOS DE LEITURA A partir de março 2011, foram criado os cantinhos de leitura e a hora da história. E pela observação feita nota-se que o projeto está começando a dar certo. Na sala do maternal encontra-se crianças de 1e 7 meses até 2 anos. Foi introduzido a leitura de livrinhos no dia 28 5
de março, observou-se que por não haver no momento o cantinho de leitura apropriado como: tapete e almofadas por serem crianças muito pequenas, as mesmas ficaram dispersas e inquietas, prestando atenção muito pouco, por isso usou-se a estratégia de contar a historinha com fantoches de varetas, dedoches, depois cantar música para melhor fixação da história. Apenas no mês de junho chegou-se o carpete e as almofadas, e a professora agora consegue aos poucos contar histórias com eles sentados. Percebe-se que o momento da história ficou mais emocionante e mais estimulante, e as crianças agora já consegue prestar mais atenção na historinha do dia.na sala do jardim I estudam crianças com faixa etária de 3 anos. O cantinho de leitura está mais organizado, contém um carpete grande e almofadas. Introduziu-se a hora da história no dia 30 de março e percebeu-se que nos primeiros dias as crianças ficaram um pouco inquietas. Mas, como a professora tem uma rotina em seu dia-a-dia, as crianças começaram a se interessar pelas histórias, ficam sentadas e perguntam se está na hora de ouvir a historinha do dia e participam fazendo perguntas referente a história. Já no jardim II introduziu-se a hora da história também no dia 30 de março. Como são crianças de quatro anos, elas já conseguem perceber o momento que será a hora da história. Na sala do jardim II, por enquanto não tem o cantinho de leitura com carpete e nem almofadas. Mas, isso não influí de modo negativo. Pois as crianças ficam ás vezes em roda no chão, outras vezes sentadas na cadeirinha, prestam atenção na história contada pela professora. Participam, mostra sua ideia, dão sua opinião.percebe-se que tanto a professora como os alunos estão gostando de ler e ouvir histórias. Para que as crianças fiquem motivadas em ouvir história, juntam-se as turmas e as professoras apresentam historinhas na casinha de fantoche, escolhem histórias com animais e clássicas, uma dessas histórias foi Os lobinhos afinados. A turma do jardim III introduziu a hora da história no dia 28 de março, são alunos com 5 anos de idade, não tem cantinho definido com carpete e almofadas, mas ficam em roda e a professora senta no centro e conta a história do dia, são alunos participativos, gostam de dar sua opinião, querem adivinhar o final da história, e muitas vezes conseguem. Ficam super alegres quando vão a biblioteca escolher o livrinho para ser contado. Quando a coordenadora vai a sala eles comentam a história que ouviram. Percebe-se que o projeto está dando muito certo. Como as turmas do 1º já tem seu método de trabalho e ouvem a história da abelhinha para conhecer a letra e a família silábica uma vez por semana, decidiu-se que as professoras levem os alunos uma vez por semana na biblioteca e contam pelo menos 2 vezes por semana histórias diversificadas.o importante é dar oportunidade as crianças de conhecer diversos livros e tomar gosto e hábito pela leitura. 6
AÇÃO 3. CONHECENDO A BIBLIOTECA Após o dia 28 de março de 2011, as professoras levaram os alunos para conhecer a biblioteca, eles ficaram deslumbrados com a possibilidade de ver e manusear diversos livros sentou-se em volta da mesa, trocaram ideias e contaram sua versão da história. Percebe-se que as crianças gostaram muito, pois elas puderam conhecer outro ambiente onde se conta história sem ser na sala de aula. E essa visita não foi somente uma vez. Uma vez na semana os alunos vão a biblioteca escolher o próximo livro que será lido. Segundo Baldi (2009): O acesso á biblioteca não pode ser limitado ao fato da criança já dominar o código escrito. Ao contrário: é essencial oportunizar a aproximação aos livros, especialmente aos textos literários, desde muito cedo, dos primeiros anos de escolaridade, na educação infantil, através do acesso a um trabalho com projetos específicos de literatura e textos de qualidade. Isso permitirá que as crianças se apropriem da linguagem escrita, mesmo sem estarem alfabetizadas, conseguindo muitas vezes memorizar trechos completos das histórias, do jeito que estão escritas nos livros, realizando uma leitura ou simplesmente recontando-as ou inventando-as. (BALDI, 2009, p. 18). AÇÃO 4.CRIAÇÃO DE FICHAS DE LEITURA E REGISTROS DOS LIVROS LIDOS A criação dessas fichas teve o objetivo de incentivar os professores a pegar os livros na biblioteca e ler para os alunos, também foi feito uma proposta de premiar a sala que mais lessem livros de histórias. Percebe-se que foi um fator positivo, pois todos estavam empolgados. Foi proposto também que registrassem o nome do livro de história no plano de aula. Mesmo fechando o projeto de intervenção no mês de agosto, os professores estão continuando com a leitura dos livros, e as turmas do maternal, jardim I, jardim III e 1º ano irá fazer apresentações de peças teatrais no final de novembro e querem que se faça nova premiação. AÇÃO 5.APRESENTAÇÕES NO DIA D DA LEITURA O dia D da leitura é um projeto organizado tanto no Estado como no Município, e está previsto no calendário da escola. Observa-se qual data importante está mais próxima e toda escola organiza-se para apresentar os trabalhos desenvolvidos pelos alunos, o tema foi o meio 7
ambiente e a literatura. Devido ser apenas um dia por bimestre, cada modalidade teve duas turmas apresentando. Como a Educação Infantil estava trabalhando o projeto de leitura, ficou decidido que a turma do maternal apresentasse um verso sobre a água com cartaz, e a turma do jardim II uma dramatização da história da galinha ruiva. AÇÃO 6. REUNIÕES DE PAIS Como é dever da Família e do Estado com a educação da criança, segundo a Constituição de 1988 e a escola que visa ser democrática, tem o dever de informar e integrar a família nos projetos que irão desenvolver. Assim os pais poderão acompanhar o trabalho dos filhos na escola e ver sua atuação. Quando se apresentou o Projeto de Intervenção Práticas de Leitura na Educação Infantil na reunião de pais, eles gostaram muito e disseram ser importante esse trabalho, alguns citaram que em suas casas tem livros de histórias e incentivam os filhos, outros disseram que devido à aquisição financeira não compram livros para os filhos, mas tem a consciência que é importante trabalhar a leitura de histórias desde cedo nas crianças, e como a escola está fazendo esse trabalho espera-se que não pare e continue com essa prática, pois assim seus filhos poderão ter conhecimentos de diversos gêneros literários. A coordenadora sugeriu que os pais que quisessem ler livros de histórias para os filhos, fizessem uma ficha para pegar livros na biblioteca, a ideia teve uma boa aceitação, confirmando assim, a importância do desenvolvimento do Projeto de Intervenção. AÇÃO 7. FINALIZAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO Para a finalização do Projeto Práticas de Leitura na Educação Infantil, reuniram-se todas as turmas juntas, para que se avaliassem os objetivos alcançados propostos pelo projeto de intervenção bem como a análise dos sujeitos envolvidos, a citar a observação realizada pelos professores de que são muito importantes as práticas de histórias na Educação Infantil, pois estimulam e instigam a imaginação, a criatividade e o raciocínio. 3. Conclusão 8
No decorrer do desenvolvimento do projeto foi possível perceber que as práticas de leitura na Educação Infantil melhoraram. Porém precisam de alguns ajustes para se tornar mais eficientes. E para que isto ocorra é necessário que a creche e pré-escola garantam um ensino aprendizagem de qualidade, no qual envolvem a organização do currículo, a estrutura física, um ambiente acolhedor e estimulador, com práticas pedagógicas significativas por parte do professor. A Educação Infantil deve fornecer ambiente adequado para a realização de atividades que atendam ás necessidades e interesses da criança. O professor só poderá ser um incentivador, um mediador para a criança no seu aprendizado se o mesmo for portador de conhecimentos teóricos que subsidiem sua prática pedagógica. Pois assim o mesmo saberá ensinar a criança conteúdos e atividades significativas que despertam-lhe o interesse sem pressioná-la. Pois um trabalho estimulante com a criança exerce influência decisiva na sua evolução. O Referencial Nacional de Educação Infantil afirma que: A Educação Infantil ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo da capacidade associadas ás quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever (RECNEI, 1998, p. 117). Assim, o trabalho com a linguagem oral se constitui um dos eixos básicos na Educação Infantil, na formação do sujeito, na interação com outras crianças e pessoas, na construção de conhecimentos, no desenvolvimento, na expressão de sentimentos e ideias. Concluiu-se que se na Educação Infantil trabalhar e desenvolver as habilidades e competências necessárias que a criança precisar para o incentivo ao hábito da leitura, a mesma terá um suporte qualificado para ingressar no Ensino Fundamental preparado. Referências BALDI. Elisabeth. Leitura nas séries iniciais: uma proposta para formação de leitores de literatura. Porto Alegre: Editora Projeto, 2009. BAMBERGER. Richard. Como incentivar a leitura. São Paulo: Editora Ática S.A, 1995. 9
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil/Ministério da Educação e do Desporto, secretaria de Educação Fundamental. -Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (LDB). Lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996. GREGORIN FILHO. José Nicolau. Múltiplas linguagens na formação de leitores. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009. 10