COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DE UVA DE MESA EM CAMPO GRANDE-MS eluizawatanabe@yahoo.com.br POSTER-Trabalhos de Iniciação Científica SUSI AKEMI MASUNAGA; AMANDA MICHEL STEFANELLO; DANIELA HARUMI MITSUYASU; DARIO DE OLIVEIRA LIMA-FILHO; ELUIZA ALBERTO DE MORAIS WATANABE. UFMS, CAMPO GRANDE - MS - BRASIL. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DE UVA DE MESA EM CAMPO GRANDE-MS CUSTOMER BEHAVIOR OF TABLE GRAPE IN CAMPO GRANDE- MS Grupo de Pesquisa: Iniciação Científica Resumo O presente trabalho tem o intuito de analisar o perfil e as preferências dos consumidores de uva de mesa. Realizou-se um estudo empírico com a população de 15 anos ou mais, de todas as classes sociais (A, B, C, D e E), utilizando-se um questionário estruturado com índice de confiabilidade de 95% e erro padrão de 5% junto a 400 indivíduos, sendo 220 mulheres e 180 homens, pelo método de amostragem probabilística simples com consumidores de uva de mesa em Campo Grande, MS. Observa-se que 28,8% dos entrevistados tem preferência pela uva do tipo Rubi, seguido da uva Niágara, 24,8%, e a de menor preferência foi a uva do tipo Benitaka, com apenas 0,3%. Consta-se que a uva seja um produto bastante consumido pelo fato de apenas 0,5% responderam que nunca o compram. Outra conclusão é que quanto mais alta a classe social, maior é a frequência de compra de uvas de mesa. Palavras-chave: comportamento do consumidor; uva de mesa; preferências. Abstract This paper aims to analyze the profile and consumer preference of table grape. An empirical study with the population 15 years or more, from all social classes (A, B, C, D and E) was made, using a structured questionnaire with a reliability index of 95% and standard error of 5 % along the 400 subjects, 220 women and 180 men by simple random sampling method with consumers of table grapes in Campo Grande, MS. It is observed that 28.8% of respondents have a preference for Rubi grape, followed by the Niagara grape with 24.8% and the least preferred type of grape was Benitaka, with only 0.3%. It is a fact that the grape is a product very consumed because only 0.5% said they never buy it. Another conclusion is that the higher the social class, the higher the frequency of buying table grapes. Key word: customer behavior; table grape; preference. 1
1. INTRODUÇÃO A uva é uma das principais frutas de clima temperado produzida no Brasil. De acordo com Araújo (2004), no mercado brasileiro uma das áreas hortifrutícolas que mais crescem no país é o da uva de mesa. Em 1980 o consumo per capita desse fruto era de 0,4 Kg/Hab/ano, e em 2001 subiu para 2,7 kg/hab/ano (IBGE 2007). A produção de uva destina ao mercado doméstico é facilmente absorvida pelos consumidores. O conceito de qualidade percebida pelo consumidor não pode ser objetivamente determinado (LOURO, 2000), as medidas da percepção são particulares de cada indivíduo, ou seja, as avaliações humanas sobre qualidade são subjetivas, influenciadas pelo referencial do avaliador como valores, conhecimentos e interesses (URDAN, 2001). Os estudos na área de comportamento do consumidor mostram que são vários os fatores que influenciam a aquisição de um produto por uma pessoa. Blackwell, Miniard e Engel (2005) revelam que estão relacionados aos aspectos culturais, fatores sociais, fatores pessoais e os fatores psicológicos. O presente trabalho tem o intuito de analisar o perfil e as preferências dos consumidores de uva de mesa, ou seja, conhecer e compreender a importância dos atributos no processo de escolha por determinada espécie ou qualidade de uva de mesa. 2. METODOLOGIA A pesquisa é de natureza quantitativa conclusiva, descritiva e transversal único (MALHOTRA, 2001). Realizou-se um estudo empírico com a população de 15 anos ou mais, de todas as classes sociais (A, B, C, D e E), utilizando-se um questionário estruturado com índice de confiabilidade de 95% e erro padrão de 5% junto a 400 indivíduos, sendo 220 mulheres e 180 homens, pelo método de amostragem probabilística simples com consumidores de uva de mesa em Campo Grande, MS. O questionário é composto de 30 questões de múltipla escolha seguindo a escala de Likert de cinco pontos, sendo 1 (nenhuma importância) a 5 (importantíssimo). A aplicação foi feita por meio da técnica de inquisição direta, sendo que os entrevistados foram escolhidos aleatoriamente, respeitando o Código de Ética ESOMAR/ICC. Utilizou-se análise probabilística para a avaliação dos dados dos questionários. 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Segundo Pollonio (2005), alguns fatores são responsáveis por mudanças no comportamento do consumidor como a entrada da mulher no mercado de trabalho e maior envolvimento do homem nos afazeres domésticos; o maior poder de decisão nas compras por parte das crianças e adolescentes; abertura ao mercado internacional; maior preocupação com a satisfação individual; maior comparação de preços e produtos. Para Tibola e Fachinello (2003), uma das conseqüências das mudanças citadas é o surgimento de novas necessidades alimentares, como maior presença de alimentos nutritivos e saudáveis, como as frutas, que possuem um papel importante para se ter uma alimentação balanceada. 2
Nesse sentido, para atender melhor as necessidades alimentares, é preciso inovar e aperfeiçoar os aspectos técnicos das uvas, bem como inserir mecanismos e sistemas para controlar e avaliar de forma plena a produção em de toda cadeia produtiva, possibilitando assim aos consumidores uma transparência em torno de todo o processo envolvido na produção e comercialização das mesmas (TIBOLA; FACHINELLO,2003). De acordo com Louro (2000), as medidas de qualidade percebida não podem ser determinadas objetivamente, por se tratarem de uma percepção e por integrarem considerações relativas ao que é importante para os consumidores. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pode-se observar, de acordo com a Tabela 1, 28,8% dos entrevistados tem preferência pela uva do tipo Rubi, seguido da uva Niágara, 24,8%, e a de menor preferência foi a uva do tipo Benitaka, com apenas 0,3%. Quando se isolam essas preferências por sexo, observa-se que entre as mulheres a preferência é pela uva tipo Rubi, mas entre os homens há um destaque da uva do tipo Itália com 26,7%. Tabela 1- Distribuição percentual da preferência dos tipos de uva pelo consumidor dividido por sexo. Tipos de Uva % de consumidores Masculino Feminino Niágara 24,8% 22,2% 26,8% Itália 23,0% 26,7% 20,0% Rubi 28,8% 24,4% 32,3% Moscatel 3,0% 2,8% 3,2% Benitaka 0,3% 0,6% 0,0% Não sei 18,8% 20,6% 17,3% Outra 1,5% 2,8% 0,5% Fonte: Próprias autoras Outro fator que chama a atenção, é que quanto maior a classe e o nível de alfabetização do entrevistado, maior o conhecimento e preferência por determinado tipo de uva. Por exemplo, as classes A e B preferem em sua maioria os tipos Niágara, Itália ou Rubi, enquanto que 80% da classe E não sabe qual o tipo prefere. Em termos de origem, a uva nacional é a preferida por mais da metade dos consumidores atingindo 67,5%. A preferência da cor é a roxa e a compra da fruta é feita em maior parte nos supermercados, atingindo um total de 82% dos consumidores. Outra constatação interessante, é que 83,8% dos entrevistados confirmam um alto nível de associação entre o sabor da uva com relação à sua doçura. Já na relação entre quanto maior a intensidade da coloração da uva mais adocicada ela é do que as outras se percebeu que apenas 36,75% dos entrevistados concordam plenamente com esta afirmação, sendo que 60% pertencem à classe E, 70% são analfabetos, e 58% estão na faixa etária dos 60 anos para mais. 3
Tabela 2 Distribuição percentual de frequência de compra de uva de mesa pelos consumidores. Frequência de compra % de consumidores A B C D Class e E Semanal 24,3% 17,4% 27,9% 25,6% 15,1% 20,0% Mensal 25,8% 47,8% 24,0% 24,7% 26,4% 0,0% De vez em quando 46,0% 34,8% 44,2% 45,6% 52,8% 80,0% Finais de ano 3,5% 0,0% 3,8% 3,3% 5,7% 0,0% Nunca 0,5% 0,0% 0,0% 0,9% 0,0% 0,0% Fonte: Elaborado pelas autoras Consta-se que a uva seja um produto bastante consumido pelo fato de apenas 0,5% responderam que nunca o compram. Outra conclusão é que quanto mais alta a classe social, maior é a frequência de compra de uvas de mesa. 5. CONCLUSÃO Quanto mais alta a classe social e o nível de alfabetização, maior é a percepção da preferência pelos tipos de uva. Supõe-se que esse fato se dê pela classe mais baixa e com menor nível de alfabetização comprar a uva eventualmente quando há alguma promoção da fruta. A uva é uma fruta que faz parte constantemente da alimentação dos brasileiros, mas não é uma fruta indispensável na casa dos mesmos, visto que a maioria só compra uvas de vez em quando. Conclui-se que muitas mudanças no comportamento do consumidor têm ocorrido, no entanto não é possível notar tal mudança quanto à preferência do consumidor quanto aos atributos da uva pelo fato de não haver pesquisas anteriores a esta sobre o assunto, ficando o incentivo para isso. 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ARAÚJO, JP.L. Cultivo da Videira. Embrapa Semi-Árido. Sistemas de Produção. 1 ISSN 1807-0027 Versão Eletrônica Jul. 2004. Net. Disponível em <sistemasdeprodução.cnptia,embrapa.br/fonteshtml/uva/cultivodavideira/custos.htm> BLACKWELL, R. D., MINIARD, P. W., ENGEL, J. F. Comportamento do consumidor. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo Agropecuário. Disponível em: <http//www.ibge.gov.br> LOURO, M. J. S. Modelos de avaliação de marca. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 40, n. 2, abril/junho. 2000. Disponível em: < http://www.rae.br/artigos/118.pdf >. Acesso 20 de setembro 2009 MALHOTRA, N. Introdução à pesquisa de marketing. São Paulo: Pretice Hall, 2005. POLLONIO, M. A. R. Impactos da globalização na segurança de alimentos. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2005. Disponível em: 4
<www.fooddesign.com.br/arquivos/academia/marise_pollonio_impactos_da_globalizacao _na_seg_alim.pdf>. Acesso em: 13 de outubro de 2009. TIBOLA, Casiane S.; FACHINELLO, José C. Tendências e Estratégias de Mercado para a Fruticultura. 2004. URDAN, André Torres. Qualidade de serviços médicos na perspectiva do cliente. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 41, n. 4, out/dez. 2001. Disponível em: < http://www.rae.br/artigos/1097.pdf >. Acesso em: 12 de outubro de 2009. 5