O Plano Diretor como instrumento do Desenvolvimento dos Municípios Oficina 13 2º Congresso Pernambucano de Municípios

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Transcrição:

O Plano Diretor como instrumento do Desenvolvimento dos Municípios Oficina 13 2º Congresso Pernambucano de Municípios Área Técnica Planejamento Urbano e Habitação Confederação Nacional de Municípios (CNM) Recife-2015

Legislação Urbana Constituição de 1988: é competência municipal o controle do Uso e Ocupação do Solo e Ordenamento do Território Aprovação da Lei Federal 10.257/2001 regulamentou os artigos 182 e 183 da CF. O Estatuto da Cidade obrigou a elaboração/revisão dos planos diretores para os municípios: com mais de 20 mil/hab; integrantes de RM e aglomerados urbanos; inseridos em áreas de influência de Empreendimentos (linhões, hidrelétrica) de impacto ambiental de âmbito regional e nacional; integrantes de Áreas de Especial Interesse Turísticos.

O instrumento Plano Diretor O Estatuto da Cidade é a lei que regulamenta as políticas urbanas a serem implementadas pelo Ente municipal; A aprovação do Estatuto da Cidade trouxe uma série de instrumentos para combater a especulação imobiliária, induzir a regularização fundiária e a implementação da habitação de interesse social bem localizada, além de garantir a construção e o controle social da política urbana

Quadro Brasileiro Plano Diretor 2005 805 Municípios (14,5%) 2012 2.658 Municípios (47,8%)

Situação Nordeste: Plano Diretor 2005 9% Municípios 2012 39,7% dos Municípios Quanto menor a população do Município, menor a proporção de possuir plano diretor

Cenário Pernambucano Existência da Plano Diretor em 89 Municípios Em 21 Municípios com obrigação não possuem Plano Diretor

Quais as dificuldades? baixa capacidade técnica nas Prefeituras; Instrumentos, orientações e programas voltados para grandes e médias cidades (verticalização, expansão periférica, falta de área para moradia); Frágeis ações do governo federal para fortalecer as capacidades institucionais dos Municípios; Falta de programas para acessar recursos para elaboração ou revisão dos planos diretores;

Conjuntura dos Planos Diretores Baixa aplicabilidade direta ( não são autoaplicáveis) : remissão constante à legislação complementar; Pouco rebatimento territorial: diretrizes genéricas desvinculadas do território (zoneamento); Incompatibilidade com o PPA e com os orçamentos municipais: O PD não avança na definição de investimentos prioritários/ estratégicos

Quais as alternativas? Mais de 80% dos planos diretores foram elaborados entre 2005-2006 A contar da data de vigência obrigatoriamente até 2016 todos devem passar por processos de revisão Uma oportunidade para correção de fragilidades e integrar o plano as diretrizes de investimentos;

Cenário Atual 2.273 Municípios são obrigados a elaborarem seus planos diretores; 1.742 Municípios já elaboraram ou revisaram seus planos diretores; Fique atento: 531 Municípios Não revisaram o plano diretor,

Problemas A elaboração e a revisão do Plano Diretor são regulamentadas pela Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade). A ausência de medidas que garantam a elaboração ou a revisão do Plano Diretor pelo Poder Executivo municipal implica improbidade administrativa ao prefeito e aos agentes públicos envolvidos, além da aplicação de outras sanções, cabíveis de acordo com a Lei 8.429/1992.

Por um Plano Diretor Eficiente Que promova o desenvolvimento econômico local; Que garanta acesso à moradia social integrada aos serviços urbanos; Que regulamente e implemente os instrumentos mais adequados; Que assegure a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização, recuperando e transferindo para a coletividade a valorização imobiliária decorrente da ação do Poder Público;

Como Fazer? Integrar ações de infraestrutura com as diretrizes do plano diretor; Integrar as políticas setoriais com o plano diretor; Fortalecer as arenas de negociações estadual e federal a necessidade de recursos para capacitação técnica e elaboração/revisão dos planos diretores;

Por ações de desenvolvimento Aplicar instrumentos para a recuperação dos investimentos públicos (contribuição de melhoria, OODC,ONALT, ODIR entre outros) Produção de moradia social articulada com os instrumentos urbanos Direito de Preempção /ZEIS /isenções fiscais

Obrigada. Karla França (61) 2101-6039 habitacao@cnm.org.br