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Transcrição:

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios Órgão : 6ª TURMA CÍVEL Classe : AGRAVO DE INSTRUMENTO N. Processo : 20140020089712AGI (0009027-50.2014.8.07.0000) Agravante(s) : BARBARA STEPHANNY DA SILVA, DIEGO DE SOUSA FERNANDES Agravado(s) : SÃO GERALDO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA, SAO MAURICIO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA Relatora : Desembargadora VERA ANDRIGHI Acórdão N. : 815796 E M E N T A AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESCISÃO DE CONTRATO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. IMÓVEL. SUSPENSÃO DO PAGAMENTO. CADASTROS DE INADIMPLENTES. ABSTENÇÃO DA INSCRIÇÃO. I - Na ação de rescisão de promessa de compra e venda de imóvel, presentes a prova inequívoca da verossimilhança da alegação e o fundado receio de dano, defere-se a antecipação de tutela para autorizar a suspensão do pagamento das prestações e para determinar a abstenção da inscrição em cadastros de inadimplentes. II - Havendo perigo de irreversibilidade, indefere-se antecipação de tutela de autorização da venda do imóvel a terceiro e de restituição imediata das quantias pagas. III - Agravo de instrumento parcialmente provido. GABINETE DA DESEMBARGADORA VERA ANDRIGHI 1

A C Ó R D Ã O Acordam os Senhores Desembargadores da 6ª TURMA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, VERA ANDRIGHI - Relatora, ESDRAS NEVES - 1º Vogal, ANA CANTARINO - 2º Vogal, sob a presidência do Senhor Desembargador JOSÉ DIVINO, em proferir a seguinte decisão: CONHECIDO. PROVIDO PARCIALMENTE. UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas. Brasilia(DF), 27 de Agosto de 2014. Documento Assinado Eletronicamente VERA ANDRIGHI Relatora GABINETE DA DESEMBARGADORA VERA ANDRIGHI 2

R E L A T Ó R I O BÁRBARA STEPHANNY DA SILVA e outro interpuseram agravo de instrumento da r. decisão (fl. 88), proferida na ação de rescisão de contrato de compra e venda de imóvel em construção, ajuizada contrasão GERALDO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA e outra, a qual indeferiu antecipação de tutela para suspender os pagamentos das prestações, obstar inscrição em cadastros de inadimplentes, autorizar a venda do imóvel a terceiros e devolver o valor pago, no seguinte teor: "Defiro a gratuidade de justiça reclamada pelos Autores. Como sabido, o deferimento de pleito de antecipação dos efeitos da tutela demanda a presença dos pressupostos elencados no art.273, do Código de Processo Civil, quais sejam - prova inequívoca que induza a verossimilhança da alegação e, alternativamente, fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu. No caso, não estão presentes os requisitos necessários para concessão da liminar, e existe expressa vedação legal ao seu deferimento, pois é evidente o perigo de irreversibilidade da decisão. Ora, estando ainda vigente o contrato celebrado entre as partes, pois não rescindido, caso autorizada a suspensão de pagamento de suas parcelas e a alienação do imóvel objeto do contrato a terceiros, patente a irreversibilidade em caso de eventual improcedência da demanda. Assim, INDEFIRO o pedido de antecipação da tutela. P. e Int." Os agravantes-autores narram que tentaram a rescisão do contrato extrajudicialmente, mas que as agravadas-rés aceitariam sob a condição de devolver apenas 10% dos valores pagos e após 130 dias, o que eles defendem ser abusivo. GABINETE DA DESEMBARGADORA VERA ANDRIGHI 3

Aduzem que o pedido de suspensão dos pagamentos foi ignorado, de forma que eles foram notificados de sua inadimplência e instados a ir a São Paulo purgarem sua mora. Sustentam que não têm mais interesse na aquisição do imóvel e que pretendem a rescisão do contrato com consequências razoáveis que não importem em desequilíbrio contratual. Alegam que não se opõem à venda da unidade imobiliária a terceiro, a fim de que as agravadas continuem arrecadando recursos para a conclusão da obra. Defendem que a permanência do vínculo contratual aumentará o saldo devedor e gerará restrição do crédito. Requerem o deferimento da antecipação da tutela recursal e, ao final, o conhecimento e o provimento do agravo de instrumento para: a) autorizar a suspensão dos pagamentos; b) determinar a abstenção da inscrição em cadastros de inadimplentes; c) autorizar a venda da unidade a terceiros e d) determinar a devolução dos valores pagos. Agravo instruído (fls. 16/131). 88). Não houve preparo, devido à concessão de gratuidade de justiça (fl. A antecipação da tutela recursal foi indeferida (fl. 134). 143/8). Intimadas (fl. 141/2), as agravadas apresentaram resposta (fls. É o relatório. GABINETE DA DESEMBARGADORA VERA ANDRIGHI 4

V O T O S A Senhora Desembargadora VERA ANDRIGHI - Relatora Conheço do agravo de instrumento, porque presentes os pressupostos de admissibilidade. As partes celebraram promessa de compra e venda de unidade em empreendimento imobiliário em construção (fls. 36/56). Durante a vigência do contrato, os agravantes-autores perderam o interesse na aquisição do imóvel, razão pela qual pretendem o desfazimento do contrato e a revisão da multa contratual para que as agravadas retenham apenas 5% dos valores pagos. Há verossimilhança da alegação dos autores quanto ao fato de que ninguém é obrigado a permanecer vinculado a um contrato se não for de sua vontade. O exercício ao direito de resilição unilateral, porém, submete o contratante às consequências do inadimplemento, que, segundo autoriza a lei, podem ser revistas judicialmente na hipótese de onerosidade excessiva. Observe-se que manter a obrigação dos agravantes ao pagamento das prestações do empreendimento ocasiona perigo de lesão grave, consistente no risco de serem lavradas inscrições de seus nomes nos órgãos de proteção ao crédito. Além do mais, as agravadas declararam na resposta do presente agravo que não se opõem à rescisão do ajuste (fl. 144), não havendo pretensão resistida quanto a essa questão. Dessa forma, verifica-se que estão presentes os requisitos da antecipação de tutela, tanto aqueles previstos na norma do caput e inc. I do art. 273 do CPC, quanto os do 6º, in verbis: "Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou [...] 6 o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar- GABINETE DA DESEMBARGADORA VERA ANDRIGHI 5

se incontroverso." Por outro lado, verifica-se que alguns dos provimentos antecipatórios postulados - a alienação do imóvel a terceiro e a restituição dos valores pagos pelos autores - geram perigo de irreversibilidade. Nessa condição, o art. 273, 2º, do CPC veda a antecipação de tutela. Em conclusão, os efeitos da tutela deverão ser antecipados parcialmente, somente para autorizar a cessação dos pagamentos das parcelas e determinar a abstenção da inscrição dos nomes dos agravantes em cadastros de inadimplentes. Corroborando o entendimento adotado, colaciono jurisprudência: "Direito do Consumidor. Ação de rescisão de contrato de compra e venda de imóvel urbano. Desistência dos promitentes compradores. Pedido de antecipação dos efeitos da tutela para suspender o pagamento das prestações e demais encargos contratados. Deferimento. Agravo de Instrumento. Relevância da fundamentação e urgência presentes. Recurso conhecido e desprovido." (Acórdão n.777164, 20130020307475AGI, Relator: WALDIR LEÔNCIO LOPES JÚNIOR, 2ª Turma Cível, Data de Julgamento: 02/04/2014, Publicado no DJE: 09/04/2014. Pág.: 271) O agravo de instrumento será parcialmente provido, porque indeferidas a venda do imóvel a terceiro e a restituição imediata das quantias pagas, mas deferida a suspensão dos pagamentos e a abstenção da inscrição em cadastros de inadimplentes. Isso posto, conheço do agravo de instrumento dos autores e dou parcial provimento para, antecipando parcialmente os efeitos da tutela, autorizar a suspensão do pagamento das prestações e determinar a abstenção da inscrição dos nomes dos agravantes em cadastros de inadimplentes. É o voto. GABINETE DA DESEMBARGADORA VERA ANDRIGHI 6

O Senhor Desembargador ESDRAS NEVES - Vogal Com o relator A Senhora Desembargadora ANA CANTARINO - Vogal Com o relator D E C I S Ã O CONHECIDO. PROVIDO PARCIALMENTE. UNÂNIME GABINETE DA DESEMBARGADORA VERA ANDRIGHI 7