Reflexões sobre o protagonismo discente na construção de um festival de jogos e brincadeiras nas aulas de Educação Física



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Transcrição:

Reflexões sobre o protagonismo discente na construção de um festival de jogos e brincadeiras nas aulas de Educação Física Angela Cristina Rodrigues Russo (EE Professor Henrique Bertolucci, Bauru/SP) e-mail: angelacrusso@hotmail.com Thalita Fernanda de Oliveira Macedo (UNESP FC, Bauru/SP) e-mail: thalitika@hotmail.com Lílian Aparecida Ferreira (UNESP FC, Bauru/SP) e-mail: lilibau@fc.unesp.br Comunicação Oral Pesquisa Concluída Introdução Planejar maneiras de incentivar a participação dos alunos nas aulas, integrando-o no processo de ensino aprendizagem e valorizando seus saberes, implica em pensar em uma prática pedagógica compartilhada e dialogada. Ao participarmos de um curso de formação continuada de professores de Educação Física da rede pública de ensino (municipal e estadual) como docentes, tivemos um desafio que era envolver os alunos na organização de um festival de jogos e brincadeiras destacando o protagonismo dos alunos dos 5º anos. Todo este processo deveria ser realizado ao longo de um bimestre letivo. De acordo com Costa (2000), a palavra protagonista significa personagem principal, ator principal, ou mesmo um agente de uma ação da sociedade civil, um grupo, uma instituição ou um movimento social. O protagonismo na escola, enquanto prática pedagógica favorece a aquisição de valores, cria condições e espaços para um convívio estimulante e necessário para a formação de crianças e jovens autônomos, solidários e participativos. Ainda nos nossos dias, os contextos pedagógicos das instituições escolares costumam se orientar por modelos nos quais a exclusividade decisória está centralizada na gestão da escola ou somente na ação dos professores. Neste 1

sentido, com tal projeto, estabelecemos o seguinte questionamento: Como seria nas aulas de Educação Física colocar em ação a proposta de valorização do protagonismo discente? Neste sentido, este estudo teve como objetivo analisar a realização de um festival de jogos e brincadeiras no qual os alunos de 5º ano foram protagonistas do processo. Metodologia Este trabalho se caracterizou por uma pesquisa de abordagem qualitativa, que busca compreender e aprofundar os fenômenos que são explorados a partir do olhar dos participantes em um ambiente contextualizado (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Para o processo de coleta de dados, optou-se pela pesquisa de campo, sendo utilizado como instrumentos: observação das aulas, registradas em diário de campo; depoimentos dos alunos; painéis de avaliação e autoavaliação produzidos pelos alunos. Participaram desta pesquisa 50 alunos de duas escolas públicas de Ensino Fundamental do interior do estado de São Paulo. Utilizaremos as siglas EEA (escola estadual A), EEB (escola estadual B). Estes alunos participaram de reuniões semanais com metas comuns em ambas às escolas durante o período de um mês, no qual eles eram indagados a refletirem sobre questões de gênero, inclusão e atividades que fariam parte do festival. Após a escolha das atividades para o festival, os alunos vivenciaram-nas e fizeram as devidas adaptações. Também distribuíram as funções de cada aluno, ficando responsáveis por: divulgação, separação do material, microfone, som, fotos, filmagens, atas, painel de satisfação, condução das atividades e premiação. Na EEA optaram por desenvolver as atividades para os alunos do 1º, 2º e 3º anos por meio de um circuito de jogos e brincadeiras, contendo brincadeiras com cordas, pebolim, pega-pega vela, bambolê e cama elástica. Para os alunos dos 4º e 5º anos organizaram um campeonato de Dodgeball. Já EEB escolheram para os 1º e 2º anos: boca do palhaço, chute ao alvo, circuito de obstáculos, boliche, vivo-morto 2

e peteca, 3º e 4º anos: ping-pongue, pepolim, cabo de guerra, basquete e chute ao alvo. Após o evento foi realizada uma autoavaliação com os alunos protagonistas. Resultados e Discussão Considerando as análises dos dados coletados, agrupamos categorias que se mostraram em destaque: Ser protagonista Percebemos, que no começo, em ambas as escolas, os alunos tinham muita dificuldade de exporem suas ideias, mostravam-se inibidos diante das escolhas. Para Costa (2000), educar para participação é criar espaços, possibilitando ao aluno o conhecimento de si próprio. A partir de espaços criados e facilitados, os alunos começaram a se expressar com propriedade, sem medo de errarem ou condenados por uma simples palavra. Conforme destacamos nas falas dos alunos da EEB: A gente teve mais responsabilidade ; Os objetivos foram atingidos, todos se envolveram e participaram das atividades. Ser protagonista neste caso foi perceber que a expressão pessoal de cada um é muito importante de ser compartilhada. Valorização do trabalho em equipe O trabalho em equipe foi uma das qualidades marcantes, pois evidenciamos que eles perceberam a importância do outro na escola, comprovado nos relatos: Para pensar foi bastante difícil, mas a gente consegui realizar o evento porque a gente trabalhou em equipe (EEB); Eu fiz vários amigos e aprendi que o trabalho em equipe é muito mais fácil e divertido (EEA). 3

Para Brotto (2001), na medida em que melhoramos a qualidade de nossas relações interpessoais e sociais, aperfeiçoamos nossas competências para gerar soluções benéficas para problemas comuns. O Protagonismo fortalecendo a Educação Física Evidenciamos que a maioria dos alunos se sentiu importante durante todo o processo e que participariam novamente de outras experiências parecidas na escola. O protagonismo, enquanto participação genuína resulta num ganho de autonomia, autoconfiança, autodeterminação na construção da identidade pessoal, social e no projeto de vida (COSTA, 2000). Todavia, muitos deles destacaram como ponto negativo a negligência de alguns amigos da sala, que não queriam obedecê-los nas atividades, dificultando o andamento do festival: Ensinar para os 1º, 2º e 3º anos foi fácil e melhor para explicar e ensinar, mas para os 4º e 5º anos foi mais difícil, porque eles acham que são grandinhos e que não precisava de ninguém para mandar (EEA). Outro fator que reforçou a importância do protagonismo foi a avaliação de satisfação, realizada com os participantes do festival, a maioria de alunos nas duas escolas optou pelas carinhas felizes, representando estar satisfeitos com o evento. Considerações Finais O protagonismo dos alunos dos 5º anos durante o festival nos possibilitou compreender enquanto professores reflexivos, que essa prática pedagógica é viável e bem vinda à Educação Física. Além disso, foram criadas oportunidades de experiências vivenciais, instigando os alunos a adquirir autonomia na constituição de si como sujeito, permitindo a tomada de decisão e o seu processo de autodesenvolvimento. Integrar o aluno nesse processo de auto-gerenciamento com responsabilidade e construção coletiva, fez com que os eles valorizassem o trabalho do professor, tornando-os não só sujeitos da aprendizagem, mas aquele que 4

aprende junto ao outro, num grupo, construindo valores e o próprio conhecimento, indispensáveis na vida em sociedade. Palavras-chave: Protagonismo; Discentes; Educação Física. Referências COSTA, A. C. G. da. Protagonismo Juvenil: Adolescência, Educação e Participação Democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000. BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de conveniência, Santos, SP: Projeto Cooperação, 2001. SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, M. del P. B. Metodologia de pesquisa. 5 ed. Porto Alegre: Penso, 2013. 5