A produção acadêmica sobre professores: Estudo interinstitucional da região Centro Oeste. Nadir Limeira da Silva 1 Acadêmica do Curso de Pedagogia; Campus de Palmas; e-mail: nadizinha14@hotmail.com PIBIC/UFT. Maria José de Pinho 2 Orientador (a) do Curso de Comunicação Social- Jornalismo; Campus de Palmas; e-mail: mjpgon@mail.uft.edu. RESUMO O que é educação? O que é professor? Temos uma noção superficial destes dois termos, confundindo educação com a escola e professor como responsável por tada educação dos alunos, e é por isso que estas duas temáticas formam o eixo central do subprojeto proposto pela UFG, denominado A produção acadêmica sobre o professor: Um estudo da formação discursiva das dissertações do curso de pós-graduação em educação da UFG, que visou identificar e compreender as concepções de educação e de professor presentes nas dissertações de Mestrado dos anos de 2008. Após a leitura e análise das dissertações, partimos para o preenchimento das fichas catalográficas propostas pelas UFG com itens que iam dos temas estudados (Formação, Profissionalização ou Prática Docente) até as Concepções Teóricas, assim poderíamos identificar dentre as categorias, se as mesmas estão pautadas nos princípios: Tradicional, Escolanovista ou Tecnicista, na Racionalidade Técnica, Crítico-produtivista ou Crítica, ou ainda, Crítico e Pós- Crítico. Palavras- chave: concepção; educação; professor; análise. INTRODUÇÃO Esse resumo faz parte do projeto de pesquisa da bolsa PIBIC, nos meses de agosto de 2011 a agosto de 2012, intitulado A produção acadêmica sobre o professor: Um estudo da formação discursiva das dissertações do curso de pósgraduação em educação da UFG, que encontra-se vinculado ao projeto A produção
acadêmica sobre professores: Um estudo interinstitucional da região Centro Oeste. Este projeto de pesquisa envolve os programas de pós-graduação em educação em seis universidades Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade de Uberaba (UNIUBE) e Universidade Federal do Tocantins (UFT). Os programas da UFU, Uniube são considerados da Região Centro-Oeste pela Capes, o programa da UFT participa deste grupo em função de suas possibilidades históricas. Nesse subprojeto nos fora proposto fazer uma analise sobre educação e professor de forma a identificar as categorias, se as mesmas estão relacionadas nos principios tradicional, escolanovista, tecnicista, ou ainda racionalidade técnica, crítico-produtivista, crítica, crítico ou póscrítico nas dissertações do Curso de Pós-Graduação em Educação da UFG no período 2008. MATERIAL E MÉTODOS O material que utilizamos consiste nas dissertações da Faculdade de Educação da UFG do ano de 2008 (como explicado na introdução). Iniciamos leituras de livros e artigos sobre as temáticas: concepções de educação e de professor para adquirir embasamento dando seguimento ao próximo passo: A análise das dissertações. As dissertações do ano de 2008 que abordam sobre professor e educação somam o total de 33 (trinta e três) e destas nós selecionamos 14(quatorze) que corresponde 42,42% para serem analisadas. RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir das dissertações do ano de 2008, foi possível preencher a ficha catalográfica e assim chegar à definição da concepção de educação e de professor. Faremos uma reflexão resumida do conteúdo dos trabalhos lidos, expondo primeiro a concepção de educação e por seguinte a concepção de professor. Percebemos que a concepção de educação no trabalho Mulheres docentes: saberes e fazeres na cidade garimpeira Cristalândia-TO (1980-2007) do pesquisador Jairo Barbosa Moreira apresenta a concepção tradicional de educação, ou seja, a educação é expressamente disciplinatória e tem como foco principal a equalização social. Três (3) dissertações detém a
concepção da racionalidade técnica: Docência em Língua Estrangeira: Os discursos dos professores e alunos e a prática educativa na sala de aula de César Romero Macêdo; Universidade: O sentido da formação universal e da formação pragmática de Dores Day Alexandre Costa e o trabalho Da crise na educação ao impasse na formação continuada de professores de Raquel Antunes Scartezini. Neles a educação tem o homem como produto objetivo, onde a técnica associa-se ao fazer e a ciência do como fazer. Essa maneira de entender impõe dicotomias e hierarquiza conhecimentos aplicados, abstratos ou teóricos. Sete (7) dissertações apresentam a concepção crítica de educação, nesses trabalhos à educação está situada no horizonte da ação política, voltada para a transformação social, são elas: A concepção de professor no ciclo de formação: Um estudo baseado na proposta de Goiânia (Gestão 2001-2004) da pesquisadora Alessandra Mendonça Leão; Escola Inclusiva na Rede Estadual de ensino no município de Rio Verde/GO da pesquisadora Aparecida Maira de Mendonça Rezende; O educador: angústia e liberdade. Claudio Pires Viana com Uma leitura ontológica, fenomenológica e existencialista do sentido de ser educador em tempo de mal-estar docente; A violência física intrafamiliar como método educativo punitivo-disciplinar e os saberes docentes, da pesquisadora Maria Aparecida Alves da Silva; O proformação e a construção da identidade profissional docente de Marineuza Caldeira de Sousa Prado; Avaliação da aprendizagem- um estudo com professores em exercício de Nilda Maria de Carvalho e a pesquisa Trabalho em grupo na sala de aula universitária de Norma de Castro Moraes. Uma (1) dissertação não pode ter a concepção de educação identificada, pois não demonstra por completo os tópicos exigidos na ficha: Representações Sociais de Sexualidade dos Professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Osvaldo José Sobral. Uma (1) dissertação obteve outra resposta, sendo o trabalho A educação física no estado de Goiás: um olhar sobre a formação docente e sua interface com a inclusão de Max Antônio Borges, pois o texto aborda a questão da educação inclusiva, focando principalmente nas lutas que os portadores de necessidades especiais já venceram e nas falhas que estão presentes na educação brasileira em relação a eles, não demonstrando adequar as opções de concepções de educação presentes nesta ficha. Dentro das dissertações analisadas, no que tange as concepções de professor, foi possível encontrar uma (1) concepção tradicional: dissertação Mulheres docente: saberes e fazeres na cidade garimpeira, Cristalândia-TO (1980-2007) de Jairo Barbosa Moreira, nela o professor é o centro do processo e conduz com rigidez seus alunos, sendo responsável por reproduzir os conteúdos fundamentais que a sociedade exige. Foi identificada uma (1)
concepção escolanovista, no trabalho Escola Inclusiva na Rede Estadual de ensino no município de Rio Verde/GO da pesquisadora Aparecida Maira de Mendonça Rezende, aonde aluno é o centro do processo e professor é um facilitador da aprendizagem de sua aprendizagem. As técnicas pedagógicas promovem os trabalhos coletivos e a inteligência é concebida como instrumento de resolução de problemas. Uma (1) dissertação está inserida na concepção de professor tecnicista: Avaliação da aprendizagem um estudo com professores em exercício, da pesquisadora Nilda Maria de Carvalho, ou seja, o professor é apenas um elo entre a verdade científica e o aluno, portanto, o técnico responsável pela eficiência do ensino. Essa concepção é fundamentada no Taylorismo, tendo ênfase no processo produtivo e na economia de recursos. Dentro das concepções de professor apresentadas, uma (1) é críticoprodutivista: Da crise na educação ao impasse na formação continuada de professores de Raquel Antunes Scartezini, a relação professor/aluno é democrática e baseada no dialogo. O professor deve ampliar a capacidade do aluno, considerando-o como sujeito situado dentro de um determinado contexto social. Foram encontradas oito (8) concepções crítico de professor, sendo os trabalhos: A concepção de professor no ciclo de formação: Um estudo baseado na proposta de Goiânia (Gestão 2001-2004) de Alessandra Mendonça Leão; O educador: angústia e liberdade. Uma leitura ontológica, fenomenológica e existencialista do sentido de ser educador em tempo de mal-estar docente de Claudio Pires Viana; Docência em Língua Estrangeira: Os discursos dos professores e alunos e a prática educativa na sala de aula de César Romero Macêdo; A violência física intrafamiliar como método educativo punitivodisciplinar e os saberes docentes de Maria Aparecida Alves da Silva; O proformação e a construção da identidade profissional docente de Marineuza Caldeira de Sousa Prado; A educação física no estado de Goiás: um olhar sobre a formação docente e sua interface com a inclusão de Max Antônio Borges; Trabalho em grupo na sala de aula universitária de Norma de Castro Moraes e Representações Sociais de Sexualidade dos Professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Osvaldo José Sobral. Na concepção crítica, o professor é mediador do conhecimento, atuando principalmente na transformação das relações de dominação social. Prima-se por formar o homem coletivo. A prática educativa assume um caráter politizador que pode ajudar a rever a postura classista. Uma (1) dissertação, a Universidade: O sentido da formação universal e da formação pragmática de Dores Day Alexandre Costa não identificou a sua concepção de professor, pois faz uma revisão bibliográfica dos estudos relativos da contraposição entre a ideia de formação sofística e a Paidéia platônica. Dos trabalhos analisados, foi encontrada apenas uma (1) dissertação, com a concepção pós-crítica sendo: Discurso pedagógico e discurso universitário: uma aproximação
da pesquisadora Pollyanna Rosa Ribeiro onde á sociedade é compreendida em sua complexidade e a educação aponta para a abertura e a multiplicação de sentidos, subjetividade é o centro do processo. Portanto, as formações inicial e continuada carecem de qualidade prática, pois, o professor precisa exercer sua profissão com liberdade e consciência, como afirma FREIRE (1997). LITERATURA CITADA GUIMARÃES, Walter Soares (org.) Formação e profissão docente. Goiania. Ed, PIUC, 2010. MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa. O pensamento de Foucault e suas contribuições para a educação, (resenha). Educ. Soc., Campinas, vol. 25, n. 87, p. 611-615, maio/ago. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br. NÓVOA, A. O passado e o presente dos professores. In: Nóvoa, A. (org.) profissão professor. Porto, Porto Editora,1995. PERRENOUD, Phillip. (et alli) Formando Professores Profissionais: Quais estratégias? Quais Competências / (org.) Leopold Paquay. 2 ed. Porto Alegre : Artemed, 2001. SANTOS, Jociléia Santana dos (org.); PINHO, Maria José de [et al.].competências interdisciplinares. São Paulo : Xamã, 2009. SOUZA, Ruth Catarina Cerqueira Ribeiro e MAGALHÃES, Solange Martins Oliveira (org.). PESQUISAS SOBRE PROFESSORES (AS): métodos, tipos de pesquisas, temas, ideário pedagógico e referenciais. Goiânia: Ed da PUC Goiás, 2011. SOUZA, Ruth Catarina Cerqueira Ribeiro e MAGALHÃES, Solange Martins Oliveira (org.). PROFESSORES e PROFESSORAS: formação: poiésis e práxis. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2011. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Professor: tecnólogo do ensino ou agente social? In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; AMARAL, Ana Lucia (orgs). Formação de Professores: políticas e debates. Campinas: Papirus, 2002, p. 65-93. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e a Professora Orientadora Maria José de Pinho pelo apoio e compreensão de minhas limitações. "O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.