APRESENTAÇÃO Qualidade de Vida e Suporte Social do Doente com Diabetes Domiciliado



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Transcrição:

APRESENTAÇÃO Qualidade de Vida e Suporte Social do ACES Porto Oriental / Centro de Saúde de Campanhã Unidade de Saúde de S. Roque da Lameira Emília Aparício, Assistente Social Cristina Campos, Psicóloga

Modelo Biopsicossocial O indivíduo, como um ser biopsicossocial, engloba um sistema biológico (aspectos anatomo-fisiológicos e bioquímicos), um sistema social (indivíduo na sua relação com a família e sociedade em geral, normas sociais de comportamento, pressões para mudar de comportamento, valores sociais de saúde), e um sistema psicológico (aspectos racionais e emotivos e relacionados com as experiências sensoriais da história individual), sistemas que se encontram de uma forma integrada. Tanto a saúde como a doença são compreendidas como processos em constante evolução, sofrendo a influência de factores biológicos, sociais e psicológicos que se inter-relacionam (Bolander, 1998) slide 02 de 14

Qualidade de Vida percepção individual da sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores em que vivem e em relação com os seus objectivos, expectativas, padrões e preocupações. Trata-se de um conceito amplo integrando de uma forma complexa a saúde física, estado psicológico, nível de independência, relações sociais, crenças pessoais e as suas relações com aspectos salientes do ambiente. OMS (WHOQOL, 1998) slide 03 de 14

O Suporte Social Refere-se à quantidade e à coesão das relações sociais que envolvem uma pessoa, à força dos laços estabelecidos, à frequência do contacto e ao modo como é percebido que existe um sistema de apoio que pode ser útil e prestar cuidados quando é necessário l Vaz (1999) O conjunto de contactos pessoais mediante os quais um indivíduo mantém a sua identidade social, recebe apoio emocional, ajuda material, informação e serviços, e faz novos contactos sociais, dentro da sua rede social (Marin, 1995; Brannon e Feist, 1997) O grau de satisfação das necessidades sociais básicas, como afecto, estima, pertença, identidade e segurança, que são satisfeitas através da ajuda emocional e instrumental que surge na interacção com os outros, podendo ainda ter um papel na recuperação de uma doença e na adesão a um regime terapêutico. Thoits (1982) slide 04 de 14

Avaliar o impacto da doença na pessoa; Avaliar os efeitos do stress psicossocial na doença; Avaliar o impacto da doença na família; Identificar o suporte social relações sociais como factor central na saúde e na doença; slide 05 de 14

Dados Sócio-Demográficos População alvo: 20 utentes com diabetes que recebem cuidados de saúde no domicílio; Género: Mulheres - 70% Grupo etário: 65 anos - 75% Família: Alargada - 40% Nuclear - 35% Escolaridade: 1º ciclo (4ª classe) - 60% slide 06 de 14

Económicos: a. Reformados - 75% b. Pensionistas - 25% Tipologia Habitacional: a. Habitação Social - 35% b. Ilha - 5% Recursos Informais/Formais: a. Familiar 100% b. Institucional 25% Dados Sócio-Demográficos slide 07 de 14

Económicos: a. Reformados - 75% b. Pensionistas - 25% Tipologia Habitacional: a. Habitação Social - 35% b. Ilha - 5% Recursos Informais/Formais: a. Familiar 100% b. Institucional 25% Dados Sócio-Demográficos slide 08 de 14

Médico de Família - 100% Dados Sócio-Demográficos Número de Consultas Médicas no Ano 2010 (SINUS): De 3 a 6 contactos - 25% Mais de 6 contactos - 75% Tempo da Doença: Varia entre os 6 anos e os 40 anos Vacinação: PNV 95% Gripe: Sazonal 50% Pandémica 35% slide 09 de 14

Qualidade de Vida e Suporte Social do Doente com Diabetes Domiciliado Indicadores de Risco Vive só - 20% Recursos económicos 360-40% Totalmente dependentes/acamados - 35% Sobrecarga da cuidadora - 20% Incapacidade Psíquica - 25% Ausência de expectativa Relação Familiar: Participação Familiar Integração Familiar slide 10 de 14

Qualidade de Vida e Suporte Social do Doente com Diabetes Domiciliado Algumas Considerações Finais 1. Viver sozinho é um indicador, só por si, de grande fragilidade. 2. A rede de suporte social é constituída essencialmente por familiares, o que permite ao doente viver no seu próprio meio e preservar o carácter de intimidade que caracteriza o auto-cuidado na saúde. 3. Mais importante que o cuidado nas AVD s e nas actividades instrumentais é o lado emocional e afectivo do cuidado que a família pode proporcionar. 4. A rede social de suporte domiciliário apresenta benefícios na qualidade de vida do doente. slide 11 de 14

Qualidade de Vida e Suporte Social do Doente com Diabetes Domiciliado Algumas Considerações Finais 5. A perda de autonomia ou autonomia reduzida exige a necessidade de cuidados continuados onde o cuidador frequentemente exprime sobrecarga (o desgaste físico e emocional). 6. A patologia crónica, o tempo da doença, a existência de complicações, o isolamento familiar e social, as fragilidades económicas e as alterações na estrutura familiar condicionam a saúde e o bem-estar físico e emocional, dando origem a sentimentos de angústia, solidão, tristeza e de insatisfação da vida. 7. As habitações, por vezes inadaptadas às condições de dependência em que se encontram, as ilhas, os andares sem elevadores e as habitações antigas. 8. As habitações, por vezes inadaptadas às condições de dependência em que se encontram, as ilhas, os andares sem elevadores e as habitações antigas. slide 12 de 14

Conclusão A qualidade dos cuidados prestados ao doente com diabetes domiciliado depende da conjugação dos recursos informais com os formais, sendo chamados a contribuir a sociedade em geral (família, amigos, vizinhos e instituições públicas/privadas). slide 13 de 14

CONTACTOS Emília Aparício Cristina Campos Centro de Saúde de Campanhã Unidade de Saúde de S. Roque da Lameira Rua S. Roque da Lameira, 2275 4359 317 Porto Tel. 225 366 244 Fax 225 105 540 E-mail: gab_utente@cscampanhã.min-saude.pt Obrigada slide 14 de 14