Gestão Introdução, princípios e fundamentos



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Transcrição:

e-tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil Gerência em Saúde Gestão Introdução, princípios e fundamentos Roberto Rodney Ferreira Junior Ministério da Educação

e-tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil Gerência em Saúde Gestão Introdução, princípios e fundamentos Roberto Rodney Ferreira Junior Montes Claros - MG 2010

Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Coordenadora Geral do e-tec Brasil Iracy de Almeida Gallo Ritzmann Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Alberto Duque Portugal Reitor Paulo César Gonçalves de Almeida Vice-Reitor João dos Reis Canela Pró-Reitora de Ensino Maria Ivete Soares de Almeida Diretor de Documentação e Informações Giuliano Vieira Mota Coordenadora do Ensino Médio e Fundamental Rita Tavares de Mello Diretor do Centro de Ensino Médio e Fundamental Wilson Atair Ramos Coordenador do e-tec Brasil/CEMF/ Unimontes Wilson Atair Ramos Coordenadora Adjunta do e-tec Brasil/ CEMF/Unimontes Rita Tavares de Mello Coordenadores de Cursos: Coordenador do Curso Técnico em Agronegócio Augusto Guilherme Dias Coordenador do Curso Técnico em Comércio Carlos Alberto Meira Coordenador do Curso Técnico em Meio Ambiente Edna Helenice Almeida Coordenador do Curso Técnico em Informática Frederico Bida de Oliveira Coordenador do Curso Técnico em Vigilância em Saúde Simária de Jesus Soares Coordenador do Curso Técnico em Gestão em Saúde Zaida Ângela Marinho de Paiva Crispim GESTÃO INTRODUÇÃO, PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS e-tec Brasil/CEMF/Unimontes Elaboração Roberto Rodney Ferreira Junior Projeto Gráfico e-tec/mec Supervisão Alcino Franco de Moura Júnior Diagramação Hugo Daniel Duarte Silva Marcos Aurélio de Almeda e Maia Impressão Gráfica RB Digital Designer Instrucional Angélica de Souza Coimbra Franco Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira Revisão Maria Ieda Almeida Muniz Patrícia Goulart Tondineli Rita de Cássia Silva Dionísio

AULA 1 Alfabetização Digital Apresentação e-tec Brasil/Unimontes Prezado estudante, Bem-vindo ao e-tec Brasil/Unimontes! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escola técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. O e-tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional qualificada integradora do ensino médio e educação técnica, não só é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Janeiro de 2010 Gestão Introdução, princípios e fundamentos 3 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

AULA 1 Alfabetização Digital Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou curiosidades e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 5 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

AULA 1 Alfabetização Digital Sumário Palavra do professor conteudista...9 Projeto instrucional... 11 Aula 1 Conceitos e fundamentos da gestão e a administração científica.13 1.1 Gestão! O que seria Gestão?... 13 1.2 Arte e Ciência... 14 1.3 O que é Administração?... 14 1.4 A abordagem clássica de Taylor... 15 1.5 Como então Taylor caracterizou a Organização Racional do Trabalho?... 16 Resumo... 18 Atividades de aprendizagem... 19 Aula 2 - A teoria classica da administração... 21 2.1 Teoria Clássica da Administração... 21 2.2 E o Fordismo, o que foi?... 23 2.3 E o Toyotismo. Como se apresentou?... 24 2.4 Quais foram às características do Toyotismo?... 25 Resumo... 26 Atividades de aprendizagem... 27 Aula 3 Teoria neoclássica da administração... 29 3.1 Teoria Neoclássica da Administração... 29 Resumo... 32 Atividades de aprendizagem... 33 Aula 4 - A teoria burocrática da administração... 35 4.1 Teoria Burocrática... 35 4.2 Origens... 35 4.3 E quais seriam as vantagens da Burocracia, se é que elas existem?... 36 Resumo... 38 Atividades de aprendizagem... 39 Aula 5 Teoria estruturalista da administração... 41 5.1 Teoria Estruturalista da Administração... 41 5.2 Origens... 41 5.3 O homem organizacional... 43 5.4 Ambiente organizacional... 44 5.5 Conflitos organizacionais... 44 Resumo... 45 Atividades de aprendizagem... 46 Aula 6 Teoria das relações humanas da administração... 47 6.1 Teoria das Relações Humanas da Administração... 47 6.2 A Experiência de Hawthorne... 48 Gestão Introdução, princípios e fundamentos 7 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 8 Resumo... 52 Atividades de aprendizagem... 53 Aula 7 Teoria comportamental da administração... 55 7.1 Teoria Comportamental da Administração... 55 7.2 O que são estilos administrativos? Como eles se apresentam nas organizações?... 57 7.3 Teoria X e Y... 58 7.4 Teoria Z... 58 7.5 Teoria das Decisões... 58 Resumo... 59 Atividades de aprendizagem... 59 Aula 8 Teoria da contingência da administração... 61 8.1 Teoria da Contingência da Administração... 61 Resumo... 64 Atividades de aprendizagem... 64 Aula 9 Teoria de sistemas da administração... 65 9.1 Teoria Geral de Sistemas... 65 9.2 Mas o que é um Sistema?... 65 Resumo... 68 Atividades de aprendizagem... 69 Aula 10 Teoria do desenvolvimento organizacional... 71 10.1 Teoria do Desenvolvimento Organizacional... 71 10.2 Cultura organizacional... 72 10.3 Clima organizacional... 72 10.4 Mudanças e a organização... 72 10.5 Desenvolvimento Organizacional... 73 Resumo... 74 Atividades de aprendizagem... 74 Referências... 75 Currículo do professor conteudista... 76

AULA 1 Alfabetização Digital Palavra do professor conteudista Caro Aluno: Neste curso, você iniciará o estudo da disciplina Gestão. No contexto das últimas décadas, a nova ordem mundial impôs diversas mudanças e desafios às organizações e aos seus colaboradores, especialmente na área de gestão. Mudanças expressivas de ordem econômica, política, social e tecnológica, aliadas a outros fatores, trazem um significativo aumento na competitividade entre as empresas, notadamente influenciadas pela globalização da economia, pelos mercados concorrenciais mundiais e pelos altos padrões de qualidade exigidos. Permeando os conceitos de competitividade no contexto da atual conjuntura econômica e social em que as organizações estão inseridas, observa-se que nas suas referências perpassam os mais variados tipos de organização, sejam elas públicas, sejam privadas, sejam do terceiro setor, independentemente do seu ramo de negócio, área de atuação ou mercados atendidos ou almejados. À medida que as organizações se expandem, novas demandas emergem em função da criação e ampliação da dinâmica competitiva. A competitividade é assumida como a palavra de ordem no mercado. Neste ínterim, vê-se, por vezes, que a visão competitiva apresenta- -se como fator elementar para o desenvolvimento e sobrevivência das organizações; na área administrativa e de gestão assim também se apresenta. Assim é que, nesta disciplina, convidamo-lo a ampliar o seu conhecimento sobre gestão, bem como aprofundar nas práticas dessa ciência. Você irá conhecer as bases conceituais, os fundamentos, as organizações e as diversas teorias que compuseram a moderna gestão de empresas. Tudo isso é bastante desafiador. Assim, acreditamos que você terá sucesso nesta empreitada! É importante que não deixe de estudar a bibliografia recomendada. Faça as atividades propostas para cada unidade que se encontram no final deste material e não deixe de acessar o ambiente virtual do curso para ter acesso às atividades complementares, às aulas, aos chats e aos fóruns. Bons estudos! O Autor Gestão Introdução, princípios e fundamentos 9 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

AULA 1 Alfabetização Digital Projeto instrucional DISCIPLINA: Gestão introdução, princípios e fundamentos Carga Horária: 60h EMENTA: A Gestão: A evolução do pensamento administrativo, conceitos de organização e administração e suas abordagens. Estruturas organizacionais. AULA 1. Conceitos e Fundamentos da Gestão e a Administração Científica. 2. Teoria Clássica da Administração 3. Teoria Neoclássica da Administração 4. Teoria Burocrática da Administração 5. Teoria Estruturalista da Administração 6. Teoria das Relações Humanas da Administração 7. Teoria Comportamental da Administração OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 1. Esclarecer o significado da palavra gestão e administração; 2. Conhecer a administração científica de Taylor. 1. Apresentar as funções administrativas e os princípios básicos da teoria clássica; 2. Descrever o Toyotismo e o Fordismo. 1. Listar os principais conceitos da teoria neoclássica; 2. Diferenciar eficiência de eficácia. 1. Listar as principais características da teoria burocrática; 2. Descrever as vantagens e disfunções da burocracia. 1. Apresentar as origens da teoria estruturalista; 2. Descrever a tipologia, ambiente e conflitos, além da análise das organizações. 1. Apresentar as origens da teoria das relações humanas; 2. Descrever a experiência de Hawthorne, a motivação, a liderança e os processos e comunicação nas organizações. 1. Conceituar a teoria comportamental 2. Estabelecer um paralelo entre as Teorias de Maslow e Herzberg; 3. Caracterizar os estilos administrativos utilizados nas organizações e sintetizar a teoria das decisões. CARGA HORÁRIA (Horas) 06 h 06 h 06 h 06 h 06 h 06 h 06 h Gestão Introdução, princípios e fundamentos 11 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

8. Teoria da Contingência da Administração 9.Teoria Geral de Sistemas da Administração 10. Teoria do Desenvolvimento Organizacional da Administração 1. Apresentar as Origens da Teoria Contingencial; 2. Definir Ambiente e Tecnologia 1. Esclarecer o significado de organizações mecanicistas e orgânicas; 2. Esclarecer o que é uma Organização de Sistema Aberto. 1. Esclarecer o significado de Cultura e Mudança Organizacional; 2. Apresentar os modelos e os pressupostos básicos do Desenvolvimento Organizacional 06 h 06 h 06 h e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 12

AULA 1 Alfabetização Digital Aula 1 Conceitos e fundamentos da gestão e a administração científica Meta Apresentar os conceitos básicos de Gestão e Administração e a Administração Científica da Administração. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Esclarecer o significado da palavra Gestão e Administração; 2. Conhecer a Administração Científica de Taylor. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos disponibilizados e leia também os textos de apoio. 1.1 Gestão! O que seria Gestão? Você consegue pensar na definição de gestão? Porque estudar gestão em saúde? Na verdade Gestão é sinônimo de Administração. Quando falamos de Gestão de Empresas, seria o mesmo que dizer Administração de Empresas ou Administração de Negócios, referindo-se à Gestão, que pode ser uma gestão de Marcas, de serviços, de processos ou de produtos. Gerir, assim como administrar, tem a ver com todo o controle e ações propostas envolvendo um conjunto que pode ser de pessoas, produtos, serviços, processos e clientes. Gerir é conseguir controlar com eficiência. O termo gestão começou a ter muitas derivações, algumas totalmente dentro do conceito de administração e já outras que são neologismos, ou seja, criação de novos termos a partir de outros já existentes. Então vamos iniciar! Gestão Introdução, princípios e fundamentos 13 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

1.2 Arte e Ciência Administração é simultaneamente, arte, ciência e técnica. Ciência, porque investiga e busca o conhecimento e a compreensão, elabora teorias, leis e hipóteses e aplica o método científico com rigor. Arte, porque capta e comunica uma realidade em um plano vivencial e espiritual em forma subjetiva e pessoal, e; Técnica, porque opera e transforma uma realidade, aplica normas e procedimentos com rigor sobre a base de um programa objetivamente definido. Nesta aula, você vai conhecer sobre gestão, organização e administração, os princípios e fundamentos, as características e funções organizacionais, eficiência e eficácia, as funções do administrador os princípios da administração. Vamos lá, então!!! Figura 1: Administradores Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.faar.edu.br/fotonoticia/ administradores.jpg&imgrefurl=http://www.faar.edu.br/leitor. Acesso em 27 de julho de 2010. 1.3 O que é Administração? A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e miniter (subordinação ou obediência) e significa a realização de uma função abaixo do comendo de outrem, ou seja, a prestação de um serviço a alguém. Tanto o significado como o conteúdo da Administração sofreram uma grande ampliação e aprofundamento ao longo dos tempos e várias teorias surgiram, abordando variáveis e assunto típicos de cada escola, às vezes sobre uma visão mais ampla, outras vezes com comparações e críticas as mais diversas. Cinco variáveis básicas influenciam a teoria da administração, quais sejam: tarefas, pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente. O comportamento dessas variáveis é sistêmico e complexo o que torna tal interação o maior desafio da moderna administração. e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 14

1.4 A abordagem clássica de Taylor No despertar do século XX surgiu a abordagem clássica da administração, advinda principalmente da preocupação em aumentar a eficiência no nível operacional das organizações e de outro a corrente que pregava o aumento da eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos internos ou departamentos e de suas inter-relações estruturais. São origens da abordagem clássica as consequências geradas pela Revolução Industrial através de dois fatos importantes: 1. O crescimento acelerado e desordenado das empresas, e; 2. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações. Surgiu então a Administração Científica de Frederick Taylor cuja tentativa foi a de aplicar métodos da ciência aos problemas da administração a fim de se alcançar uma maior eficiência industrial. A Teoria Geral da Administração nasceu com ênfase voltada para as tarefas. Figura 2: Frederick W. Taylor Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.historiadaadministracao.com.br. Acesso em 02 agosto de 2010. Taylor escreveu em 1903 o seu livro Administração de Oficinas sobre as técnicas de racionalização do trabalho do operário, por meio do estudo de tempos e movimentos. O seu livro resume que: 1) o objetivo da administração é pagar salários melhores e reduzir custos unitários de produção; 2) aplicação de métodos científicos e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações; 3) os empregados devem ser selecionados e colocados em seus postos com condições adequadas para que as normas possam ser cumpridas; 4) os empregados devem ser treinados para aperfeiçoar suas aptidões e executar as tarefas, a fim de cumprir uma produção ótima, e; 5) deve haver uma atmosfera de cooperação entre a administração e os trabalhadores visando garantir um ambiente psicológico adequado. Assim, a administração cientifica de Taylor constitui uma combinação de bons ingredientes, quais sejam: Cooperação; Harmonia; Gestão Introdução, princípios e fundamentos 15 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

Ciência; Desenvolvimento; Rendimento máximo. A tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares por métodos científicos, Taylor deu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT), e que se baseou em oito princípios básicos, a saber: 1) Análise do trabalho e estudo de tempos e movimentos; 2) Estudo da fadiga humana; 3) Divisão do trabalho e especialização do operário; 4) Desenho de cargos e tarefas; 5) Incentivos salariais e prêmios de produção; 6) Condições ambientais de trabalho; 7) Padronização de métodos e máquinas e 8) Supervisão funcional. 1.5 Como então Taylor caracterizou a Organização Racional do Trabalho? Taylor: Os principais aspectos da ORT foram assim caracterizados por Análise do Trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficiente e eficaz; Estudo da Fadiga Humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, a acidentes, a doenças, bem como ao aumento da rotatividade de pessoal; Divisão do Trabalho e Especialização do Operário: cada um se especializaria e desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões; Desenho de Cargos e Tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes; Incentivos salariais e prêmios por produtividade; Condições de Trabalho: o conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade; Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos; Supervisão Funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada; Homem Econômico: o homem é motivado por recompensas salariais, econômicas e materiais. e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 16

Figura 3: Funcionários em um Fábrica Americana Organização Racional do Trabalho Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_gZrkbL2nwXY/ R96hlyZCqI/AAAAAAAAAB4/tZR4egzrncY/s320/taylorism. Acesso em 18 de agosto de 2010. De acordo com Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e obedecer a certo período de tempo, para evitar alterações bruscas que causem descontentamento por parte dos empregados e prejuízos aos patrões. Essa implantação requer um período de quatro a cinco anos para um progresso efetivo. Para Taylor, o operário não tem capacidade, nem formação, nem meios para analisar cientificamente o seu trabalho e estabelecer racionalmente qual o método ou processo mais eficiente. Geralmente, o supervisor comum deixava ao arbítrio de cada operário a escolha do método ou processo para executar seu trabalho, para encorajar sua iniciativa. Porém, com a Administração Cientifica ocorre uma repartição de responsabilidade: a Administração (gerência) fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (assistência contínua ao trabalhador durante a produção), e o trabalhador fica com a execução do trabalho, pura e simplesmente. Podemos perceber pela caracterização da Administração Científica que as empresas eram vistas como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. Um sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, a empresa é um sistema que se movimenta conforme as condições internas e externas, portanto, um sistema aberto e dialético. As instituições de saúde devem ser sempre um sistema aberto, pois o dinamismo e as interações internas e externas influenciam sempre a sua gestão. Enquanto técnico em gerência em saúde você de perceber e buscar sempre essa interação através de uma gestão participativa. Diante das questões vividas e apresentadas na época, Taylor deixou alguns princípios básicos importantes. Um princípio é uma afirmação válida para uma determinada situação prevista antecipadamente, a respeito do que deverá ser feito quando aquela situação ocorrer. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 17 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

Então vejamos: Os quatro princípios fundamentais da Administração Científica são: Princípio do Planejamento: substituir o critério individual do operário, a improvisação e o empirismo por métodos planejados e testados. Princípio da seleção dos Trabalhadores: selecionar os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem de acordo com o método planejado. Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com o método estabelecido e segundo o plano de produção. Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades, para que a execução do trabalho seja o mais disciplinado possível. Resumo Nesta aula, você aprendeu que: Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos). Além de objetivos e recursos, as organizações têm dois outros componentes importantes: processos de transformação e divisão do trabalho. Processo significa atividade ou ação. A administração é o processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. Decisões significam escolhas. A administração é resultado histórico da contribuição de alguns filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários que, ao longo do tempo, foram desenvolvendo e divulgando suas obras e teorias. Administração Científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado o pai da Administração Científica. Caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando aumentar a eficiência da empresa no nível operacional. Os quatro princípios fundamentais da Administração Científica são: 1. Princípio do Planejamento; 2. Princípio da Preparação dos Trabalhadores; 3. Princípio do Controle; 4. Princípio da Execução. Informações sobre a próxima aula Até lá! Na próxima aula, estudaremos a Teoria Clássica da Administração. e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 18

Atividades de aprendizagem De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda às questões propostas. a) O que é Administração? b) Enumere os princípios fundamentais da Administração Científica. c) Descreva e comente sobre um dos Princípios do Administrador. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 19 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

AULA 1 Alfabetização Digital Aula 2 - A teoria classica da administração Meta Apresentar os conceitos básicos de Teoria Clássica da Administração. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Apresentar as Funções Administrativas e os Princípios Básicos da Teoria Clássica; 2. Descrever o Toyotismo e o Fordismo. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos disponibilizados e leia também os textos de apoio. 2.1 Teoria Clássica da Administração Em 1916 surgiu na França a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa executada pelo funcionário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deve possuir para ser eficiente. A Teoria Clássica parte do todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência em todas as partes envolvidas. A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol que expôs sua teoria no livro Administração Industrial Geral. Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções básicas, a saber: Funções técnicas; Funções comerciais; Funções financeiras; Funções administrativas; Funções de segurança; Funções contábeis. Para esclarecer a função administrativa, Fayol define o ato de administrar como o de: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Fayol apresentou e tentou definir ainda os princípios gerais de Administração sendo tais princípios maleáveis e que se adaptam a qualquer circunstância, tempo ou lugar: Gestão Introdução, princípios e fundamentos 21 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

Divisão do trabalho: especialização das tarefas e das pessoas - maior eficiência; Autoridade e responsabilidade: direito de dar ordens e ser obedecido (autoridade) versus a obrigação de obedecer (responsabilidade) reciprocidade. Disciplina: obediência, aplicação, energia, comportamento, respeito. Unidade de comando: autoridade única. Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada grupo com mesmo objetivo. Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais. Remuneração de pessoal: justa e garantida satisfação para os empregados e a organização. Centralização: concentração de autoridade no topo de organização. Cadeia escalar: linha de autoridade do nível mais alto ao mais baixo. Ordem: material e humana. Um lugar para cada coisa. Equidade: amabilidade e justiça = lealdade. Estabilidade e duração do pessoal: (num cargo) quanto mais tempo, melhor. Rotação possui efeito negativo. Iniciativa: visualizar um plano e assegurar seu sucesso. Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização. Figura 4: Henry Fayol Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://econocuba.com/fayol. jpg&imgrefurl=http://econocuba.com/economistas01.html. Acesso em 31 de julho de 2010. Concomitantemente à apresentação dos seus princípios básicos Fayol definiu a organização como sendo uma estrutura. Para Fayol, a organização abrange o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo, portanto, estática e limitada. A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando, ou seja, uma linha de autoridade que interliga as posições da organização e define que se subordina a quem. A cadeia de comando (também denominada Cadeia Escalar) baseia-se no princípio da unidade de comando, que significa que cada empregado deve se reportar a um só superior. A organização deve caracterizar-se por uma divisão do trabalho claramente definida. A divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas. A ideia básica era a de que as organizações com elevada e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 22

divisão do trabalho seriam mais eficientes do que aquelas com pouca divisão do trabalho. Enquanto a Administração Científica se preocupava com a divisão do trabalho em relação ao operário, fragmentando suas tarefas, a Teoria Clássica se preocupava com a divisão dos órgãos que compõem a organização, isto é, departamentos, seções, divisões, etc. A divisão do trabalho pode ocorrer em duas direções: a. Verticalmente: níveis de autoridade e responsabilidade (Escala Hierárquica) b. Horizontalmente: diferentes tipos de atividades desenvolvidas na organização. A Departamentalização refere-se à especialização e ao desdobramento horizontal da organização. A homogeneidade é obtida na organização quando são reunidos, na mesma unidade, todos os que estiverem executando o mesmo trabalho, pelo mesmo processo, para a mesma clientela, no mesmo lugar. Fayol se preocupou também com a chamada Organização Linear, que constitui um dos tipos mais simples de organização. A organização linear se baseia nos princípios de: a. Unidade de comando ou supervisão única: um indivíduo possui apenas um chefe b. Unidade de direção: todos os planos se integram a planos maiores que conduzam os objetivos da organização c. Centralização da autoridade: toda a autoridade máxima de uma organização deve estar centralizada no topo d. Cadeia escalar: a autoridade deve estar disposta em uma hierarquia. Apesar da sua notável contribuição à administração, muitas críticas são dirigidas a Fayol, pela sua obsessão pela unidade de comando, pela acentuada centralização e também com relação à pouca originalidade na sistematização e na definição dos princípios de administração. Um ponto que não podemos deixar de mencionar nesta aula diz respeito a dois modelos importantes desta história recente da administração: o Fordismo e o Toyotismo. 2.2 E o Fordismo, o que foi? Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o Fordismo é um modelo de produção em massa que revolucionou a indústria automobilística na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Ele possuía desde a fábrica de vidros, a plantação de seringueiras, até a siderúrgica. Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão foi atingida: tornar o automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 23 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que se movimentavam enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da produção. Dessa forma, não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores. O método de produção fordista exigia vultosos investimentos e grandes instalações, mas permitiu que Ford produzisse mais de dois milhões de carros por ano durante a década de 1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como Ford Bigode. Na década de 1970, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses no mercado automobilístico, o Fordismo e a Produção em massa entram em crise e começam gradativamente a serem substituídos pela produção enxuta, modelo de produção baseado no Sistema Toyota de Produção. Figura 5: Henry Ford em 1923. Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://amotivo.files.wordpress.com/2010/04/ henryford.gif&imgrefurl=http://amotivo.wordpress.com. Acesso em 27 de julho de 2010. 2.3 E o Toyotismo. Como se apresentou? O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista originário do Japão, resultante da conjuntura desfavorável do país. O Toyotismo foi criado na fábrica da Toyota no Japão após a Segunda Guerra Mundial. Esse modo de organização produtiva, elaborado por Taiichi Ohno, foi caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo japonês) adquirindo uma projeção global. O Japão foi o berço da automação flexível, pois apresentava um cenário diferente dos Estados Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital, matéria-prima escassa e grande disponibilidade de mão de obra não especializada, impossibilitavam a solução Taylorista-Fordista de produção em massa. A resposta foi o aumento na produtividade na fabricação de pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos, voltados e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 24

para o mercado externo, de modo a gerar divisas tanto para a obtenção de matérias primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e bens de capital necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria industrialização. Figura 6: Operário na Indústria - Toyotismo Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ ju/maio2006/fotosju324online/ju3234pg09f.jpg. Acesso em 02 de agosto de 2010. 2.4 Quais foram às características do Toyotismo? O Toyotismo como um sistema pode ser teoricamente caracterizado por seis aspectos importantes, a saber: 1. Mecanização flexível: uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez. 2. Processo de multifuncionalização de sua mão de obra, uma vez que, por se basear na mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados a mão de obra não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista. 3. Implantação de sistemas de controle de qualidade total: através da promoção de palestras de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um aprimoramento do modelo norte-americano, no qual, ao se trabalhar com pequenos lotes e com matérias-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a qualidade total. 4. Sistema Just in Time: essa técnica de produção foi originalmente elaborada nos EUA, no início do século XX, por iniciativa de Henry Ford, mas não foi posta em prática. Seu objetivo foi produzir o necessário, na quantidade necessária e no momento necessário, o que foi vital numa fase de crise econômica, em que a disputa pelo mercado exigiu uma produção ágil e diversificada. 5. Personificação dos produtos: fabricar o produto de acordo com o gosto do cliente. 6. Controle visual: havia alguém responsável por supervisionar as etapas produtivas. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 25 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

Resumo Nesta aula você aprendeu que: A Teoria Clássica da Administração, idealizada por Henri Fayol, caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência. Henry Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Frederick Taylor, quais sejam: Divisão do trabalho; Autoridade; Disciplina; Unidade de comando; Unidade de direção; Subordinação dos interesses individuais (ao interesse geral); Remuneração; Centralização (ou Descentralização); Linha de comando (Hierarquia); Ordem; Equidade; Estabilidade dos funcionários; Iniciativa; Espírito de equipe. As Funções Administrativas apresentadas por Fayol foram: Planejar: estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como seriam alcançados. Parte de uma sondagem do futuro desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções. Organizar: é a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, sejam financeiros, sejam materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido. Comandar: faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos. Coordenar: a implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e dos esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas. Controlar: controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas. O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista originário do Japão, resultante da conjuntura desfavorável do e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 26

país. O Toyotismo é um modo de organização produtiva, elaborado por Taiichi Ohno, caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial. O Fordismo é um modelo de produção em massa que revolucionou a indústria automobilística na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Atividades de aprendizagem De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda às questões propostas. a) Descreva as funções administrativas e sua relevância para a administração. b) Descreva e argumente: qual o principal objetivo da Teoria Clássica? c) Enumere os princípios básicos da Teoria Clássica da Administração. d) Que reflexos trouxeram o Toyotismo para o mundo atual? e) Faça um paralelo entre o Fordismo e o Toyotismo. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 27 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

AULA 1 Aula Alfabetização 3 Teoria Digital neoclássica da administração Meta Apresentar os conceitos inerentes a Teoria Neoclássica da Administração e suas consequências. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Listar os principais conceitos da Teoria Neoclássica; 2. Diferenciar eficiência de eficácia. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você tenha um bom conhecimento das primeiras duas aulas que versaram sobre a Administração Cientifica e a Teoria Clássica da Administração. 3.1 Teoria Neoclássica da Administração Agora vamos entender a Teoria Neoclássica! Uma nova teoria que nos é colocada agora. A Teoria Neoclássica da Administração é o nome dado a um conjunto de teorias que surgiu na década de 50 e que propõe uma retomada das abordagens clássica e científica da administração. Essa teoria tem como principal referência Peter Drucker, mas também inclui um grupo amplo de autores como Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George Terry. A abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção da abordagem clássica devidamente atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao tamanho das organizações de hoje. Figura 7: Peter Drucker Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://marcioguilherme.apostos.com/wpcontent/files/2005/11/peterdrucker.jpg. Acesso em 03 de agosto de 2010. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 29 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

A abordagem neoclássica baseia-se nos seguintes fundamentos: 1. A administração é um processo operacional composto de funções, como o planejamento, a organização, a direção e o controle. 2. A administração por envolver uma variedade de situações organizacionais precisa fundamentar-se em princípios básicos que tenham razoável valor preditivo. 3. Os princípios de administração, a exemplo dos princípios das ciências lógicas e físicas, são verdadeiros e necessários; 4. A cultura e o universo afetam o meio ambiente do administrador. Como técnica e ciência a teoria da administração não precisa abarcar todo o conhecimento para servir de fundamentação científica dos princípios de administração. Drucker apresenta as principais características da Teoria Neoclássica como sendo: a. O pragmatismo; b. a reafirmação dos postulados clássicos da administração; c. a ênfase nos princípios gerais da administração; d. a ênfase nos objetivos e resultados; e. no ecletismo de opiniões e pontos de vista. Apresentam ainda os neoclássicos que os princípios básicos da organização são: 1. Divisão do Trabalho Decomposição de um trabalho em atividades menores. Surgem os níveis hierárquicos: institucional, funcional e operacional. 2. Especialização Consequência da divisão do trabalho. Cada nível ou departamento possui funções específicas. 3. Hierarquia Consequência da divisão do trabalho e da especialização. A existência de diversas tarefas exige a diferenciação de poder. Quanto maior a organização, normalmente maior é o nível hierárquico. Aplicação dos conceitos de autoridade, responsabilidade e delegação. 4. Autoridade Alocada em cargos, e não em pessoas. Aceita pelos subordinados. Flui de cima para baixo. 5. Responsabilidade Inerente às pessoas e não aos cargos. Dever de desempenhar o cargo ou a tarefa entregue. 6. Delegação Alocado ao cargo. Processo de transferir autoridade e/ou responsabilidade para níveis inferiores da hierarquia. Deve-se: Delegar a tarefa inteira. e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 30

Delegar à pessoa certa. Proporcionar informação constante e adequada. Avaliar e recompensar o desempenho. 7. Amplitude administrativa Refere-se ao número de subordinados que um indivíduo pode ter. Organização alta ou achatada. 8. Centralização e descentralização. Refere-se à alocação da autoridade nos indivíduos, quanto à tomada de decisão. Centralização é, unidade de comando. Descentralização é, supervisão funcional. Nesse contexto, salientam ainda que há três aspectos principais nas organizações: a. Quanto aos objetivos: as organizações não vivem para si próprias, mas são meios, isto é, são órgãos sociais que visam à realização de uma tarefa social; b. Quanto à administração: todas as organizações são diferentes em seus objetivos e em seus propósitos, mas são essencialmente semelhantes na sua composição administrativa; c. Quanto ao desempenho individual: são as pessoas que fazem, decidem e planejam, enquanto as organizações são ficções legais. Importante e imprescindível devem ser consideradas as organizações sob o ponto de vista de sua eficiência e eficácia, simultaneamente. Eficácia é uma medida do alcance de resultados, enquanto a eficiência é uma medida da utilização dos recursos nesse processo. EFICIÊNCIA Ênfase nos meios. Resolver problemas. Salvaguardar recursos. Cumprir tarefas e obrigações. Treinar os subordinados. Fazer corretamente as coisas. Manter as máquinas. EFICÁCIA Ênfase nos resultados. Fazer as coisas certas. Atingir objetivos. Otimizar a utilização dos recursos. Obter resultados. Dar eficácia aos subordinados. Máquinas em bom funcionamento. A administração por objetivos constitui um modelo administrativo identificado com o espírito pragmático e democrático da Teoria Neoclássica e apresenta as seguintes características: Estabelecimento conjunto de objetivos entre o gerente e o seu superior; Estabelecimento de objetivos para cada departamento ou cargo; Gestão Introdução, princípios e fundamentos 31 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

Interligação entre os vários objetivos táticos e departamentais; Ênfase na mensuração e no controle dos resultados; Contínua avaliação, reavaliação, revisão e reciclagem dos planos; Participação atuante das gerências. A marca mais forte da Teoria Neoclássica está, na ênfase que ela dá ao planejamento estratégico das organizações e onde a APO se firma como síntese de funcionamento ideal para as instituições que dele fazem uso. Após a APO houve uma evolução no estilo administrativo gerando novos ciclos e nova dinâmica no ato de administrar. Resumo Nesta aula você aprendeu que: A Teoria Neoclássica surgiu da necessidade de se utilizarem os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos de qualquer teoria pioneira e condensando-os com outros conceitos igualmente válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas ao longo das três últimas décadas. A Teoria Neoclássica pode ser identificada por meio de algumas características marcantes: a ênfase na parte prática da administração, a reafirmação relativa (e não absoluta) dos postulados clássicos, a ênfase nos primeiros clássicos de administração, a ênfase nos resultados e objetivos e, sobretudo, no ecletismo aberto e receptivo. O ponto fundamental da Teoria Neoclássica é o de ser a administração uma Técnica Social básica. Isso leva à necessidade de o administrador conhecer, além dos aspectos técnicos e específicos de seu trabalho, os aspectos relacionados à direção de pessoas dentro das organizações. A Teoria Neoclássica surgiu com o crescimento exagerado das organizações. Uma das respostas que procurou dar foi a respeito do dilema centralização versus descentralização. Boa parte do trabalho dos neoclássicos está voltada para fatores que levam à decisão de descentralização, bem como às vantagens e desvantagens que a descentralização proporciona. A Teoria Neoclássica enfatiza as funções do administrador: o planejamento, a organização, a direção e o controle. No seu conjunto, essas funções administrativas formam o processo administrativo. A APO é um processo no qual os funcionários identificam objetivos comuns, definem suas responsabilidades e traçam uma linha guia de ação. Os princípios básicos da APO são três: objetivos específicos, tempo definido e feedback sobre desempenho. e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 32

Atividades de aprendizagem De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda às questões propostas. a) Explique como surgiu a Teoria Neoclássica da Administração. b) Dê exemplos de eficiência e de eficácia. c) Ordene um paralelo entre as vantagens da centralização e as vantagens da descentralização. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 33 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

AULA 1 Aula Alfabetização 4 - A teoria Digital burocrática da administração Meta Objetivos Apresentar a Teoria Burocrática da Administração. Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Listar as principais características da Teoria Burocrática; 2. Descrever as vantagens e disfunções da burocracia. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você tenha entendido bem os conceitos apresentados até aqui neste caderno didático. 4.1 Teoria Burocrática Agora nós vamos trabalhar um pouco sobre a Teoria Burocrática da Administração. Vamos ver suas origens e vantagens. Venha, vamos trabalhar um pouco sobre essa Teoria. 4.2 Origens A Teoria da Burocracia teve início na administração por volta de 1940 apresentando-se sob os seguintes aspectos: Fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas; A necessidade de um modelo de organização racional; O crescente tamanho e complexidade das organizações e,; O ressurgimento da Sociologia da Burocracia. A Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, ou seja, na adequação dos meios aos fins pretendidos de forma a garantir a máxima eficiência possível ao alcance dos objetivos. Max Weber notou que o capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir das mudanças religiosas ocorridas inicialmente em países protestantes como Inglaterra e Holanda e não em países católicos. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 35 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes

Figura 8: Max Weber Fonte: http://www.google.com.br/images?um=1&hl=ptbr&biw=1280&bih=579&tbs=isch%3a1&sa=1 &q=max+weber&aq=f&aqi=g4&aql=&oq=&gs_rfai. Acesso em 13 de agosto de 2010. A Burocracia, segundo Weber, baseia-se nas seguintes características: 1. No caráter legal das normas. 2. No caráter formal da comunicação. 3. Na divisão do trabalho. 4. Na impessoalidade no relacionamento. 5. Na hierarquização da autoridade. 6. Nas rotinas e procedimentos. 7. Na competência técnica e no mérito. 8. Na especialização da administração. 9. Na profissionalização dos participantes. 10. Na previsibilidade. A burocracia possui, ainda, como consequências previstas a previsibilidade do comportamento humano e a padronização do desempenho dos funcionários, com a finalidade de atingir a máxima eficiência da organização. 4.3 E quais seriam as vantagens da Burocracia, se é que elas existem? Weber viu inúmeras razões para explicar o avanço da Burocracia sobre as outras formas de associação. Para ele, comparar os mecanismos burocráticos com outras organizações é o mesmo que comparar a produção da máquina com outros modos não mecânicos de produção. As vantagens da Burocracia, para Weber, são: 1. Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização; 2. Precisão na definição do cargo e na operação pelo conhecimento exato dos deveres; 3. Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve ser feito, por quem deve ser feito, as ordens e que papéis tramitam através de canais pré-estabelecidos; e-tec Brasil/CEMF/Unimontes 36

4. Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita. Por outro lado, a informação é discreta, pois é fornecida apenas a quem deve recebê-la; 5. Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorecem a padronização, a redução de custos e de erros, pois os procedimentos são definidos por escrito; 6. Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado. Além disso, os critérios de seleção e escolha do pessoal baseiam-se na capacidade e na competência técnica; 7. Redução do atrito entre as pessoas, pois cada funcionário conhece aquilo que é exigido dele e quais são os limites entre suas responsabilidades e as dos outros; 8. Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias; 9. Subordinação dos mais novos aos mais antigos, dentro de uma forma estrita e bem conhecida, de modo que o superior possa tomar decisões que afetem o nível mais baixo; 10. Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de acordo com regras conhecidas, em que grande número de casos similares são metodicamente tratados dentro da mesma maneira sistemática; 11. Existem benefícios sob o prisma das pessoas na organização, pois a hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se tornarem especialistas em seus campos particulares, podendo encarreirar-se na organização em função de seu mérito pessoal e competência técnica. Como crítica apontou-se que a Teoria Burocrática, possuía: 1. Excesso de formalismo da burocracia. 2. Mecanicismo e as limitações da Teoria da Máquina. 3. Conservantismo da burocracia. 4. Abordagem de sistema fechado. 5. Abordagem descritiva e explicativa. 6. Críticas multivariadas à burocracia. Apesar de todas as limitações e restrições, a burocracia é talvez uma das melhores alternativas de organização, superior a várias alternativas tentadas no decorrer do século XX. O mais importante é que a Teoria da Burocracia deixou de lado a abordagem normativa e prescritiva para dedicar-se a uma abordagem descritiva e explicativa. Gestão Introdução, princípios e fundamentos 37 e-tec Brasil/CEMF/Unimontes