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Transcrição:

Origem: PRT 2ª SANTOS/SP Órgão Oficiante: DRA. GISELLE ALVES DE OLIVEIRA Interessado 1: SIGILOSO Interessado 2: NORTON NUMES RECUPERAÇÃO DE ATIVOS LTDA Assunto: TEMAS GERAIS 09.06.02.01. 09.06.03.01. JORNADA DE TRABALHO EXCESSIVA. Dentre as metas prioritárias do MPT está a de garantir o meio ambiente do trabalho adequado, devendo-se para tanto promover atividades extrajudiciais e judiciais para exigir o cumprimento das normas de saúde, higiene e segurança do trabalho. Arquivamento que não se homologa. I RELATÓRIO Trata-se de recurso administrativo interposto nos autos do procedimento administrativo instaurado em face de Norton Numes Recuperação de Ativos Ltda. A i. Procuradora oficiante promoveu o arquivamento do procedimento às fls. 11/12v, sob os seguintes fundamentos: Trata-se de notícia de fato instaurado em decorrência de denúncia sigilosa noticiando, em suma, a prática das seguintes 1

irregularidades pela empresa ora denunciada: Jornada extraordinária em desacordo com a Lei; Intervalo interjornada. Feita pesquisa no sistema CODIN não foi encontrado registro de denúncia em face da denunciada, fls.4. Pois bem; todos os fatos relatados na denúncia que ensejou a instauração do procedimento em epígrafe dizem respeito a supostas irregularidades que estariam sendo praticadas pela empresa em decorrência do denunciante entender que os trabalhadores deveriam ser enquadrados como teleatendentes cabendo, assim, a eles o disposto no anexo II da NR 17, inclusive no que tange à jornada de trabalho. Conforme dispõe o item 1.1.2 do anexo II da NR 17, entende-se como trabalho de teleatendimento, aquele cuja comunicação com interlocutores clientes e usuários é realizada à distância por intermédio de voz e/ou mensagens e fala telefônica e sistemas informatizados ou manuais de processamento de dados. Nos termos do que dispõe o item 3 do anexo II da NR 17, são equipamentos dos postos de trabalho dos operadores de teleatendimento os head-sets. Todavia, a utilização dos referidos instrumentos pelos trabalhadores não restaram demonstrados nos termos dispostos na denúncia. Assim sendo, as irregularidades apontadas na denúncia dependem do efetivo enquadramento dos trabalhadores na função de operadores de teleatendimento. No entanto, para as irregularidades que constituem objeto deste expediente existem instituições próprias para verificação e apenamento do denunciado, como a Superintendência Regional do Trabalho, bem como cabe ao próprio trabalhador buscar seu direito individualmente. Ressalta-se que não se insere entre as atribuições do Parquet o exercício de atividade meramente fiscalizatória de empresas privadas com vistas ao cumprimento da lei em relação a cada empregado, função esta que é típica dos agentes de fiscalização dos órgãos do Poder Executivo (art. 21, XXIV da Constituição Federal), 2

a quem cabe verificar, caso a caso e periodicamente, o cumprimento da lei. Desse modo, eventuais investigações do Ministério Público do Trabalho com o fim de identificar lesões de caráter transindividual não podem ser confundidas com a atividade fiscalizatória, por exemplo, do Ministério do Trabalho e Emprego, uma vez que são atuações distintas, com finalidades distintas e realizadas por agentes distintos. (...) Assim é que, uma vez comprovada a veracidade das informações com ela trazidas, entendo que a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego é suficiente para regularizar a questão, nos termos do art. 626, da CLT. Não o sendo, após comunicação daquele órgão, que o fará por dever de ofício, independentemente de solicitação, poderá, então, haver intervenção do Ministério Público do Trabalho. (...) No caso em comento, como já referido, eventual prejuízo causado a cada um dos trabalhadores deverá ser devidamente comprovado, sendo que sua reparação poderá ser pleiteada tanto individualmente pelo próprio interessado, como indiretamente, como a assistência do sindicato representativo da categoria. Não se vislumbra, portanto, hipótese de atuação do Ministério Público do Trabalho, seja pela ausência de relevância social (Precedente n. 17 do CSMPT); seja em razão da legitimidade concorrente da entidade sindical para e defesa dos interesses supostamente violados; seja por não caber ao Parquet o exercício de atividade meramente fiscalizatória. contrarrazões às fls. 22/25. Foram apresentadas razões recursais às fls. 12/12v e 3

arquivamento do feito (fl. 27). O membro oficiante manteve seu entendimento pelo Distribuído o feito a minha relatoria, passo ao exame. II ADMISSIBILIDADE Conheço do presente recurso, haja vista a observância do prazo previsto no artigo 10-A da Resolução CSMPT nº 69/2007, bem como pelo inconformismo da manifestação do recorrente, essencial ao recurso. III VOTO Com a devida venia do entendimento esposado pelo Órgão oficiante, verifica-se pelo teor da denúncia colacionada aos autos a existência de irregularidades quanto à jornada de trabalho, podendo-se inferir possibilidade de excesso de jornada e falta de intervalo entre jornadas. Ademais, a denúncia informa que as irregularidades atingem um número significativo de trabalhadores. Eis o teor da denúncia (fls. 05/07): Boa tarde, venho por meio desta registrar uma reclamação da empresa citada, onde a mesma a meu ver, comete algumas irregularidades que vim a ter ciência após fazer algumas pesquisas, colocarei abaixo um dos sites do qual obtive as informações: http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/teleatendimento.h tml Através desta pesquisa, pude observar que a empresa: 4

1º Reclamação: Na carteira de trabalho consta como função \\\ Agente de Negócios\\\, porém na verdade o que fazemos é um trabalho de Teleatendimento, pois passamos toda a jornada de trabalho utilizando o telefone, fazendo cobrança de mensalidades atrasadas e ouvindo reclamações e baixarias, ou enviando boletos aos e-mails dos clientes durante este contato telefônico, que é a principal característica da empresa, a recuperação do crédito, também registramos tudo em um programa de computador, além da ligação ser gravada. Nos (sic) fazemos as ligações, mas também atendemos os clientes que entram em contato no 088 ou no e-mail da empresa. Em pesquisa a norma reguladora NR17, anexo II, os artigos 1.1 o 1.12 caracterizam nossa real função: 1.1.2. Entende-se como trabalho de teleatendimento/telemarketing aquele cuja comunicação com interlocutores clientes e usuários é realizada à distância por intermédio da voz e/ou mensagens eletrônicas, com utilização simultânea de equipamentos de audição/escuta e fala telefônica e sistemas informatizados ou manuais de processamento de dados. E 1.1. As disposições deste Anexo aplicam-se a todas as empresas que mantém serviço de teleatendimento/telemarketing nas modalidades ativo ou receptivo em centrais de atendimento telefônico e/ou centrais de relacionamento com clientes (call centers), para prestação de sérvios, informações e comercialização de produtos. Na empresa temos 4 Call Centers, sendo que somente 2 possuem supervisão, porém quando solicitado, a supervisão vai aos demais. Mas está disponível através do ramal. 2º Reclamação: Nossa jornada de trabalho é de 89 (sic) horas diárias mais 4 horas aos sábados, sendo 49 horas semanais, sendo que na NR17, consta no artigo 5.3: 5.3. O tempo de trabalho em efetiva atividade de teleatendimento/telemarketing é de, no máximo 6 (seis) horas diárias, nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração. 5

3º Reclamação: Temos somente um intervalo de 15 min que é o concedido no final da tarde, normalmente 2 horas antes do horário de saída. O que também diverge com a NR17, artigo 5.4.1: 5.4.1. As pausas deverão ser concedidas: a) fora do posto de trabalho; b) em 02 (dois) períodos de 10 (dez) minutos contínuos; c) após os primeiros e antes dos últimos 60 (sessenta) minutos de trabalho em atividade de teleatendimento/telemarketing. 4º Reclamação: É imposto e exigido que todos os funcionários sigam com o script de atendimento, onde a supervisão, mensalmente faz uma pequena reunião com cada funcionário e o faz ouvir de 2 a 3 ligações efetuadas por ele, onde observa se o mesmo está cumprindo com o script. Nos casos em que não há supervisão q (sic) exige o cumprimento total do mesmo. O que também diverge com o artigo 5.11, a, da NR17: 5.11. É vedado ao empregador: a) exigir a observância estrita do script ou roteiro de atendimento; Oportuno consignar que dentre as metas prioritárias do MPT está a de garantir o meio ambiente do trabalho adequado, devendo-se para tanto promover atividades extrajudiciais e judiciais para exigir o cumprimento das normas de saúde, higiene e segurança do trabalho. E a Câmara de Coordenação e Revisão, acorde com esse objetivo, tem decidido reiteradamente no sentido de ser necessária a persecução ministerial quando o objeto da investigação indicar lesão a normas de saúde, higiene e segurança do trabalhador. 6

EMENTA: JORNADA DE TRABALHO. NORMAS DE PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR. Diante de notícia de excesso de jornada de trabalho e de possível prestação de horas extras de forma habitual, com possibilidade de prejuízo para a saúde e segurança do trabalhador, torna-se necessária a atuação do MPT. Promoção de arquivamento não homologada. (Processo PGT/CCR 5048/2013 Relatora Maria Aparecida Gugel) EMENTA: FALTA DE REGISTRO EM CTPS. Necessidade de continuidade investigatória para que se determine, com precisão, a ocorrência da conduta empresarial denunciada e de sua real extensão. No caso, vislumbra-se a necessidade de ação do MPT, mesmo quando o número de empregados não se apresenta expressivo, tendo em vista o bem a ser protegido. JORNADA DE TRABALHO EXCESSIVA. Denúncia de que empresa do setor de confecções mantém jornada de 10 as 22 horas, sem intervalo e pagamento de horas extraordinárias, o que merece ser investigado. Trata-se de meta prioritária. Proposta de arquivamento não homologada. (Processo PGT/CCR 8151/2013 Relatora Maria Aparecida Gugel) FALTA DE REGISTRO. EXCESSO DE JORNADA DE TRABALHO. NÃO CONCESSÃO DE INTERVALO INTRAJORNADA. Vislumbra-se a necessidade de ação o MPT, mesmo quando o número de empregados não se apresenta expressivo, tendo em vista o bem a ser protegido. Promoção de arquivamento não homologada. (Processo CCR/PP nº 7276/2011 Relatora Dra. Eliane Araque dos Santos 26.08.2011). Desse modo, entendo precoce o arquivamento, demandando o caso diligências mínimas para a verificação da existência e extensão das irregularidades denunciadas, as quais apresentam relevância social, diferentemente das questões apenas referentes ao não pagamento de verbas trabalhistas. 7

IV CONCLUSÃO Pelo exposto, pedindo venia ao Órgão oficiante, deixo de homologar a promoção de arquivamento, determinando o retorno dos autos à PRT de origem para as providências cabíveis. Brasília, 20 de maio de 2014. OTAVIO BRITO LOPES Membro da CCR Relator 8