TEMA Políticas Institucionais produtivistas e saúde docente



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Roteiro de Diagnóstico Descritivo para o ESA I

Transcrição:

TEMA Políticas Institucionais produtivistas e saúde docente Prof. Dr. Osvaldo Gradella Júnior - Depto de Psicologia Faculdade de Ciências - UNESP / Bauru gradella@fc.unesp.br

ROTEIRO - CONDIÇÕES DE TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO - DOENÇA MENTAL, SOFRIMENTO MENTAL, SOFRIMENTO PSÍQUICO, DOENÇA PSICOSSOMÁTICA X NEXO CAUSAL - TRABALHADOR DOCENTE / ATIVIDADE DOCENTE - REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA IMPACTOS NA UNIVERSIDADE - CONDIÇÕES DE TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO X TRABALHO DOCENTE - ADOECIMENTO DOCENTE - PERSPECTIVAS

Segundo Dejours (1988, p. 25): CONDIÇÕES DE TRABALHO: ambiente físico (temperatura, pressão, barulho, vibração, irradiação, altitude, etc.), ambiente químico (produtos manipulados, vapores e gases tóxicos, poeiras, fumaças, etc.), o ambiente biológico (vírus, bactérias, parasitas, fungos), as condições de higiene e segurança e as características antropométricas do posto de trabalho. = o espaço de adoecimento do corpo ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO : a divisão do trabalho, o conteúdo da tarefa, o sistema hierárquico, as modalidades de comando, as relações de poder [e] as questões de responsabilidade. = espaço do sofrimento mental e psíquico

- DOENÇA MENTAL, ADOECIMENTO MENTAL, SOFRIMENTO MENTAL SEM UMA CLARA CONCEITUAÇÃO / ORDEM / NORMATIZAÇÃO / NÃO RESPEITA DIFERENÇAS - DIFICULDADE EM ESTABELECER O NEXO CAUSAL (MT) - LIMITES DAS CLASSIFICAÇÕES DA PSICOPATOLOGIA Código Internacional das Doenças (CID) / Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) - PROBLEMA DE ORDEM INDIVIDUAL RELAÇÕES SOCIAIS / TRABALHO COMO SE NÃO EXISTISSEM

- Divisão social do trabalho no modo de produção capitalista que opõe trabalho intelectual ao trabalho manual possibilitou o surgimento desta categoria social e de uma massa mais ampla dos chamados trabalhadores intelectuais, incluindo aí, as profissões liberais, os empregados, os técnicos, etc. Nesse sentido, o docente universitário e pesquisador se inclui nessa categoria que tem, como função, não só a produção e a criação de produtos ideológicos culturais, mas também a formação da massa de trabalhadores intelectuais.

Trabalhador intelectual docente universitário = trabalhador assalariado / venda da força de trabalho CONHECIMENTO - produto do trabalhador intelectual em uma relação de indissociabilidade ensino, pesquisa, extensão

- submissão a uma instituição pública ou privada, que determina o horário e o conteúdo de seu trabalho, a preocupação com a sua sobrevivência física, com o emprego, com o salário, com a organização sindical. - produto se fragmenta em função da sua aplicação - no ensino, na pesquisa, na extensão e na prestação de serviços - valorações diferenciadas para cada tarefa; - distanciamento da totalidade do produto construção de uma relação idealizada - sujeitos a-históricos - espaço social descolado da vida material dos homens.

REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA termo que engloba o grande processo de mudanças ocorridas nas empresas e principalmente na organização do trabalho industrial nos últimos tempos, via introdução de inovações tanto tecnológicas como organizacionais e de gestão, buscando-se alcançar uma organização do trabalho integrada e flexível. (Garay,2008) - Setor de Serviços notadamente saúde e educação - objeto de intervenção direta do capital em função da crise do Estado do bemestar social.

- Universidades Públicas adequação a esse quadro, conquistar verbas necessárias para o seu desenvolvimento utilizando-se de recursos externos, independentes de sua origem, salários vão perdendo isonomia, complementações salariais junto às fundações, cursos pagos, assessorias, plano de carreira, etc. - Esvaziamento do sentido da ação pedagógica, reduzindo-a a uma mera relação de comunicação. - Utilização das denominadas novas tecnologias na Educação e o EAD (Ensino a Distância) é sua principal expressão.

- Critério produtivista - modelos de avaliação institucional (CAPES), - Lógica do mercado - a produção científica perde o seu valor de uso e torna-se valor de troca, - Índices utilizados para atestar o grau de utilização dos trabalhos de pesquisa, não expressam sua qualidade (quantificação) - O quantum de produção científica fornece a ilusão de sermos "proprietários" de algo e autônomos, pois obtemos o reconhecimento da academia e podemos reclamar uma maior fatia das verbas da universidade e dos órgãos de fomento.

- a lógica do modo de produção capitalista se reproduz na universidade, criando as unidades e/ou departamentos que têm um maior quantum de recursos financeiros, garantidos pelo critério quantitativo, na maioria das vezes em detrimento do qualitatitivo e da função social. Este critério não considera as especificidades e diversidades das áreas de produção de conhecimento e favorecem as áreas que atendem às exigências do mercado, transformando a produção de conhecimento em um mero produto de consumo, que melhor é, quanto mais vendável, p.ex.: patentes.

- Demandas reais do trabalho do docente universitário:. exigência de titulação, relatórios de atividades, avaliação dos alunos, avaliação departamental, etc.,. cumprimento dos prazos e da exigência da burocracia redução do tempo dedicado à produção de conhecimento - propicia atitudes e ações alienadas e rotineiras, críticas dos próprios colegas sobre a pouca participação no coletivo departamental, situações de tensão e atritos, queixas freqüentes do corpo discente em relação à didáticas sofríveis e autoritárias (abandono do ensino, não é quantificável)

- Momentos de produção de teses e entrega de relatórios variados caracterizam-se por isolamento intelectual e uma convivência social mínima, pela pressão meramente burocrática em relação ao cumprimento dos prazos, criando-se um clima favorável ao aparecimento de sofrimentos psíquicos e psicossomáticos (docente tarja preta) - produto do trabalho docente é valorizado e estimulado enquanto atividade individual, enquanto quantitativo, seja de publicações ou recursos financeiros captados nas agências de fomento (docente S.A.)

Natureza da atividade docente na produção do conhecimento - flexibilidade na rotina de trabalho na universidade, não há uma forma objetiva de controle de horários trabalhados, portanto não são computadas as horas extras. Da mesma forma, os horários trabalhados fora da instituição são impossíveis de serem computados. A informatização de quase todas as atividades contribuiu com o exacerbamento da DE (docente 24 horas)

- Alguns exemplos: - AVALIAÇÃO Planilha quantitativa com 3 itens compulsórios, mesma planilha para todas as área (com ênfase em pesquisa e pós) - PLANO DE CARREIRA Se não estiver na pós, aumentam as exigências de artigos, orientações, etc. e acrescenta a captação de recurso externa. - FINANCIAMENTOS internos eventos, congressos, etc somente se estiver na pós, - FINANCIAMENTOS internos PIBIC, PESQUISAS valor maior para o CL do proponente

SERVIDORES DOCENTES X ALUNOS GRADUAÇÃO X CURSOS GRADUAÇÃO FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA UNESP - 2013 QUANTITATIVO 2001 2011 CRESCIMENTO SERVIDORES DOCENTES 3124 3553 13,73% SERVIDORES DOCENTES RDIDP 2886 3060 6,02% ALUNOS GRADUAÇÃO 2479 9 35666 43,82% CURSOS GRADUAÇÃO 81 122 50,60%

SERVIDORES DOCENTES X ALUNOS PÓS X CURSOS PÓS FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA UNESP - 2013 QUANTITATIVO 2001 2011 CRESCIMENTO SERVIDORES DOCENTES 3124 3553 13,73% SERVIDORES DOCENTES RDIDP 2886 3060 6,02% SERVIDORES DOCENTES PÓS 1367 1985 45,20% ALUNOS PÓS 9621 11043 11,70% CURSOS PÓS 95 119 25,26%

SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS X ALUNOS e CURSOS GRADUAÇÃO X ALUNOS e CURSOS PÓS FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA UNESP 2013 QUANTITATIVO 2001 2011 CRESCIMENTO SERVIDORES TÉCNICO- ADMINISTRATIVOS 7135 7033 Decréscimo de 2,4% ALUNOS GRADUAÇÃO 24799 35666 43,82% CURSOS GRADUAÇÃO 81 122 50,60% ALUNOS PÓS 9621 11043 11,70% CURSOS PÓS 95 119 25,26%

NÚMERO DE DOCENTES 2011 2009 Pós Graduação 2007 2001 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000

SGUISSARDI, Valdemar e SILVA JÚNIOR, João dos Reis. O trabalho intensificado nas federais. Pós graduação e produtivismo acadêmico. São Paulo. Editora Xamã, 2009)... os professores pesquisadores atuam na docência, pesquisa e extensão, dão aulas na graduação e pós -graduação, preparam aulas, corrigem provas, atendem seus alunos, fazem suas pesquisas, relatórios de pesquisas, artigos e livros para publicação, orientam e, como se verá adiante, em face de sua condição salarial, buscam complemento prestando serviços num tempo e espaço comprimidos, com graves consequências para sua saúde, para suas relações familiares em função da jornada de trabalho extra em casa e nos finais de semana, dentre muitas outras,...

- Editais do CNPq atendem aos interesses exógenos do capital - CAPES dissemina a cultura do produtivismo acadêmico, perde-se gradativamente a autonomia Estranhamento da atividade docente ( alguns exemplos) - Professores fazem acordo entre si para colocarems seus nomes nos artigos publicados - Curso de especialização pagos para aumentar a verba departamental - Aumento dos alunos na graduação e na pós-graduação sem aumento do quadro de servidores docentes e técnico-administrativos

FOLHA DE SÃO PAULO - 22/04/2013 Brasil cresce em produção científica, mas índice de qualidade cai - 2001 para 2011, o Brasil subiu de 17º para 13º lugar mundial na quantidade de artigos publicados - 2011, publicou-se 49.664 artigos - 3,5 vezes a produção de 2001 (13.846 trabalhos). - qualidade dos trabalhos científicos (o chamado "impacto"), despencou - O Brasil passou de 31º lugar mundial para 40º

PERSPECTIVAS - O combate contra esse modelo de universidade implica na luta pela transformação da sociedade, pois as determinações do sofrimento psíquico e mental está determinada pelo e no modo de produção capitalista. - Nosso combate deve estar em todas as frentes possíveis de serem ocupadas nas universidades, principalmente denunciando essas condições, questionando as reitorias e pró-reitorias. Esse produtivismo também é questionado internacionalmente.

- A articulação com os outros sindicatos e com os movimentos sociais que apontam na direção da transformação do modo de produção é fundamental para nossa luta. - Nossa contribuição com pesquisa, grupos de pesquisa, publicações, etc. que substancie a discussão política é um instrumento fundamental para nossa luta.