PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL: UMA VISÃO GERAL
Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos Gerada e Coletada em 2007
Distribuição Percentual (%) da Quantidade Total de RSU Coletada no Brasil
Quantidade de RCD Coletada no Brasil e por Macro-regiões em 2007
Disposição Final de RSU Coletado
Disposição de RSU A destinação final dos RSU continua um problema de grandes dimensões, uma vez que apenas 39 % dos municípios brasileiros dão destino e tratamento adequados aos RSU. O problema torna-se ainda mais complexo quando observadas as altas concentrações de municípios situados nas macro-regiões norte, nordeste e centrooeste, que destinam os resíduos coletados de forma inadequada. Nas demais regiões, embora existam quantidades expressivas de municípios com condições inadequadas de destinação final, a maioria destes municípios já possui aterros controlados, significando uma melhor conscientização do problema e uma facilidade, pelo menos em termos culturais, para solucioná-lo.
Coleta Seletiva Dos 5.564 municípios brasileiros, 65% contam com alguma iniciativa de coleta seletiva. Este fato decorre do valor econômico agregado aos materiais, da realidade sócioeconômica de nossas cidades e em função do interesse das comunidades nas ações de preservação ambiental.
Aspectos Financeiros da Gestão Pública de RSU A análise do dispêndio médio dos municípios das diversas macro-regiões do país com os serviços públicos de coleta porta a porta de RSU e seu transporte até o destino final,revela que tais dispêndios, quando vistos sob o ângulo do custo mensal equivalente por habitante, em distintos municípios classificados por faixas populacionais, se traduzem em valores mensais significativamente pequenos quando comparados com qualquer outro serviço público.
Dispêndio Municipal per capita por mês, com coleta de RSU (R$)
Outros Dados Setoriais Os dados gerais relacionados ao setor de resíduos sólidos urbanos no Brasil, de acordo com estimativas da Abrelpe, são expressivos: Geração de empregos diretos: 260.000 empregos; Iniciativa Privada: 146.000 postos de trabalho; Mercado de coleta de RSU: R$ 6 bilhões/ano.
Resíduos de Serviços de Saúde Geração e Tratamento de RSS (ton/dia)
Resíduos Sólidos Industriais
Reciclagem Verifica-se que o setor brasileiro de reciclagem de materiais provenientes de embalagens e outras origens ocupa um espaço importante. Porém uma análise da evolução dos índices dos principais materiais reciclados aponta para uma tendência de estabilização. Obviamente que em relação à reciclagem de latas de alumínio e de aço esta tendência é bem natural, pois os elevados índices já atingidos determinam por si só este comportamento. Em relação à reciclagem das embalagens de PET e de vidro e à reciclagem de papel, que registram índices médios de reciclagem, a estabilização dos mesmos parece refletir os problemas logísticos enfrentados por estes materiais no ciclo de distribuição e retorno à produção.
Reciclagem
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL Distribuição das Atividades de Projeto por Escopo Setorial
OBSERVAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES O Brasil ainda está construindo um cenário apropriado de políticas públicas pelas quais os municípios poderão encontrar soluções sustentáveis para a gestão completa e ambientalmente correta dos resíduos sólidos. O Brasil ainda sofre com a falta de uma Política Nacional de Resíduos. Desde 2005 a Lei das PPPs trouxe possibilidades e condições bastante interessantes para o incremento de investimentos privados por meio de concessões de serviços. Na mesma época, a Lei dos Consórcios Públicos possibilitou a implementação de soluções com a necessária economia e ganho de escala. A ampliação da contratação pelos municípios de serviços públicos relativos aos RSU através de concessão à iniciativa privada é uma tendência que se consolida. Algumas iniciativas de PPP já são notadas.
OBSERVAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES Os projetos de MDL ganham cada vez mais expressão e importância no país, com impacto positivo na gestão adequada dos resíduos sólidos. Há, no entanto, a necessidade expressa de que as autoridades brasileiras, no âmbito de suas competências, atuem fortemente junto à comunidade internacional para que o Protocolo de Quioto continue produzindo plenos efeitos após 2012. A destinação final de RSU deve ser universalizada de maneira completa e ambientalmente correta. Soluções de longo prazo devem ser implementadas com a necessária sustentabilidade econômica e ambiental. O poder público aporta recursos insuficientes na gestão de RSU, principalmente se comparados com outros serviços públicos.
OBSERVAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES A construção de inventários de resíduos sólidos industriais, por parte dos órgãos ambientais estaduais, é um poderoso instrumento para a avaliação do comportamento dos geradores e das formas de destinação dos resíduos. É necessário que os órgãos públicos responsáveis pela gestão da cadeia da reciclagem e os legisladores brasileiros atentem para os complexos problemas sociais e logísticos envolvidos na atividade e compreendam que há necessidade de se fazer muito mais do que apenas deixar que as comunidades carentes, organizadas ou não em cooperativas de catadores, sejam os agentes principais da reciclagem. É urgente que políticas públicas instituam programas formais de coleta seletiva e reciclagem nos municípios, com custeio através da adoção dos princípios do poluidor-pagador e da auto-responsabilidade.
OBRIGADO! CARLOS R V SILVA FILHO carlos@abrelpe.org.br www.abrelpe.org.br