Construção musical através de um software de gravação. João Paulo Putini. Universidade Estadual de Campinas



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Transcrição:

Construção musical através de um software de gravação João Paulo Putini Universidade Estadual de Campinas INTRODUÇÃO O produto que havia sido proposto no projeto de desenvolvimento foi um CD contendo de 8 a 10 covers de grandes sucessos da música brega e afins, estruturado a partir de um software de gravação e edição de áudio, o Sonar. Para a realização de tal empreendimento, fazia-se necessária a implementação de diversas atividades, divididas em pré-produção, produção e conclusão do produto. Dentre as atividades constituintes do domínio da pré-produção, estavam a definição das músicas que consistia na elaboração de um repertório, na procura de cifras e no ensaio das músicas; o aprofundamento de conhecimentos no software que consistia na consulta a uma pessoa experiente, na realização de pequenos testes e em rápidas buscas por tutoriais na rede; e o preparo da gravação que consistia na obtenção de equipamentos e na definição do local. Dentre as atividades constituintes do domínio da produção, estavam a gravação das músicas que consistia na própria gravação e edição simultânea das músicas; e a orientação à finalização que consistia na elaboração da capa e na compra de materiais para o encerramento. Por fim, dentre as atividades constituintes do domínio da conclusão do produto, estavam o encerramento do produto que consistia na gravação de cópias definitivas e na impressão das capas; e a finalização do projeto que consistia na elaboração do presente artigo, em sua revisão e em sua entrega. Houve alguns fatores relevantes que implicaram na realização do presente projeto. Destaco, sobretudo, a relevância pessoal: adoro tocar violão o que é curioso, porque aprendi a contragosto e cantar (ainda que desagrade a muitos). Também tenho um fascínio particular pelo alternativo; em várias coisas que eu faço, esta faceta transparece, e isto também ocorreu no CD. Meu gênero preferido é rock (e subgêneros), porém a base do repertório foi a música brega (incluindo o sertanejo raiz, que não é brega, mas é assim tachado) e algumas outras inclusões que não estão necessariamente inseridas nesse gênero. Se, além de alternativa, as pessoas julgarem a coisa engraçada, me sinto mais satisfeito ainda. A gravação do CD, portanto, ligou essas minhas predileções à curiosidade em relação às potencialidades do software. Situo também uma relevância acadêmica: o curso de Midialogia, do qual sou graduando, tem uma área destinada à Produção Sonora; ainda não sei bem o que será explorado aí, mas acredito que a gravação do CD, a manipulação do software, onde me aprofundei um pouco mais, os testes com áudio, volumes e outros efeitos, todas essas coisas que realizei poderão se relacionar e contribuir para um aproveitamento futuro. Houve até um certo fiapo de relevância profissional, admito, conjugada à econômica; divulgar o CD, ampliá-lo (afinal, é só um esboço, tem poucas músicas) e, se possível, vendê-lo, ainda está nos meus planos. 1

RESULTADO DO PROJETO 1) Pré-produção a) Defini as músicas Envolveu a elaboração de um repertório, dando prioridades a músicas que eu sabia tocar. A definição deste repertório não ficou estática; a cada dia, eu trocava de idéia sobre determinada música, pensava em outra que não havia passado pela minha cabeça ainda. Mas, ao cabo de alguns dias (nos quais eu não fiquei necessariamente empacado no repertório) consegui uma definição, a partir da qual eu pude partir para um ensaio mais metódico. Este foi o repertório (não necessariamente na ordem em que aparece no CD): -Sandra Rosa Madalena, de Sidney Magal; -Saudades da minha terra, de Goia e Belmonte; -Escrito nas estrelas, de Tetê Espíndola; -Fogo e Paixão, do Wando; -Borbulhas de amor, do Fagner; -Brincar de ser feliz, de Chitãozinho e Xororó; -Holiday foi muito, do Falcão; -Love Is In The Air, de John Paul Young. Eram todas músicas que eu conhecia bem e sabia tocar, portanto abandonei a busca de cifras na Internet, que havia proposto antes. Através de um ensaio (pegava o violão em determinados trechos do dia e brincava ), pude recompor novas batidas (nada muito sofisticado, não sou nenhum ás do violão) e pensar em vozes, mas a maioria das incorporações que realizei não saiu daí, foi no processo de gravação que surgiram. A criatividade determina seus modos de agir, às vezes é difícil condicioná-la. Portanto, o mais fundamental obtido nesta atividade de definição das músicas foi um repertório que me agradasse e que fosse executável, possibilitando assim a gravação do CD. b) Aprofundei meus conhecimentos no software de gravação Uma atividade que envolveu um pouco mais de pesquisa e entrevista; contudo, foi muito mais centrada na consulta à pessoa que já havia realizado a experiência da gravação. Seu nome é Vitor Rodrigo Donofrio Arruda. É uma maneira de aprendizado mais palpável, agradável e eficaz (além do fato de que a pessoa é um grande amigo meu) do que um texto frio e excessivamente técnico de Internet (tanto que abandonei a busca por tutoriais que havia proposto). Combinei um dia para me encontrar com este amigo, e foi um dia bastante proveitoso; ele sabia muito mais do que eu supunha e me auxiliou com informações bastante proveitosas. Aliada à realização de pequenos testes de gravações (neste mesmo dia), a entrevista se mostrou bastante frutuosa; agora eu possuía um repertório e estava mais familiarizado com o software, de maneira a caminhar rumo à conquista do objetivo geral proposto. c) Preparei a gravação Figura 1. Fone de ouvido (mesmo estilo) Tal atividade envolveu a obtenção dos equipamentos e dos instrumentos. O microfone e o fone de ouvido consegui com este mesmo amigo, emprestando-os no mesmo dia em que realizei a entrevista. Quanto aos 2

instrumentos, resolvi me limitar ao violão, o qual já possuía. Fiquei com receio de utilizar outros instrumentos com os quais não tivesse pleno domínio; além disso, a falta de tempo também foi obstáculo. De posse deste instrumental, defini o local de gravação: na minha própria casa, no espaço reservado ao computador. Contudo, sempre que começasse a gravar, teria que tentar isolar o local o máximo possível de qualquer fonte de ruído externo, para não prejudicar o resultado. Ao final desta atividade, portanto, eu já estava de posse de tudo o que era necessário para iniciar o processo de gravação. 2) Produção a) Gravei as músicas A gravação foi um processo bastante complicado; vou me deter melhor nisso no próximo item, com relação aos aspectos negativos. Mas o fato é que eu não pude realizar na minha própria casa; tive que contar, mais uma vez, com a ajuda de Vitor, ao qual devo realmente muito pela realização deste projeto. A gravação foi realizada no decorrer de alguns dias (os dias de folga que possuíamos em comum, e que não foram contínuos, mas bem espaçados um do outro); todas as vozes principais (exceto em Fogo e Paixão), violões e demais vocalizações foram realizadas por mim (com exceção de algumas poucas, efetuadas pelo Vitor). Como o software possibilita a gravação em diversas bandas, fui fazendo uma coisa de cada vez - primeiro só o violão, depois só a voz, ouvindo o retorno do violão; depois só os solos; posteriormente, as segundas vozes e assim por diante. Como já havia salientado, a maior parte das incorporações (e as melhores, na minha opinião) feitas às músicas acabou saindo no momento, numa idéia repentina; e isto, a meu ver, foi mais eficaz e visceral do que vir com algo todo prontinho e esquematizado. Figura 2. Interface do Sonar, o software utilizado 3

A edição não foi simultânea, conforme havia previsto; depois de concluir o trabalho de um dia, retomava as músicas que havia gravado neste e manipulava os volumes e efeitos para as faixas (um efeito para a voz, por exemplo, e outro distinto para o violão). O resultado de todo este processo de gravação e edição, portanto, foi a obtenção das próprias músicas, que saíram de uma idéia, de uma proposta, e passaram a uma materialidade, bastante satisfatória para mim, porque eu tinha gostado daquilo que havia feito; assim, faltavam apenas os últimos ajustes para que eu pudesse concluir o projeto. b) Orientei a finalização Esta atividade envolveu as últimas providências antes do encerramento; elaborei a capa para o CD, utilizando o Word, de maneira a dar um enfoque engraçado e também publicitário; o resultado foi uma introdução, algo que diz ao ouvinte o que esperar, manifestado simbolicamente através da foto e também do título, Música para pessoas cultas. Acredito que a capa esteja atraente, com relação à curiosidade despertada na pessoa que ouvirá o CD. A capa é um detalhe bastante importante do trabalho, no que se refere à isto; logo, uma boa elaboração foi importante na consecução do objetivo final. Também comprei os materiais necessários ao encerramento do projeto: papel brilhante para impressão, a fim de dar um acabamento mais bem-feito, mais definido; o próprio serviço de impressão, a laser, feito numa gráfica; e 2 CDs virgens, onde poderia gravar as músicas. Uma das cópias era para uso próprio e outra para entrega ao professor. De maneira que, após todos esses encadeamentos, com a capa já devidamente pronta e bem impressa, a única coisa que faltava para concluir o produto era a gravação do CD. 3) Conclusão do produto Figura 3. Capa do produto a) Encerrei o produto Esta era uma etapa onde eu não esperava encontrar problemas; mas eles aconteceram. Preparado para gravar o CD e concluir o produto definitivamente, aconteceu um problema inesperado: o computador do Vitor fora parar na assistência técnica, e eu não tinha nenhum backup das músicas! Portanto, foi necessário irmos até a assistência técnica, insistir para gravar o que havia ali e encerrar o projeto num outro computador que tivesse Sonar (no caso, o do meu amigo Marcelo). Procedemos desta maneira, e fui até a casa de Marcelo para realizar a gravação. O Sonar era necessário porque todas as músicas estavam salvas como projetos do Sonar (mais especificamente, na extensão cwp). Era necessário converter essas músicas para um formato que pudesse ser gravado em CD, no caso, WAV, que era o único permitido pelo Sonar. O problema foi que perdi duas músicas, Borbulhas de amor e Love is in the air, pois, no processo de abrir os projetos, o Sonar recuperou todas as faixas, mas não o áudio! A estrutura das músicas estava perfeita, mas não tinha som nenhum! Talvez tenha sido algum problema na transferência de computadores, ou a ausência de determinados arquivos, que esquecemos de salvar. Contudo, o fato é que elas só poderiam ser recuperadas quando o computador voltasse da assistência técnica, e eu não poderia esperar. Coloquei outras 2 músicas no lugar, para manter a proposta inicial de 8 4

a 10 faixas: um pequeno trecho de Virus, do Iron Maiden, que eu havia gravado como teste; e Êxodo, uma música instrumental de minha composição, que já estava nos meus arquivos há algum tempo. Convertemos as músicas para WAV; já podiam ser gravadas em CD. Entretanto, não poderiam ser enviadas pela Internet (a nova condição que a greve impôs), pois é um arquivo muito pesado; foi necessário fazer um download de um conversor, que pudesse transformá-las em MP3 (o Sonar não permite a conversão do projeto em MP3 direto, ele exige um código). Após tantos contratempos, realizei por fim a gravação de 2 cópias (mesmo que não fosse entregar, poderia ficar comigo). Depois disto, realizei uma audição atenta no rádio, já na minha casa (claro que eu já havia escutado muitas vezes antes, mas não no CD), e fiquei satisfeito com o resultado: agora, o produto já estava concluído. b) Finalizei o projeto Tal etapa está sendo realizada no presente momento, utilizando o Word e atendendo às especificações determinadas pelo professor. FATORES POSITIVOS E NEGATIVOS QUE INTERFERIRAM NA EXECUÇÃO DO PROJETO Pontos Negativos Desde que comecei a elaborar a proposta do projeto, sabia que deveria encontrar dificuldades na implementação deste. De fato, eu não me enganara. Primeiramente, posso citar o que eu chamo de volatilidade, mas isso foi um problema pessoal, relativo às incertezas quanto à definição de um repertório; é difícil demarcar uma lista pequena de músicas quando existem tantas possibilidades, e quando se tem um gosto variado. Além disso, as minhas limitações como músico impediram que eu conseguisse um resultado de melhor qualidade, porém isto não foi obstáculo, pois a qualidade musical não era o que me impulsionava para este projeto; havia uma série de outras relevâncias, já devidamente mencionadas na introdução. O grande problema, porém, foi a impossibilidade de realizar o processo de gravação no meu computador; após a entrevista com Vitor, eu estava empolgado para começar a gravação, testar o que poderia ser feito. Mas acabei frustrado: por mais que tentasse e insistisse, o programa não rodava na minha casa, de nenhum jeito! Então, me veio aquele ódio contra as máquinas, a irritação, a perda da empolgação, e isto foi muito prejudicial. Tentei, então, gravar o programa de instalação, mas acontece a famosa Lei de Murphy: se algo tem a chance de dar errado, dará errado! O programa não instalava, não funcionava de nenhuma maneira! Diante de tantas adversidades, a solução era gravar em outro computador, onde o software funcionaria: pensei logo no Vitor. Mas isso implicava outro problema: a administração do tempo, a conciliação entre o meu tempo disponível e o dele. Tudo isto acaba por minar a confiança, por preocupar, e algo que já tinha pouco tempo para ser feito acaba por tornar-se crítico. Entretanto, mesmo com tantos reveses, decorrentes da teimosia de meu computador, consegui realizar a gravação, que também foi bastante cansativa, demandou muita paciência. Um exemplo é a música Sandra Rosa Madalena, na qual existe um momento de palmas. Parece simples, mas foi bem repetitivo: o efeito de muitas palmas se dá por repetições de gravações, uma em cima da outra. Através do 5

estéreo, fiz uma espécie de contrapalma, que envolveu o mesmo processo de repetições. As vozes em cada refrão não são copiadas e coladas, apesar de serem as mesmas, pois é muito difícil fazer a sincronização através disso. Portanto, gravei todas as vozes (cerca de 8) num refrão, depois gravava tudo outra vez no outro refrão, e assim por diante. Creio que essa música é eficaz para ilustrar a demanda de paciência e minúncia no processo; foi a mais trabalhosa de ser realizada, apesar de curta. Não posso deixar de citar o fato de o computador do Vitor, onde estavam armazenados todos os projetos musicais, ter ido para a assistência técnica. Mas tal problema já foi bem descrito anteriormente. Outro problema foi a questão do tempo; o processo de gravação poderia ter sido feito com mais calma e ponderação, ajustes de erros, processos de regravação, incluir mais músicas...com a greve, este tempo foi expandido, mas isto não foi um benefício, foi um outro problema: gerou confusão e indeterminação, e acabou fugindo demais daquele cronograma estabelecido na proposta (não que eu tenha seguido ao pé da letra até então, mas é que ele fornecia uma base). Toda esta indeterminação - bem como a impossibilidade de fazer outros trabalhos de outras disciplinas - me fez relaxar. Poderia ter otimizado melhor este tempo em que estive parado; não fiquei extremamente no ócio, mas eu produzia esporadicamente, e isto, aliado à todos os problemas já citados anteriormente, acabaram por prejudicar uma realização mais metódica e bem planejada do projeto, quando este aspecto era uma das principais tarefas de exercício. Pontos Positivos Toda essa lista de problemas parece que elimina qualquer possibilidade de aspectos positivos, mas de maneira alguma isso ocorreu, visto que os pontos positivos superaram os negativos. A situação que envolveu o processo de gravação na casa do Vitor não gerou somente problemas. O processo se tornou mais divertido, houve uma complementaridade de idéias, bem como de participações especiais dele. O conhecimento no software foi mais aprofundado ainda, pois uma ou outra coisa que ele havia deixado escapar durante a entrevista acabou por ser retomada durante o processo de gravação. Também me senti mais animado, a empolgação e o desejo de fazer o produto foram voltando com vigor. E muitas coisas que realizei foram realmente engraçadas, às vezes tínhamos que interromper para ficar rindo muito tempo; acredito que isto é muito satisfatório, afinal o projeto não pode ser uma carga, um stress, você tem que se divertir e se sentir bem com aquilo que está fazendo. A experiência com o software também foi bastante proveitosa; aprendi e descobri efeitos que antes não havia sequer imaginado que, incorporados às músicas, criam uma boa sensação quando se está ouvindo, a sensação de que você fez não uma coisa para entregar e ganhar uma nota na faculdade, mas sim para a satisfação pessoal. Enfim, apesar de todos os problemas, a sensação ao fim da execução do projeto foi boa, porque envolveu uma aprendizagem que foi eficaz e também um resultado que me agradou; sobretudo, não foi um peso produzi-lo. CONCLUSÕES Acredito que os objetivos do projeto, de maneira geral, foram atingidos satisfatoriamente, de acordo com o que havia sido proposto (apesar de excluir ceras tarefas e de não me ater ao cronograma). Os resultados de cada etapa foram eficazes e permitiram que eu fosse encadeando a 6

execução do projeto, a despeito de todas as dificuldades encontradas; dificuldades que só puderam ser superadas com a ajuda fundamental do Vitor, a quem agradeço muito pela execução deste trabalho, e por envolver uma satisfação pessoal, aliado a um gosto muito acentuado pela música e pelo desejo de fazer música (ainda que não seja minha). Para que o projeto andasse, foi fundamental que eu me sentisse bem com aquilo que fazia. Recomendo que esta vertente sonora e musical seja explorada por integrantes da turma de Midialogia; ela produz resultados bastante interessantes e originais. Não deve se restringir, necessariamente, à gravação de músicas, pois representa um campo imenso de possibilidades. Por fim, pretendo ampliar este projeto, dedicando mais tempo e mais tranqüilidade a um processo que exige tais condições. Existem várias outras músicas na minha cabeça, muitas outras idéias e, sobretudo, um desejo de gravar músicas compostas por mim mesmo (em conjunto com o Vitor e outro amigo, o Marcelo). Seria uma forma rústica de alavancar um protótipo de banda que nós temos (marcada por uma série deficiência de outros instrumentos que não os violões), idéia que suscitamos há um bocado de tempo, mas que ainda não tivemos a oportunidade nem as condições de realizar. Uniria a satisfação do grupo à uma perspectiva mais concreta de divulgação e comercialização, por isto pretendo continuá-lo. BIBLIOGRAFIA IZECKSOHN, Sérgio. A evolução do Cakewalk Pro Audio leva quase todo o estúdio para dentro do computador. Disponível em: <http://www.homestudio.com.br/artigos/sonar1.htm>. Acesso em: 2 jun. 2007. MOURA, Dácio G.; BARBOSA, Eduardo F. Trabalhando com projetos: planejamento e gestão de projetos educacionais. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2006. 7