O PAPEL DA UESB NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO SUDOESTE BAIANO

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Transcrição:

O PAPEL DA UESB NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO SUDOESTE BAIANO Marialda da Silva Brito (Profª Ms. do Departamento de Geografia/ Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Brasil/ Doutoranda em Geografía, Planificación Territorial Y Gestíon Ambiental Universidade de Barcelona Espanha) e-mail: msbrito@uesb.edu.br; Belén Gomez ( Profª Drª da Facultat de Geografia i História/ Universidade de Barcelona Espanha) e-mail: bgomez@ub.edu 1. Introdução Este trabalho dista de um estudo sobre a influência da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia na sua região de origem e de mesmo nome chamada Sudoeste da Bahia. O objetivo principal é caracterizar o desenvolvimento da citada região em função da universidade com base na análise de alguns indicadores e dados de ambas as instâncias. Assim, partindo de uma breve abordagem de um estudo que demonstra que as instituições de ensino superior se apresentam cada vez mais como elementos causadores do desenvolvimento regional, aqui é apresentada uma linha de estudo tomando como caso a Uesb na região sudoeste da Bahia; para tanto, é mostrado como se encontra o ensino superior, em linhas gerais, na região principalmente através da Uesb e de todas as faculdades que nela vieram a ser implantadas. Seguidamente são demonstrados e analisados dados demográficos, econômicos e educacionais da região em comparação com o efeito da universidade no seu contexto global, chamando sempre atenção para os municípios sede da Uesb: Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga. Neste sentido a universidade é abordado também como a instituição tem se comportando no seu crescimento interno no que diz respeito a graduação, pós-graduação, pesquisas, extensões e infra-estrutura. Em relação as três cidades sede da Uesb são também estudados alguns indicadores do desenvolvimento local das mesmas, que são aqueles referentes a algumas empresas ligadas a construção civil, modernização, infra-estrutura e outros; sempre no sentido de poder perceber o avanço endógeno destas cidades com relação aos serviços oferecidos, comércio e indústria. Finalmente, a partir do tratamento cartográfico dos dados feito através de gráficos e mapas, foi possível visualizar, analisar e confrontar informações que demonstram de fato uma relação entre a universidade e o desenvolvimento regional e local, muito embora, os dados utilizados e que foram possíveis de serem encontrados até aqui através dos órgãos pesquisados, formam apenas um demonstrativo desta situação que pode vir a ser mais minuciosamente analisada com um levantamento de dados mais direcionado as cidadessede, que ainda não existem, e que podem apontar novas realidades desta relação entre universidade e região. 2. Aspectos gerais sobre desenvolvimento regional e universidade. O desenvolvimento territorial de uma região está atrelado a diversos elementos e fatores do seu contexto econômico, social, político, físico e cultural que se entrelaçam e se influenciam mutuamente sem maiores explicações lógicas, mas que acabam em algum momento criando um ambiente favorável ao progresso do território em questão.

Para entender melhor este contexto é preciso saber que paisagem, território e espaço geográfico são elementos importantes e intimamente interligados na composição da região, conforme se pode observar no esquema da Figura 1 de Moreira, 2008: Figura 1. (Sem título) Pensar e Ser em Geografia, Ruy Moreira, 2008, pág. 113. Segundo o esquema acima a paisagem é interpretada em três organizações: a política, a econômica-social e a cultural que se interargem pelas ações de disciplina, produção, organização e naturalização das atividades do território e ambos por sua vez formam o espaço (espaço geográfico) que abrange a interrelação do Estado e da ideologia pautadas nas estruturas de classe de produção e circulação intimamente ligadas às estruturas econômicas (D=capital dinheiro, M1=mercadorias, força, objeto e meios de trabalho, P=processo de transformação das velhas em novas formas de mercadorias, M2=mercadorias a serem postas a venda, D = o retorno ampliado do capital) e as relações homem-homem e homem-meio( ft=força de trabalho, ot=objeto de trabalho e MT=meio de trabalho). Com relação a questão do desenvolvimento; em Palacio, 2008, este conceito, quando local assume aspectos próprios na esfera econômica, social, política e administrativa; segundo o esquema da Figura 2, a saber: Figura 2. Principales Elementos del Desarrollo Local. Em: Las Estrategias de Desarrollo Local: aproximación metodologica desde una perspectiva socio-economica e integral. Joan Ramon Sanchis Palacio departamento de dirección y administración de empresas, Universidad de Valencia España, 2008. Estas esferas, no esquema acima estão associadas a renda per capita, ao fato humano e ao modelo de gestão administrativa, contudo que estejam intimamente ligados de forma a 2

promoverem em um conjunto de ações que possam melhorar a qualidade de vida da população, sem a qual não há de fato um desenvolvimento local ou regional. No caso do Brasil o projeto do governo federal o PNDR (Política Nacional para o Desenvolvimento Regional) do Ministério da Integração Nacional, toma como referência principal as desigualdades regionais e o cruzamento de dados de renda familiar e renda per capita. Assim sendo neste contexto é importante entender também os mecanismos de composição dos chamados Pólos de Crescimento onde temos estudos importantes em François Perroux (1960) que elaborou a Teoria da Unidade Econômica dominante que posteriormente passou a ser conhecida como a Teoria dos Pólos de Crescimento, assim tais polós, na sua concepção, surgem com o aparecimento de uma indústria motriz que provoca a separação dos fatores de produção, concentra o capital sob um mesmo poder e decompõe as tarefas e a mecanização. Ainda para Perroux os pólos podem ser: pólo-nação, pólo-região e pólo-cidade, no primeiro caso tem-se os países foco (ou de centro) e os países satélites (ou de periferia) de acordo o tamanho e dinamismo das suas economias. O pólo-região, por exemplo, está atrelado aos eixos de desenvolvimento, nós de tráfego, zonas e pontos de desenvolvimento, onde cada um destes itens contribuiria em sua particularidade e em conjunto para o desenvolvimento de uma região; como por exemplo, a existência de uma estrada que atrelada a outros bens complementares teria um efeito de agente provocador de concentração populacional. Nesta mesma linha Michel Rochefort,1966, aborda os chamados centros de polarização que seriam determinados por fluxos locais são numerosos e caracterizados pelos serviços imediatos: comércio de alimentos, farmácias, escolas primárias,lojas de ferragens e outros; fluxos sub-regionais - compostos por serviços mais especializados, como médicos especializados e escolas secundárias; fluxos de pequena região composto por serviços bem diversificados: bancos, consultores, comércio variado e outros; fluxos de grande região além dos serviços básicos, ainda dispõe possuem universidades, grandes hospitais, teatros, consultorias e outros e os fluxos nacionais possuem influência sobre todo o país com serviços de administração pública, bancos de atuação nacional e outros. Nem toda região tem o poder de atrair uma indústria motriz, inovadora ou de grande dimensão para provocar o seu desenvolvimento; assim e preciso que as regiões se organizem em torno do que leva ao seu desenvolvimento econômico e para tanto existem vários agentes inovadores tais como: universidades, centro de pesquisas, agências de fomento à pesquisa, prefeituras e outros. Estes setores têm a função de provocar a inovação, reduzir custos das empresas e estimular o empreendedorismo; é preciso haver então uma comunhão entre empresas e instituições para tal. As universidades e centros de pesquisa são responsáveis pela propagação do conhecimento e formação de uma nova cultura de desenvolvimento baseada no saber científico e respaldada pelo investimento em novos produtos e serviços. Segundo Corragio, 2002, as universidades são centros produtores de conhecimentos que devem estar sempre se renovando e ao mesmo tempo estar em consonância com a realidade social, econômica e cultural da região a fim de contribuir através dos seus produtos no desenvolvimento da mesma. Neste contexto, o autor coloca que: Se requiere definir un perfil productivo y de consumo posible y deseable, un manejo de los equilibrios sociales y ecológicos bajo control ciudadano, construir una estrategia que dé sentido a las acciones de individuos, grupos, organizaciones y sus redes. Esto no puede hacerse sin la conjunción del conocimiento cientìfico de los especialistas y de los saberes prácticos de los actores sociales, que se encuentren ya no en un puro dialogo de reconocimiento mutuo sino en un espacio de decisión democr áica, de planificación estratégica y gestión pública participativa. Esto supone superar 3

la incomunicación entre los expertos y los ciudadanos, cambiar las disposiciones a dialogar, superando el tecnocratismo, y facilitar que los sectores no organizados puedan hacer oir su voz. Supone responsabilidad y transparencia, es decir, mas democracia. La universidad puede contribuir legìtimamente a estos procesos si ella misma se transforma para ser ejemplo vivo de esos valores y disposiciones y participa en los espacios locales de gestión democrática. À esta dinâmica de participação da universidade pode-se introduzir o conceito de região inteligente, que não se esgota somente no investimento da ciência, mas nas relações entre inovações e território e aprendizado coletivo, o que quer dizer que seria uma região capaz de produzir idéias e conhecimentos que possam fluir em meio a uma infraestrutura que lhe dar condições para se expandir. No caso do Brasil, o ensino superior veio a ter a sua alavancada nas décadas de 50/60, ou mais precisamente na conhecida fase desenvolvimentista brasileira e embora mesmo dentro de um cenário de limites ideológicos e muito pautada na formação tecnicista, é assim percebido que o ensino superior é fundamental elemento de desenvolvimento e para tanto é necessário adotá-lo para atingir os objetivos propostos. O fato é que quanto mais a sociedade se molda e se especializa às mudanças do capital, mais o ensino superior reflete esta instância e ao mesmo tempo tem a difícil tarefa de procurar ou sugerir meios que possam contribuir para a inserção e entendimento do indivíduo com respeito ao seu meio ambiente. Estas idéias podem ser resumidas no esquema da Figura 3 abaixo: SOCIEDADE PESQUISA ENSINO SUPERIOR EXTENSÃO ENSINO Figura 3. Os elementos do Ensino Superior na Sociedade. Criada por Marialda Brito, Lab. De Geoprocessamento, Uesb, 2009. Ele mostra que a universidade está atrelada as suas atividades de ensino, pesquisa e extensão como uma base de sustento ou de desenvolvimento para a sociedade; é por meio destas tarefas que a universidade pode alcançar seus objetivos junto a sua região de origem, e é por via possível dizer que somente através destas e com compromisso e responsabilidade que o ensino universitário pode ter de fato um lugar importante no entremeado contexto, social, econômico e político de uma determinada região. 3. Um recorte do ensino superior na Região Sudoeste da Bahia A região Sudoeste da Bahia está compreendida entre os paralelos de 13º02 a 16º00 latitude S e 39º32 a 41º49 longitude W, ocupando uma área de 42.834Km² (7,6 % do Estado da Bahia).Tal denominação se deve a uma classificação geoeconômica da SEI (Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia), sendo composta por 39 municípios. 4

42º00' Estado da Bahia - Localização da Região Sudoeste 41º36' 41º12' 40º48' 40º24' 40º00' 39º36' 39º12' 38º48' É uma região de clima semi-árido que domina a maioria dos municípios, com temperaturas que variam entre a mínima de 19º e máxima de 25º em média, sendo que a área mais quente é mesmo o município de Jequié, é também caracterizada por ocorrência de poucas chuvas, assim, os índices anuais não são muito significativos, o relevo é bastante variado e diversificado, caracterizado por áreas de planaltos, serras e maciços montanhosos, a vegetação é de predomínio da caatinga em toda a sua extensão oriental, seguido de algumas manchas de floresta estacional e contato entre a mesma e a caatinga nas porções do extremo sul e norte da região. É nesta região que está situada a Uesb que é a única instituição de porte de universidade de ensino público, seguida pelo campus da UFBa (Universidade Federal da Bahia) também pública e mais três faculdades particulares, todas com missões específicas sempre voltadas ao comprometimento do desenvolvimento humano e regional, de acordo o mapa da Figura 4 abaixo: Região Sudoeste da Bahia segundo a SEI Instituições de Ensino Superior 13º00' Planaltino Irajubá Santa Inês Maracás Lag.do Tabocal Cravolândia Itaquara 13º24' Itiruçu Jaguaquara Lafayete Coutinho 13º48' Jequié Manoel Vitorino Mirante 14º12' Caetanos Boa Nova Bom J.da Serra Caraíbas Anagé Poções Iguaí 14º36' Planalto Ibicuí Nova Canaã Belo Campo Barra do Choça Firmino Alves Vit.da Conquista Caatiba Itororó 15º00' Tremedal Itambé Itapetinga Cândido Sales Rib. do Largo 15º24' Macarani Encruzilhada Maiquinique Potiraguá Itarantim 15º48' UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA FACULDADE JUVÊNCIO TERRA FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 16º12' FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - Instituto Multidisciplinar em Saúde 16º36' Escala em Km 0 30 60 90 Fonte: IBGE/SEI/Sites das Universidades Organizado por Profª Marialda da S. Brito Lab. de Geoprocessamento- DG/UESB Figura 4. Mapa das instituições de nível superior da Região Sudoeste, 2010. Segundo o mapa acima é no município de Vitória da Conquista se concentra a maior quantidade de instituições de nível superior, seguido do município de Jequié e depois o município de Itapetinga. O surgimento da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia dista do ano de 1980, quando foi decretada como Autarquia, mas cronologicamente, veio a ser desenvolvida a partir da Faculdade de Formação de Professores em 1964; seguidamente veio a Faculdade Juvêncio Terra ou Associação Juvêncio Terra Pró-Ensino Superior (1991), a FTC em Vitória da Conquista (1999), a Fainor - Faculdade Independente do Nordeste (2001) e finalmente a UFBa em Vitória da Conquista (2005). Os cursos de graduação oferecidos por estas instituições são bastante diversificados, ao todo são 38 cursos na Uesb (mas alguns estão em processo de duplicação), 06 na Faculdade Juvêncio Terra, 14 na Faculdade de Tecnologia e Ciência e 08 na Faculdade Independente do Nordeste. Os cursos mais comuns são os de Administração, Direito, Ciências Contábeis, Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia, Educação Física, Filosofia, Jornalismo, Farmácia, Relações Públicas e os não comuns entre as universidades são os cursos de Psicologia, Turismo, Sistemas de Informação, Engenharia da Computação, 5

Nutrição, Publicidade e Propaganda, Engenharia Civil, Rádio e TV, Engenharia Elétrica, Secretariado, Vale aqui ressaltar que embora em uma mesma região geoeconômica, os cursos foram se moldando em cada campus de acordo a demanda local e a tendência econômica dos municípios de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga. Assim a cidade de Vitória da Conquista por ser um município maior territorialmente e ser centro de desenvolvimento econômico na região Sudoeste acabou agregando mais número de cursos que vem a contemplar suas preferências e necessidades. De forma diferente Jequié agrega outro conjunto de cursos também voltados às características de demanda da área e necessidades. Já no caso de Itapetinga, por concentrar mais atividades voltadas as questões agrícolas, acabou-se constituindo cursos voltados a este aspecto. Também há uma diversificação considerável de cursos de pós-graduação em Lato Sensu (Especializações) e Strictu Sensu (Mestrados e Doutorados) e a pós-graduação, que acompanham as características dos cursos de graduação. A Uesb é a que oferece mais cursos a nível de strictu sensu ( mestrado e doutorado); já a FTC Faculdade de Tecnologia e Ciência, oferece todos os seus cursos de pósgraduação utilizando a tecnologia da Educação à Distância, que anda muito em voga em várias partes do mundo e possui grandes vantagens na capacitação de pessoas. Outro dado importante a se observar com referência a capacidade ou número ou demanda de alunos matriculados nestas universidades e faculdades e isto pode ser verificado no gráfico da Figura 5, abaixo: Figura 5. Gráfico do quantitativo de alunos das instituições de ensino superior. fonte: Secretarias das universidades. Como se pode ver a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, assume liderança na quantidade de alunos em relação às outras instituições de ensino superior; a segunda instituição a FTC está a menos da metade deste quantitativo, a terceira a Fainor assume um valor quase equivalente a instituição anterior e as outras duas a UfBa e Juvêncio Terra estão quase com o mesmo quantitativo de alunos. Vários fatores podem estar influenciando este quantitativo, dentre eles: o tempo de implantação, a quantidade de cursos de graduação e pós-graduação oferecidos, os tipos de cursos, a infra-estrutura, as formas de acesso do aluno, a natureza da instituição: pública ou privada, dentre outros. No caso, a Uesb, para ter esta posição reúne vários fatores que contribuíram para esta posição de absoluta supremacia: tempo de formação foi a primeira dentre todas a ser instalada na região, é uma instituição pública, possui vários cursos em diversas áreas em graduação e pós-graduação oferecidos, e obviamente infra-estrutura compatível com sua demanda discente. 6

3.1 Os indicadores sociais e a interelação universidade-região Assim, mediante a situação veemente da importância do ensino superior sobre a região, para compor o estudo em questão alguns indicadores regionais foram utilizados a fim de demonstrar de maneira mais explícita a influência da Uesb na região sudoeste, foram eles: Dados Demográficos População total, densidade demográfica, taxa de crescimento da população, taxa de urbanização e faixa etária; Econômicos PIB, renda, rendimento na indústria, serviços gerais e comércio, população ocupada por setores econômicos, empresas instaladas; Educação Número de estabelecimentos de ensino médio e fundamental, número de estabelecimentos de ensino superior, taxa de alfabetização e nível de instrução. Para tanto os procedimentos adotados foram: 1º) Pesquisa bibliográfica: tanto em meio analógico (livros) quanto digital (internet); 2º) Pesquisa de dados da universidade: através de relatórios internos; 3º) Captura dos dados na internet do site da SEI (Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia) sobre a região estudada; 4º) Elaboração das planilhas e tratamento estatístico de dados; 5º) Elaboração de mapas temáticos; 6º) Leitura e interpretação dos gráficos e mapas no contexto descritivo. 4. Os indicadores sociais na influência da Uesb sobre a região Sudoeste. Agregado ao fato da Uesb estar experimentando interiormente um notável crescimento desde que foi criada e por assumir uma posição de relevância regional; estão os citados indicadores que tomam, por sua vez, como base temporal uma década de existência da instituição, conforme se observa no gráfico da Figura 6 abaixo: Figura 6. População do Sudoeste da Bahia. Fonte: IBGE/SEI No gráfico acima, o crescimento populacional está sendo demonstrado em alguns anos no período de 1970 a 2007, e percebe-se que as regiões que mais cresceram foram os municípios de Vitória da Conquista, Jequié, Itapetinga (estes três se destacam bastante em relação aos demais municípios); Barra do Choça, Poções, Itambé, Tremedal, Maracás, Jaguaquara e os demais permaneceram com um crescimento bastante baixo ou quase insignificante em relação ao conjunto. É preciso dizer também que os municípios que mais cresceram foram aqueles próximos ou vizinhos as três citadas cidades sede da Uesb. 7

Paralelamente a densidade demográfica que é o número de habitantes por Km², também não deixa de ser um elemento importante na avaliação deste crescimento, conforme se verifica no gráfico da Figura 7 abaixo: Figura 7. Densidade Demográfica do Sudoeste da Bahia. Fonte: IBGE/SEI Percebe-se que a densidade demográfica tem aumentado em alguns municípios ao longo dos anos, mas no gráfico acima estes mesmos locais apresentam índice populacional baixo, como é o caso de Itororó, Firmino Alves, Caatiba, Bom J. da Serra e outros; isto porque este dado está relacionado ao tamanho da área em estudo, ou seja, à distribuição da população sobre a mesma; também os municípios referendados anteriormente com populações mais volumosas apresentam também aqui uma densidade alta no conjunto. Seguindo este raciocínio sobre o crescimento da população, o gráfico da Figura 8 mostra o elemento taxa de urbanização, que está atrelado ao crescimento das cidades como um todo: Figura 8. Taxa de Urbanização do Sudoeste da Bahia, Fonte: IBGE/SEI No gráfico acima, é possível observar então que o grau de urbanização aumentou consideravelmente em todos os municípios estudados; e isto se dar exatamente a partir dos anos 80, quando a população urbana começa a subir em números nos municípios. Em 1991 ela atinge níveis bastante altos em municípios tais como: Cândido Sales, Itapetinga, Jequié, Itambé, Itororó, Santa Inês, Tremedal e Vitória da Conquista, onde todos ultrapassam os 75% de taxa de urbanização. A grande maioria dos municípios fica abaixo da taxa de 50% de urbanização, mas poucos atingem cotas abaixo de 25%.Estes índices demonstram, de uma maneira geral, uma situação positiva do crescimento das cidades destes municípios e portanto condizem com os dados de crescimento populacional. A informação sobre faixa etária da população também é bastante relevante na avaliação do desenvolvimento da mesma. Vê-se o gráfico da Figura 9: 8

Figura 9. Faixa Etária da População do Sudoeste da Bahia.Fonte: IBGE/SEI Este dado tomado no ano de 1991 mostra não somente a população concentrada em maior quantidade em municípios como Vitória da Conquista e Jequié como também um predomínio da população jovem de 0-14 anos e de 15-29 anos em todos eles. Neste sentido através destas informações apresentadas sobre a região sudoeste, é possível concluir que a mesma cresceu vertiginosamente em quantidade de pessoas, inclusive com um processo de urbanização bastante efetivo na região como um todo. Neste contexto a Uesb também experimentou e vem experimentando um avanço significativo de pessoas que freqüentam e ocupam cada vez mais este meio acadêmico ao longo da sua história. Em meio a sua estrutura física e acadêmica cresce e se devolve na região e para a região, a Uesb vem se afirmando como um meio de atração para muita gente e isto faz elevar seus números internos de discentes, mediante as condições físicas e acadêmicas que a própria vem apresentando para dar subsídio a esta demanda e, consequentemente, contribuir para elevar o quantitativo de pessoas nas suas cidades sede e também na região de origem, conforme se pode observa no quadro da Figura 10 abaixo: + CRESCIMENTO E FIXAÇÃO DA POPULAÇAO NO SUDOESTE DA BAHIA Figura 10. Aspectos da Uesb no crescimento populacional do Sudoeste da Bahia 9

Outro elemento que a observar que contribui para este crescimento populacional e mudanças nas características demográficas do sudoeste baiano, é o fluxo de pessoas que se locomovem de outros municípios para Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga para estudarem na Uesb, ou mesmo de outros estados. A movimentação de pessoas de outros municípios se dar de duas formas: os estudantes ficam morando na cidade temporariamente e só retornam aos municípios de origem nos finais de semana, feriados ou férias; e aqueles que se locomovem diariamente para esta atividade, quando o município é próximo. O mapa da Figura 11 abaixo mostra um pouco desta realidade ao longo de alguns anos em relação ao sudoeste da Bahia e todo o estado: Figura 11. Mapa do fluxo de estudantes no Sudoeste da Bahia e estado. Fonte: SGC/Uesb O mapa acima toma como referência a Uesb da cidade de Vitória da Conquista, por ser a sede administrativa das três unidades. Então pode-se perceber que há um fluxo bastante considerável de estudantes de todos os municípios que fazem parte da universidade, sendo que os maiores fluxos são oriundos da cidades sede da instituição e não sendo aqui possível mostrar o próprio município de Vitória da Conquista que representa a maior demanda de discentes na universidade. Este quadro demonstra a importância e poder de atração desta instituição de nível superior na sua própria região de origem e da grande demanda de pessoas que recebe, fazendo com que haja um diferencial nos números da população ao longo dos anos, assim como das suas características gerais. Em uma outra escala do estado da Bahia para o sudoeste, a realidade é quase similar, tendo um fluxo bastante intenso de estudantes que vem de quase todos os municípios baianos estudar na universidade.também os estudantes são originários principalmente dos municípios mais próximos e é mostrado que eles são em maior número do próprio Sudoeste baiano. Com relação ao Brasil o fluxo se torna mais rarefeito por causa da grande extensão territorial, mas mesmo assim se pode notar que vem pessoas de praticamente todos os estados brasileiros estudar na Uesb, conforme mostra mapa da Figura 12 abaixo: 10

Figura 12. Fluxo de estudantes dos Estados Brasileiros para a Uesb. Fonte: SGC/Uesb No caso dos estados brasileiros os que mais demandam pessoas para a Uesb são mesmo São Paulo e Minas Gerais, seguido dos outros mais próximos ao estado da Bahia e em último lugar uma pouca freqüência daqueles que vem de estados mais distantes. Outro aspecto a ser observado quanto ao desenvolvimento regional em função da universidade são aqueles relacionados a economia. Mediante isto alguns indicadores econômicos podem ser avaliados quanto a melhoria da economia local e regional em função deste contingente de pessoas que vão para o mercado de trabalho pós-uesb. Neste cenário é possível dizer que a região tem crescido em qualidade de pessoal e isto reflete na sua qualidade econômica, conforme se observa no gráfico da Figura 13 abaixo: Figura 13. Produto Interno Bruto do Sudoeste da Bahia. Fonte: INGE/SEI Neste gráfico o PIB é bem considerável nos três municípios sede da Uesb: Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga; nas outras regiões o PIB tem demonstrado um sensível crescimento ao longo dos anos, porém é baixo, mas isto está de sobremaneira ligado ao próprio quantitativo populacional de cada município. 11

Em relação a renda, que é outro dado importante nesta avaliação, ela pode ser demonstrada segundo os anos estudados, de acordo o gráfico da Figura 14 abaixo: Figura 14. Renda salarial na Região Sudoeste da Bahia. Fonte: IBGE/SEI Aqui foram estudados somente duas faixas de renda que são as mais comuns nos municípios do sudoeste da Bahia que são: até um salário mínimo e até três salários mínimos, também em alguns municípios estas informações não estavam disponibilizadas. Nos anos 70 há uma oscilação bastante diferenciada entre os que recebem a primeira faixa de salário da segunda; já em 2000 eles já alcançam um percentual bem maior da população, embora oscilam basicamente no mesmo patamar, mas há uma diferença de crescimento considerável em relação a década anterior e isto é o mais importante: há um crescimento do poder aquisitivo da população. Seguidamente, tem-se também uma avaliação da ocupação desta população do sudoeste baiano pelos setores das atividades econômicas que são: primário (agricultura e pecuária), secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços); informação também relevante que pode demonstrar como a população se divide em números por estes três setores e daí suas características oriundas do mesmo, segundo mostra o gráfico comparativo da Figura 15 abaixo: Figura 15. População ocupada por setores das atividades econômicas no Sudoeste da Bahia. Fonte: IBGE/SEI 12

Nela é possível observar que nos anos 70 a população estava bem concentrada no setor primário e ainda na década seguinte - 80 ela ainda permanece alta, mas já com uma sensível mudança de população nos setores secundário e terciário. O grande avanço é notado mesmo no ano de 2000, ou seja, 10 anos adiante a população no setor terciário cresce vertiginosamente, o setor secundário se mantém em níveis ainda pequenos, e o setor primário decai em número de pessoas. Os indicadores utilizados até aqui não têm um segmento de anos nos quais foram coletados e também as temáticas mudam constantemente, mas mesmo assim ainda foi possível conhecer um pouco das características econômicas do sudoeste baiano. Também foi possível encontrar junto a SEI (Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia), órgão utilizado nesta pesquisa uma classificação dos municípios baianos quanto a alguns elementos de desenvolvimento que são interessantes de se observar; aqui foram escolhidos, para demonstração, apenas os 10 (dez) primeiros municípios que englobam características que os colocam no chamado ranking ou classificação dentre todos os 417 municípios da Bahia segundo tabelas da Figura 16 abaixo: Ranking do Indice de Desenvolvimento Econômico Municípios 1998 2000 2002 2004 2006 Vit. da Conquista 7º 9º 7º 7º 15º Jequié 16º 19º 17º 17º 32º Itapetinga 31º 26º 24º 24º 20º Jaguaquara 43º 51º 58º 58º 151º Poções 57º 63º 71º 67º 144º Itororó 75º 84º 85º 72º 38º Itambé 115º 115º 109º 127º 315º Iguaí 117º 126º 156º 154º 197º Planalto 119º 156º 198º 175º 185º Barra do Choça 127º 120º 106º 129º 369º Ranking do Indice de Qualificação de Mão de Obra Municípios 1998 2000 2002 2004 2006 Vit. da Conquista 4º 6º 6º 5º 22º Jequié 12º 12º 12º 17º 51º Itapetinga 34º 17º 16º 19º 13º Poções 62º 64º 74º 60º 158º Jaguaquara 71º 68º 55º 63º 318º Barra do Choça 94º 106º 162º 384º 369º Itambé 98º 118º 104º 178º 246º Planalto 113º 79º 144º 210º 156º Cândido Sales 115º 192º 308º 320º 377º Maracás 118º 213º 189º 278º 395º Anagé 120º 102º 109º 128º 228º Ranking do Indice de Desenvolvimento Social Municípios 1998 2000 2002 2004 2006 Vit. da Conquista 4º 6º 8º 6º 4º Itapetinga 13º 11º 15º 17º 19º Jequié 21º 21º 11º 13º 16º Itororó 45º 57º 61º 60º 67º Maiquinique 65º 119º 117º 77º 70º Santa Inês 78º 73º 81º 76º 146º Jaguaquara 89º 95º 101º 110º 123º Potiraguá 99º 155º 290º 296º 326º Macarani 118º 94º 78º 98º 75º Itiruçu 133º 132º 134º 113º 169º Ranking do Indice do Rendimento Médio dos Chefes da Familia Municípios 1998 2000 2002 2004 2006 Vit. da Conquista 8º 8º 11º 11º 11º Itapetinga 19º 17º 19º 19º 19º Jequié 44º 44º 34º 34º 34º Potiraguá 63º 62º 195º 195º 195º Cândido Sales 71º 71º 160º 160º 160º Jaguaquara 77º 76º 89º 89º 89º Itororó 96º 94º 113º 113º 113º Belo Campo 113º 114º 197º 197º 197º Ibicuí 118º 117º 115º 115º 115º Poções 127º 126º 95º 95º 95º Firmino Alves 132º 132º 198º 198º 198º Ranking do Indice de Desenvolvimento de Infra-Estrutura Municípios 1998 2000 2002 2004 2006 Vit. da Conquista 7º 6º 4º 4º 42º Jequié 15º 18º 13º 14º 61º Itapetinga 26º 27º 24º 21º 30º Jaguaquara 42º 43º 46º 44º 128º Poções 61º 57º 55º 51º 168º Itororó 62º 63º 82º 66º 29º Cândido Sales 113º 120º 112º 117º 244º Iguaí 131º 131º 140º 149º 179º Itambé 132º 144º 134º 145º 325º Maracás 140º 138º 138º 141º 311º Ranking do Indice do Nivel de Educação Municípios 1998 2000 2002 2004 2006 Vit. da Conquista 8º 18º 17º 31º 32º Jequié 10º 16º 8º 15º 41º Itapetinga 22º 26º 24º 56º 102º Cravolândia 25º 72º 67º 50º 52º Itororó 50º 86º 157º 98º 99º Santa Inês 92º 48º 58º 91º 103º Macarani 121º 117º 91º 135º 35º Maiquinique 126º 224º 256º 222º 137º Ibicuí 152º 324º 250º 237º 262º Lag. do Tabocal 199º 194º 158º 189º 263º Figura 16. Ranking de Municípios do Sudoeste Baiano. Fonte: SEI Em todas as tabelas foram dados destaques para os municípios de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, onde ficam as sedes da Uesb; os seis indicadores promulgados pela SEI: Índice de Desenvolvimento Econômico (IDE), Índice de Desenvolvimento Social (IDS), Índice de Desenvolvimento de Infra-estrutura, Índice de Qualificação de Mão-de- Obra, Índice de Rendimento Médio dos Chefes da Família e Índice do Nível de Educação; os três citados municípios reúnem condições conjuntas que os englobam nos primeiros lugares, muito embora individualmente nos índices apresentados podem ser superados por outros municípios. Também é possível informar que os municípios que se colocam na classificação estão próximos geograficamente aos três melhores municípios classificados nos índices apresentados em relação a região sudoeste. Neste sentido, alguns dados da Uesb podem referendar tal situação, segundo gráficos da Figura 17 abaixo: 13

Figura 17. Situação da Pós-graduação, pesquisa, extensão e quadro de profissionais da Uesb. Fonte: GRH/PPG/Prarh Nos itens acima, é notável perceber que a profissionalização da universidade é inquestionável; então atrelada ao oferecimento de cursos de graduação e aumento de vagas estão os cursos que preparam ainda melhor os discentes tornando-os uma mãode-obra cada vez mais aprimorada e preparada para o mercado de trabalho; as atividades de pesquisa que voltadas as várias áreas do conhecimento científico colaboram na produção de conhecimentos úteis a serem utilizados pela população regional como um todo; as atividades extensionistas que se voltam geralmente para assessoria a comunidade carente das cidades sede e circunvizinhas e finalmente seu quadro de profissionais que é o grande retrato da sua capacidade em qualificar pessoas preparandoas para ocupar os quadros de serviços da sociedade e assim contribuir sensivelmente para melhoria da geração de renda e por que não dizer melhor distribuição da mesma. Seguidamente vem o fator educação consequentemente vem a ser o mais evidente atestado do papel de influência da Uesb na região sudoeste da Bahia, segundo esquema da Figura 18. Nela se observa que no ano de 1991 a grande maior parte da população tem nível educacional em ensino fundamental, seguida do nível médio e uma pequena parte representada pelo nível superior. Em 1996, o nível educacional passa a mudar um pouco crescendo sensivelmente no ensino fundamental e superior e finalmente em 2000, o nível médio sobe quase que ao patamar do fundamental e o superior se espalha mais pelas regiões, ou seja, mais municípios são atingidos pela educação superior. Obviamente a educação é uma influência direta da universidade sobre a região sudoeste da Bahia. 14

Figura 18. Nível Educacional do Sudoeste da Bahia. Fonte IBGE/SEI Também, através das suas ações extensionistas, a instituição vem contribuindo muito para acentuar mais ainda este seu papel educacional através de vários programas e eventos de inclusão social; um deles é a problemática do analfabetismo cujos índices vem sendo minimizados na região segundo gráfico da Figura 19 abaixo: Figura 19. Taxa de analfabetismo no sudoeste da Bahia. Fonte: IBGE/SEI Segundo o gráfico acima os índices de analfabetismo têm decrescido a cada ano e de forma significativa, principalmente no ano 2000; vinte anos após a instauração da Uesb na região e da sua consolidação na educação superior, formação de educadores nas áreas do ensino fundamental e médio e adoção permanente de programas de educação de jovens e adultos voltados a comunidade carente de toda a região. Tomando então principalmente como referência o surgimento da Uesb na década de 80, seu desenvolvimento ao longo dos últimos anos, as características e o desenvolvimento da região sudoeste; o quadro abaixo da Figura 20, estabelece uma relação das principais características e ações da universidade e da região sudoeste na tentativa de mostrar esta interrelação desta instituição de ensino superior com a sua região de origem: 15

UESB Características Gerais REGIÃO SUDOESTE Características Gerais Composta por 3 campi, espalhados por três municípios; Os três campi da Uesb estão localizados nos municípios mais desenvolvidos Infra- estrutura adaptada as condições locais e regionais; Compreende 39 municípios do Estado da Bahia; Crescimento regional a partir dos municípios mais desenvolvidos; Região de clima árido, temperaturas elevadas e altitudes pouco elevadas; Grande demanda de estudantes; Crescimento Populacional; População Jovem; Gradual mobilidade de pessoas de outros municípios e Estados brasileiros Crescimento infra-estrutural interno e externo; Formação de mão-de-obra especializada nas áreas de administração, economia, agricultura, saúde e outros. Geração de emprego e renda Crescimento Populacional; Crescimento Econômico; Urbanização crescente; Economia Baseada no comércio, prestação de serviços e agronegócios; Maior poder aquisitivo da população nas cidades sede da Uesb Captação de recursos para investimento na pesquisa, ensino, extensão e infra-estrutura; Programa de formação de professores; Elevação do PIB (Produto Interno Bruto); Elevação do nível educacional no ensino fundamental e médio; Programa de educação de jovens e adultos; Aumento da oferta de vagas; Decréscimo nos níveis de analfabetismo; Elevação do nível educacional em ensino superior; Programa de assistência estudantil Maior acesso da população carente ao ensino superior Instituição criada para incentivar a Crescimento do número de instituições de ensino implantação e espalhamento do ensino superior superior no interior baiano pelo Governo Estadual Figura 20. Características Gerais da Uesb e Região Sudoeste. Elab. por Profª Marialda Brito. Lab de Geoprocessamento/Uesb Neste contexto pode-se citar também pareceres e relatórios importantes da instituição que denotam esta sua importância no contexto regional, conforme se pode averiguar no Relatório de Auto-Avaliação Institucional da Uesb - 2006 e 2008: Instalada numa região que abrange 78 municípios, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) apresenta-se como uma instituição multicampi, possuindo três centros de formação e produção do conhecimento, localizados nos municípios de Jequié, Itapetinga e Vitória da Conquista Um parecer muito importante é o do CEE (Conselho Estadual de Educação) nº 119 2006, no que tange ao recredenciamento da universidade, algumas colocações foram feitas de forma contundentes com relação ao papel da instituição na região: Na Região Sudoeste da Bahia, composta por 39 municípios, destacam-se sob o aspecto social e econômico: Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, exatamente, onde se situam os campi da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Paradoxalmente, entre os dezessete municípios que apresentam índices de desenvolvimento social seis pertencem à Região Sudoeste. Esta evidência demonstra o relevante papel que tem a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Uesb na promoção de mudanças exigidas que possam interferir no equilíbrio interregional. Pág 39. Neste mesmo parecer nas suas conclusões finais, dois pontos enfatizam este contexto: 16

5 A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Uesb tem este papel muito bem delineado pela influência das suas ações no contexto da Região Sudoeste da Bahia. 11 a UESB tem uma clara e inequívoca vocação extensionista, procurando, através de suas ações, inserir-se na comunidade regional, elevando a qualidade de vida da população e promovendo o desenvolvimento econômico, cultural e social do Sudoeste do Estado da Bahia. Pág. 40 Então a Região Sudoeste da Bahia sob a influência da Uesb já explicitada aqui, pode ser caracterizada como uma região polarizadora ou de pólo educacional, segundo exposições conceituais colocadas até aqui, segundo fluxograma da Figura 21 abaixo: REGIÃO SUDOESTE UESB REGIÃO POLARIZADORA PÓLO EDUCACIONAL DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Figura 21. Conceitos e Desenvolvimento para o Sudoeste da Bahia. Elab. por Profª Marialda Brito. Lab. de Geoprocessamento, Uesb, 2010. No esquema acima é possível verificar que em função da universidade na região sudoeste assume novos parâmetros conceituais que a coloca em um novo contexto de região moldada a partir desta força endógena (interna) de crescimento. Assim a universidade faz da região uma força de atração de pessoas, serviços, recursos, infra-estrutura e outros, contextualizando-a como uma região especializada na oferta de educação, a partir da qual se desenvolve. É uma nova realidade que se configura para o Sudoeste Baiano que vai tendo na educação a sua principal mola mestre de crescimento e sustentação e ao mesmo tempo pode a partir da mesma se expandir em outras especialidades que deverão elevar cada vez mais a qualidade de vida da sua população. Então, sendo a Uesb um elemento de importância e influência no Sudoeste Baiano, logicamente os seus três municípios sede são os primeiros a serem frutos desta relação, e aqui, mais alguns indicadores específicos destas áreas serão vistos e analisados como forma de demonstrar outro aspecto de desenvolvimento econômico local nesta escala. Estes indicadores são referentes as empresas ligadas as atividades de: construção civil, vestuário, equipamentos de informática, comunicação, transporte e obras de urbanização. Estes dados são da Juceb (Junta Comercial da Bahia) e dizem respeito as empresas que são devidamente ativas e cadastradas no órgão; obviamente no real podem existir mais empresas, porém é impossível prever ou quantificar tal informação uma vez que não existe na região nenhuma outra fonte ou órgão onde se possa buscar tal informação, exceto a utilizada aqui. Para tanto seguem gráficos de empresas ativas que foram instaladas nos municípios de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga Figura 22, da década de 80 em diante, exatamente do tempo que condiz com a criação da Uesb. No caso de Vitória da conquista, as empresas de edificações se espalham pelos anos referendados, ficando mais concentrado a partir do ano de 2000; em relação as empresas 17

de vestuário há uma distribuição também rarefeita a partir da década de 90; seguidamente o comércio de suprimentos e equipamentos de informática é o que mais se expande, inclusive a partir da década de 80, tanto em quantidade como em ocorrência de anos; só há ocorrência de empresas de comunicações no ano 2000 e por último empresas de transporte é bastante pequena, com apenas uma ocorrência em 2008. Em Jequié o registro mostra que empresas de edificações se expandem a partir da década de 80, mas com pouca ocorrência nos anos estudados; as de vestuário tem apenas uma ocorrência; as de informática são mais numerosas, mas não ocorrem todos os anos, e as de comunicação também tem apenas uma ocorrência seguida da de obras de urbanização que também é bastante pequena com apenas uma ocorrência. Em Itapetinga, tal como nos outros municípios, as empresas de edificações ocorrem de forma rarefeita pelos anos seguidos; as de vestuário com apenas um ocorrência; as de informática são mais ocorrentes e por repetidas vezes em poucos anos; as de comunicação são poucas assim como as de obras de urbanização. 18

Figura 22. Empresas ativas em Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga. Fonte: Juceb/Bahia. 2010. Assim, pode se observar no global que as empresas de mais ocorrências são as ligadas as atividades de informática, seguidas pelas de edificações, vestuário, e por último e em bem menor número as de comunicação, transporte e obras de urbanização. O fato é que pelos dados, demográficos, econômicos e educacionais mostrados a nível regional, nos três municípios e mais os locais é notável perceber que a região sudoeste sofreu um desenvolvimento ao longo dos anos estudados, principalmente os três municípios sede da Uesb foram bastante contemplados neste processo. Assim sendo o esquema abaixo da Figura 23 abaixo, resume o pensamento apregoado até aqui: UESB DESENVOLVIMENTO REGIONAL DESENVOLVIMENTO LOCAL Melhorias nos municípios Melhorias nas cidades sede Figura 23. Desenvolvimento Regional/Local e Uesb. Elab. por Profª Marialda Brito, 2010. 5. Perspectivas futuras da Uesb e região De acordo as informações que explicitam um crescimento da universidade e desenvolvimento da sua região, há de se tentar traçar aqui algumas perspectivas: No ensino: Criação de novos cursos de graduação; Crescimento do número de vagas; Progressiva qualificação do quadro docente e técnico; Constante apoio a programas de alfabetização de jovens e adultos; Progressivo apoio a programas de formação de professores do ensino fundamental e médio; 19

Mais cursos de pós-graduaçãol; Busca de intercâmbios e convênios no ensino da pós-graduação com universidades nacionais e internacionais; Avanço no seu programa de assistência universitária; Profissionalização baseada em práticas e estágios no ambiente universitário e fora dele; Na pesquisa Mais recursos para subsidiar os projetos de pesquisas; Crescimento da infra-estrutura física; Incentivo crescente a prática da pesquisa com apoio de recurso externo; Pesquisas mais às necessidades e interesses regionais; Envolvimento crescente do discente na pesquisa; Formação de grupos de pesquisa; Intercâmbio universidade e empresas; Centro de referência; Na extensão: Programas de assistência e inclusão social; Incentivo a cultura local; Promoção dos talentos locais; Apoio ao surgimento de novas empresas; Ampliação das empresas juniores dos cursos da universidade; Novas parcerias com prefeitura e órgãos locais; Na Infra-estrutura Criação de novos módulos de aula, laboratórios e setores administrativos: Ampliação externa com criação de setores sob sua administração; Incorporação de setores ligados a educação, cultura e laser; Influenciar na reorganização do espaço urbano; Apoio a crescente urbanização da cidade; Provocar o surgimento de novas instituições de ensino; Atrair mais pessoas para a região. Assim sendo por mais que se procure fazer um rol de perspectivas de uma instituição como a Uesb em uma região em desenvolvimento mais que ainda mantém traços de deficiências educacionais e uma qualidade de vida ameaçada pelo baixo poder aquisitivo da maioria da sua população, é uma tarefa ousada, pois não deixará de contar com dificuldades a serem superadas tais como: Recurso público muitas vezes limitado mediante as demandas apresentadas; Região econômica extensa e com profundas desigualdades sociais; Região com limites físicos (secas) que refletem diretamente nas suas atividades agrícolas; PIB e renda familiar ainda baixas que propulsionem a economia local; Taxas de analfabetismo consideráveis a serem superadas; Aproveitamento melhor da mão-de-obra oriunda a universidade com a criação ou incentivo de novas empresas na região; Remuneração docente ainda precária; Outros. Contudo em meio as propostas e dificuldades a Uesb vai paulatinamente procurando superar as barreiras e conforme dados já apresentados até aqui vem aos poucos tendo um importante papel no contexto regional estudado e pelo ritmo dos acontecimentos, tem muito caminho a ser percorrido. 6. Conclusões 20

Inicialmente a abordagem sobre região e o ensino superior como elemento impulsionador do desenvolvimento regional, e posteriormente as análises de informações e indicadores utilizados na caracterização regional e local, dão subsídio para o conhecimento de como a Uesb se instalou e se desenvolveu na região Sudoeste e ao longo do tempo teve influência sobre a mesma. Foi visto primeiramente que o desenvolvimento de uma região pode estar atrelado a diversos fatores de ordem física, econômica, social, educacional e outros; neste caso a educação que é o foco de estudo, tem se despontado como um elemento importante no desenvolvimento regional, onde o mesmo se dar principalmente através das ações de ensino, pesquisa e extensão da universidade em estudo. A Uesb surge assim como uma mola propulsora deste desenvolvimento tanto por ser a primeira universidade da região como também por atrair outras instituições de nível superior e assim promover ainda mais o espalhamento deste nível de ensino em toda a região sudoeste e seus diversos municípios. Com relação aos índices econômicos os municípios do Sudoeste vem aumentando sua geração de recurso com um PIB (Produto Interno Bruto) em expansão e se especializando nas atividades de comércio e serviços gerais. Os números são ainda modestos, porém crescentes; assim como os níveis educacionais vem apresentando um avanço importante com maior número de pessoas com nível fundamental, médio e superior com o advento do ensino superior na região. O que se pode dizer, também, é que se trata de uma região que apesar do ainda constatado baixo poder aquisitivo da população, vai deixando suas características genuinamente rurais para ceder lugar às cidades e com elas o aumento do comércio e dos serviços em detrimento as atividades agrícolas. Concomitantemente as outras instituições denominadas de faculdades, conforme o que foi visto, possuem diversos cursos que são também oferecidos pela Uesb, e assim acabam reforçando ou aumento da oferta de vagas ou acesso de alunos ao ensino superior, tanto na graduação como na pós-graduação, e no conjunto vem apresentando um resultado positivo no setor educacional tanto nas cidades onde estão instalados como nos outros municípios de toda a região sudoeste. A Uesb tem desenvolvido muitas pesquisas voltadas ao desenvolvimento sustentável do Sudoeste da Bahia e as suas atividades extensionistas nas áreas de educação, artes e laser contribuem para dar um significado mais amplo das ações universitárias que atingem diretamente as populações carentes dos bairros das cidades oferecendo-lhes oportunidades de conhecimento, entreterimento e bem-estar, promovendo assim a inclusão social. Consequentemente em função do aumento da demanda gerada pelas universidades em cada campus, as cidades sede tendem a oferecer cada vez mais condições melhores de moradia, alimentação, saúde, entreterimento e todas aquelas estruturas que podem subsidiar uma população emergente que surge em função desta instituição de ensino e portanto são as que mais crescem no conjunto de todas as cidades da região. Também no desenrolar do estudo e observação do conjunto dos indicadores econômicos, educacionais e demográficos utilizados nesta pesquisa, as citadas cidades são as que mais se desenvolvem em número de população, índices econômicos, educacionais e outros, mostrando ainda mais que há uma importante influência da universidade neste cenário. Portanto, pode-se aqui pontuar as principais idéias conclusivas que norteiam esta atividade de pesquisa: a região sudoeste vem assistido um notável desenvolvimento a partir da instalação da Uesb; 21