Roteiro Passo a Passo



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Transcrição:

Roteiro Passo a Passo As secções abaixo providenciam um roteiro passo a passo para o ciclo de projecto ABC. O roteiro está organizado em torno dos estágios simplificados do ciclo do projecto análise, desenho e implementação e a função gestão da informação & conhecimento, que funciona em todo os três estágios. Para cada um, os passos chave a seguir estão detalhados com explicações, ferramentas recomendadas e recursos. Abrir a secção Roteiro Passo a Passo sobre Análise (www.careclimatechange.org/files/toolkit/roteiro_passo_a _Passo_sobre_Analise.pdf) Roteiro Passo a Passo sobre Análise A análise é a chave para um desenho de projecto, implementação e gestão da informação & conhecimento apropriados e eficazes. Esta secção providencia um roteiro detalhado sobre os passos a seguir na fase de análise no seu projecto ABC, dando explicações, exemplos, ferramentas recomendadas e recursos, para assisti-lo ao longo do caminho. Seguir estes passos vai ajudá-lo a completar um processo analítico e a preparar resultados que satisfazem os Padrões de Análise ABC. CARE/Ausi Petrelius NOTA: não é necessário seguir os passos em sequência. Pode achar mais prático levar a cabo vários passos em simultâneo. Os passos chave na fase de análise são: PASSOS: Índice PASSO 1: Definir o processo de análise PASSO 2 Analisar o contexto climático PASSO 3: Analisar riscos climáticos e de desastre PASSO 4: Analisar o contexto institucional e das políticas relativo às mudanças climáticas PASSO 5: Analisar as causas fundamentais da vulnerabilidade PASSO 6: Sintetizar, validar e documentar a análise

ANÁLISE PASSO 1: Definir o processo de análise O primeiro passo no estágio de análise é definir o processo analítico. Isto envolve decisões sobre como é que a análise será levada a cabo, as fontes de informação que serão usadas, e como é que as partes interessadas (stakeholders) serão envolvidas. Manual de Vulnerabilidade Climática e Análise da Capacidade (VCAC) (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) A metodologia Vulnerabilidade Climática e Análise da Capacidade (VCAC), ajuda-nos a compreender as implicações das mudanças climáticas para as vidas e meios de subsistência das pessoas que servimos. Ao combinar o conhecimento local com dados científicos, o processo desenvolve o entendimento das pessoas sobre riscos climáticos e estratégias de adaptação. Providencia um quadro para o diálogo nas comunidades, bem como entre as comunidades e outras partes interessadas (stakeholders). Os resultados dão uma base sólida para a identificação de estratégias práticas para facilitar adaptação às mudanças climáticas com base na comunidade. Análise Passo 1.1: Organizar a equipa de análise A equipa de análise deveria ser multidisciplinar e incluir especialistas em mudanças climáticas e avaliação da vulnerabilidade. Podem ser cientistas climáticos, especialistas em género e diversidade, peritos científicos e técnicos em disciplinas relevantes relacionadas com os meios de subsistência (e.g. agricultura, pescas, florestas) ou ecossistemas (biólogos, cientistas ambientais). Pode também incluir especialistas em desenho de projectos. De forma ideal, a equipa de análise incluirá organizações locais que serão eventualmente parceiras no projecto, de modo a capacitar e criar um sentido de pertença (ownership) desde o início. Os papéis e responsabilidades para a equipa de análise deveriam ser claros logo no começo. O Manual VCAC (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) inclui uma lista (p. 12) para guiar a organização de uma equipa de campo no processo de análise VCAC, que é um ponto de partida útil para este processo. Análise Passo 1.2: Desenvolver um plano para o estágio de análise Deve ser preparado um plano de trabalho detalhado para a análise. O plano deve incluir como e quando se envolverá com as partes interessadas (stakeholders), incluindo homens e mulheres das comunidades alvo, organizações parceiras, governos e pessoal da CARE. Análise Passo 1.3: Decidir sobre a abrangência, métodos e fontes de informação para a análise A equipa de análise valer-se-á de uma gama de dados e informações qualitativas e quantitativas. É importante tomar decisões sobre os métodos que serão usados para a recolha de dados, análise, síntese e para reportar. É provável que as primeiras vezes que este processo for levado a cabo, a equipa usará dados e fontes de informação novas para além de estabelecer novos contactos. Além disso, visto que a análise terá enfoque a nível nacional, regional, do governo local/comunidade e nível dos agregados familiares/indivíduo, as fontes de informação e métodos de recolha variarão correspondentemente. Será usada informação tanto primária como secundária. Quando se usarem recursos primários, deveriam usar-se, tanto quanto possível, metodologias confiáveis para a amostragem. 2

ANÁLISE PASSO 2: Analisar o contexto climático Entender o contexto climático da área do projecto é essencial ao desenhar projectos ABC de qualidade. Isto inclui o clima histórico, presente e projectado; e inclui tanto as condições climáticas (temperatura, vento, humidade e padrões da precipitação) e eventos (e.g. chuvas torrenciais, secas, cheias, ciclones e furacões). A análise deve valer-se de dados científicos bem como de dados e informações recolhidas das comunidades. Isto deve ser feito na menor escala possível, para que o desenho do projecto seja significativo, levando em conta a variabilidade do micro clima local e a geografia. RECURSOS ÚTEIS Fontes Secundárias tais como relatórios dos Serviços de Meteorologia, Comunicações Nacionais à Convenção do Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (http://unfccc.int/national_reports/non-annex_i_natcom/submitted_natcom/items/653.php), Programas de Acção Nacional para Adaptação (onde for apropriado) (http://unfccc.int/cooperation_support/least_developed_countries_portal/submitted_napas/items/4585. php), e relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (www.ipcc.ch/) são boas referências para isto. O Portal de Dados sobre Mudanças Climáticas do Banco Mundial (http://sdwebx.worldbank.org/climateportal/) e o Mágico do Clima para Preservação da Natureza (www.climatewizard.org/) também podem providenciar informação útil. Análise Passo 2.1: Identificar calamidades climáticas passadas e presentes (eventos e condições) que a área alvo (país, região, comunidade) enfrenta Em muitas áreas, os impactos das mudanças climáticas já estão sendo observados tanto por cientistas como pelas comunidades locais. Compreender os eventos atmosféricos e condições que se viveram numa dada área (tanto recentemente como historicamente), e como é que as comunidades e indivíduos responderam a eles, dá-nos uma base importante para entender como é que mudanças futuras no clima podem ter impacto numa comunidade e na sua capacidade de se adaptar. Esta é a base a partir da qual se desenvolvem acções que deveriam ser incluídas num projecto ABC. O governo nacional ou as instituições nacionais de pesquisa tais como universidades, podem ter recolhido dados históricos sobre as condições atmosféricas, e a instituição do governo para desastres pode ter informação sobre eventos atmosféricos tais como temporais e cheias. A qualidade e o nível de detalhe é provável que varie, mas ainda assim, estas são fontes importantes de dados. Outros organismos não governamentais, tais como ONGs e agências das Nações Unidas, podem também ter este tipo de informação. Por conseguinte, um bom ponto de partida, é estabelecer uma parceria com uma instituição envolvida na monitoria climática. Para além disto, as comunidades locais são fontes deste tipo de informação, (ver Passo 2.3 da Análise). Análise Passo 2.2: Analisar mudanças projectadas em calamidades climáticas (eventos e condições) Tendo como base o conhecimento do contexto actual e uma análise das mudanças passadas, analisar projecções climáticas futuras é muito importante a fim de preparar eficazmente as comunidades para se adaptarem às mudanças climáticas a longo prazo. Esta análise deve basear-se em projecções científicas, colocar o enfoque em tendências gerais e realçar as incertezas das projecções climáticas futuras. Continua a ser um desafio obter projecções locais sobre às mudanças climáticas. Contudo, novos métodos para simplificar projecções à escala global em projecções mais localizadas estão sendo desenvolvidos. É de esperar que às mudanças climáticas aumente a frequência e severidade dos eventos atmosféricos extremos, incluindo secas, cheias, ciclones, furacões, entre outros. Já não podemos assumir que estes 3

eventos ocorrerão como no passado; nem podemos assumir que as comunidades enfrentarão os mesmos perigos como o fizeram no passado. O desenho de projectos ABC deve basear-se em análises tanto dos eventos atmosféricos presentes como dos futuros, com base nas projecções disponíveis. Mudança de condições tais como as temperaturas e padrões da precipitação são menos dramáticas do que eventos tais como cheias ou ciclones, mas elas podem ter um impacto sério nos meios de subsistência, particularmente nos meios de subsistência baseados na agricultura. Análises de como estas variáveis climáticas poderão mudar no futuro, podem ajudar na identificação de estratégias de adaptação que sejam apropriadas às condições futuras, ou que criem flexibilidade para lidar com a incerteza, reconhecendo que a adaptação é um processo, não um fim. Relatórios preparados pela UNFCCC (http://unfccc.int/national_reports/items/1408.php), dependendo de quando foram preparados, são provavelmente uma boa fonte de informação. Para além disto, várias agências governamentais e não governamentais no país, tais como universidades e outras instituições de ensino, podem ter feito trabalho de análise sobre a simplificação de modelos climáticos globais para o contexto nacional. O departamento de meteorologia, departamento ambiental, agências das Nações Unidas e universidades são fontes potenciais. Análise Passo 2.3: Solicitar observações sobre as mudanças climáticas ao nivel das comunidades Para complementar a informação científica recolhida nos dois passos anteriores e para pô-la no contexto local, também é importante solicitar observações sobre as mudança climática ao nivel comunitário. As comunidades têm uma quantidade de informação sobre tendências climáticas passadas e presentes, incluindo tanto dados como percepções. As ferramentas no Manual VCAC (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) ajudá-loão a recolher esta informação das comunidades, usando ferramentas tais como o mapeamento de perigos (p.33) e perfis históricos (p.37). ANÁLISE PASSO 3: Analisar riscos climáticos e de desastre A análise de riscos climáticos e de desastre dá-nos uma melhor compreensão dos impactos da variabilidade climática e das mudanças climáticas sobre recursos importantes dos meios de subsistência e actividades na área do projecto. São necessários dados e informações sobre os principais recursos dos meios de subsistência, bem como sobre as actividades sazonais e permanentes levadas a cabo pela comunidade na área do projecto. Estes dados e informações deveriam ser desagregados por género e outras características, que são importantes para a vulnerabilidade, de modo a identificar riscos climáticos chave afectando a área e a comunidade, bem como grupos de meios de subsistência e sectores económicos particularmente vulneráveis. De forma ideal, este processo usará uma combinação de pesquisa secundária e pesquisa primária, incluindo a análise participativa. 4

FERRAMENTAS RECOMENDADAS Manual de Vulnerabilidade Climática e Análise da Capacidade (VCAC) (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) A matriz de vulnerabilidade (p39) é uma ferramenta valiosa para recolher esta informação. Pode ser aplicada de muitas maneiras para entender melhor o impacto do clima em diferentes fontes de rendimento, fontes de alimentos e recursos. As estratégias para enfrentar com sucesso que são usadas em resposta aos impactos também podem ser extraídas deste debate. Ferramenta de Monitoria do Risco com Base na Comunidade Adaptação e Meios de Subsistência (CRiSTAL) (http://www.cristaltool.org/content/download.aspx) CRiSTAL é uma ferramenta de monitoria desenhada para ajudar desenhadores e gestores de projecto a integrar a redução do risco e a adaptação às mudanças climáticas nos projectos ao nível da comunidade. CRiSTAL, foi desenvolvida pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD), pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), Instituto do Ambiente de Estocolmo (SEI-US) e Intercooperação. O módulo 1 é útil para a análise pois ajuda os planeadores e gestores de projectos a entender as ligações entre meios de subsistência e clima, nas áreas dos seus projectos. Análise Passo 3.1: Identificar recursos importantes para os meios de subsistência Para manter os seus meios de subsistência, as pessoas usam uma vasta gama de recursos sociais, físicos, naturais, financeiros e humanos. Para analisar as articulações, meios de subsistência clima, os recursos mais importantes para os meios de subsistência e para a adaptação devem ser identificados, tendo em mente que grupos diferentes numa comunidade contam com recursos diferentes, em graus diferentes. Análise Passo 3.2: Analisar o impacto de calamidades climáticas presentes e futuras (eventos e condições) nos meios de subsistência Uma análise do impacto das calamidades climáticas presentes e futuras nos meios de subsistência, tendo como fonte o contexto climático concluído no passo anterior, dá-nos informação importante sobre os impactos prioritários a serem levados em consideração ao desenhar estratégias de adaptação. Esta análise deve ser considerada para grupos sociais e económicos diferentes na comunidade. As mudanças climáticas não deveriam ser tratada de forma isolada. Provavelmente, as comunidades estão a enfrentar uma série de calamidades, que incluem calamidades não climáticas, e estas calamidades podem interagir para aumentar a vulnerabilidade. Portanto, a análise de calamidades não relacionadas com o clima também é importante neste estágio, e se apropriado, o tratamento destas pode ser incorporado no desenho de projecto ABC. Análise Passo 3.3: Avaliar as estratégias actuais para fazer face a eficácia e sustentabilidade As estratégias de adaptação deveriam ser desenhadas para se desenvolverem a partir das estratégias existentes para fazer face (coping strategies), onde for apropriado. Contudo, em muitos casos, as pessoas mais vulneráveis estão a usar estratégias que não são nem eficazes nem sustentáveis. Este passo da análise deve incorporar a identificação das estratégias actuais de fazer face a adaptaçao, e uma avaliação da sua eficácia e sustentabilidade (particularmente em termos dos seus efeitos nos ecossistemas). Isto servirá para identificar as estratégias positivas que podem ser usadas como a base para a adaptação, e para entender melhor os tipos de alternativas que são necessárias para se adaptar a um clima em mudança. De facto, esta parte da análise pode destacar opções para a diversificação dos meios de subsistência, incluindo estratégias que não sejam fortemente dependentes dos recursos naturais. É importante notar que estratégias par fazer face as mudanças é tipicamente uma acção de curto prazo, durante e imediatamente após o choque. A adaptação, por outro lado, é um processo de planificação e gestão dos recursos dos meios de subsistência a longo prazo quer antes quer durante a recuperação de um 5

evento climático, ou em resposta as mudanças nas condições climáticas (ver p 7 do Manual VCAC (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) para um debate das diferenças entre estratégias para fazer face as mudanças climaticas e adaptação). Da mesma forma que com a vulnerabilidade e com a capacidade adaptativa, as estratégias para fazer face variam entre comunidades e grupos diferentes nas comunidades. Por isso, é importante indicar explicitamente estas diferenças na análise. Análise Passo 3.4: Identificar grupos de meios de subsistência ou sectores económicos que sejam particularmente vulneráveis às mudanças climáticas Sectores económicos particularmente vulneráveis podem incluir, mas não se limitar, à agricultura, pescas e pastorícia. Estes sectores são fortemente dependentes da base dos recursos naturais e, portanto, fortemente sensíveis à variabilidade climática e às mudanças climáticas a longo prazo. Neste sectores, grupos de meios de subsistência específicos podem ser mais vulneráveis que outros. Por exemplo, agricultores de subsistência que praticam uma agricultura totalmente dependente da chuva, são mais susceptíveis à seca do que aqueles com culturas irrigadas. Os pastores, com uma mistura de gado, incluindo espécies mais resistentes à seca tais como os camelos, podem ter mais capacidade para gerir a seca do que aqueles com um único tipo de animal. A fim de assegurar que estas diferenças são levadas em conta, e que as actividades de adaptação são seleccionadas adequadamente, a análise dentro dos sectores é muito importante. ANÁLISE PASSO 4: Analisar o contexto institucional e das políticas relacionado com as mudanças climáticas O sucesso dos esforços de adaptação a nível individual, agregado familiar e comunidade, conta grandemente com a existência de um ambiente favorável para a adaptação. Estes factores também influenciam os outros desafios que a comunidade ou agregados familiares enfrentam e esta análise pode inspirar o Passo 5. Um ambiente favorável significa que o governo e as instituições da sociedade civil (a todos os níveis) têm a capacidade para apoiar a adaptação a nível local, e que existem políticas adequadas para facilitar a acção. Para além de identificar as instituições relevantes ao nível nacional e local, também é preciso entender as suas políticas e planos, capacidade institucional e a eficácia da implementação das políticas, para ter uma imagem exacta do ambiente favorável para o projecto. Na análise, este passo serve para tentar entender melhor o contexto institucional e das políticas, e com base nisso, decidir o que é que o desenho do projecto deveria procurar levar em consideração. FERRAMENTA RECOMENDADA Manual de Vulnerabilidade Climática e Análise da Capacidade (VCAC) (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) A VCAC é baseada no quadro ABC que inclui questões importantes para reflexão ao nível local/comunidade e nível nacional. Também inclui orientação para levar a cabo o mapeamento institucional (p.14). A ferramenta diagrama de Venn (p. 41) ajuda-o a entender que instituições são mais importantes para as comunidades, o tipo de envolvimento que grupos diferentes têm nos processos de planificação local, e a avaliar o acesso a serviços e disponibilidade de redes de segurança social. Análise Passo 4.1: Identificar instituições chave a trabalhar na area das mudanças climáticas a nível nacional Mudanças climáticas é frequentemente posta sob a responsabilidade do ministério do ambiente. Os signatários do UNFCCC têm de identificar um centro de interesse (focal point) nacional (http://maindb.unfccc.int/public/nfp.pl), que é um bom ponto para começar. Contudo, a natureza transversal do desafio, significa que uma vasta gama de actores, em diferentes sectores, precisa de ser envolvida para tratar disto. As pescas, florestas, agricultura, desastres e saúde, também são agências importantes com as quais se envolver. 6

Análise Passo 4.2: Identificar instituições chave a nível local na área alvo Para além das instituições de nível nacional e regional, as instituições locais desempenham um papel importante para moldar o contexto nas comunidades. Isto pode incluir a autoridade do governo local, escritórios locais ou regionais de ministérios chave (tais como agricultura, água ou ambiente), autoridades tradicionais, organizações da sociedade civil, organizações comunitárias de base e grupos de mulheres, entre outros. Análise Passo 4.3: Analisar políticas e planos relevantes a nível nacional, regional e local para determinar oportunidades e obstáculos para a adaptação Rever as políticas e planos locais, regionais e nacionais ajudá-lo-á a identificar aberturas e obstáculos para a adaptação. Nalguns casos, as políticas existentes podem providenciar oportunidades claras para criar capacidade adaptativa, enquanto outras podem priorizar acções que na verdade aumentam a vulnerabilidade às mudanças climáticas (e.g. agricultura com muitos insumos, que pode aumentar a exposição ao risco de eventos atmosféricos). Os obstáculos podem representar alvos para esforços de advocacia, enquanto as aberturas podem revelar oportunidades para associar-se com outras organizações na planificação e implementação da adaptação. Todavia, a existência de boas políticas não se traduz necessariamente em acção ao nível local. As ligações entre políticas e implementação local devem ser analisadas para compreender os desafios que os actores locais enfrentam. Em muitos casos, o primeiro desafio é a alocação de recursos, sugerindo que um entendimento sobre como são tomadas as decisões acerca do financiamento e recursos humanos, é importante para planear estratégias que apoiam as instituições locais e comunidades. Também é importante avaliar as relações entre várias instituições e as comunidades locais na área do projecto. Frequentemente, os documentos das políticas apresentam um cenário optimista, que é muito diferente da realidade da implementação. O Manual VCAC (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) identifica informantes chave (p. 15) que podem providenciar informação e análise sobre a implementação de políticas relevantes. Análise Passo 4.4: Avaliar a capacidade de instituições relevantes para apoiar ABC Usando os Passos 4.1 e 4.2, as actividades chave das instituições identificadas e seus pontos fortes e fracos deveriam ser feitas. Além disto, fazer uma avaliação da sua capacidade para levarem a cabo o seu trabalho actual e a sua capacidade potencial para responder às mudanças climáticas. A avaliação da capacidade deve examinar o nível de consciencialização e conhecimento sobre mudanças climáticas, o nível de integração das mudanças climáticas nas políticas e planos organizacionais, e a quantidade de recursos alocados no sentido de apoiar iniciativas relacionadas com as mudanças climáticas. Dadas as implicações das mudanças climáticas para os eventos atmosféricos violentos, a capacidade para redução do risco de desastre é também uma consideração importante. Análise Passo 4.5: Identificar fontes de apoio para actividades relacionadas com a adaptação ao nível nacional, regional e local. Lidar eficazmente com as mudanças climáticas requer uma vasta gama de especializações, incluindo especialização científica para analisar dados climáticos, experiência em pesquisa sócio económica para compreender as dimensões e as causas fundamentais da vulnerabilidade, e diagnóstico económico para determinar os custos e benefícios de opções de adaptação diferentes. É pouco provável que uma única organização possua todas estas experiências. Por isso, se lidar com as mudanças climáticas através da ABC beneficiará do trabalho com parceiros, e da procura do apoio de organizações que podem não ser parceiros tradicionais. Um entendimento da capacidade existente em instituições envolvidas na 7

planificação e implementação de acções de adaptação é útil para identificar parceiros e planificar esforços para o desenvolvimento da capacidade nos projectos ABC. Os resultados do Passo 4.2 da Análise podem ajudar nisto. ANÁLISE PASSO 5: Analisar as causas fundamentais da vulnerabilidade Muitos dos factores que moldam a vulnerabilidade das pessoas às mudanças climáticas, na verdade, não têm nada a ver com o clima. Factores sócio económicos, culturais e políticos tais como políticas adversas, pobreza extrema, exclusão social, serviços e infra-estrutura social inadequados, falta de direito e acesso a recursos importantes, especialmente recursos naturais tais como a terra e água, podem exacerbar a vulnerabilidade de certos grupos à variabilidade e mudanças climáticas. Estes factores deveriam ser identificados e analisados na comunidade alvo. A análise vai ajudar a identificar as causas fundamentais da vulnerabilidade e a vulnerabilidade diferencial à variabilidade e mudanças climáticas. Fontes secundárias de informação incluem as políticas e leis nacionais relevantes tais como sobre a posse de terra; relatórios de instituições governamentais relevantes tais como departamentos de água; relatórios de projecto de outras ONGs e OCBs (incluindo direitos humanos e organizações religiosas), e publicações académicas relevantes, entre outras. Fontes primárias de informação incluiriam entrevistas com informantes chave, incluindo membros da comunidade local residindo na área, representantes do governo ao nível local e representantes de outras ONGs e OCBs a trabalhar na área. FERRAMENTA RECOMENDADA Manual de Vulnerabilidade Climática e Análise da Capacidade (VCAC) (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) A metodologia VCAC dá ênfase à vulnerabilidade diferencial nas comunidades e agregados familiares, para identificar quem é vulnerável e porquê. Inclui um enfoque nos recursos dos meios de subsistência e na análise do acesso e controlo sobre estes recursos. Aplicar cada uma destas ferramentas, com atenção às diferenças do género, resultará numa melhor compreensão da complexidade das diferenças de género. Análise Passo 5.1: Analisar o acesso e controlo sobre os recursos essenciais dos meios de subsistência para grupos diferentes Usar os resultados da análise no Passo 3 é importante para também conseguir entender quem tem acesso e controlo sobre estes recursos. Acesso inseguro a recursos tais como terra arável, infra-estrutura de água e dinheiro, pode limitar a capacidade ou vontade das pessoas de tomar decisões que facilitem a adaptação no contexto das mudanças climáticas. Se os agricultores não têm posse de terra segura, por exemplo, eles têm muito menos incentivos para gerir a terra de modo sustentável, e de investir em boas práticas tais como agricultura de conservação e plantio de árvores. Infra-estruturas tais como estradas, abrigos para ciclones e telecomunicações podem desempenhar um papel na capacidade adaptativa das pessoas. As estradas, por exemplo, podem facilitar o acesso aos mercados e serviços financeiros, que podem levar à segurança nos rendimentos, que por sua vez levam a uma maior resistência. A existência de abrigos para ciclones pode dar protecção contra estes eventos violentos conforme eles se tornam mais frequentes e mais intensos. Infra-estruturas de telecomunicações facilitam o acesso a informações, tais como previsões meteorológicas sazonais e preços de mercado, que podem ajudar na tomada de decisões para a gestão do risco. Igualmente, serviços tais como a saúde, educação, serviços financeiros e extensão agrícola ajudam as pessoas a satisfazer as suas necessidades básicas e reduz a vulnerabilidade a choques e pressões. A matriz de vulnerabilidade (p39) no Manual VCAC (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) ajudá-lo-á a identificar os recursos dos meios de subsistência e a priorizá-los em termos da sua vulnerabilidade às calamidades climáticas. Discussões adicionais podem determinar quem tem acesso e controlo sobre estes recursos. 8

Análise Passo 5.2: Realizar uma análise de género para compreender a vulnerabilidade diferencial entre homens e mulheres As mulheres enfrentam muitos desafios específicos na adaptação às mudanças climáticas, e elas devem ser empoderadas para vencer estes desafios. Homens pobres e marginalizados também podem ser fortemente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. Portanto, as nossas intervenções de adaptação devem ajudar todos os membros vulneráveis da comunidade a criar resistência nos seus papéis e responsabilidades actuais, enquanto ao mesmo tempo se desafiam os seus papéis tradicionais e a divisão do poder, para avançar no sentido da igualdade do género. É cada vez mais reconhecido, que por várias razões, as mulheres podem ser mais vulneráveis aos impactos climáticos que os homens. Em média, as mulheres são mais pobres, e tipicamente não têm acesso seguro aos recursos necessários para a adaptação. As mulheres raramente têm igualdade de opinião na tomada de dicisão nos agregados familiares, comunidades ou na política nacional. Ao mesmo tempo, a experiência demonstrou que as mulheres são essenciais para melhorar permanentemente as vidas das suas famílias e comunidades, e por conseguinte, devem desempenhar um papel fundamental nas iniciativas de adaptação com base na comunidade. Igualmente, os grupos marginalizados tendem a ter menos segurança no acesso e controlo sobre os recursos, e isto contribui para a sua vulnerabilidade às mudanças climáticas. Estas causas fundamentais da vulnerabilidade devem ser tratadas de modo a terem um impacto sustentável na redução da vulnerabilidade aos choques climáticos. RECURSO ÚTIL Adaptação, género e empoderamento das mulheres (www.careclimatechange.org/files/toolkit/adaptacao_genero_e_empoderamento_das_mulheres.pdf) Esta Síntese da CARE sobre as Mudanças Climáticas explica porque é que género é uma consideração importante na vulnerabilidade às mudanças climáticas, e identifica como é que os papéis de género, controlo sobre os recursos e poder, desempenham um papel importante na capacidade adaptativa das pessoas. Análise Passo 5.3: Avaliar a participação (particularmente dos grupos vulneráveis) nas decisões sobre as políticas ao nível nacional e local A falta de opinião na tomada de decisões locais e nacionais é um factor essencial que contribui para a vulnerabilidade às mudanças climáticas, particularmente para as mulheres e outros grupos marginalizados. Isto é evidenciado por políticas e instituições que não respondem às necessidades específicas e prioridades das comunidades em geral, e dos grupos vulneráveis em particular. Análise Passo 5.4: Identificar grupos sociais que são particularmente vulneráveis às mudanças climáticas Com base nos passos anteriores será capaz de identificar grupos que são particularmente vulneráveis às mudanças climáticas na área alvo. Estes podem depois ser o enfoque para as suas estratégias de adaptação no projecto ABC. Se adoptar uma abordagem mais geral, deveria usar esta informação para assegurar que as actividades são talhadas de forma adequada para este grupo. ANÁLISE PASSO 6: Sintetizar, validar e documentar a análise O valor continuo de uma boa análise está em como ela é usada para inspirar um melhor desenho e implementação. A síntese sistemática das principais questões identificadas a partir daquilo que será uma 9

grande quantidade de informação é chave para a sua utilidade. Uma grande quantidade de dados e informação apresentada de uma forma que não seja útil, limitará grandemente o uso futuro da análise levada a cabo. Resultados sintetizados devem ser validados por informantes chave e partes interessadas (stakeholders) do projecto. Visto que as mudanças climáticas é um fenómeno dinâmico, a análise vai provavelmente necessitar de actualização. Por conseguinte, é imprescindível documentar as fontes de informação e os processos analíticos usados, bem como o processo de validação, para que nova informação possa ser verificada e incorporada conforme surgir. Para além de documentar conclusões e acções recomendadas, precisamos de garantir que as lacunas na informação e incertezas chave são documentadas. Isto ajudará a identificar questões que possam precisar de análise adicional e incertezas que devem ser monitorizadas. FERRAMENTAS RECOMENDADAS Manual de Vulnerabilidade Climática e Análise da Capacidade (VCAC) (www.careclimatechange.org/files/toolkit/vcac_handbook.pdf) O Manual VCAC providencia orientação sobre sintetização e documentação da análise bem como a validação das conclusões pelas partes interessadas (stakeholders). Lista de Controlo do Documento Conceptual do Projecto de Adaptação com Base na Comunidade (www.careclimatechange.org/files/toolkit/documento_conceptual_do_projecto.pdf) Se o resultado do seu processo de análise for um documento conceptual para um projecto ABC, esta lista de controlo pode ser usada para assegurar que levou em consideração as questões necessárias para estabelecer uma base para um desenho de projecto de qualidade. ANÁLISE PASSO 6.1: Análise e conclusões validadas pelas partes interessadas (stakeholders) É importante apresentar os resultados completos da análise a todos os actores para confirmar a validade das conclusões. Pode ser realizada triangulação para assegurar exactidão. É sugerida uma abordagem a dois passos para o processo de validação em primeiro lugar apresentar a análise aos grupos da comunidade local para assegurar que as conclusões estão correctas, e, em segundo lugar, apresentar os resultados corrigidos a um grupo mais amplo de partes interessadas (stakeholders). Deveria explicar os resultados da análise bem como o significado destes resultados para os estágios subsequentes do desenvolvimento do projecto ABC, e como é que eles serão incorporados no processo ABC. Através deste processo pode facilitar um diálogo mais amplo sobre questões que foram levantadas por grupos particulares, que possam ter implicações para outros grupos, e tornar os outros actores conscientes dos pontos de vista dos grupos particularmente vulneráveis. Isto poderia também criar consciencialização sobre os pontos de vista de diferentes partes interessadas (stakeholders); promover o diálogo; iniciar uma síntese colectiva dos resultados e desenvolver o sentido de pertença das modificações sugeridas do projecto. Análise Passo 6.2: Sintetizar a análise e priorizar questões da adaptação É imprescindível sintetizar a grande quantidade de informação que foi gerada numa imagem coerente de uma situação complexa. Esta será a base essencial para o futuro trabalho de desenho, bem como um recurso potencial para futuros projectos de desenvolvimento na área. Sintetizar é mais do que resumir. A síntese também requer que olhe para temas e tendências nos dados, que tire conclusões com base na análise e priorize os dados. Sintetizar os resultados da análise permitir-lhe-á destacar as questões mais importantes para ABC, e as lacunas que permanecem nos seus conhecimentos. A síntese deveria clarificar o que os resultados significam para os diferentes actores, as suposições e riscos considerados, e deveria gerar uma lista de estratégias ABC potenciais, bem como as prioritárias, que o projecto poderia considerar no estágio de desenho. 10

Análise Passo 6.3: Questões prioritárias da adaptação documentadas para facilitar o desenho do projecto, implementação e gestão da informação & conhecimento É imprescindível preparar um documento com os resultados do processo analítico sintetizado. Para além das conclusões e acções recomendadas, deveria documentar lacunas na informação e incertezas chave. Isto ajudará a identificar questões que possam precisar de análise adicional e incertezas que devam ser monitorizadas durante o projecto. Um resumo dos efeitos chave deveria ser produzido e usado como a base para o desenho do projecto. Elementos chave do documento final são: As suposições a que se chegou durante o processo. Por exemplo, na ausência de dados localizados pode estar a usar dados climáticos de um distrito vizinho. Uma explicação sobre a exactidão destas suposições. Anote lacunas nos dados e informações e variáveis chave para seguir de perto e monitorar ao longo do tempo, durante o desenho. Calamidades climáticas prioritárias e impacto nos meios de subsistência de diferentes grupos. Como é que as mudanças climáticas está a afectar os ecossistemas com os quais as pessoas contam para os seus meios de subsistência. Políticas, programas e instituições que têm mais impacto em termos de constranger ou facilitar a adaptação. Grupos sociais ou económicos particularmente vulneráveis na comunidade. Parceiros ou oponentes potenciais. Todas as fontes de informação e dados. Para mais informação sobre documentação e disseminação vá a GI&C Passo 3. 11