TEATRO PORTÁTIL. o teatro vai à escola em contexto de sala de aula



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Transcrição:

TEATRO PORTÁTIL o teatro vai à escola em contexto de sala de aula ACE TEATRO DO BOLHÃO Rua Formosa nº 342 4000-253 Porto 222 089 007 www.ace-tb.com Produção - Glória Cheio producao@ace-tb.com

TEATRO PORTÁTIL o teatro vai à escola em contexto de sala de aula A ACE Teatro do Bolhão - Serviço Educativo desafiou jovens companhias profissionais de teatro a criar espetáculos a partir das obras literárias lecionadas nas escolas. São ágeis exercícios teatrais que fácil e rapidamente se podem implantar nas salas de aula, ou noutros espaços escolares disponíveis (biblioteca, refeitório ), sem exigir quaisquer pré-requisitos técnicos. Com estes projetos queremos que as palavras ultrapassem a dimensão da impressão sobre o papel, para poderem ser ouvidas, observadas e materializadas numa apresentação teatral.

ANTÓNIO TORRADO ensino pré-escolar e 1º ciclo TEATRO ÀS TRÊS PANCADAS Vem aí o Zé das Moscas Olha o Passarinho Serafim e Malacueco na Corte do Rei Escama ÁLVARO MAGALHÃES ensino pré-escolar, 1º e 2º ciclos LIMPA PALAVRAS... E OUTROS CONTOS MIGUEL TORGA ensino pré-escolar e 1º ciclo BICHOS Nero; Tenório; Miura; Ladino GIL VICENTE ensino 3º ciclo AUTO DA BARCA DO INFERNO GIL VICENTE ensino 3º ciclo AUTO DA ÍNDIA* (ou outros Autos lecionados na escola, a combinar) *sessão prática: um levantamento dramatúrgico com sentido pedagógico FERNANDO PESSOA ensino secundário NÃO SEI O QUE O AMANHÃ TRARÁ

ANTÓNIO TORRADO ensino pré-escolar e 1º ciclo TEATRO ÀS TRÊS PANCADAS Contos da obra: VEM AÍ O ZÉ DAS MOSCAS, OLHA O PASSARINHO, SERAFIM E MALACUECO NA CORTE DO REI ESCAMA coordenação António Júlio intérpretes Beatriz Frutuoso, Daniela Marques, Edi Gaspar, Élio Ferreira e Maria Teresa Barbosa figurinos e adereços Paula Cabral duração aproximada 40 min. (seguido de conversa com os alunos) horário segunda a sexta-feira Conjunto de pequenas histórias, escritas em texto dramático acessível, com vista a encenações em ambiente escolar (como o próprio autor o refere na introdução que faz ao livro). Os três textos são apresentados na íntegra numa só sessão. Este é um projeto sobre o faz-de-conta, através do estímulo da imaginação, recorrendo à simplicidade e contenção, instigando nas crianças a visualização de um cenário ou de um figurino que não existe, mas que está lá. Contar-lhes uma história, sem lhes mostrar tudo, para que cada um desenhe a sua própria ilustração tal como no processo de leitura de um livro (em que as palavras se tornam imagens na mente de cada leitor!).

ÁLVARO MAGALHÃES ensino pré-escolar, 1º e 2º ciclos O LIMPA PALAVRAS... E OUTROS POEMAS A partir do livro de ÁLVARO MAGALHÃES obra integrada no Honour List do Prémio Hans Christian Adersen adaptação Beatriz Frutuoso intérpretes Beatriz Frutuoso, Daniela Marques, Edi Gaspar e Maria Teresa Barbosa figurinos e adereços Paula Cabral espetáculo com duas versões: 30 minutos para Jardins de Infância / 40 minutos para 1º e 2º ciclos 8 poemas à volta do jogo das palavras. Nesta introdução divertida à Poesia enquanto objeto de estudo da Língua Portuguesa, Álvaro Magalhães transporta-nos para uma viagem ao sabor da leitura, cujo guia é a imaginação. O limpa-palavras ganha vida partindo da ideia de uma fábrica de palavras, onde a matériaprima são as letras, manipuladas pela imaginação/abstração de 4 atores / operários. Aqui aprendemos como as palavras possuem várias camadas: devemos usá-las, mudar-lhe a forma, reciclar e jogar com elas, uma e outra vez. As letras têm muitas cores: o chão não é só o chão, é pisado, duro, resistente, gasto. A nuvem não é só uma nuvem, é leve, flutua, é húmida e fofa. É por isso que é uma nuvem.

MIGUEL TORGA ensino pré-escolar e 1º ciclo BICHOS Adaptação dos contos da obra: NERO, TENÓRIO, MIURA E LADINO coordenação António Júlio intérpretes: João Cravo Cardoso, Mafalda Banquart, Mafalda Pinto Correia, Manuel Nabais e Tiago Jácome figurinos e adereços Joana Abreu duração aproximada 45 min. (seguido de conversa com os alunos) Envolto em magia popular e com ecos dos cantares transmontanos, onde a tradição e a lenda se misturam, esta adaptação cénica d Os Bichos de Miguel Torga (obra incontornável da Literatura Portuguesa) evoca as raízes destas terras interiores de montanhas e vales, o sonhado reino maravilhoso. Expondo a narrativa de uma forma simples e cativante, esta versão apresenta quatro contos sobre animais, cujo limite entre a razão (humanidade) e instinto selvagem se confunde e complementa e cujas personagens, com os seus dilemas e vivências, revelam o conflito em que se encontram. A metamorfose personificada transforma estes animais em moralidade para os homens na sua dimensão mais intemporal. Com uma paleta de cores rústicas e variadas, sem perder a poesia e a Literatura Tradicional, Torga, através do seu vocabulário ímpar, ensina-nos a encontrar palavras para descrever melhor o que somos.

GIL VICENTE ensino pré-escolar e 3º ciclo AUTO DA BARCA DO INFERNO coordenação António Júlio intérpretes: João Cravo Cardoso, Mafalda Banquart, Mafalda Pinto Correia, Manuel Nabais e Tiago Jácome figurinos e adereços Paula Cabral duração aproximada 45 min. (seguido de conversa com os alunos) Texto emblemático da dramaturgia vicentina, o Auto da Barca é uma profunda reflexão sobre o comportamento humano e sobre a passagem dos homens neste mundo. Nunca, como nas Barcas, as personagens vicentinas foram tão densamente caracterizadas e tão humanamente retratadas no momento da reflexão daquilo que foi a sua passagem na terra. A dicotomia entre o bem (paraíso) e o mal (inferno) é-nos colocada somente num juízo posterior da nossa vida e dos nossos comportamentos. Os estratos sociais são aqui apresentados de uma forma tão transparente que, por muito que nos custe, tolo seria aquele que não quisesse ver nem ouvir. Texto escrito num tom jocoso e ritmado, cheio de duplas e terceiros sentidos, descomplicado do ponto de vista do seu entendimento, extremamente didático na relação com a literatura, seja ele dramática ou lírica, o que no nosso maior dramaturgo corresponde a ambas. E se todo o teatro é poesia, a poesia de Gil Vicente é do melhor e maior teatro escrito em língua portuguesa.

GIL VICENTE ensino 3º ciclo Sessão prática: um levantamento dramatúrgico com com sentido pedagógico AUTO DA ÍNDIA (ou outros Autos lecionados na escola, a combinar) coordenação E DINAMIZAÇÃO António Capelo com a participação de 3 atores duração aproximada 45 min. (seguido de conversa com os alunos) número aconselhável de alunos por sessão 3/4 turmas Como ler o texto dramático de Gil Vicente numa perspetiva dramatúrgica que permita o entendimento do texto na prática da cena? Pensamos ser de primordial importância que os formandos entendam o texto no seu universo mais emblemático o dramático para que, uma vez este entendimento adquirido, os alunos possam partir para uma análise literária muito mais enriquecedora. Tomámos como ponto de partida alguns elementos que nos parecem fundamentais para uma abordagem prática das cenas no auto. O QUANDO - TEMPO: Perceber o tempo real da ação. Perceber também que o tempo dramático não corresponde ao tempo real e até que ponto ele interfere no desenvolvimento da ação. O ONDE ESPAÇO: É fundamental entender o espaço onde a ação se desenvolve, para determinar a dinâmica do movimento e as intenções das personagens. O interior e o exterior do espaço de representação não são o mesmo em função dos objetivos de cena e dos objetivos das personagens. O QUÊ A AÇÃO: O que determina a ação? O que fazem as personagens em cena, porque se encontram ali, como interagem, como se relacionam, porque se movimentam, o que pensam, porque dizem aquele texto O QUEM OS ARQUÉTIPOS: Quem são as personagens, porque razão são determinadas como arque(tipos), que fisicalidade devem exprimir, o que representam socialmente, porque se encontram naquele espaço, àquela hora, o que desejam

FERNANDO PESSOA ensino secundário NÃO SEI O QUE O AMANHÃ TRARÁ coordenação Zeferino Mota intérpretes: Pedro Roquette, Rita Lagarto e Tiago Araújo dramaturgia: Ana de Jesus Oliveira, Pedro Roquette, Rita Lagarto e Tiago Araújo apoio à dramaturgia: Zeferino Mota figurinos e adereços Susana Azevedo duração aproximada 35 min. (seguido de conversa com os alunos) 1 O EXISTIR; 1.1 - A infância/adolescência (as mortes, as perdas); 1.2 - África do Sul (viagem, literatura inglesa ); 1.3 - Vida adulta (vida universitária, vida profissional). 2 O ESCREVER; 2.1 Contexto europeu e nacional (política, arte); 2.2 Ortónimo (horror dos dogmas, labirinto dos ismos); 2.3 Da Águia ao Orfeu para a heteronímia. 3 O CONHECER; 3.1 Autoanálise e procura do divino; 3.2 Mensagem; 3.3 O tempo da obra e o tempo da vida; O conflito base acontece à volta de três alunos que passam a noite em claro a estudar para o teste sobre Fernando Pessoa, mas que se deparam com a dificuldade de não compreender o seu Universo. A pressão, o acesso ao conhecimento, a pesquisa - questões que normalmente os alunos têm - e também os momentos de desconcentração, fazem com que, por uma espécie de sonho e de viagem através da poesia e de outros textos, as personagens do próprio universo pessoano ganhem vida através de aparições, de quadros dramáticos. Isto faz com que os três alunos tenham um novo encontro com a aprendizagem, deparando-se intuitivamente com o conhecimento de si próprios e do mundo.