Necessidades Nutricionais Antes, Durante e Depois do Exercício



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Transcrição:

Nut. Cláudia Dornelles Schneider Prof. Adj. Depto. de Nutrição Necessidades Nutricionais Antes, Durante e Depois do Exercício Porto Alegre, RS, Brasil Janeiro de 2013

Nutrição Esportiva últimas 2 décadas Recuperação entre sessões de treino + recentemente Modular adaptações musculares induzidas pelo treinamento CHO + líquidos (energia, macro e micronutrientes) Estratégias nutricionais (ex.: timing)

Timing (ingestão energética, macronutrientes)

Adaptações ao treinamento São específicas ao estímulo

Planilha de treino

Considerar VET refeições antes ingestão durante refeições depois hora do exercício versus hora da refeição Modalidade de exercício versus Possibilidades de alimentação *Hábito e preferência alimentar *Educação alimentar

Praticantes não atletas (3 4xsem, 30 60min) 45 55%CHO 3 5 g/kg/d 10 15% PRO 0,8 1,0 g/kg/d 25 35% LIP 0,5 1,5 g/kg/d Atletas (5 6xsem) 2 3 h/d exercício intenso 55 65%CHO (5 8 g/kg/d) 3 6 h/d exercício intenso 55 65%CHO (8 10g/kg/d CHO) CHO complexos, IG baixomoderado, grãos integrais, vegetais e frutas

Antes do exercício Endurance: CHO maximizar reservas glicogênio manter níveis glicêmicos estáveis durante exercício Exercício de força: CHO, AA, PTN e Cr Melhorar adaptações ao treinamento Reduzir dano muscular associado ao exercício

Antes do exercício SóAA essenciais ou PRO síntese proteica muscular Adicionar CHO ainda mais síntese prot Refeição 3 a 4 h antes: 1 2 g CHO/kg + 0,15 0,25 g PRO/kg *Combinar fonte PRO estimula ganho muscular Position Stand ISSN Nutrient Timing, 2008

Composição da refeição conforme tempo de intervalo até a hora do exercício

EXERCÍCIO ALTA INTENSIDADE (SPRINT) Que adaptações são induzidas? aeróbicas/endurance ou hipertróficas/treino de força Qual efeito da disponibilidade de nutrientes nas respostas agudas ao sprint?

8 homens saudáveis 2 sessões sprint (ciclismo) 30 min pré exercício: 24g whey+ 4,8g leucina+50g MD placebo não calórico >48% taxa síntese protéica miofibrilar (PRO+CHO) Ingestão PTN/CHO próximo ao exercício propiciou ambiente que sinalização celular e síntese proteica

Durante o exercício CHO éimportante: quando glicogênio está reduzido antes treino + 60 min exercício Diferentes fontes CHO Adição PTN ao CHO (3 a 4 CHO:1 PTN) Endurance: performance Força: glicogênio muscular, facilita adaptações treino Position Stand ISSN Nutrient Timing, 2008

Oxidação de CHO durante o exercício capacidade de oxidar CHO exógeno a uma taxa de: ~ 1 a 1,1 g/min ou ~ 60 g /h Esta taxa varia conforme o tipo de CHO (diferentes transportadores) Sacarose, MD > taxa oxidação Frutose < taxa oxidação

A melhora ocorre após a saturação do transportador

Altas taxas de oxidação podem ser alcançadas: com múltiplos transportadores de CHO quando ingeridas em altas taxas ο + de 1 CHO 1 tipo CHO Glicose + frutose: Melhora performance esvaziamento gástrico do líquido ingerido

Possível mecanismo do performance após ingestão glicose:frutose

Eficiência de oxidação % de CHO ingerido que é oxidado

Absorção de CHO é independente da Massa Corporal (capacidade absortiva do intestino depende do conteúdo de CHO na dieta) A recomendação deve ser em quantidades absolutas Não há razão p/ recomendar g/kg (CHO) durante o exercício

Carboidratos em gel: 26 g CHO MD, frutose, dextrose (glicose) 25 g CHO MD, frutose, cafeína, BCAA, vit E e C 16 g CHO MD, frutose, vit B1 20g CHO MD, frutose <1g whey 40mg Na

Carboidratos em pó MD, frut, glic MD MD, adoçante MD, frutose MD, adoçante MD, adoçante

Carboidratos outros Balas Gel em garrafas Gel salgado Gel sem frutose (p/ intolerantes)

Alta intensidade: *difícil uso de suplementos durante o exercício

Objetivo 1: Bebida calórica vs não calórica = performance performance 8 ciclistas bochecho solução glicose 6,4% vs sacarina performance 8 ciclistas bochecho solução maltodextrina 6,4% vs sacarina Objetivo 2: Identificar as regiões cerebrais responsáveis ativadas por estas substâncias Carboidrato doce (glicose) Carboidrato não doce (maltodextrina MD) Placebo doce (sacarina)

A exposição oral à glicose (A) ativou regiões relacionadas à recompensa, incluindo o estriado e cortex cingilado, que não foram responsivos à sacarina (B)

A resposta cortical àmd (A) e glicose (B) revelaram um padrão de ativação cerebral, incluindo as áreas : opérculo frontal/insula, cortex orbitofrontal e estriado

Conclusão A melhora da performance com a presença de CHO na boca (doce e não doce) pode ser devido à ativação de regiões cerebrais envolvidas em recompensa e controle motor Os resultados suportam a existência de receptores orais sensíveis ao valor calórico do CHO que são independentes do sabor doce

Ingestão inadequada de CHO medir as cetonas na urina disponibilidade de CHO mobiliza AG tecido adiposo Concentração cetonas urina quando AG não são completamente oxidados *Pode ser medido ao mesmo tempo que a avaliação da hidratação (cor da urina)

Hidratação

Depois do exercício CHO até 30 min pós exerc estimula ressíntese glicogênio muscular Adicionar PTN ao CHO (3:1) estimula + ainda ressíntese glicog AA essenciais logo após (até 3h) estimula síntese muscular Adicionar CHO pode estimular + ainda (ingestão pré exerc melhor) Durante treinamento força prolongado, CHO + PTN melhora força e composição corporal (versus placebo ou CHO) Adição de Creatina (0,1g/kg/d) ao CHO+PTN pode facilitar mais as adaptações Position Stand ISSN Nutrient Timing, 2008

Depois do exercício CHO: 1g/kg/h, o + rápido possível (dentro de 4h) Dentro de 24h: 5 7g/kg/d leve a moderado 7 10g/kg/d moderado a pesado 10 12g/kg/d extremo (+4h/d) Deve haver sintonia fina: individualidade atleta VET conforme planilha treino feedback do atleta

6 homens ativos, 2h exercício ( glicogênio), 3 bebidas após exercício, 750ml/h a cada 15min (por 3h) L CHO = 1,2 g/kg/h CHO H CHO = 1,6 g/kg/h CHO PROCHO = 1,2 g/kg/h CHO + 0,4 g PTN CHO (maltodextrina) PTN (whey concentrado)

Aumentou síntese proteica Síntese glicogênio não diferiu

claudias@ufcspa.edu.br MUITO OBRIGADA!