PUBLICAÇÃO DA DECISÃO DO ACÓRDÃO No D.O. 16 / 10 / 2014 Fls.: 30 SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL Processo nº E-04 / 180.405/2012 Sessão de 16 de julho de 2014 SEGUNDA CÂMARA RECURSO Nº - 51.632 ACÓRDÃO Nº 12.116 INSCRIÇÃO ESTADUAL Nº - 78.958.790 AUTO DE INFRAÇÃO Nº - 03.301779-9 RECORRENTE PRÉ-MOLDADOS VASOURAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA RECORRIDA DÉCIMA TURMA DA JUNTA DE REVISÃO FISCAL RELATOR - CONSELHEIRO GRACILIANO JOSÉ ABREU DOS SANTOS Participaram do julgamento os Conselheiros Graciliano José Abreu Dos Santos, Antonio Soares da Silva, Gustavo Mendes Moura Pimentel e Ronaldo Redenschi. ICMS. SUBSTITUIÇAO TRIBUTÁRIA. NÃO RETIDO E NÃO RECOLHIDO. REGIME ESPECIAL LEI 5636/10. INAPLICABILIDADE AO ICMS DEVIDO POR SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. O regime especial de tributação e recolhimento do ICMS previsto na Lei 5636/10 somente se aplica sobre a parcela do ICMS próprio devido pelo estabelecimento industrial optante do referido regime, ex vi seu artigo 14. RECURSO DESPROVIDO. AUTO DE INFRAÇÃO PROCEDENTE. RELATÓRIO De acordo com o relato de fl. 02, o contribuinte foi autuado por ter deixado de reter, na condição de contribuinte substituto, o ICMS relativo a operações realizadas com mercadorias sujeitas a substituição tributária, conforme relação de mercadorias do item 31, do Anexo I, do Livro II, do RICMS/RJ. Foram apontados como infringidos os Arts. 1º, 2º, inc. I, 3º, inc. I e 21, inc. II, da Lei 2657/96, com redação da Lei nº 5.171/07 c/c item 31, do Anexo I, do Livro II, do RICMS/RJ c/c art. 1º do Decreto 28.494/2001 e aplicada a
SEGUNDA CÂMARA Acórdão nº 12.116 - fls. 2/5 penalidade prevista Art. 59, incisos LV, alínea a, da Lei nº 2657/96, com redação da Lei nº 3.525/00. Inconformada, a Autuada apresentou, tempestivamente, Impugnação às fls. 07/16, alegando, em resumo, o seguinte: (i) estar regularmente inscrita como contribuinte optante pelo Regime Especial de tributação introduzido no Estado do Rio de Janeiro pela Lei nº 5.636/10 e seu eventual desenquadramento por qualquer autoridade fiscal, pressupõe, nos termos estabelecidos pela Carta Magna da República Brasileira, a prévia obediência ao devido processo legal; (ii) que o Auto de Infração simplesmente ignora o enquadramento da Impugnante no citado regime, imputando-lhe o recolhimento do ICMS pelo ordinário regime de confronto de créditos e débitos e a consequente incidência de normas que regulam a substituição tributária no Estado, que não se aplicam aos regimes especiais em que a legislação permite a tributação por estimativa; (iii) que a análise da redação do artigo do art. 3º Lei nº 5636/10 demonstra claramente não ser coerente a conciliação da figura do contribuinte optante pelo regime especial com a qualidade de substituto tributário (iv) que não poderia a autoridade administrativa, neste caso o Fiscal da, determinar consequência tão grave como o desenquadramento do contribuinte de Regime Especial de Tributação, sem que, previamente, lhe fosse permitido o exercício
SEGUNDA CÂMARA Acórdão nº 12.116 - fls. 3/5 de sua garantia constitucional ao devido processo legal; e (v) que no caso em tela, verifica-se que a autoridade autuante parte da falsa premissa de que a Impugnante, devido a lavratura dos Autos de Infração de n.ºs 03.300816-0, 03.300817-8 e 03.300818-6, estaria desenquadrada do Regime Especial de tributação a que se submete, estando, dessa forma, sujeita às regras da substituição tributária. A 10ª. Turma da Junta de Revisão julgou procedente o Auto de Infração Procedente, ementando, assim a sua decisão: 5.Débito de ICMS 5.7. Substituição Tributária 5.7.4. Não retido e não recolhido O regime especial estabelecido pela Lei nº 5.636/2010, somente, contempla o imposto relativo à operação própria do contribuinte optante por tal regime, de acordo com o art. 14 dessa Lei. Auto de Infração julgado PROCEDENTE. Irresignado, o Contribuinte interpôs o Recurso Voluntário de fls., no qual reitera as alegações apresentadas em sua impugnação. A Representação da Fazenda, em parecer de fl., opinou pelo desprovimento do Recurso. É o relatório. VOTO DO RELATOR Trata-se de Recurso Voluntário em face da decisão da Junta de Revisão Fiscal que julgou Procedente o Auto de Infração lavrado por ter a
SEGUNDA CÂMARA Acórdão nº 12.116 - fls. 4/5 Recorrente deixado de reter, na condição de contribuinte substituto, o ICMS relativo a operações realizadas com mercadorias sujeitas a substituição tributária. De início, deve ser observado que diferentemente do entendimento manifestado pela Recorrente o Auto de Infração não foi lavrado a partir da premissa de que ela se encontraria desenquadrada do Regime Especial previsto na Lei nº 5636/10. Não há no Auto qualquer menção ao suposto desenquadramento aventado pela Recorrente. Descabe, portanto, se falar em desobediência ao devido processo legal, por não ter sido dado a Recorrente oportunidade de defesa em processo de desenquadramento de Regime Especial de tributação. O Auto ora em discussão foi lavrado por ter a Recorrente deixado de reter e recolher, na condição na condição de contribuinte substituto, o ICMS relativo a operações realizadas com mercadorias sujeitas a substituição tributária. E pelo teor de suas peças defensórias, é possível dizer, que a ausência de retenção e recolhimento deveu-se ao seu equivocado entendimento de que o Regime de Especial de Tributação introduzido no Estado do Rio de Janeiro pela Lei 5636/10 se estenderia ao ICMS devido por substituição tributária, quando pelo disposto no artigo 14 da citada lei, o referido regime somente se aplica sobre a parcela do ICMS próprio devido pelo estabelecimento industrial optante do referido regime. Vejamos o que diz o citado dispositivo, in verbis: LEI 5636/10 Art. 14. O regime especial de tributação e recolhimento do ICMS previsto nesta Lei vigorará até o último dia do vigésimo quinto ano subsequente à data de sua publicação e somente se aplica sobre a parcela do ICMS
SEGUNDA CÂMARA Acórdão nº 12.116 - fls. 5/5 próprio devido pelo estabelecimento industrial optante do referido regime. Ex positis, voto pelo DESPROVIMENTO do Recurso Voluntário, a fim de que seja mantida a decisão proferida pela Junta de Revisão Fiscal que julgou PROCEDENTE o Auto de Infração. É como voto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos em que é Recorrente a PRÉ-MOLDADOS VASOURAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA e Recorrida a DÉCIMA TURMA DA JUNTA DE REVISÃO FISCAL. Acorda a SEGUNDA CÂMARA do do Estado do Rio de Janeiro, à unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Conselheiro Relator. SEGUNDA CÂMARA do do Estado do Rio de Janeiro, em 16 de julho de 2014. GRACILIANO JOSÉ ABREU DOS SANTOS RELATOR RONALDO REDENSCHI PRESIDENTE LMBC