TÍTULO: REDE DE FRIO: UM ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NA SALA DE VACINA



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Transcrição:

TÍTULO: REDE DE FRIO: UM ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NA SALA DE VACINA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM INSTITUIÇÃO: FACULDADE MARIO SCHENBERG AUTOR(ES): THAINY DE SOUZA DIAS, GLEICE EMILY DE OLIVEIRA ORIENTADOR(ES): CRISTIANE LOPES FEDERIGE

RESUMO A vacinação é a forma mais eficiente de prevenir doenças e a equipe de enfermagem tem extrema importância nesse contexto, pois é responsável pela conservação e administração das vacinas, além de manipular os equipamentos, insumos bem como administra e supervisiona a sala de vacinas. Este trabalho teve como objetivo buscar na literatura a importância das vacinas, atuação da equipe de enfermagem, rede de frio, imunobiológicos, salas de vacinas e equipamentos de conservação das vacinas. E através de uma pesquisa bibliográfica, realizada através de busca informatizada, compilando material descrito em língua portuguesa, compreendendo artigos científicos e manuais do Ministério da Saúde, obteve-se como principais resultados que a vacinação é fundamental na diminuição da morbimortalidade por doenças imunopreviníveis e a equipe de enfermagem atua de forma ativa nesse processo. A rede de frio é regida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e tem o compromisso de manter a eficiência da cadeia de frio, conservando os imunobiológicos, que são microrganismos vivos mantidos entre +2 C a +8 C, para que não perca sua potência imunogênica, o que pode aumentar a morbimortalidade por doenças que seriam evitadas se o imunobiológico estivesse preservado de acordo com as indicações do Programa Nacional de Imunizações. As salas de vacina é o local onde são realizadas as vacinas e devem conter equipamentos de refrigeração própria que tenham condições para armazenar e manter os imunobiológicos. O enfermeiro é fundamental nesse contexto, garantindo a qualidade da rede de frio, assim como realizando a educação permanente, solicitando treinamentos para a correta manipulação dos equipamentos, conservação e aplicação dos imunobiológicos. DESCRITORES: Rede de frio, cadeia de frio, vacinas, enfermagem em sala de vacina.

1. INTRODUÇÃO A vacinação é a forma mais eficiente de prevenir doenças infectocontagiosas, principalmente em crianças, desde recém-nascidos até os de cinco anos, e vem sendo responsável pela diminuição da morbimortalidade relacionadas a doenças imunopreviníveis. Segundo dados do Programa Nacional de Imunizações, (PNI), em 2013 foram aplicadas mais de cento e dez milhões (110.666.604) de doses de vacinas em todo o Brasil sendo vinte e quatro milhões (24.136.663) somente no estado de São Paulo, fato que vem auxiliando de forma fundamental na reestruturação do perfil epidemiológico do país, tudo isso pelas estratégias de imunizações adotadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). (OLIVEIRA et. all. 2009, PNI, 2014) O Programa Nacional de Imunizações tem por funções: controle epidemiológico das doenças imunopreviniveis através da previsão e distribuição de imunobiológicos, também tem a função de orientar sobre a conservação, manipulação, transporte, distribuição e aplicação das vacinas. Podemos citar ainda, como atribuição do PNI a recomendação adequada quanto à refrigeração dos imunobiologicos para que os mesmos mantenham sua capacidade de imunização, além do controle de luz, umidade e cuidado na manipulação das vacinas, essas ações dentre outras estruturam a rede frio. (OLIVEIRA et. all, 2009; OLIVEIRA et all, 2013) A rede de frio, por sua vez, é uma ligação entre os níveis estadual, regional e municipal e local que compreende desde transporte, armazenamento, manipulação e administração dos imunobiológicos de acordo com os critérios do ministério da saúde, sendo que em nível local as vacinas são refrigeradas entre +2 C e +8 C, onde a equipe de enfermagem é responsável pela conservação e administração das vacinas, sendo a equipe composta por no mínimo, dois técnicos ou auxiliares de enfermagem, o dependente da demanda do local exige mais profissionais, estes são supervisionados por um enfermeiro, a quem também incube a educação permanente, e as tarefas de caráter administrativo da sala de vacina. (LIMA E ELIAS, 2013; OLIVEIRA et. all, 2013; OLIVEIRA et. all, 2013) 2. OBJETIVOS Este trabalho tem por objetivos: -Definir termos utilizados na saúde publica sobre rede de frio, cadeia de frio, imunobiologicos, vacinas, salas de vacinações, equipamento de conservação de vacinas.

-Compreender os procedimentos destinados à continuidade da rede de frio, com ênfase nos que são de prioridade da equipe de enfermagem. -Definir o papel do enfermeiro dentro da sala de vacinação e a sua atuação sobre rede de frio. 3. METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada através de busca informatizada, compilando materiais em língua portuguesa, compreendendo artigos científicos, manuais do Ministério da Saúde e de vigilância em saúde que abrangem rede de frio, vacinas, e atuação do enfermeiro em salas de vacinas, priorizando publicações dos últimos dez anos. Com esse intuito, realizou-se uma busca informatizada da literatura científica a partir de banco de dados como Scielo, Google acadêmico, Ordem dos Enfermeiros, além de pesquisa em sistemas de informação do SUS (DATASUS), Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e ainda utilizamos interpretação da lei que regulamenta o exercício da profissão de enfermagem. 4. DESENVOLVIMENTO 4.1. REDE DE FRIO A rede de é frio definida como um sistema técnico administrativo regido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), através de normatizações, planejamento, avaliação e financiamento, tem por finalidade manter a eficácia e a eficiência da cadeia de frio, que por sua vez é definida como o processo logístico da rede de frio, ou seja, tem por justificativa manter os imunobiologicos com suas características originais desde o laboratório produtor até a administração no usuário. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013) A rede de frio possui uma estrutura vertical de cinco instancias diferenciadas em níveis Nacional, Estadual, Regional, Municipal e Local, esta última também pode ser citada como a sala de vacinação propriamente dita. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013) 4.2. SALA DE VACINAÇÃO

Na sala de vacinação é onde ocorrem os procedimentos vacinais, devem conter equipamentos de refrigeração próprios e que estejam em condições de manter e armazenar os imunobiologicos com a provisão mensal da população local, e deve-se também considerar a recomendação do Ministério da Saúde que indica a climatização da sala de vacinação, para clima quente e clima frio, (ar condicionado), para que possa minimizar os efeitos de alterações de temperatura no preparo da vacina para administração. (COVISA, 2009; MINISTÉRIO DA SAÚDE, p.16, 2013,) No que se refere aos equipamentos necessários para a sala de vacina podemos citar: Refrigerador para o armazenamento dos imunobiológicos, tomadas elétricas exclusivas para cada equipamento, suporte de papel toalha e suporte armado para o coletor de perfuro cortante, mesa com gavetas, cadeiras, impressora no caso de sistema informatizado. (VASCONCELOS et all, 2012; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013; LIMA E ELIAS, 2013). Antes de iniciar as atividades na sala de vacina o profissional deve: Verificar a ordem e limpeza da sala de vacina, verificar se os imunobiológicos estão dentro do prazo de validade, monitorar a temperatura dos equipamentos de conservação de vacinas, e em unidades que utilizam caixa térmica para uso diário deve monta-la com as bobinas de gelo reutilizáveis, e esperar que ela atinja a temperatura ideal e organizar as vacinas dentro das mesmas. E no encerramento das atividades deve levantar e arquivar os cartões de registro de vacinado, desprezar os frascos de vacina sem rótulo e os que ultrapassem a data de validade após a abertura, guardar as vacinas que ainda podem ser utilizadas no refrigerador, verificar e anotar a temperatura do equipamento de conservação de vacinas, e também a temperatura externa da sala, e organizar a unidade. (COVISA, 2009; SANTOS et all, 2009; LIMA E ELIAS, 2013). E no final de cada mês deve-se realizar a soma das doses aplicadas, e encaminhar esses dados para o nível municipal da rede de frio, fazer a revisão dos cartões de controle para buscar as crianças que não compareceram na unidade e fazer o pedido mensal dos imunobiologicos, de acordo com a necessidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013; LIMA E ELIAS, 2013). 4.2.1. ORGANIZAÇÃO DA GELADEIRA As geladeiras recomendadas pelo PNI devem ter a capacidade de 280 litros e devem seguir as seguintes recomendações: no caso de geladeira do tipo doméstica, nenhum

imunobiológico na porta da geladeira, gelox reutilizável no congelador, o termômetro deve ser fixado em pé, as vacinas que podem ser submetidas a temperaturas negativas devem ser armazenadas na primeira prateleira e as que não podem devem ficar na segunda, já na terceira prateleira devem ficar os estoques de vacinas, os soros e imunoglobulinas e os diluentes. A limpeza da sala da geladeira deve ser realizada a cada quinze dias ou quando o gelo atingir 0,5 cm, deve- se utilizar na limpeza pano, água e sabão, ou álcool 70%. (SANTOS et. all, 2009; RIBEIRO et. all, 2010). 4.2.2. CÂMARAS ESPECÍFICAS PARA CONSERVAÇÃO DE VACINA As câmaras especificas para conservação de vacinas são programadas de acordo com as normas do PNI sendo assim são mais eficientes e cumpre com êxito a tarefa de manter as vacinas livres de alteração de temperatura, isso, desde que esse equipamento mantenha plenas funções de uso, ou seja, sem defeitos e com manutenção periódica. Esses equipamentos são equipados com programação especificas que inclui alarme quando a temperatura altera, tanto para mais quanto para menos, no entanto tem de ser programado corretamente, o que segundo orientações do PNI deve ser de +2ºC para a mínima e +7ºC para a máxima, quando configurado corretamente o alarme é acionado quando a temperatura atinge uma dessas temperaturas. (COVISA, 2009, SANTOS et all, 2009) Essas câmaras de conservação de vacinas são uma ferramenta importantíssima para a equipe que a manuseia, no entanto os profissionais devem conhecer todos os recursos oferecidos pelo equipamento, por meio de leitura de manual e de cursos, que devem ser solicitados ao fabricante do equipamento. Essa necessidade deve ser identificada pelo enfermeiro responsável pela sala de vacinação. (CONVISA, 2009; SANTOS et all, 2009; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013) 4.2.3. MAPA DE CONTROLE DE TEMPERATURA DIÁRIA O mapa de temperatura diário, ou ficha de controle de temperatura, deve ser preenchido obrigatoriamente ao chegar à unidade e ao fim do expediente, no entanto alguns manuais de vigilância epidemiológica sugerem a verificação também na metade do expediente, fixando obrigatoriamente verificação e anotação da temperatura do equipamento de conservação de vacina três vezes ao dia, outra consideração é que o mapa de anotação de temperatura diário deve estar em local visível e disponível para consulta quando solicitado.

(COVISA, 2009, VASCONCELOS et all, 2012; MINISTERIO DA SAÚDE, 2013, OLIVEIRA et. all, 2013) 4.3. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO (POP) Com o objetivo de garantir a qualidade dos recursos da Rede de Frio, recomenda-se a padronização de processos, através de: Capacitação do RH e treinamento sobre o sistema de informação, recebimento e armazenamento adequado dos imunobiológicos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013) Sendo assim, faz se necessário o uso de procedimentos escritos e rotinas padronizadas. Podemos citar alguns aspectos a serem observados: revisão periódica dos planos e procedimentos da organização, verificação dos transportes e insumos, realização de uma política de capacitação e educação, protocolos para recebimento e distribuição de imunobiológicos, além do controle de temperatura e estoque, informações acessíveis sobre a manutenção dos equipamentos, capacidade de armazenamento, entre outros. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013) 4.4. IMUNOBIOLÓGICOS Os imunobiologicos são fármacos produzidos a partir de micro-organismos vivos, subprodutos ou componentes, que tem por finalidade imunizar de forma passiva ou ativa. Estes são produtos extremamente sensíveis a luz, calor e frio, sendo definido por vários autores com produtos termolábeis ; os imunobiologicos podem ser soros, imunoglobulinas e vacinas, que segundo o MINISTERIO DA SAÚDE em 2013 eram cerca de 42 tipos armazenados, transportados e distribuídos pela Rede de Frio, todos estes com especificações de armazenagem e transporte designados pelos laboratórios de origem.(ministerio DA SAÚDE, 2013) Imunobiológicos como a Vacina Febre Amarela Atenuada e a Vacina Poliomielite 1,2 e 3 podem ser mantidas em temperatura negativa (-25 C a -15 C), as demais rigorosamente entre +2 C a +8 C, em caso de alterações de temperatura estes devem ser avaliados, verificando sua potência imunogênica, através do preenchimento do Formulário de Registro de Ocorrências de Alterações Diversas ou Avaliação de Imunobiológicos Sob Suspeita. Sendo desprezadas as vacinas que sofreram alteração de temperatura, validade ou produto a base de hidróxido de alumínio que passou por congelamento.

Há grande importância na conservação das vacinas em temperaturas ideais já que a sua finalidade é comprometida, como relatado em uma investigação na qual aponta a irregularidade no armazenamento de determinadas vacinas em unidades de saúde o que possivelmente colaborou para um aumento significativo na mortalidade por doenças imunopreviniveis nos Estados Unidos. (OLIVEIRA et. all, 2013) 4.5. ENFERMAGEM Segundo o Ministério da Saúde em 2013, a enfermagem corresponde a 22,22% das categorias profissionais responsáveis pela continuidade da cadeia de frio, sendo que a maioria do pessoal de enfermagem está atuante nas salas de vacinação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013) Nessas salas de vacinações a equipe deve ser composta, segundo recomendação do PNI, no mínimo por dois técnicos e/ou auxiliares de enfermagem que são supervisionados por um enfermeiro, a quem também cabe à educação permanente, e a parte administrativa da sala de vacina. (OLIVEIRA et. all, 2013) Sendo assim a equipe Enfermagem tem de conhecer os procedimento e equipamentos da cadeia de frio já que na maior parte dos procedimentos a nível local (sala de vacinação) é a enfermagem responsável pela manipulação, tanto dos imunobiologicos como dos equipamentos de conservação de vacinas, o que inclui também os termômetros e mapa de controle diário de temperatura. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013) Segundo o Conselho Internacional de Enfermagem (2004) o enfermeiro é o principal continuador da rede de frio visto que é seu papel conhecer os equipamentos, orientar equipe e buscar soluções para transporte e acondicionamento adequado das vacinas para que estas mantenham seu potencial de imunização. (CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM, 2004) A rede de frio necessita de um monitoramento constante em todos os níveis, principalmente a nível local, pois é aqui que a vacinação toma caráter efetivo, ou seja, ela chega ao usuário, que só receberá com segurança e eficiência essa imunização se todos os procedimentos da cadeia de frio forem observados, e em nenhum momento o imunobiológico ficou exposto à variação de temperatura indevida, pois isso afeta a característica de imunização e a vacina perde a capacidade de imunizar e não realiza o propósito para o qual foi produzida. (CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM, 2004; ARANDA E MORAES, 2006)

Os enfermeiros devem estar preparados para intervir e buscar soluções para possíveis emergências no processo da cadeia de frio, para isso necessita de uma continua busca por informações sobre a cadeia de frio, para que possa criar e implementar políticas e procedimentos relacionados a rede de frio no local onde atua. (CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM, 2004) Portanto na sala de vacinação, é ideal uma dinâmica acolhedora independente da estrutura do ambiente. É responsabilidade da equipe de enfermagem: orientar os pacientes/clientes, oferecendo-lhes uma assistência com segurança, respeito e responsabilidade, deve empenhar-se na busca por atualização técnico-científica, manter a sala em boa ordem, prever estoque de insumos, e de imunobiologicos. (LIMA E ELIAS, 2013) 4.5.1. PAPEL DO ENFERMEIRO Compete ao enfermeiro o serviço administrativo da sala de vacinação como previsão de estoque e solicitação de reposição, além de compilar dados das doses mensais de vacinas aplicadas, monitorar as doses aplicadas, efeito adversos, orientar equipe e clientes, elaborara estratégias para a realização de busca ativa de faltosos, realizar divulgação de vacinas em campanha, e participar e promover atualização técnico-científica. O enfermeiro deve também buscar melhorias no atendimento a população, e instigar na equipe a melhora das suas habilidades e competências, voltando essa supervisão para uma melhoria na qualidade da assistência, tanto com o pessoal quanto os serviços oferecido o que no caso seria uma vacina em perfeitas condições de imunização. (LIMA E ELIAS, 2013; OLIVEIRA et all, 2013,) Outro ponto a considerar é a supervisão de enfermagem, a qual a responsabilidade é do enfermeiro, que segundo a lei 7.498/86 que, dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, onde no art.11 encontra-se descrito a função do auxiliar de enfermagem, entende-se, que este, pode encarregar-se das tarefas referentes a conservação e administração de vacinas, mas somente sob supervisão e orientação do enfermeiro. (BRASIL, 1986; OLIVEIRA et. all, 2013) 5. RESULTADOS Através da pesquisa bibliográfica foi possível observar que poucos documentos falam sobre a importância da enfermagem sobre a rede de frio, entre os que utilizamos nesse trabalho somente quatro abordaram de forma direta a atuação da

enfermagem, e apenas um tem como foco principal o papel do enfermeiro dentro da sala de vacinação, também notamos que o Ministério da Saúde mantém atualizado o manual da rede de frio visto que a ultima publicação data de 2013. Outro ponto a se ressaltar é que na maioria dos documentos pesquisados o PNI aparece como principal fonte de informações e é sempre lembrado como o principal programa do Ministério da Saúde responsável pela mudança no perfil epidemiológico do país, além de também manter atualizado seu sistema de informação, onde é possível coletar dados sobre vacinação no país, de acordo com vários critérios, desde doses, vacinas, localidade, ano, dados de campanhas, entre outros, o que é de imprescindível valor para estudos e estratégias de monitoramento e estatística. Contudo percebemos que há a necessidade de maior número de estudos sobre a importância da enfermagem na sala de vacinação, sobre tudo relacionada à atuação e os conhecimentos dos profissionais de enfermagem sobre a rede de frio. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que a enfermagem participa ativamente da rede de frio e que é extremamente importante para a continuidade da mesma. Também pudemos conferir que o Enfermeiro, acima de tudo, é responsável pelo sucesso da equipe e tem participação significativa nas políticas administrativas e estratégias de saúde voltadas a conservação de vacinas realizadas pelo nível local e municipal da rede de frio, além de ser incumbido também da educação permanente, solicitação de treinamentos para manipulação de novos equipamentos, treinamento da equipe e por uma manutenção e boa conservação das salas de vacinação, e da elaboração de POPs. Compreendemos também que a rede de frio depende de uma gama de serviços, porém sua objetividade é clara: manter a função imunogênica das vacinas desde a saída do laboratório até a administração desta. Outro ponto importante do trabalho foi permitir a visualização da importância para o perfil epidemiológico do país a preservação da cadeia de frio, e entender o quão fundamental é que as vacinas sejam conservadas em temperaturas ideais, pois se isso é negligenciado, não só recurso financeiro é desperdiçado, mas também pode gerar um aumento na morbimortalidade por doenças que seriam posteriormente evitadas se o imunobiológico estivesse preservado de acordo as indicações do Programa Nacional de Imunizações.

7. REFERÊNCIAS ARANDA C. M. S. S.; MORAES J. C.; Rede de frio para a conservação de vacinas em unidades publicas do município de São Paulo: Conhecimento e Pratica; rev.bras. Epidemiologia; ed.2; n.9; p. 172-185; São Paulo; 2006; BRASIL, lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986: dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e dá outras previdências. Diário oficial da Republica Federativa do Brasil, seção 1. BRASIL, Ministério da Saúde; Manual de Rede de Frio; Secretaria de Vigilância em Saúde; Departamento de Vigilância Epidemiológica; ed.4; p.144; Brasília; 2013. CONSELHO Internacional de Enfermagem; A cadeia de frio das vacinas: manter rede de frio; edição portuguesa; tradução do original inglês: The Vacine Cold Chain: Maintaining Cool Links ; revisão Soares M. I.; Fradique L; p.5; Geneve-Swtzerland; 2004. Acessado em:11 de julho de 2014, disponível em:<http://www.ordemenfermeiros.pt/relacoesinternacionais/gri_documentacao/icn_folhasi nformativas_vsingept/fi_versao_pt/acadeiadefriodasvacinasmanterredesdefrio.pdf>. COFEN, Conselho Federal de Enfermagem, Atualização em Rede de frio, vídeo de duração 17mim 05 seg.; visualizado em 17 de julho de 2014; disponível em: <http://mt.corens.portalcofen.gov.br/atualizacao-rede-de-frio_917.html>. LIMA. K. J. V; ELIAS. A. L; Processo de trabalho na sala de imunização; PROENF Atenção Primária e Saúde da Família, ed. 1, n. 2, p.67-104, Rio de Janeiro, 2013 OLIVEIRA V. C.; GALLARDO P. S.; GOMES T. S.; PASSOS L. M. R.; PINTO I. C.; Supervisão de enfermagem em sala de vacina: A percepção do Enfermeiro; rev.texto Contexto Enferm; ed.4; n.22; p. 1015-1021; Florianópolis; 2013. OLIVEIRA V. C.; GUIMARÃES E. A. A.; CAVALCANTE R. B.; GALLARDO P. S.; PINTO I. C., Conservação de Vacinas em Unidades Publicas de Saúde: uma Revisão Integrativa, rev. Enfermagem Referência, ed. 3, n. 9, p. 45-54, Coimbra, 2013. OLIVEIRA V. C.; GUIMARÃES E. A. A.; GUIMARÃES I. A.; JANUÁRIO L. H.; PINTO I. C., Prática de enfermagem na conservação de vacinas, rev. Acta Paul Enferm, ed.6, n.22, p. 814-818; Minas gerais, 2009. PNI, Programa Nacional de Imunizações, Doses Aplicadas Segundo Unidade da Confederação no Período de 2013, acessado em: 28 de julho de 2014, disponível em:<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?pni/cnv/dpniuf.def> RIBEIRO D. O.; CASTRO F.; FERREIRA G. C.; SANTOS J. C.; COUTINHO R. M. C.; Qualidade da conservação e armazenamento dos imunobiológicos da rede básica do Distrito Sul de Campinas; J Health Sci Inst., ed.1, n.28, p. 21-28; Campinas, 2010. SANTOS M. S.; BIAGOLINI R. E. M.; CRISTÓVÃO M. F.; SANTOS A. S.; Geladeiras Especiais para armazenamento de vacinas: procedimentos e conhecimentos dos auxiliares de enfermagem, rev. Saúde coletiva (on line), p.10, 2009. VASCONCELOS K. C. E.; ROCHA S. A.; AYRES J. A.; Avaliação normativa das salas de vacinas na rede publica de saúde do município de Marília, estado de São Paulo, Brasil, 2008-2009; rev. Epidemiol. Serv. Saúde, ed. 21, n. 1, p. 167-176, Brasília, 2012.